Peças se arrumam para nova denúncia contra Temer
O empresário Joesley Batista tem até hoje para entregar novos áudios de conversas com políticos à Procuradoria-Geral da República. A cobrança, de acordo com Mônica Bergamo, veio da Polícia Federal que descobriu, durante a perícia do gravador, que alguns arquivos haviam sido apagados. As registros parecem envolver, entre outros, o deputado do PT Gabriel Guimarães e a irmã do doleiro Lúcio Funaro. Segundo o Painel, a defesa do presidente Michel Temer vai acusar Batista de ter tentado omitir provas, questionando a neutralidade da acusação. (Folha)
Já está novamente nas mãos do ministro Edson Fachin a delação premiada do doleiro. O ministro havia pedido ajustes, a Procuradoria-Geral da República os fez. Segundo Matheus Leitão, Funaro conta ter entregue várias malas de dinheiro nas mãos do ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos homens fortes de Temer.
A prática do MP tem sido, ao tornar público um ato atrelado a uma delação, tornar também pública a delação. Mas os procuradores estão indecisos a respeito do que fazer no caso Funaro. Terão de tornar pública a denúncia contra Temer, pois ela será submetida ao plenário da Câmara. Porém fica o debate: como se trata de uma denúncia contra o presidente da República, ainda não definiram se devem pedir que a delação seja tornada pública também ainda que antes da permissão dos deputados para a continuidade do processo. (Globo)
Aliás... Janot reiterou ao Supremo pedido para investigar Michel Temer por corrupção no Porto de Santos. Afirma que há fatos novos por conferir.
Ainda não é certo se Cármen Lúcia levará ao plenário do Supremo o pedido de suspeição de Gilmar Mendes no caso Barata. Pelo menos cinco ministros se mostraram insatisfeitos com Gilmar pelos embates com Janot, reuniões frequentes com o presidente Temer e a maneira como agiu no julgamento do TSE. Mas há o risco de se fecharem no corporativismo: temem que, ao questionar sua atuação, podem abrir a porta para serem questionados no futuro. (Folha)
Almoçaram ontem, em Brasília, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o delegado Rogério Galloro. Clima descontraído. O delegado é candidato a assumir o cargo de Daiello, informa a Coluna do Estadão.
O governo recuou perante a polêmica e suspendeu todos os procedimentos relativos à mineração da Renca, Reserva Nacional do Cobre e Associados, na Amazônia entre Pará e Amapá. Não é o fim do decreto, mas a abertura de um debate para o qual serão convocadas a opinar todas as organizações da sociedade que estiverem interessadas. (Estadão)
Helio Gurovitz: “A OMC concluiu que, sob a fachada de tentar estimular a pesquisa e o desenvolvimento no Brasil, o programa Inovar-Auto não passa de protecionismo disfarçado. Conclusões similares valem para os programas de estímulo à produção de equipamentos de TV digital, informática, computadores, tablets, smartphones e outros. Mais importante que o conflito em si, é o que ele revela sobre a mentalidade do governo ao lidar com a indústria nacional. Em países como o Chile, os industriais são submetidos a reduções frequentes no imposto de importação, para manter a competitividade global de suas fábricas. Aqui, são tratados como crianças mimadas.”
Um ano após o impeachment, o Nexo perguntou a dois cientistas políticos qual a relevância de Dilma Rousseff, atualmente. Para Leonardo Avritzer, ela se tornou um símbolo. No momento em que o Congresso não autorizou que se investigasse Michel Temer, ficou clara a injustiça contra sua antecessora. Já Carlos Melo a percebe como a memória de um projeto que não deu certo. O fato de, um ano depois, ela não conseguir voz ativa em debates, tampouco mobilizar um grupo razoável, é mostra de sua falta de expressão. Ambos concordam que Dilma perdeu qualquer importância política.
E... A Piauí pôs no ar um vídeo que resume os primeiros 365 dias do governo Temer.
Com todos os seus defeitos... É bonita Brasília vista do espaço, no registro do astronauta russo Sergey Ryazanskiy descoberto por Fernando Rodrigues.
Cultura
Nuno Ramos, um dos mais relevantes artistas contemporâneos do país, fez do Jornal Nacional sua mais recente obra. Picotou e colou as falas de William Bonner e Renata Vasconcelos de forma que os apresentadores do jornal parecem cantarolar Lígia, de Tom Jobim. Os sons editados foram pinçados de duas edições específicas do JN — uma que divulgava a gravação de um telefonema entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff, e a outra, com a notícia do impeachment dela, ambas em 2016. O vídeo com a obra fica online no mesmo horário do jornal, num site próprio, ao longo deste mês. Como escreve Silas Martí, na Folha: “Nuno Ramos agora funde a notícia à música para forjar uma ópera-bufa, um lamento por dias que nunca chegarão embora já venham emoldurados pela parafernália visual de um plantão de notícias".
Tendência em bienais e mostras internacionais, o olhar para a arte da América Latina (e outros continentes “periféricos”) toma conta de Los Angeles, onde 65 galerias mostram arte daqui. E no mês que vem, um evento específico vai fazer o mesmo em 60 museus da Califórnia, de Santa Barbara a San Diego. Para a arte brasileira, o ápice é a exposição individual de Anna Maria Maiolino, em cartaz no MOCA. O Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles recebe a primeira retrospectiva nos EUA da artista, nascida na Itália mas trazida ao Brazil ainda jovem. Aqui, ela desenvolveu sua obra, que o New York Times descreve agora a partir da mostra em Los Angeles.
Falando em retrospectiva… em São Paulo, a Pinacoteca expõe a obra de Di Cavalcanti. Segundo o Estadão, trata-se da maior mostra do modernista desde 1971.
A grande exposição de Di Cavalcanti, a propósito, tem abertura amanhã na Pinacoteca de São Paulo. Também amanhã, na capital paulistana, Lucas Santtana faz show com participação de Aíla e Anelis Assumpção. Já o espetáculo Cão Sem Plumas, da Cia. Deborah Colker, tem seu último fim de semana de apresentações no Teatro Alfa.
No Rio, Gilberto Gil, Céu, Moreno Veloso e Maíra Freitas estreiam hoje, no Circo Voador, o show que comemora os 40 anos do disco Refavela, álbum clássico de Gil. E a casa de jazz Blue Note segue sua programação de inauguração, hoje com show de Guinga, Monica Salmaso e Nelson Ayres, e amanhã com João Donato e Jards Macalé.
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Nos cinemas, chegam às telas neste fim de semana o nacional Como Nossos Pais (trailer), vencedor deste ano do Festival de Gramado, e o documentário David Lynch: A Vida de um Artista (trailer), que propõe-se a fazer uma jornada íntima pela formação artística do prestigiado diretor. Veja mais estreias deste fim de semana.
Vídeo: a maquiagem e os efeitos especiais de Game of Thrones.
"Desde as jornadas de junho de 2013, a classe artística vem gradativamente ampliando sua participação no debate político e social do país, indo às ruas, à internet e aos palcos para se manifestar. Faltava, no entanto, transformar isso em arte. Não mais. Três lançamentos recentes mostram que, ao menos na música, os tempos agitados por que passa o Brasil voltaram a servir de inspiração”. Em sua coluna na Folha, Marco Aurélio Canônico se refere aos discos novos de Chico Buarque e dos Tribalistas e ao samba-enredo de Tantinho da Mangueira, concorrente ao desfile de 2018.
Viver
Uma droga contra o câncer fabricada sob medida para cada paciente. A chamada droga-viva, obra do laboratório Novartis, custa US$ 475 mil (cerca de R$ 1,5 milhão) e é feita a partir de leucócitos extraídos do enfermo. Estes, então, são geneticamente reprogramados para serem capazes de buscar e matar o tumor em questão, conta a BBC. O governo americano já aprovou o tratamento.
Porém… lembra o El País que esse tipo de glóbulo branco melhorado já provocou efeitos colaterais graves no passado, como a morte de cinco pacientes por inflamação do cérebro, o que levou outro laboratório a suspender os testes. A Novartis, diz o jornal, não registrou esse tipo de problema.
A tempestade tropical Harvey, que cruzou parte do Texas e da Louisiana deixando um rastro de destruição, já afetou ao todo 100 mil casas nos EUA, segundo o governo americano. O governador do Texas, Greg Abbott, avaliou que a quantia necessária para a recuperação do estado pode chegar a US$ 100 bilhões, segundo o Estadão. Não por acaso especialistas indicam que o Fundo de Alívio de Desastres Naturais da Agência Federal de Gestão de Emergências, atualmente com US$ 2,2 bilhões, vai se esgotar rapidamente ante os estragos causados por Harvey no país.
Conheça o Atlas da Notícia, uma iniciativa do Projor — que edita o Observatório da Imprensa — e da boa trupe do Volt Data Lab para mapear as iniciativas digitais ou não da imprensa regional brasileira. Se você conhece um bom veículo, indique lá.
Galeria: flamingos, patos, corujas — pássaros, enfim, em imagens que foram destaque na edição 2017 do Bird Photographer of the Year.
No Nordeste, 71% das mulheres que trabalham em agências publicitárias declaram ter sido assediadas no ambiente profissional. É o que diz um estudo com 200 agências da região, elaborado por uma empresa de propaganda também do Nordeste. A pesquisa reúne, além de números, depoimentos num site, batizado ironicamente de Esse Case É Foda. via Pioneiros
Cotidiano Digital
O lançamento do novo iPhone, a Apple enfim definiu, será no Steve Jobs Theater. O espaço, no meio do bosque que circunda o novo campus ainda não inaugurado da empresa, foi criado justamente para estes eventos. Há um mês, um drone não-autorizado o sobrevoou filmando. O que ele não mostra, porém, é que palco e auditório são subterrâneos — como mostra a planta baixa.
Microsoft e Amazon apertaram as mãos e, até o fim do ano, seus assistentes digitais passarão a conversar. Será possível rodar Alexa de dentro do Windows e chamar Cortana a partir de uma máquina Amazon. Conforme estes assistentes passam a automatizar nossas vidas, integrações assim são inevitáveis. E, ao largar primeiro, de cara, Amazon e Microsoft estarão disponíveis em um número de aparelhos muito maior do que os assistentes de Apple (Siri) e Google. Oportunidade para sedimentar percepção de mercado mais cedo.
Quem diria: a Palm vai voltar. Só não se sabe ainda que tipo de aparelho fabricará.
