Sob críticas, Lula recebe Maduro com pompa

“Momento histórico.” Foi como o presidente Lula classificou a primeira visita do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil desde 2015. “É o começo da volta do Maduro”, afirmou o petista, que isentou o venezuelano da crise econômica e condenou as sanções contra seu regime. Lula não fez qualquer menção a violações de direitos humanos e políticos, como perseguição, prisão e tortura de milhares de opositores. E fez críticas às sanções contra Caracas. “É efetivamente inexplicável um país ter 900 sanções porque o outro país não gosta dele”, disse. “É culpa dos Estados Unidos, que fizeram um bloqueio extremamente exagerado.” Os dois tiveram uma reunião fechada e outra com a presença de ministros. Maduro participa hoje do encontro com líderes da América do Sul e vai propor que defendam a suspensão de todas as sanções e medidas unilaterais contra Venezuela, Cuba e Nicarágua. Para ele, essas políticas são uma forma de “chantagem do dólar”. Uma saída seria a utilização de outra moeda, como o yuan, ou do Banco do Brics. (Estadão)

A oposição discordou da avaliação de Lula sobre a presença de Maduro no Brasil e não poupou críticas. Parlamentares ligados a Jair Bolsonaro criticaram inclusive o fato de o Tribunal Superior Eleitoral, durante a campanha do ano passado, ter determinado a retirada de inserções que associavam Lula a ditadores como Maduro e Daniel Ortega, da Nicarágua. Poucos foram os governistas que saíram em defesa de Lula. (Folha)

A diretora da divisão de Américas da Human Rights Watch, Juanita Goebertus, criticou o discurso de Lula. “O autoritarismo na Venezuela não é uma narrativa construída. É uma realidade”, escreveu no Twitter. (Globo)

Amigos, amigos, negócios à parte. A Venezuela tem uma dívida de cerca de US$ 1 bilhão com o Brasil. O país precisa pagar US$ 170 milhões diretamente ao BNDES e US$ 903 milhões ao Fundo Garantidor de Exportações, vinculado ao Ministério da Fazenda, por cinco projetos de infraestrutura financiados pelo banco. O tema é parte da retomada das relações políticas e comerciais com o país vizinho. (Folha)

Meio em vídeo. A Venezuela de Nicolas Maduro é o Brasil com o qual Jair Bolsonaro sonhava. Muita gente na direita não gosta da constatação, mas é. Muitas gente da esquerda, inclusive o presidente Lula, também não acha. Mas continua sendo. Veja o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Mais Meio em vídeo. Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch analisam no #MesaDoMeio o encontro dos principais líderes dos países sul-americanos, as possibilidades geopolíticas do Brasil e o retorno verde e amarelo a uma posição mediadora na região. Ao vivo, às 19h. Em seguida, o trio responde às perguntas do público na área restrita para assinantes premium. Assine. (YouTube)

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De olho no eleitorado de baixa renda, Jair Bolsonaro usou a Caixa para liberar, com duas medidas provisórias, R$ 10,6 bilhões em 2022, conta Amanda Rossi. Cerca de R$ 3 bilhões foram destinados a empréstimos para negativados em março do ano passado, com juros baixos para os padrões de mercado. Outros R$ 7,6 bilhões só foram liberados em 10 de outubro – em pleno segundo turno – como crédito consignado para quem recebia o Auxílio Brasil. Mas a estratégia não funcionou. E a Caixa agora tem de lidar com o rombo. Reduziu seus ativos de alta liquidez — mínimo que o Banco Central obriga um banco a ter para evitar uma quebra – ao menor volume da série histórica, iniciada em 2017. Fechou 2022, com R$ 162 bilhões, R$ 70 bilhões a menos que no ano anterior. A primeira linha de crédito tem uma taxa de inadimplência de 80%. Já a segunda corre o risco de ficar sem o pagamento de até 110 mil pessoas, que perderam o benefício do governo. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria na Caixa. A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) pediu que o TCU investigue o caso. (UOL)

Chico Alves: “Se o TSE já tinha elementos bastante concretos para uma punição severa, agora é possível dizer que a inelegibilidade de Bolsonaro passa a ser questão de tempo.” (UOL)

A cúpula do Congresso discute mudar a PEC da Anistia. A repercussão negativa fez os líderes considerarem, por exemplo, a retirada do perdão para irregularidades partidárias, como o uso do fundo partidário para fins particulares. Aprovado pela CCJ da Câmara, o texto aguarda uma comissão especial para discussão do mérito antes da votação em plenário. (Folha)

A pressão sobre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, continua. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) lidera um movimento para isolá-la e forçá-la a deixar o governo, abrindo espaço para o seu partido — que já detém Comunicações, Desenvolvimento Regional e Turismo. O senador foi irônico ao falar de Marina e de sua permanência no governo: “Ela é gente boa. É bom ela ficar para ir lá com a gente inaugurar o poço”, afirmou em referência à exploração de petróleo na Foz do Amazonas. (Estadão)

Petistas já defendem dar algum ministério ao deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), conquistando por tabela a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Thaís Oyama conta que a aproximação com Elmar seria uma solução: ele é o provável sucessor de Lira em 2025 e é do União Brasil. (UOL)

Condenação anulada. Essa foi a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal em relação ao ex-deputado federal Eduardo Cunha, que havia sido sentenciado pela Justiça Federal do Paraná a quase 16 anos de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava-Jato. Os ministros analisaram uma ação da defesa de Cunha contra a condenação, argumentando que a sentença violava entendimento do STF de que cabe à Justiça Eleitoral julgar casos de caixa dois, mesmo quando relacionados a outros crimes. A investigação será enviada para a Justiça Eleitoral, que decidirá se restabelece ou não a condenação, além da validade das provas, ou se o caso será retomado da estaca zero. (g1)

O presidente Lula desconversou ontem ao ser perguntado sobre a nomeação de um substituto para Ricardo Lewandowski no STF. “Isso é uma coisa tão minha, que não quero repartir com ninguém”, brincou. Nos bastidores, porém, ele já ouviu de ministros da Corte que não há objeções à indicação do advogado Cristiano Zanin para a vaga. Eles avaliam que o fato de este ter defendido Lula nos processos da Lava-Jato não é um conflito de interesses. O problema, conta Lauro Jardim, está no Senado, onde Sergio Moro (Podemos-PR), inimigo figadal de Lula e Zanin, traça estratégias para barrar a aprovação do desafeto. (Globo)

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Viver

Treze anos de luta contra o câncer. Até que, em abril, Paulo Peregrino, de 61 anos, prestes a receber cuidados paliativos, foi submetido ao tratamento CAR-T Cell. Em um mês, teve remissão completa do seu linfoma graças à terapia celular. O CAR-T Cell é um método de combate a três tipos de câncer — leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo — considerado revolucionário e utilizado em poucos países. Protocolo da Universidade de São Paulo, em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, leva essa técnica para a rede pública. Quatorze pacientes já foram submetidos ao tratamento, com remissão de ao menos 60% dos tumores. No segundo semestre, 75 serão tratados. Na rede privada, o custo é de R$ 2 milhões. (g1)

Uganda, que já tinha uma das legislações mais duras do mundo contra pessoas LGBTQIA+, endureceu ainda mais as regras. Ontem, o ditador Yoweri Museveni, de 78 anos, assinou uma nova lei que prevê punições que podem chegar à pena de morte, como no caso de sexo entre homossexuais portadores do vírus HIV. Também prevê 20 anos de prisão a quem promover a homossexualidade. Relações entre pessoas do mesmo sexo já eram ilegais em Uganda, assim como em mais de 30 países africanos. (Folha)

Panelinha no Meio. Quase toda geladeira tem ovos e linguiças. Perfeito, pois são a base para um delicioso prato de ovos escalfados com ragu de linguiça. É uma refeição completa. Não precisa de acompanhamento e, se duvidar, nem de pratos ou talheres, já que se come com pedaços de pão.

Cultura

Em 1998, em um episódio da série adolescente Malhação, da TV Globo, três rapazes brancos simulam um banda de reggae pintando os rostos de preto. Na reprise que vai ao ar atualmente na Globoplay, a cena foi suprimida, trazendo para a TV o debate sobre a revisão de obras para banir expressões e situações ofensivas. Críticos dizem que essa prática, além de configurar censura, tenta manipular a história para apagar o passado. Já os que a defendem argumentam que a evolução social tornou essas cenas inaceitáveis e que a dignidade humana está acima de preocupações com roteiros. A Globoplay não informou se vai alterar também novelas que tragam cenas de violência doméstica, racismo ou homofobia. (Estadão)

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Para ler com calma. Com mais de 220 milhões de discos vendidos em quase 50 anos de carreira, era de se esperar que os Bee Gees (Spotify) gozassem de um status de gigantes da música, mas o trio australiano não desfruta da mesma respeitabilidade de artistas não tão bem-sucedidos. Explicar esse paradoxo é o que busca o livro Bee Gees: Children of the World, do biógrafo, músico e fã Bob Stanley. Um dos motivos apontados é o anátema que recaiu nos anos 1980 sobre a disco music, que teve como hino Stayin’ Alive (Spotify), maior sucesso do trio. (Telegraph)

Primeiro em casa, agora na estrada. Viajando com os Gil, segunda temporada do reality show estrelado por Gilberto Gil e sua família teve divulgado ontem seu trailer e a data de lançamento: 30 de junho, no Prime Video. Desta vez, as câmeras acompanharam o cantor e seu clã nas 15 apresentações da turnê internacional Nós, a Gente em países como França, Alemanha, Itália, Dinamarca e Inglaterra. (Globo)

Cotidiano Digital

Spotify e Netflix são os serviços de streaming de áudio e vídeo mais populares no Brasil, segundo um estudo da Comscore. A pesquisa vai de fevereiro de 2022 a fevereiro deste ano. A Netflix tem uma média de 50,6 milhões de usuários únicos por mês, contra 18,1 milhões do Globoplay e 14,6 milhões do Prime. Nos serviços de streaming de música, o Spotify é líder com 38,6 milhões de usuários únicos por mês. Os dados referentes ao número de usuários levam em conta os acessos pelos aplicativos e outras plataformas, incluindo computadores e televisões smarts. (Tecnoblog)

Por falar em Netflix, Procons de quatro estados já notificaram o streaming pela cobrança por compartilhamento de senhas. Segundo os órgãos do consumidor, a empresa não deixou claro como vai diferenciar o compartilhamento do uso regular pelos mesmos usuários em diferentes aparelhos. Em caso de irregularidades, a Netflix pode ser multada e sofrer outras sanções. (Gizmodo)

E o Google foi multado em US$ 32,5 milhões (cerca de R$ 163 milhões) por ter desrespeitado patentes da empresa de aparelhos de áudio Sonos. A decisão envolve alguns dispositivos de casa inteligente, como a linha Chromecast. Em 2020, a Sonos iniciou uma batalha judicial contra gigante de buscas pelo uso indevido de algumas de suas tecnologias. Os dados teriam sido obtidos no momento em que as duas empresas fizeram colaborações para permitir a integração dos dispositivos sonoros com o extinto Google Play Music. (Terra)

O WhatsApp está testando um recurso que permite que o usuário grave e exiba o conteúdo da sua tela para quem estiver presente na chamada de vídeo. Segundo o site especializado WABetaInfo, há algumas restrições no uso do recurso: só vai funcionar, por enquanto, em celulares com sistema operacional Android mais recente e não será possível ativar a opção em chamadas de grupos grandes ou com pessoas que não tenham a versão mais recente do aplicativo. Por enquanto, a novidade só está disponível para alguns usuários da versão beta, mas deve ser atualizada para mais contas nas próximas semanas. (Estadão)

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