Meio

A queda de um avião na região de Tver, na Rússia, matou ontem Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, um exército mercenário que participou ativamente da invasão russa na Ucrânia, mas que ensaiou, em junho, uma rebelião contra o presidente Vladimir Putin. Outras nove pessoas morreram na queda do Legacy da Embraer, entre elas Utkin Dmitriy e Valeriy Chekalov, dois dos principais auxiliares de Prigozhin. Imagens divulgadas pela imprensa estatal russa mostram o avião caindo, aparentemente sem uma asa, e uma coluna de fumaça no local do impacto. Ao menos oito corpos já foram recuperados. No Telegram, o grupo mercenário disse que seu líder foi assassinado, sem especificar a mando de quem. (CNN)

Paralelamente à morte do líder mercenário, um importante general russo ligado a ele foi demitido e preso, ontem. Sergey Surovikin, vice-comandante das operações militares da Rússia na Ucrânia, é suspeito de participação no motim do Grupo Wagner em junho. (g1)

Ser rival de Putin faz mal à saúde. Prigozhin foi a 12ª pessoa de destaque na Rússia a morrer em circunstâncias suspeitas nos últimos anos após entrar em choque com o presidente. (Globo)

Nos EUA, a responsabilidade de Putin na morte do antigo aliado é vista como probabilidade forte. Indagado sobre o assunto, o presidente Joe Biden disse que “poucas coisas acontecem na Rússia sem que Putin esteja por trás”, mas reconheceu ainda não ter informações sólidas. A expectativa em Washinton é de que Moscou deixe o Grupo Wagner agir com relativa independência na África, onde vem apoiando golpes de Estado, sob algum líder mais dócil. (Politico)

O jato Legacy é considerado um avião seguro. Em 20 anos de operação, segundo o site International Aviation HQ, houve apenas um acidente com o modelo, mesmo assim devido a erro da tripulação — a colisão que derrubou um voo da Gol em 2006 no Mato Grosso. Em nota, a Embraer não comentou a queda, mas informou que, em respeito ao embargo internacional à Rússia, não está fornecendo peças de reposição para suas aeronaves no país. (Guardian)

Em meio a uma grave crise econômica e uma inflação galopante, uma onda de saques a supermercados e lojas chegou à periferia de Buenos Aires na noite de terça-feira, levando à prisão de ao menos 56 pessoas em oito municípios. Os saques, que começaram no fim de semana na província de Mendoza, são coordenados em grupos de Facebook e WhatsApp a partir de perfis falsos, que enviam mensagens de incitação. (UOL)

Para ler com calma. A promessa do candidato Javier Milei de dolarizar a economia está cercada de incertezas. Na prática, os argentinos já dolarizaram a economia por conta própria. Funcionários altamente qualificados, por exemplo, exigem que seus salários sejam pagos em dólar. Aluguel via Airbnb também, na maioria dos casos. (Bloomberg Línea)

O acrônimo deve continuar igual: Brics. Mas o grupo vai crescer. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul chegaram a um acordo para a entrada de mais cinco países: Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito e Irã. O anúncio oficial deve ser feito hoje. E esse deve ser o principal resultado da 15ª Cúpula, que termina hoje, em Johanesburgo. A China é o maior defensor da expansão. E, como parte da negociação, Brasil, Índia e África do Sul pediram aos chineses uma declaração de apoio ao pleito dos três por um assento no Conselho de Segurança da ONU. Mas isso é considerado pouco provável. (Estadão)

“Eu mandei para o Meyer, qual o problema?” Assim, sem hesitar, Jair Bolsonaro (PL) confirmou ontem que enviou mensagem ao empresário Meyer Nigri (Tecnisa). O texto, com críticas a ministros do Supremo e do TSE, acusando-os de interferência no processo eleitoral por terem se manifestado de forma contrária à reintrodução do voto impresso, levou a Polícia Federal a intimar o ex-presidente para prestar esclarecimentos. “O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse à Folha em um voo Brasília-São Paulo. Na capital paulista, ele foi internado para a realização de exames de rotina. (Folha)

“Sangue” e “guerra civil” em caso de derrota. Essas expressões aparecem em uma das mensagens enviadas por Bolsonaro a Nigri, segundo relatório da PF ao qual o UOL teve acesso. “A ESTRATÉGIA, O PODER, A QUALQUER CUSTO. O POVO TÁ ESPERTO. Compartilhem. PF precisa ver isso. TEREMOS SANGUE!!! GUERRA CIVIL”, diz um dos textos. (UOL)

Registros bancários do tenente-coronel Mauro Cid entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de julho deste ano, encaminhados à CPMI, mostram que quatro dias depois dos atos golpistas, em 12 de janeiro, ele transferiu R$ 367.374,56 para uma conta bancária nos Estados Unidos. Além disso, em 25 de julho, quando já estava preso, uma ordem de pagamento no exterior no valor de US$ 34.391,11 foi registrada no Banco Wells Fargo e liquidada em 1º de agosto. (Folha e UOL)

As duas listas que serão apresentadas ao presidente Lula para que ele escolha três nomes para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foram fechadas ontem pela Corte. A disputa foi marcada por dossiês, brigas internas e padrinhos políticos no PT e no STF. Entre os escolhidos, há dois aliados do ministro Dias Toffoli, do Supremo, enquanto Alexandre de Moraes viu seu candidato ficar de fora. Duas vagas são destinadas à Justiça Estadual e uma à OAB. Para o primeiro grupo, foi feita uma lista quádrupla: Carlos Von Adamek (apoiado por Toffoli), José Afrânio Vilela, Elton Leme e Teodoro Silva Santos. Para o outro, foram selecionados três nomes: Luiz Cláudio Allemand, Otávio Rodrigues (também apoiado por Toffoli) e Daniela Teixeira. Moraes tinha como candidato o desembargador Airton Vieira, do TJ-SP, considerado muito conservador. Já Rui Costa e o líder do PT no Senado, Jaques Wagner (BA), queriam emplacar Mauricio Kertzman, do TJ da Bahia. Mas ambos não foram eleitos. (UOL)

Meio em vídeo. O Tribunal Regional Federal da Primeira Região arquivou o processo por improbidade administrativa da ex-presidente Dilma. E já tem um monte de gente gritando por aí. Ahá! Foi golpe! Tá vendo? Quer entender o que a decisão do TRF1 realmente diz? Veja a opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Presidente de honra do PP, Francisco Dornelles morreu ontem aos 88 anos em um hospital do Rio, onde estava internado desde maio. Foi deputado federal em cinco legislaturas (1987-2007), senador (2006-2014) e ministro nos governos de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Também foi vice-governador do Rio de Janeiro e assumiu o comando do estado em duas ocasiões (2016 e 2018). Primo de Getúlio Vargas e sobrinho de Tancredo Neves, nasceu em Belo Horizonte, em 7 de janeiro de 1935. Formado em Direito e Finanças Públicas, foi secretário da Receita Federal no governo João Figueiredo, em 1979, permanecendo no posto até o fim da ditadura. Foi um dos deputados constituintes pelo Rio e permaneceu na Câmara até 2007, com passagens por PFL, PPR e PPB. Era casado com Cecilia Andrade Dornelles, com quem teve duas filhas. (Folha)