PF indicia Bolsonaro por fraude em cartão de vacinação

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, revela Daniela Lima. O caso se refere à falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19 para ele, a filha Laura e outras pessoas, para que pudessem entrar nos Estados Unidos. Foram indiciadas outras 16 pessoas, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, que admitiu ter organizado a fraude e, em depoimento, afirmou que a ordem partiu de Bolsonaro. Segundo a PF, o então ajudante de ordens encaminhou os dados falsos ao ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, que os repassou a João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ) e responsável por inserir as informações no sistema do SUS. Os certificados, relatou Cid, foram impressos no Palácio da Alvorada e entregues em mãos ao ex-presidente. Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, classificou o indiciamento como “lamentável” e “absurdo” e disse não ter tido acesso ao inquérito, que vê como “perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital político que só vem crescendo”. O inquérito da PF vai ser analisado pelo Ministério Público, a quem cabe transformar ou não o indiciamento em denúncia. (g1)

A PF aguarda informações do governo americano para determinar se Bolsonaro e outros investigados utilizaram os certificados falsos de vacinação para entrar no país em 30 de dezembro de 2022. Na época, os EUA exigiam a comprovação de vacinação. Em caso de resposta afirmativa, podem ser identificadas “novas condutas ilícitas”. (Globo)

O relatório da PF indica que as adulterações dos documentos nos sistemas do Ministério da Saúde podem ter sido realizadas durante o planejamento da suposta tentativa de golpe de Estado para permitir que os integrantes tivessem os documentos necessários para entrar ou permanecer no exterior após o desfecho do 8 de janeiro. (Metrópoles)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes estipulou prazo de 15 dias para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o relatório da PF. (Estadão)

O indiciamento não foi a única má notícia para Mauro Cid. O comandante do Exército, general Tomás Paiva, vetou a promoção por tempo de serviço do tenente-coronel ao posto de coronel, que poderia acontecer em abril. Pelas regras das Forças Armadas, ele só ficaria impedido de receber a promoção caso se tornasse réu em processo, o que ainda não aconteceu. Porém, a avaliação na caserna é que a passagem de Cid a coronel em meio às investigações seria prejudicial à imagem do Exército. (Globo)

Apesar de ter ficado preso por quatro meses, Cid recebeu de seu chefe nota máxima por seu desempenho profissional em 2023. À época, o Comando de Operações Terrestres era liderado pelo general Estevam Theophilo, um dos alvos da PF na investigação sobre a trama golpista. E o chefe direto de Cid era o general Alexandre Oliveira Cantanhede Lago. (Folha)

Meio em vídeo. Os mais afoitos por uma prisão de Bolsonaro, de generais golpistas e de todo tipo de cúmplice nos crimes que vêm sendo investigados precisam ter paciência. Se tem uma lição da Lava Jato que deve ser aprendida é que, para não ver tudo desmontado, mesmo a parte legítima de um processo, é fundamental que haja lisura em todas as suas etapas. O devido processo legal é o que vai garantir o começo do fim do bolsonarismo. Confira o que pensa Flávia Tavares no Cá Entre Nós. (YouTube)

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O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa da Jair Bolsonaro (PL) em 2022, pediu ao tenente-coronel Mauro Cid que levantasse com o PL dinheiro para bancar a ida a Brasília dos chamados “kids pretos”, apelido de uma tropa de elite do Exército, a fim de participarem de manifestações bolsonaristas. Como conta Malu Gaspar, a informação foi dada pelo próprio Cid após a Polícia Federal encontrar em seu celular uma mensagem em que ele oferece ao major Rafael Martins de Oliveira auxílio de R$ 100 mil para a viagem. Para a PF, essa é uma importante prova da ligação entre o movimento golpista de Bolsonaro e seu entorno e a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. (Globo)

Vera Rosa: “O STF vai punir Bolsonaro e outros militares que armaram a trama golpista. Trata-se de um desfecho dado como favas contadas pela caserna. Nos bastidores, porém, integrantes do Alto Comando do Exército mostram preocupação com o julgamento de oficiais que, embora sabendo do plano para impedir a posse do presidente Lula, nada fizeram. Há no STF uma divergência em relação a esse ponto”. (Estadão)

No Meio Político desta semana, Pedro Doria relembra a primeira campanha eleitoral moderna feita no Brasil, na candidatura presidencial de Ruy Barbosa em 1910. Enfrentando o marechal Hermes da Fonseca, o velho advogado baiano sabia não ter chances, mas correu o país para transmitir uma única mensagem: militares devem ficar longe da política. Estava certo e ainda está. Confira no Meio Político, disponível às 11h exclusivamente para assinantes premium. O que está esperando? Assine.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou ontem a homologação, pelo Supremo Tribunal Federal, da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes. Preso, Lessa é acusado de ser um dos executores do crime, ocorrido há seis anos. “Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, disse o ministro. Na semana passada, o caso subiu para o STF devido ao foro privilegiado de um dos investigados, cujo nome não foi revelado. Na delação homologada por Alexandre de Moraes Lessa teria entregado os mandantes e as circunstâncias do crime. (g1)

Fontes do STF disseram a Guilherme Amado que Lessa teria citado o deputado federal Chiquinho Brazão como um dos envolvidos. Essa menção é que teria feito o caso ir para o Supremo. Chiquinho Brazão é irmão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, que, segundo o Intercept Brasil, foi mencionado como mandante do crime. (Metrópoles)

Isto é um trabalho para o Super Marqueteiro

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Viver

Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostra que 2023 foi o ano mais quente da história. Também quebrou uma série de máximas globais, como temperaturas nos oceanos, aumento no nível do mar e no degelo da Antártica. Na avaliação da OMM, 2023 também foi 1,45°C mais quente do que a média registrada entre 1850 e 1900. A secretária-geral, Celeste Saulo, afirma que a humanidade nunca esteve tão perto de ultrapassar o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Além das altas temperaturas, o documento destaca a ocorrência de outros eventos climáticos extremos no período, como inundações, secas e incêndios florestais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, ressalta que “sirenes estão soando em todos os principais indicadores” sobre o clima. (Folha)

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Das 100 cidades mais poluídas do mundo, 83 são indianas, incluindo as quatro primeiras do ranking (Begusarai, Guwahati, Delhi e Mullanpur), indica o 6º Relatório Anual de Qualidade do Ar no Mundo, elaborado pela empresa suíça IQAir. O estudo trata especificamente da PM2.5, a menor e mais perigosa partícula poluidora conhecida. Produzida pela queima de combustíveis fósseis, por incêndios florestais e poeira, a PM2.5 entra na corrente sanguínea pelos pulmões e está associada a doenças como asma e câncer. (CNN)

Apesar de o índice de casos de dengue em 2024 se concentrar mais em adolescentes entre 10 e 14 anos, a doença tem atingido com maior gravidade crianças de até cinco anos. É o que mostra um levantamento do Observa Infância da Fiocruz. O grupo de cinco a nove anos é o segundo com mais taxas de letalidade pelo vírus. Para o coordenador Cristiano Boccolini, o Ministério da Saúde acerta em priorizar a imunização dos jovens entre 10 e 14 anos, por ter mais casos, e ressalta a importância da vacinação. Ele recomenda que o próximo grupo contemplado seja o das crianças que mais morrem proporcionalmente pela dengue. (Globo)

Cultura

O Spotify anunciou ontem que, no ano passado, pagou US$ 4,5 bilhões em direitos a artistas independentes ou de pequenas gravadoras. O montante corresponde à metade do total pago pela plataforma à indústria da música. Além disso, a empresa informou que mais da metade dos 66 mil artistas que geraram mais de US$ 10 mil em 2023 veio de países de língua não inglesa – com predomínio de espanhol, alemão, português, francês e coreano. Porém, salvo nos casos de artistas totalmente independentes, o dinheiro vai primeiro para o detentor dos direitos – em geral, gravadoras –, que repassa a cantores, músicos e compositores de acordo com seus próprios contratos. (Variety)

O marinheiro mais icônico das animações vai voltar aos cinemas. O novo live action de Popeye está sendo produzido pela Chernin Entertainment, que trabalhou no filme Ford vs Ferrari e na nova trilogia de Planeta dos Macacos, e conta com a participação do roteirista Michael Caleo, de The Sopranos. A primeira versão do marinheiro apaixonado por Olívia Palito (e por espinafre) nas telonas foi protagonizada por Robin Willians e dirigida por Robert Altman, em 1980, arrecadando mais de US$ 60 milhões nas bilheterias. O personagem foi criado nos quadrinhos por Elzie Crisler Segar, em 1929. (Omelete)

Morreu na madrugada de ontem, em consequência de um ataque cardíaco, o fundador da Livraria Cultura, Pedro Herz, aos 83 anos. Membro de uma família judia que fugia do nazismo, ele nasceu em São Paulo em 28 de maio de 1940. Sua mãe, Eva, criou em casa um serviço de empréstimo de livros, fundando a Biblioteca Circulante, em 1947, que mais tarde, ganharia corpo e seria transferida para uma loja no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, dando lugar à Livraria Cultura, em 1969. O espaço se tornou um dos pontos culturais mais importantes da cidade. Mas, a empresa, que contou com 18 filiais em diferentes estados, passou por problemas financeiros nos últimos anos, com pedido de recuperação judicial em 2018 e falência em 2023. (Exame)

Cotidiano Digital

A Meta quer reduzir o preço de assinatura sem anúncios do Instagram e do Facebook na Europa para resolver questões regulatórias, passando de 9,99 euros para 5,99. A companhia lançou o serviço em novembro, depois que reguladores questionaram as políticas para a coleta e processamento de dados dos usuários. A assinatura permite o uso das redes sociais da Meta sem coleta de dados. Com isso, a big tech esperava conseguir o consentimento definitivo da Comissão Europeia e adequação à Lei de Mercados Digitais. No entanto, a cobrança provocou reclamações dos consumidores, já que cobra do usuário o direito à privacidade. (The Verge)

Aliás, o Facebook está trazendo as “cutucadas” de volta. A rede social anunciou que melhorou as sugestões sobre quem cutucar na plataforma. Segundo a companhia, essas pequenas mudanças aumentaram a utilização do recurso em 13 vezes no mês passado, sendo mais da metade das interações realizadas por jovens entre 18 e 29 anos. Essa é uma das funções mais antigas do Facebook, mas por conta da perda de popularidade, estava escondida. (TechCrunch)

Seria o TikTok o novo Google? Para a geração Z, já é. Em 2022, um estudo do Google revelou que 40% dos jovens usavam o aplicativo chinês como ferramenta de busca. Dois anos depois, pesquisa da Adobe mostra que 64% dos nascidos entre 1995 e 2010 já trocaram o Google pelo TikTok. O buscador, no entanto, segue no topo dos mecanismos mais usados, mas os números revelam uma mudança de hábitos nas novas gerações graças ao algoritmo e ao formato de vídeos curtos do TikTok. Para correr atrás do prejuízo, o Google tenta aperfeiçoar seu mecanismo de busca com inteligência artificial – já em fase de testes no Brasil. (Folha)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o novo robô humanoide da Tesla, o Optimus Gen 2. Chegará o dia em que cada família terá um robô para cuidar das tarefas domésticas? Confira. (YouTube)

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