Meio

Novo corte na Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu pela sexta vez seguida a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,75% ao ano. Também alterou a sinalização sobre seus próximos passos, indicando que um corte da mesma intensidade ocorrerá apenas na próxima reunião, em maio. “Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”, diz o texto. Em linha com o que o mercado esperava, o Copom manteve o ritmo que vem sendo aplicado desde agosto, quando começou a flexibilização. (Folha)

A avaliação negativa do governo Lula no mercado financeiro disparou entre novembro e março, indica pesquisa da Genial/Quaest divulgada ontem. A parcela de economistas, gestores e traders que veem o governo dessa forma saltou de 52% para 64%, enquanto a avaliação positiva recuou de 9% para 6%. A opinião “regular” também caiu, de 39% para 30%. Já a avaliação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, subiu de 43% para 50%, com a negativa despencando de 24% para 12%. Apesar disso, 71% dos entrevistados avaliam que a economia está “na direção errada” e 99% duvidam que a meta de déficit zero em 2024 será cumprida. (UOL)

Apesar da descrença do mercado, Haddad informou a Lula que o bloqueio no Orçamento deve ser inferior a R$ 5 bilhões. Fontes disseram ao Blog da Julia Duailibi que o montante deve ficar em R$ 3 bilhões. O presidente comemorou a notícia com os integrantes da equipe econômica, e o Ministério do Planejamento ainda vai definir onde serão os cortes. O relatório bimestral de receitas e despesas será apresentado amanhã. A previsão é de um déficit entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões, dentro da banda do arcabouço fiscal, sem necessidade de mudança da meta. O mercado chegou a prever déficit de R$ 40 bilhões. (g1)

Enquanto isso... pela quinta vez seguida, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, banco central americano), decidiu manter a taxa de juros entre 5,25% a 5,50% ao ano. E reiterou que, antes de cortar os juros, espera ter mais confiança de que a inflação atingirá a meta de 2%. (Bloomberg Línea)

A Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei que limita as saídas temporárias de presos, a chamada “saidinha”. A proposta foi aprovada em votação simbólica. O texto passou no Senado em fevereiro com modificações e, por isso, teve de voltar à Casa. Agora, segue para sanção ou veto presidencial. Mas não está claro se Lula vai ou não sancionar o texto, que tramitou por 13 anos. O PL mantém as “saidinhas” apenas para presos em regime semiaberto que estudam. O autor do projeto, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), afirma que a versão final desvirtua a proposta original, “acabando com o mecanismo de ressocialização”. (UOL)

Entenda o que muda com a decisão dos parlamentares. (BBC Brasil)

A Presidência da República encontrou todos os 261 bens do patrimônio Palácio da Alvorada que estavam desaparecidos e foram motivo de tensão entre os casais Lula da Silva e Bolsonaro. Durante a transição de governo, Lula e a primeira-dama Janja reclamaram das condições da residência oficial e apontaram a falta de alguns móveis após a mudança de Jair Bolsonaro (PL) e sua mulher Michelle. A falta desses itens foi um dos motivos para o gasto de R$ 196,7 mil em móveis de luxo. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, “os bens foram encontrados em dependências diversas da residência oficial” e “houve um descaso com onde estavam esses móveis”. Bolsonaro reagiu e disse que houve “falsa comunicação de furto” por Lula. (Folha)

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios denunciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. O “Zero Quatro” foi investigado por supostamente usar um documento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. Segundo as investigações, ele e seu sócio Maciel Alves contraíram ao menos três empréstimos. (Globo)

A entrevista coletiva do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apenas para anunciar a homologação pelo STF da delação do ex-PM Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes, irritou Monica Benício, viúva de Marielle, que esperava ver exposto o nome do mandante. “Esse pronunciamento do ministro em nada colabora com a esperança, apenas aumenta as especulações e uma disputa de protagonismo público que não honram as duas pessoas assassinadas”, escreveu nas redes sociais. Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, defendeu o colega, dizendo que “é uma demonstração ao Brasil de que as instituições de Justiça seguem comprometidas com a resolução do caso”. (Folha)

E no dia seguinte à homologação da delação premiada de Lessa, sua defesa anunciou que está deixando o caso. Os advogados Fernando Santana e Bruno Castro representavam Lessa, que está preso desde 2019, em 12 processos. “Por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores”, afirmaram em nota. (g1)

Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, a editora-executiva Flávia Tavares recebe o professor, cientista político e advogado Rodrigo Lentz, especialista em poder militar. Na entrevista, eles passam pela formação dos oficiais do Exército, as causas e os efeitos da tentativa de golpe de 8 de janeiro. O especialista também se debruça sobre o golpe de 1964 e suas consequências – ou a falta delas –, como a anistia para os militares e a expectativa de conciliação das vítimas com aqueles que derrubaram a democracia brasileira. (YouTube)

Mais Meio em vídeo. Como se dá um golpe de Estado? E quais foram as reais chances do golpe planejado por Jair Bolsonaro ter sucesso? Veja o que pensa Pedro Doria, no Ponto de Partida. (YouTube)