Lula quer ministros em campanha pelo governo
O presidente Lula usou a primeira reunião do ano com seus ministros para enviar um recado direto: é hora de colher e não de criar novos programas. “O presidente pediu que cada ministro procure revisitar tudo o que lançou. Ele não quer ver anunciando novos programas, novas ações, mas concretizar o que foi lançado. Já tem um portfólio robusto. Os resultados do governo e da economia têm que ser agregados em indicadores que sejam compreendidos pela população”, explicou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após o encontro, que durou pouco mais de quatro horas. Sob pressão pela queda de popularidade registrada em diferentes pesquisas, Lula cobrou que os ministros viajem mais e divulguem os feitos do governo. O ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, minimizou eventuais problemas na área e afirmou que o governo vai investir na segmentação via redes sociais. Lula também pediu que as eleições municipais fiquem em segundo plano e se queixou dos números da dengue. E disse que é preciso fazer os recursos renderem, possibilitando que as ações que estão no Orçamento sejam entregues. (Globo)
Lula também disse que quer ser avisado das crises antes de os problemas ganharem grande proporção, conta Vera Rosa. Ao se dirigir a Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), às vezes fala mal do ministro. “Às vezes, não, presidente. Fala todo dia”, respondeu Padilha. Lula prometeu organizar um “aperitivo” para Padilha e Lira fazerem uma “DR” — discutir a relação. (Estadão)
Segundo interlocutores, na parte fechada do encontro, Lula desdenhou das pesquisas, lembrando que em 1989, contradizendo os levantamentos, foi para o segundo turno com Fernando Collor. Ministros explicaram, conta Igor Gadelha, que o presidente recorreu à lembrança para dizer que pesquisas são retratos do momento e que é preciso ter calma ao analisar os resultados. (Metrópoles)
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que uma política econômica pragmática é capaz de guiar as expectativas de mercado. “Quando a política econômica do governo é consistente, pragmática e responsável, não são as expectativas de mercado que a guiam, é ela que guia as expectativas do mercado”, disse. Na agenda do ano, mencionou, entre outras prioridades, a regulamentação da reforma tributária e o Desenrola para pequenas empresas, assim como a revisão das dívidas estaduais. (Estadão)
Lu Aiko Otta: “Lula aproveitou para avisar que cortes no Orçamento às vezes são necessários. O governo divulga nesta sexta-feira o primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do ano, que analisa o comportamento das contas públicas e indica se é ou não necessário conter despesas para cumprir as regras fiscais. A aposta majoritária nos bastidores é que seja anunciado um bloqueio de despesas”. (Valor)
Ao abrir a primeira reunião ministerial do ano, o presidente Lula comentou a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe para manter seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), no poder. Segundo ele, além das recusa de alguns dos ex-comandantes das Forças Armadas, o golpe não aconteceu porque o ex-presidente seria “um covardão”. “Ele não teve coragem de executar o que planejou, ficou dentro de casa aqui no Palácio chorando quase um mês, e preferiu fugir para os EUA do que fazer o que tinha prometido.” (UOL)
Aliados de Bolsonaro e alvos da investigação da Polícia Federal rechaçam a versão de que o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ameaçou prender o ex-presidente se ele insistisse numa trama golpista, conta Jussara Soares. Para eles, trata-se de uma tentativa de tirar a suspeição de omissão e prevaricação do militar. Também argumentam que Bolsonaro não ouviria uma ameaça de prisão sem reação. O senador Ciro Nogueira, ex-ministro-chefe da Casa Civil, criticou o general: “Está absolutamente provado que há um criminoso. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o ‘golpe’ ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido”. (CNN Brasil e Poder360)
Para ler com calma. Marcelo Godoy analisa áudio do comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, gravado clandestinamente em 18 de janeiro de 2023, que ajuda a explicar por que não houve golpe. Bem antes da delação de Mauro Cid e dos depoimentos dos ex-comandantes militares, Paiva apontou excessos na relação entre as Forças Armadas e o governo e a necessidade de separar caserna e política, assim como do respeito à autoridade. “Prestamos continência à autoridade; se não, não é Exército, não é Força Armada, vira milícia, vira bando.” (Estadão)
Meio em vídeo. Você já ouviu o instante exato em que aconteceu o golpe de 1964? Ele mostra a natureza crua de como um golpe acontece. Ele ensina muito sobre o golpe que foi planejado em 2022. Assista ao Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)
O Programa Mundial de Alimentos da ONU, declarou ser iminente um estado de fome generalizada no norte da Faixa de Gaza. Segundo a entidade humanitária, a escassez de alimentos atinge 70% da população na área e pode colocar vidas em risco caso a operação militar israelense se prolongue. Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, disse que a fome “está sendo usada como arma de guerra”. Ainda ontem Israel ocupou mais uma vez o hospital Shifa, onde milhares de palestinos estão refugiados, alegando que integrantes do Hamas se reagruparam dentro do complexo, o maior de Gaza. (AP)
Para ler com calma. Uma análise dos números divulgados pelo Hamas indica que o total de mais de 30 mil mortos em Gaza pode ser falso. Entre as “anomalias” apontadas está a linearidade das informações. “Seria de se esperar um pouco de variação dia a dia. Na verdade, a contagem diária de vítimas relatada durante este período é em média de 270, com variação de 15% para mais ou para menos. Esta é uma variação surpreendentemente pequena. Deve haver dias com o dobro ou mais da média e outros com metade ou menos.” (Tablet)
A mais corrupta eleição já realizada na Rússia. Assim o grupo de observação independente russo Golos (Voz) classificou o pleito deste fim de semana que deu a Vladimir Putin mais um mandato de seis anos como presidente. “Nunca antes vimos uma campanha presidencial tão distante dos padrões constitucionais”, disse a organização. Dos cinco candidatos que inicialmente enfrentavam Putin, dois foram retirados da disputa após críticas à invasão da Ucrânia e os outros três jamais fizeram oposição de fato. (Guardian)
Em um grande evento na Praça Vermelha, sob uma faixa celebrando o 10º aniversário da tomada da Crimeia dos ucranianos, Putin sinalizou que a guerra continuará e, em tom expansionista, apelou à união para trazer o povo do leste da Ucrânia “de volta à casa da família”. (New York Times)
Viver
O Brasil registrou recorde de casos prováveis e confirmados de dengue ao alcançar um total de 1.889.206, segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados ontem. Essa é a maior taxa da série histórica, iniciada em 2000. Até então, o maior número era de 1.688.688 em 2015. O total de registros também é alarmante frente ao mesmo período do ano passado, quando havia 400.197 infectados. Neste ano, 561 mortes já foram confirmadas e outras 1.020 seguem sendo investigadas. (Metrópoles)
Após denúncias de sucateamentos das instalações de hospitais federais no Rio, alvo de críticas até dentro do governo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, demitiu ontem o diretor do Departamento de Gestão Hospital da pasta, Alexandre Telles, um de seus auxiliares mais próximos. (g1)
O desmatamento na Amazônia Legal em janeiro e fevereiro foi o menor em seis anos, segundo dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Foram derrubados 196 km² de florestas na região, redução de 63% em relação aos 523 km² desmatados no mesmo período do ano anterior. A Amazônia Legal abrange Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, correspondendo a 59% do território brasileiro. (g1)
Tabloides britânicos publicaram fotos dos príncipes de Gales, Kate e William, fazendo compras no último sábado. Segundo uma testemunha, os dois pareciam “felizes, relaxados e saudáveis”. A princesa está afastada da vida pública desde 16 de janeiro, quando fez uma cirurgia abdominal, e rumores sobre seu estado de saúde se intensificaram após ela divulgar uma foto manipulada sorrindo com os três filhos. (Estadão)
Panelinha no Meio. Quer fazer uma receita sem carne e com muito sabor? Uma boa opção é esta berinjela assada com tahine e mel, que ainda leva um azeite aromatizado de tomilho. Manda bem tanto como prato principal quanto como acompanhamento.
Cultura
Composta por Milton Nascimento, a canção Para Lennon e McCartney ganhou uma nova versão com Elis Regina. A faixa conta com a voz inédita da cantora, recuperada a partir de arquivos de estúdio, passando por um processo de restauração e remasterização adicionado a um novo arranjo. A produção é de João Marcello Bôscoli, filho da cantora, e está sendo divulgada na rádio Nova Brasil, mas também pode ser ouvida em seu Instagram. (Folha)
Já os áudios de dois shows de João Gilberto em San Francisco foram revelados pelo pesquisador e DJ Pedro Fontes em seu canal no YouTube. As apresentações ocorreram em 25 e 26 de julho de 2003, no Masonic Auditorium, e tem preciosidades como Você Vai Ver, de Tom Jobim, que ainda não tinha registro na voz do cantor, além de Samba do Avião e Às Três da Manhã, que nunca foram gravadas por ele em estúdio. Fontes encontrou as gravações no Internet Archive, disponibilizadas pelo San Francisco Jazz Festival. (Globo)
O artista britânico Banksy, de identidade ainda desconhecida, confirmou ontem a autoria de um mural grafitado ao lado de um edifício de quatro andares, no domingo, em Londres. A obra mostra respingos de tinta verde atrás de uma árvore podada, assemelhando-se a folhagem perdida. No canto, há a imagem de um homem segurando uma mangueira de pressão, que derrama a tinta na parede. Ao postar uma foto da obra em seu perfil no Instagram, reivindicando o trabalho, um grupo de curiosos correu até o local para fazer um registro. (IstoÉ)
Cotidiano Digital
A Apple pode fechar uma parceria com o Google para utilizar os serviços de inteligência artificial da rival no próximo iPhone. O objetivo é usar o Gemini para abastecer os recursos de IA generativa previstos para o iOS 18 e a nova geração de iPhones. As negociações entre as big techs estão em andamento. Na parceria, a dona do iPhone pode pagar à rival uma taxa para que o Gemini seja seu mecanismo principal de IA generativa ou o Google pode investir para garantir a preferência do serviço como padrão. A Apple também mantém conversas com a OpenAI. (Bloomberg)
Já a Nvidia anunciou a criação de seus novos chips de IA, com GPUs que devem superar o modelo H100, atualmente o mais utilizado para processamento de modelos de aprendizagem profunda. Segundo a companhia, a GPU Blackwell B200 conta com mais de 208 bilhões de transistores, podendo executar grandes modelos de linguagem (LLMs) com trilhões de parâmetros em tempo real. O GB200 pode reduzir custos e consumir até 25 vezes menos energia que o H100. Gigantes de tecnologia, como Amazon, Microsoft e Oracle, já estariam planejando adotar os novos chips. (The Verge)
E um artigo científico com imagens geradas por IA acendeu o alerta da comunidade internacional para a chegada dessa tecnologia à produção acadêmica. A pesquisa, assinada por dois pesquisadores da China, foi publicada na Frontiers e tinha como foco as funções de células-tronco germinativas em pequenos mamíferos. Só que continha ilustrações fantasiosas de um roedor geradas pelo Midjourney e palavras inexistentes, como as supostas células “Iollotte sserotgomar” e “testtomcels”. A Frontiers se retratou e excluiu o material. As principais revistas acadêmicas, como Springer Nature e Science, já restringem o uso de imagens criadas por IA. (Folha)
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