Lira quer a cabeça de Padilha; Lula não vai dar

Responsável pela articulação política no Congresso, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se tornou alvo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que condicionou o avanço de pautas governistas no Legislativo à troca do ministro. O presidente Lula, porém, já sinalizou a aliados que não vai ceder. O Planalto avalia que, embora a relação entre Lira e Padilha realmente não esteja boa, não houve um rompimento explícito. O deputado pediu uma reunião com Lula para tratar de temas sensíveis ao Legislativo, como o veto presidencial a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares e a MP da reoneração da folha de pagamentos. Lula deve aproveitar o encontro para defender a atuação de Padilha. (Folha)

Por via das dúvidas, o presidente não deve comparecer hoje à cerimônia de abertura do ano Legislativo. Em seu lugar, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai entregar aos parlamentares a tradicional mensagem presidencial, incluindo os temas prioritários para o Executivo. (Metrópoles)

Aliás... O Congresso retoma hoje as atividades legislativas com um alvo definido: o Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as pautas de enfrentamento com Judiciário, a mais avançada é a PEC já aprovada pelo Senado proibindo que ministros e desembargadores de tribunais estaduais suspendam via decisão monocrática (individual) a vigência de leis aprovadas pelo Congresso e pelas Assembleias Legislativas. Outra iniciativa que vem ganhando tração é uma lei que exija aval do Legislativo para medidas judiciais contra parlamentares no exercício do mandato. Os congressistas ficaram ressabiados com os mandados de busca e apreensão emitidos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes contra os deputados Carlos Jordy e Alexandre Ramagem, ambos do PL fluminense. E o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já disse que pretende pautar brevemente uma PEC criando um mandato fixo para os ministros do Supremo – hoje eles só deixam a corte aos 75 anos, idade da aposentadoria compulsória. Arthur Lira, porém, já se manifestou contra a iniciativa. (Estadão)

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A Polícia Federal apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi abastecido com informações da “Abin Paralela”, um sistema de monitoramento ilegal montado dentro da Agência Brasileira de Inteligência. De acordo com a PF, o material impresso na agência era entregue no Palácio do Planalto. O então chefe da Abin e hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) imprimiu, em fevereiro de 2020, duas listas de inquéritos eleitorais que tramitavam na PF do Rio. Os agentes querem saber quem repassou a Ramagem as informações sobre as investigações, que estavam sob sigilo. (UOL)

Enquanto isso... Bolsonaro aproveitou uma entrevista no domingo ao youtuber de direita português Sérgio Tavares para atacar mais uma vez o Judiciário. Dizendo que o STF e o TSE trabalharam para eleger Lula “a qualquer custo”. O ex-presidente passou os últimos anos questionando a lisura do sistema eleitoral, mas sem apresentar provas. (Poder360)

Condenado pela Lava Jato, o ex-ministro José Dirceu busca na Justiça a possibilidade de se tornar novamente elegível e já ensaia sua volta à política, conta Vera Rosa. Com apoio do presidente Lula, ele almoçou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e conversou por telefone com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Dirceu vem fazendo articulações políticas e se diz empenhado em conter o avanço do bolsonarismo, mas sua volta causa apreensão em setores do próprio PT. A defesa do ex-ministro apresentou ao STF um pedido de anulação das condenações na Lava Jato com base nas revelações da Operação Spoofing sobre conluio entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores de Curitiba. O pedido está nas mãos de Gilmar Mendes e ainda não tem data para ser julgado. (Estadão)

O presidente Lula provocou polêmica por conta de declarações em um evento da Volkswagen. Ao apresentar uma jovem negra que estava no palco, Lula disse ter se indagado se ela seria “namorada de alguém”, cantora ou percussionista. “Então ela vai batucar alguma coisa. Uma afrodescendente assim gosta de um batuque, de um tambor”, completou, para depois explicar que a jovem foi premiada como aprendiz na fábrica. As críticas a Lula vieram principalmente de bolsonaristas, mas também de integrantes do movimento negro, como Jackson Augusto, da Coordenação Nacional do Movimento Negro Evangélico e do grupo PerifaConnection. Houve também quem defendesse a fala do presidente, dizendo que ele apenas listou estereótipos usados contra mulheres negras. (Folha)

O presidente dos EUA, Joe Biden, venceu de forma esmagadora as primeiras eleições primárias oficiais dos democratas ontem, na Carolina do Sul. Os números oficiais ainda serão divulgados pelo partido, mas a expectativa é que ele obtenha cerca de 95% dos votos. O resultado é simbólico porque, em 2020, foi lá que Biden conquistou sua primeira vitória nas primárias, iniciando a corrida que o levaria à Casa Branca. Além disso, 25% dos eleitores no estado são negros, e os democratas queriam mostrar que esse público segue apoiando o presidente. O comparecimento foi baixo, cerca de um quarto do votos dados há quatro anos, mas aquela disputa dentro do partido foi mais acirrada. Os republicanos farão suas primárias na Carolina do Sul no próximo dia 24, a última chance de Nikki Haley, que já governou o estado, mostrar algum fôlego na disputa com Donald Trump. (Politico)

Enquanto você pescava

Marcelo Martinez

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Viver

Fontes ligadas ao MEC informaram que a divulgação incorreta das listas de aprovados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), na última terça-feira, por não ter sido concluído naquele momento o cálculo das classificações. O site do Sisu exibiu os resultados enquanto o sistema ainda estava rodando as regras de cotas e foi retirado do ar após 25 minutos. Muitos estudantes, porém, comemoraram o ingresso em universidades com base naquelas informações, apenas para descobrirem no dia seguinte, quando as listas corretas foram liberadas, que não haviam entrado. O MEC admitiu que houve “divulgação indevida” de resultados provisórios e disse que o caso está sendo investigado. (g1)

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Embora a incidência da dengue tenha sido um dos critérios anunciados para a escolha das 512 cidades que terão campanhas de vacinação este mês, pelo menos 25% delas não registraram casos em 2024, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde. Em 13 desses municípios, como Mari e Riachão do Poço, ambas na Paraíba, o número de casos foi igual a zero também em 2023. Além disso, 321 municípios (61,6%) tiveram menos de 10 casos prováveis nas primeiras semanas do ano. A vacina Qdenga, que previne os quatro sorotipos da doença, será aplicada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade devido ao número limitado de doses.  (Metrópoles)

Uma associação de advogadas ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra uma lei de Goiás que, entre outras medidas, obriga mulheres grávidas a ouvirem os batimentos cardíacos do feto antes de realizarem abortos legais. Segundo a Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), a lei viola o princípio da dignidade humana e restringe o direito à saúde. “Não cabe ao Estado criar políticas públicas contrárias ao direito garantido por lei”, diz a ação. A legislação antiaborto goiana foi proposta pelo ex-deputado estadual Fred Rodrigues (DC), depois cassado por irregularidades em contas de campanha. (Metrópoles)

Cultura

O Grammy, principal prêmio da indústria fonográfica nos EUA, foi território feminino em 2024. Todas as principais categorias, anunciadas na noite de ontem, tiveram mulheres como vencedoras, com destaque para Taylor Swift, que fez história ao conquistar pela quarta vez, um recorde, o Álbum do Ano, agora com Midnights (Spotify). Ela aproveitou o discurso de agradecimento para anunciar seu próximo trabalho, The Tortured Poets Department, previsto para 19 de abril. Mas Taylor não reinou sozinha. Miley Cyrus levou Gravação do Ano com Flowers (Spotify); Billie Eilish ficou com Canção do Ano por What Was I Made For? (Spotify) e Victoria Monét (Spotify) foi a Artista Revelação. Mas o brilho feminino não ficou só nos prêmios. A veteraníssima Joni Mitchell, de 80 anos, emocionou a plateia em sua primeira apresentação nos Grammys, cantando seu clássico Both Sides Now – ela ainda venceu Melhor Álbum Folk com Joni Mitchell at Newport [Live] (YouTube) – e Tracy Chapman foi aplaudida de pé ao dividir o palco com Luke Combs para uma versão duo de seu maior sucesso, Fast Car.

Mas nem tudo foi festa. O rapper Killer Mike, que venceu em três categorias, saiu da festa algemado após uma briga com seguranças. (g1)

Confira a lista completa de vencedores (na maioria, vencedoras) do Grammy. (Billboard)

A organização do Festival de Berlim, que acontece entre 15 e 25 deste mês, está sendo alvo de uma saraivada de críticas por conta do convite a dois deputados do partido alemão de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) para assistirem à cerimônia de abertura. Em um manifesto, cerca de 200 profissionais de audiovisual contestaram o convite, diante das propostas xenofóbicas, antissemitas e homofóbicas da legenda. Em nota, a produção enfatizou sua posição em favor da democracia, mas manteve o convite, lembrando que Kristin Brinker e Ronald Gläser foram eleitos para o Parlamento e são representantes de comitês políticos voltados para a cultura. “Isso é um fato e nós temos que aceitá-lo como tal”, afirmou a organização. (Folha)

Conhecido por papéis na franquia de filmes Rocky e na série The Mandalorian, do universo Star Wars, Carl Weathers morreu na última quinta-feira, aos 76 anos. A informação foi divulgada pela família na sexta-feira, mas a causa da morte não foi divulgada. Nascido na Louisiana, Weathers se destacou como jogador de futebol americano antes de seguir a carreira de ator. Graças a seu porte físico, conseguiu o papel Apollo Creed, o campeão dos pesos pesados que enfrenta o personagem de Sylvester Stallone em Rocky, um Lutador, de 1976. O sucesso fez com que repetisse o papel e mais dois longas da franquia. Mas sua carreira não se resumiu a trocar sopapos com Rocky. Weathers atuou em mais de 75 filmes e séries de TV, incluindo o igualmente bem-sucedido O Predador (1987) com Arnold Schwarzenegger. Nos últimos anos, esteve nas três temporadas de The Mandalorian, da Disney+. (g1)

Cotidiano Digital

Os países-membros da União Europeia chegaram a um acordo sobre a Lei de Inteligência Artificial no bloco. O texto ganhou sinal verde por unanimidade, após longas negociações entre representantes do Conselho, membros do Parlamento Europeu e funcionários da Comissão Europeia. A Lei da IA, prevista para ser ratificada em abril pelo Parlamento Europeu, vai banir alguns usos da tecnologia, impor limites em casos considerados de alto risco e cercar os modelos mais avançados de software com exigências de transparência e testes de funcionamento. (Politico)

A Tesla anunciou o recall de 2,2 milhões de veículos nos Estados Unidos. O número equivale a praticamente toda a frota no país. De acordo com a Administração Nacional de Segurança no Trânsito (NHTSA), o tamanho das letras nos painéis dos veículos elétricos é menor do que o necessário, fazendo com que o motorista tenha dificuldade de ler instruções em momentos críticos. Segundo o órgão, a decisão de design e tecnologia da Tesla fez com que os carros ficassem em desacordo com a lei americana. A empresa de Elon Musk disponibilizou uma atualização de software para corrigir o problema, informou o regulador. Este é o terceiro recall feito pela empresa desde dezembro. (Exame)

O Facebook, hoje uma das plataformas da Meta, completa 20 anos, marcando uma era das redes sociais. Fundada por Mark Zuckerberg, a empresa conta com 3 bilhões de usuários mensais, o equivalente a 40% da população mundial. Nestas duas décadas, a empresa passou por processos na justiça, questões de privacidade e desinformação. Por outro lado, cresceu tanto que comprou as redes sociais rivais, Instagram e WhatsApp. Em 2021, Zuckerberg anunciou que a companhia passaria a se chamar Meta e atualmente tem seu próprio metaverso e vem investindo em inteligência artificial e publicidade nos grupos - um nicho ainda forte da rede. (Techtudo)

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