Com popularidade em queda, Lula enquadra ministros

Com a queda na avaliação do governo, captada em diferentes pesquisas neste mês, o presidente Lula pretende usar a reunião ministerial de hoje para cobrar mais empenho na comunicação das ações do Executivo. Ele tem demonstrado cada vez mais impaciência quanto à apresentação de entregas e vai cobrar o resultado de programas já anunciados. Lula quer que os ministros rodem o país, deem entrevistas e ocupem os meios de comunicação divulgando ações positivas para contrabalançar repercussões negativas, que acabam afetando sua popularidade. As redes sociais dos ministros devem ser usadas não apenas para tratar de assuntos de suas áreas, mas de pautas do governo como um todo. E a primeira-dama Janja está decidida a assumir o controle da comunicação digital de Lula, conta Lauro Jardim. Ela quer transferir a administração das contas pessoais do presidente para Brunna Rosa, que integrou a campanha de 2022, e, desde a posse, chefia a Secretaria de Estratégia e Redes. (Globo)

Para fazer frente a esse cenário, Lula chamou o marqueteiro de sua campanha às eleições de 2022, Sidônio Palmeira, para uma reunião, no Palácio do Alvorada, na quinta-feira. O encontro teve como pauta as possíveis estratégias de comunicação para o governo e as redes sociais. (CNN Brasil)

Entre os evangélicos, o índice de reprovação do presidente chega a 62%. A tentativa de aproximação com esse grupo, conta Vera Rosa, tem sido conduzida pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). “A agenda do governo não nos afasta deste segmento. Ao contrário: ela nos aproxima porque cuida das famílias e dos filhos. Então, vamos reforçar isso”, diz Padilha. (Estadão)

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Os militares investigados pela trama golpista que mantiveram silêncio até agora pretendem fazer um “confronto de versões” em relação aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior, conta Bela Megale. Almir Garnier Santos, ex-chefe da Marinha, é um dos que deve seguir esse caminho. Ele foi o único comandante, segundo os relatos, que concordou com o golpe. O ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira também sinalizou interesse em um novo interrogatório, assim como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que falou até em uma acareação com os ex-comandantes. (Globo)

Confira os principais pontos dos depoimentos que colocam Jair Bolsonaro (PL) no centro da trama golpista. (g1)

Em seu primeiro evento público desde a divulgação da íntegra dos depoimentos sobre uma tentativa de golpe em 2022, Bolsonaro disse que não teme ser julgado. “Não tenho medo de nenhum julgamento, desde que os juízes sejam isentos”, disse. Durante o lançamento da pré-candidatura de Alexandre Ramagem (PL-RJ) à prefeitura do Rio de Janeiro, ele politizou as investigações contra o deputado federal, que é alvo da PF no caso da “Abin paralela”. “Curiosamente, quando ele (Ramagem) se lança candidato, o mundo cai na cabeça dele, assim como o mundo ainda cai na minha cabeça porque eu sou um paralelepípedo no sapato da esquerda.” (UOL)

Os questionamentos feitos pela PF sobre a tentativa de golpe desmontaram uma série de fake news alimentadas pelos aliados de Bolsonaro durante o seu mandato. (Folha)

Marcelo Godoy: “Se o depoimento de Freire Gomes era visto como o tiro de misericórdia em Bolsonaro, o do ex-comandante da FAB é a pá de cal. Mostram cada vez mais que a ação nas redes sociais e as ações de militares das Forças Especiais estavam umbilicalmente ligadas. Elas tinham o aspecto de uma operação psicológica, como objetivo preparar o terreno para a aceitação do golpe, o cancelamento das eleições, e a adesão da maior parte das Forças Armadas ao projeto de manter Bolsonaro no poder”. (Estadão)

Nas eleições municipais, ao menos nove ministros podem fazer campanha em suas capitais para adversários do PT. Apesar de Lula estar se esforçando para unificar sua base, não deve ter sucesso em vários casos. Em São Paulo, o racha está na chapa que venceu o pleito presidencial: Lula apoiará Guilherme Boulos (PSOL), enquanto Geraldo Alckmin (PSB) deve ser o principal cabo eleitoral de Tabata Amaral (PSB), juntamente com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), deve estar no palanque do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que deve contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No Rio de Janeiro, a tendência é que o PT apoie o prefeito Eduardo Paes (PSD). Mas o PSOL, que tem uma ministra, deve lançar Tarcísio Motta (PSOL-RJ) na disputa. Belo Horizonte, Belém, Curitiba, São Luiz, Macapá também têm bola dividida. (Folha)

Como estava mais que previsto, Vladimir Putin conquistou um novo mandato de seis anos como presidente da Rússia. Com 50% dos votos apurados, Putin tinha 87,3%. A participação nos três dias de votação foi de 73,33%. A vitória de Putin nunca esteve em dúvida, mas o percentual de votos é o maior das suas cinco vitórias presidenciais. O resultado cumpre o objetivo de uma vitória esmagadora que reforce a afirmação de Putin de que os russos apoiam incondicionalmente seu líder e a invasão da Ucrânia. Para Nikolai Petrov, da Chatham House, o resultado torna a Rússia uma “autocracia totalmente consolidada”. A campanha eleitoral, com três candidatos que não criticaram o presidente, foi ofuscada pela morte na prisão, no mês passado, do principal opositor de Putin, Alexei Navalny. (Politico)

Em seu discurso de vitória, Putin afirmou que o resultado é um sinal “de que somos todos irmãos em armas”. Ele agradeceu aos soldados que lutam na Ucrânia e prometeu “completar os objetivos da operação militar especial, tornando o Exército mais forte”. (Folha)

O último dia de votação foi marcado por protestos contra o domínio autoritário de Putin. Por volta do meio-dia, longas filas foram formadas para votar contra ele, respondendo ao apelo que havia sido feito por Navalny antes de morrer. (Washington Post)

Aos 71 anos, Putin está no poder desde 2000, há mais tempo do que qualquer outro líder russo desde o ditador soviético Joseph Stalin. E há pouco que o impeça de permanecer. (BBC Brasil)

Golpe? Não fui eu!

Orlando Pedroso

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Viver

A onda de calor que atinge cinco estados do país fez o Rio de Janeiro bater recorde de sensação térmica ontem, de acordo com o Sistema Alerta Rio. O município registrou 62,3ºC de sensação térmica na estação de Guaratiba, a maior registrada desde 2014, quando o órgão começou a fazer as medições. O recorde anterior havia sido no sábado, com 60,1°C, no mesmo local. Com 34,7°C, São Paulo teve no sábado o dia mais quente do ano e a maior temperatura para o mês de março em ao menos 81 anos. Com as altas temperaturas, o Brasil também registrou recorde histórico de demanda de energia elétrica. A onda de calor deve se estender até quarta-feira, quando começa o outono. (g1)

Enquanto isso... um estudo da Fiocruz publicado no portal Scientific Reports sugere que o motivo de a dengue estar se espalhando pelas regiões Sul e Centro-Oeste são as ondas de calor causadas pelas mudanças climáticas. As altas temperaturas estão associadas à urbanização incompleta, grande circulação de pessoas em certas áreas e degradação ambiental, principalmente no Cerrado. Segundo Christovam Barcellos, autor da pesquisa, o aumento de temperaturas em alguns desses estados está se tornando quase permanente. “Isso dispara o processo de transmissão de dengue, tanto por causa do mosquito quanto pela circulação de pessoas.” (Globo)

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Mais de 60% das áreas desmatadas na Amazônia e recuperadas em um período de 15 anos foram novamente devastadas, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). A análise constata ainda que, ao longo desses anos, a proporção entre o que foi destruído e o que vem se regenerando tem ficado cada vez menor. Em 2018, por exemplo, essa taxa era de 24%. Nos anos seguintes, caiu: em 2021 era 23,5% e em 2022, 22%. Segundo o Inpe, o avanço da perda florestal acompanhou, principalmente, o percurso dos rios usados pelo garimpo ilegal. (g1)

Cultura

A greve do sindicato dos atores e roteiristas de Hollywood terminou em novembro, após quatro meses de paralisação. O valor do prejuízo causado ainda não é consenso entre economistas. O Instituto Milken, da Califórnia, apontou que as perdas ficaram entre US$ 3 bilhões e US$ 6 bilhões. Recentemente, a Universidade da Califórnia divulgou uma projeção que contabilizava perda de US$ 1,4 bilhão. Segundo os pesquisadores, a nova pesquisa oferece resultados mais precisos, porque os cálculos levam em consideração a reestruturação da indústria nos últimos anos, que resultou numa produtividade menor dos estúdios. Além disso, muitas empresas tinham produções já gravadas, o que permitiu lançamentos de filmes e séries mesmo durante a paralisação. (Folha)

Para ler com calma. O que Paulo Coelho, Manuel Bandeira e Clarice Lispector têm em comum? Considerados ícones da literatura brasileira, cada um criou sua persona pública, marcando o imaginário social e cultural. No livro recém-lançado O Mago, o Santo, a Esfinge (Todavia), o crítico e professor da USP Fernando Antonio Pinheiro Filho analisa como eles se tornaram personagens distintos da literatura. A partir dos escritos do trio, além de depoimentos, entrevistas e fatos biográficos, os ensaios que compõem o livro examinam como a imagem “indecifrável” de Clarice Lispector e a condição marginal de Paulo Coelho no campo literário do país afetaram a percepção do público e seu prestígio na crítica, e a relação entre suas vidas sociais e literárias. (Folha)

Morreu na manhã de ontem, aos 73 anos, o cantor e compositor Steve Harley, vocalista da banda de glam rock britânica Cockney Rebels (Spotify). O músico foi recentemente diagnosticado com câncer. A banda capitaneada por Harley ficou conhecida nos anos 1970 pelo hit Make Me Smile (Come Up and See Me) (Spotify), que alcançou o primeiro lugar nas paradas britânicas. Ele dividia os palcos, na formação original, com Jean-Paul Crocker, o baterista Stuart Elliott, o baixista Paul Jeffreys e o guitarrista Nick Jones. O músico chegou a fazer uma turnê em carreira solo na década de 1980 e comandou um programa na rádio BBC. (g1)

Cotidiano Digital

A Meta venceu um recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo contra a proibição de usar seu nome no Brasil em um processo movido por uma empresa brasileira de mesmo nome. A decisão, publicada no fim de fevereiro, dava 30 dias para a dona do Facebook deixar de usar a marca no país. A brasileira Meta Serviços e Informática argumenta no processo que já detinha os direitos sobre o nome antes da big tech e, por isso, foi citada erroneamente em mais de 100 ações judiciais. A empresa brasileira pode recorrer e, em nota, reafirmou ser a proprietária dos direitos do nome no Brasil e acreditar que a lei deve ser seguida. (Olhar Digital)

Já uma psicóloga que integrava o grupo de especialistas da Meta pediu demissão ao alegar que a big tech “fecha os olhos” para conteúdos prejudiciais no Instagram. A dinamarquesa Lotte Rubæk, que estava no grupo há pelo menos três anos e era conselheira na área de prevenção ao suicídio, disse que a empresa ignorou os conselhos de especialistas e colocou o lucro à frente das pessoas. Segundo ela, a plataforma não removeu imagens de automutilação, contribuindo para o aumento de suicídios. (Guardian)

O Google demitiu milhares de funcionários nos últimos meses e a empresa está acelerando mudanças em outra área também: a alimentação. Desde oferecer recipientes menores a preparar alimentos apenas sob demanda, a big tech encontrou maneiras de reduzir custos e o desperdício de alimentos, mas sem abrir mão de um dos benefícios mais amados pelos profissionais da empresa. Atualmente, a companhia serve mais de 240 mil refeições por dia nos 386 refeitórios que compõem suas operações globais. Em 2022, a empresa começou a reduzir o desperdício por funcionário pela metade e fechou restaurantes pouco utilizados, além de utilizar sobras em novos pratos. (Bloomberg Línea)

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