TSE veta deepfake e exige identificação de IA nas eleições
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na noite de ontem uma série de resoluções para as eleições municipais deste ano, especialmente para tentar conter a desinformação. Entre elas estão a proibição das chamadas deepfakes, vídeos realistas, cada vez mais criados por inteligência artificial, com imagens falsas de uma pessoa fazendo ou dizendo algo. Qualquer outro conteúdo gerado por IA, mesmo sem caráter de difamação ou desinformação, terá de ser identificado explicitamente, e fica restrito o uso chatbots e avatares na comunicação com eleitores. A desobediência a essas regras pode levar à cassação do registro ou do mandato, caso a condenação ocorra após a posse dos eleitos. As plataformas e redes sociais também passam a ter mais responsabilidades no combate às fake news. Artistas e influenciadores podem fazer manifestações políticas, desde que sem remuneração. “É um grande passo na defesa da verdadeira liberdade de expressão”, disse o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. (g1)
Atendendo ao Congresso, a revogação da medida provisória que reonerava a folha de pagamento dos 17 setores da economia que mais empregam no país foi assinada na noite de ontem pelo presidente Lula, conta Valdo Cruz. A lei que estabelecia a desoneração venceria no fim de 2023, mas os parlamentares aprovaram a prorrogação até dezembro de 2027. Lula vetou a extensão a pedido do Ministério da Fazenda, para evitar a perda de cerca de R$ 16 bilhões em receitas, mas o Legislativo derrubou o veto, ao que o Executivo responder com a MP da reoneração, considerada uma afronta ao Congresso. O tema será tratado a partir de agora por meio de projeto de lei, que tem tramitação mais lenta que a MP. Até lá, as empresas desses 17 setores podem substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Dois outros pontos da MP 1202 – o fim antecipado do programa de socorro ao setor de eventos, o Perse, e limites às compensações tributárias – seguem valendo. (g1)
E sinalizando um papel de protagonista na articulação política, Lula acertou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o apoio a um nome comum para a sucessão do comando na Casa. Em conversa recente, Lula disse que não se envolveria na escolha, que acontecerá em fevereiro de 2025. E lembrou que, quando o Planalto se evolveu na disputa interna, amargou derrotas. Segundo interlocutores, Lira sugeriu um apoio conjunto e sinalizou que não apoiará um nome que possa atrapalhar a pauta governista. Hoje, ao menos quatro deputados poderiam contar com os apoios de Lula e Lira: Elmar Nascimento (PSD-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antônio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). (CNN Brasil)
Por outro lado, lideranças da Câmara foram alertadas que aqueles que assinaram pedido de impeachment do presidente Lula por sua comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto vão sofrer consequências. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que os deputados que pediram o impeachment e indicaram cargos regionais perderão esses postos, bem como serão menos atendidos pelo Executivo, o que inclui emendas parlamentares. O pedido, de autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP), foi protocolado na noite de quinta-feira. Segundo ela, há 139 assinaturas, incluindo a de parlamentares da base do governo. (Folha)
O ato promovido por Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, no último domingo, foi “grande”. O presidente Lula afirmou a Kennedy Alencar, no É Notícia, da RedeTV!, que “não é possível você negar um fato”. “Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar, é só ver a imagem”, disse, acrescentando que, como as pessoas chegaram lá, são “outros 500”. Para Lula, o ato foi “em defesa do golpe”. “Eles todos com muito medo, muito cuidado. De qualquer forma, é importante a gente ficar atento, porque essa gente está demonstrando que não está para brincadeira”, afirmou, além de criticar o pedido de anistia feito pelo ex-presidente. “Quando o cidadão lá pede anistia, ele está dizendo: ‘Não, perdoe os golpistas’. Está confessando o crime.” (UOL)
Na mesma entrevista, Lula afirmou que “não utilizou a palavra Holocausto” ao criticar a ação israelense na Faixa de Gaza. Segundo ele, o termo foi uma “interpretação” do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu. Sua fala gerou uma crise diplomática. E ontem ele reiterou as críticas. “Eu diria a mesma coisa porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra.” (Poder360)
Meio em vídeo. O que define um bolsonarista moderado? Apenas não ser golpista convicto? Embora tente projetar a imagem de moderação, o governador de São Paulo prova com suas políticas — e reforçou no discurso na Paulista — ser um bolsonarista de verdade. Vale pensar qual o limite de extrema-direita que se está disposto a aceitar no Brasil. Confira o Cá Entre Nós, com Flávia Tavares. (YouTube)
Como era previsto, Joe Biden e Donald Trump venceram na noite de ontem as primárias de seus partidos em Michigan, mas as vitórias não vieram sem sinais de alerta para as campanhas democrata e republicana. O presidente enfrentou um voto de protesto de eleitores democratas tanto jovens quanto de origem árabe pelo que consideram o pouco empenho de Washington em conter a ação militar israelense em Gaza, que já deixou cerca de 30 mil mortos. Trump, por sua vez, viu novamente uma parcela expressiva, mesmo que minoritária, dos eleitores republicanos escolher a adversária Nikki Haley. Michigan foi um dos estados que lhe deram a vitória em 2016 e migraram para Biden quatro anos depois. (CNN)
Israel aceitaria interromper por até seis semanas a ofensiva militar na Faixa de Gaza antes do Ramadã, caso se chegue a um acordo para a libertação de reféns ainda em poder do grupo terrorista Hamas, revelou o presidente dos EUA, Joe Biden. Os americanos, juntamente com Catar e Egito, vêm tentando costurar um cessar fogo no Oriente Médio, mas fontes militares israelenses dizem que a declaração de Biden não foi combinada com o governo de Tel Aviv. Mês sagrado para os muçulmanos, o Ramadã começa no dia 10 de março. (AP)
Um comentário provocativo do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de enviar tropas da Otan para a Ucrânia, levou a um alerta de Moscou e a esforços dos líderes europeus para se distanciarem da sugestão. O Kremlin avisou que uma intervenção terrestre levaria a um confronto direto entre a aliança militar ocidental e as forças russas e classificou a discussão aberta sobre isso como “um novo elemento muito importante”. “É claro que isso não é do interesse desses países”, disse o porta-voz Dmitri S. Peskov. (New York Times)
Viver
Desenvolvedora da vacina contra a dengue, a Takeda anunciou uma parceria com a indústria indiana Biological E. Limited (BE) para ampliar a produção da Qdenga. O objetivo é acelerar o preparo das doses disponibilizadas aos países que passam por endemia da doença até 2030. O acordo prevê a oferta apenas para programas nacionais de imunização, como firmado com o Ministério da Saúde brasileiro. A BE terá capacidade de produzir 50 milhões de doses por ano, com expectativa de geração total de 100 milhões anuais até 2030 com a parceria. O Brasil se aproxima de 1 milhão de casos prováveis da doença, além de 195 mortes confirmadas e outras 672 em investigação, segundo dados de ontem. (Folha)
Cientistas do Carnegie Institution for Science identificaram três novas luas no Sistema Solar, duas em Netuno e uma em Urano. Os astrônomos explicam que a gravidade dos planetas provavelmente captou os astros enquanto eles passavam perto de suas órbitas. Denominado temporariamente de S/2023 U1, o satélite uraniano tem apenas 8 km de diâmetro e é o primeiro do planeta a ser descoberto em mais de duas décadas. Já a lua netuniana S/2002 N5 tem 23 km de diâmetro e é mais brilhante do que S/2021 N1, que também é menor, tendo 14 km de diâmetro. Com as descobertas, Urano chega a 28 satélites, e Netuno tem 16. (Giz Brasil)
O governo português aprovou uma mudança da lei de naturalização que pode beneficiar os milhares de brasileiros que vivem no país. Estrangeiros ainda precisam comprovar ao menos cinco anos de residência para pedir a nacionalidade, mas agora podem contar o tempo em que moram de forma irregular, caso de turistas ou estudantes que continuam em Portugal para trabalhar. Pela regra anterior, somente o tempo em situação legal era contado. Atualmente, há cerca de 350 mil pedidos de regularização pendentes, com os brasileiros formando a maioria. (Folha)
Cultura
O sucesso de bilheteria de Barbie não significa que as mulheres tiveram mais oportunidades no cinema em 2023. Um estudo produzido pela Universidade de San Diego descobriu que apenas 18% dos 100 filmes de maior bilheteria tinham mais personagens femininas do que masculinas e 5% tinham paridade de gênero. Enquanto isso, 77% desses longas tinham personagens predominantemente masculinos em papéis falados. Os pesquisadores também descobriram que o percentual de mulheres em papéis com falas diminuiu, passando de 37% em 2022 para 35% ano passado. Além disso, obras com protagonistas femininas caíram de 33% para 28%, bem abaixo dos 40% de 2019. O relatório mostra ainda que películas escritas ou dirigidas por mulheres tinham mais chances de terem protagonistas femininas do que quando dominadas por homens. (Variety)
Após quase 30 anos de atividades, o Natiruts (Spotify), uma das mais importantes atrações do reggae nacional, anunciou seu fim. O vocalista Alexandre Carlo e o baixista Luís Maurício, únicos remanescentes da formação original, informaram que turnê de despedida começará em Brasília, cidade natal da banda, em 8 de junho e deve terminar em 7 de dezembro, em Belém (PA). “Pessoalmente, a gente está mais feliz do que triste pelo legado que deixamos na música brasileira”, disse Alexandre Carlo. O Natiruts foi fundado em 1996 com o nome Nativus, trocado após um processo judicial movido pelo grupo gaúcho Os Nativos. Ainda com o nome antigo, lançaram de forma independente, em 1997 seu primeiro álbum, cujo sucesso Presente de um Beija-Flor lhes valeu reconhecimento nacional e um contrato com a EMI. (Rolling Stone)
Eloy Casagrande, responsável pelas baquetas do Sepultura (Spotify) desde 2011, surpreendeu os colegas ao anunciar que estava deixando o quarteto de heavy metal na véspera do primeiro ensaio para a turnê de despedida, chamada Celebrating Life Through Death. Casagrande disse apenas que pretendia se dedicar a outros projetos. O baterista americano Greyson Nekrutman foi anunciado como substituto. (Whiplash)
Cotidiano Digital
A Sony está demitindo cerca de 900 funcionários de sua divisão de jogos, equivalente a 8% de sua força global de trabalho. Os desligamentos afetarão vários de seus estúdios da PlayStation, incluindo o de Londres, que desenvolvia jogos para PlayStation VR e será fechado. “Após consideração cuidadosa e muitas discussões de liderança ao longo de vários meses, ficou claro que mudanças precisam ser feitas para continuar a crescer o negócio e desenvolver a empresa”, disse o chefe da PlayStation, Jim Ryan, em um e-mail interno. As baixas ocorrem após a Sony não bater a meta de vendas do PS5, fazendo as ações despencarem US$ 10 bilhões. (The Verge)
A Apple está cancelando seu projeto de longa data de construir um carro elétrico autônomo, segundo a Bloomberg. A companhia já começou a demitir algumas pessoas e muitos dos quase 2 mil funcionários envolvidos vão ser transferidos para projetos de inteligência artificial generativa. A desistência surge em um momento em que as principais montadoras reavaliam seus investimentos em automóveis elétricos e em meio a um maior escrutínio sobre carros autônomos. (TechCrunch)
A União Europeia vai investigar o acordo feito entre Microsoft e Mistral AI, que terá os modelos de inteligência artificial da startup francesa disponibilizados pela computação em nuvem da Azure. A medida sinaliza os esforços da gigante da tecnologia em oferecer uma variedade de IA, enquanto atrai mais clientes para seu serviço em nuvem. A Mistral tem código aberto e grandes modelos de linguagem (LLMs), semelhantes ao ChatGPT, da OpenAI, e também trabalha com Google e Amazon para distribuir seus modelos. (Folha)
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