Meio

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não surpreendeu. Conforme sinalizado na reunião de agosto e como previam os analistas, anunciou ontem — em decisão unânime – nova redução de meio ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passou de 13,25% para 12,75% ao ano, menor patamar desde maio de 2022. Segundo o comitê, o corte é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025”. O Copom avalia que a conjuntura atual demanda “serenidade e moderação na condução da política monetária”, até que se consolide o processo de desinflação, que tende a ser mais lento, e a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O colegiado sinalizou — também unanimemente — que pode fazer novas reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Já a magnitude total do corte “dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo”. Quanto ao cenário fiscal, o Copom destaca que a execução o cumprimento das metas pode contribuir para o processo de ancoragem das expectativas da inflação e para a condução da política monetária. (g1)

Nos EUA, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve a taxa de juros em entre 5,25% e 5,50%, confirmando a expectativa dos analistas. E sinalizou que as taxas deverão ficar mais altas por mais tempo e que pode haver uma nova alta neste ano, mas sem indicar de quanto. “Precisamos ver mais progresso nos dados antes de decidir se estamos em um patamar suficientemente restritivo dos juros”, afirmou o presidente do Fed, Jerome Powell. (Bloomberg Línea)

No acordo de delação premiada que firmou com a Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual foi ajudante de ordens, sondou a cúpula militar sobre o apoio a um golpe de Estado, revela Bela Megale. Cid diz ter participado da reunião, que incluiu a leitura de uma minuta golpista. De acordo com ele, o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, apoiou a ideia, que foi rechaçada pelo Exército. (Globo)

Lula ganhou projeção como líder metalúrgico. Joe Biden se autoproclama o presidente mais pró-trabalhador da história dos EUA. E trabalho foi o tema da reunião bilateral deles, com o lançamento de uma iniciativa conjunta em defesa dos direitos dos trabalhadores frente aos desafios tecnológicos, climáticos e econômicos. Biden afirmou que Brasil e EUA estão “se erguendo para defender os direitos humanos ao redor do mundo”, o que inclui os direitos trabalhistas. Já Lula disse que o objetivo é oferecer uma perspectiva de trabalho decente, especialmente para a juventude, em um momento em que o mercado de trabalho passa por transformações como a crise climática e a inteligência artificial. A declaração conjunta é genérica, sem nada concreto em termos legais. “Face aos complexos desafios globais, desde as alterações climáticas ao aumento dos níveis de pobreza e à desigualdade econômica, devemos colocar os trabalhadores e as trabalhadoras no centro das nossas soluções políticas”, diz o texto (confira a íntegra), que elenca cinco prioridades. A parceria vinha sendo costurada desde o início do ano. Diante da disputa com a China, a iniciativa tem uma “natureza global” para os americanos. Para o Brasil, o objetivo é aproveitar o interesse para explorar vantagens na relação com os EUA, mas mantendo autonomia. (Folha)

“Uma mesa de negociação é mais barata que uma guerra.” Essa foi a ideia que Lula apresentou ontem ao colega ucraniano Volodymyr Zelenski no primeiro encontro entre os dois. “Ninguém vai ter 100% de uma guerra, ninguém consegue ganhar tudo. Não é apenas a derrota do inimigo, é a construção de uma paz duradoura para que nunca mais aconteça uma ocupação territorial como essa”, disse o brasileiro a jornalistas pouco antes de embarcar de volta ao Brasil. A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado e busca anexar regiões na fronteira entre os dois países. (Valor)

Nas redes, Zelenski classificou o encontro como “honesto e construtivo” e disse que o Brasil continuará a fazer parte das negociações de paz com os russos.

Para ler com calma. Coautor do best-seller Por Que as Nações Fracassam e prestes a lançar Poder e Progresso, o economista Daron Acemoglu afirma que combater a desigualdade não é suficiente para o governo Lula fortalecer a democracia, porque parcela significativa da população se desencantou. “O mesmo acontece nos EUA. Eu gosto de muitas das políticas da gestão Biden, mas não acredito que elas sejam suficientes para ganhar de volta as pessoas que votaram em Trump e que se tornaram muito desiludidas com o sistema americano.” (BBC News Brasil)

Se Flávio Dino for para o Supremo Tribunal Federal (STF), deve haver um novo troca-troca no Executivo e a criação de mais uma pasta. Vera Magalhães conta que Lula pode nomear uma mulher negra como ministra da Advocacia-Geral da União (AGU): Claudia Trindade, que é assessora especial de Diversidade e Inclusão do órgão e tem prestígio junto ao PT e ao Prerrogativas, grupo de advogados próximo a Lula. Jorge Messias deixaria a AGU e assumiria o Ministério da Justiça, que seria desmembrado, com a Segurança Pública ficando com o número 2 de Dino, Ricardo Capelli, que atuou como interventor na segurança do Distrito Federal após o 8 de janeiro. (Globo)

Malu Gaspar: “O filho 01 de Jair Bolsonaro [Flávio Bolsonaro] diz que, se for Dino o indicado por Lula, os bolsonaristas vão se mobilizar nas redes sociais e no Senado para tentar barrar a sua nomeação. ‘É um perigo botar no Supremo alguém que vai simplesmente perseguir a política e os políticos que ele não goste.’” (Globo)

Meio em vídeo. Existe uma onda moralista perigosa tomando o Brasil. Uma onda que pressiona professores em sala de aula, que cobra de jovens um comportamento rígido dentro de normas intransigentes, que não tolera qualquer forma de dissenso. Essa onda vem da esquerda, conta Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

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