Partidos começam escolha de candidatos à presidência
Não bastasse a crise insuperável com Aécio Neves, o prefeito manauara Arthur Virgílio pode ser o próximo a atrapalhar os planos do governador Geraldo Alckmin de declarar-se candidato presidencial tucano sem atritos. Segundo Igor Gielow, na Folha, Virgílio pede eleições prévias dentro do partido. Garante que Alckmin assumiu este compromisso na sexta-feira e, discretamente, calou-se a respeito no fim de semana. A trilha de Alckmin não será simples, de acordo com Raymundo Costa, do Valor. Primeiro precisará pacificar o partido em casa — São Paulo. E isso só ocorrerá se conseguir fazer com que José Serra e João Doria não entrem em conflito pela disputa ao governo do estado. Daí precisará buscar um vice. Uma possibilidade é escolher um mineiro, o segundo maior colégio eleitoral. Mas os tucanos têm um problema no nordeste. ACM Neto, prefeito de Salvador, do DEM, é uma possibilidade.
Esta semana, aliás, é uma na qual todas as legendas estão tentando se organizar para já definir candidatos o mais rápido possível. E Lula concentra o esforço de sedução no ex-governador baiano Jaques Wagner. Ele seria sua alternativa caso não possa disputar a eleição. Mas resiste ao apelo de Lula, conta Lauro Jardim. Wagner acredita que tem mais chances na Câmara ou Senado. (Globo)
Enquanto isso... Parlamentares do PSB tiraram a segunda para botar pressão no ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa. Querem que ele se defina logo a respeito de ser candidato à presidência ou não.
E... A convenção do PPS não nomeou Cristovam Buarque seu candidato. Mas está com cara de que vai fazê-lo em princípios do ano que vem.
Aliás: um ponto que ninguém pode ignorar. Temer pode ser reprovado por 71% da população, segundo o Datafolha. Mas o candidato apoiado por seu partido deverá ter até 40% do tempo de propaganda eleitoral. (Folha)
Rodrigo Rocha Loures, o ex-assessor do presidente filmado carregando uma mala com R$ 500 mil da JBS, tornou-se réu na 10ª Vara Federal em Brasília. É acusado de corrupção passiva. (Folha)
Enquanto isso... O ex-prefeito carioca Eduardo Paes e seu lugar-tenente, Pedro Paulo, estão inelegíveis. O TRE-RJ considerou que usaram dinheiro público para pagar um plano de governo criado pela consultoria McKinsey. Podem recorrer. (Folha)
A ONU reviu para cima a projeção de crescimento da economia brasileira. A entidade estima agora uma expansão de 2% em 2018, depois de um crescimento de 0,7% neste ano. A revisão é a maior dentre as principais economias do mundo, ao lado da Rússia. (Estadão)
Acontece hoje, no Alabama, uma eleição especial para escolha de senador. No estado, normalmente, os republicanos ganham com facilidade. Seu candidato, porém, é Roy Moore, um ex-juiz conservador acusado por várias mulheres de manter relações sexuais com elas quando ainda eram adolescentes. No caso de uma, aos 14 anos. O presidente Donald Trump preparou uma gravação convocando eleitores, mas as pesquisas são inconclusivas. Ontem, Moore concedeu entrevista a uma menina de 12 anos. Seu adversário, o democrata Doug Jones, se põe particularmente à esquerda para os padrões do Alabama. Enquanto eleitores democratas em todo o país cobram do partido a expulsão de parlamentares suspeitos de assédio em relação a mulheres adultas, os republicanos vêm mostrando ambivalência no caso de Moore — acusado de pedofilia.
Akayed Ullah, um imigrante de Bangladesh que vive no Brooklin, tentou explodir uma bomba atada a seu corpo em uma estação de metrô próxima à Times Square, em Nova York. Apenas ele se feriu, embora o tráfego de trens tenha sido interrompido. Ullah escolheu o local por conta das decorações natalinas e se disse inspirado pelo ISIS. (New York Times)
O Ministério Público português começou a investigar a Igreja Universal por envolvimento no que suspeita ser uma rede de adoção ilegal de crianças. Os bebês eram tirados de suas mães, pobres, e registrados por pastores da Igreja como filhos biológicos. Segundo a IURD, todos os processos foram autorizados pela Justiça lusa. via Pioneiros
Viver
Nos últimos 15 anos, uma pessoa foi assassinada no Brasil a cada dez minutos. São mais de 786 mil mortes, mais do que a média nas guerras da Síria e do Iraque. O número de homicídios é equivalente à população da Guiana e de João Pessoa, capital da Paraíba, e supera os assassinatos ocorridos no mesmo período em oito países da América do Sul, somados. Para fazer a análise, O Globo utilizou registros do Datasus, ligado ao Ministério da Saúde.
Cláudio Beato, sociólogo: “É uma tragédia que já nos acompanha há bastante tempo. A segurança pública está fora da agenda política. Existe uma conjunção de problemas: prendemos muito e prendemos mal, e o resultado é a violência que sai das prisões e toma conta das ruas, com as facções do crime organizado. A Justiça é lenta, morosa, demora nove, dez anos, para haver a condenação de quem comete um homicídio. Em termos sociais e econômicos, há uma ausência de políticas focalizadas para a prevenção.”
Os rótulos de alimentos devem mudar em 2018. A ideia é permitir que o comprador saiba o que leva para casa. A Anvisa mantem um grupo de trabalho desde 2014 com a participação de representantes da indústria, entidades de direito do consumidor e associações médicas. Agora, internamente, travam uma batalha para decidir qual o melhor formato de advertência. Um prevê que a embalagem contenha alertas separados, com triângulos, indicando altos teores de açúcar, sódio, gordura saturada, trans e adoçante. Uma turma reclama que é alarmista. Outra proposta usa as cores verde, amarelo e vermelho para alertar sobre quantidades de elementos que podem fazer mal. É criticado por não agregar informações. Por enquanto, não há acordo. (Estadão)
Uma droga experimental pode se tornar a primeira a retardar a progressão da devastadora doença degenerativa de Huntington, condição hereditária em que as células nervosas do cérebro se rompem ao longo do tempo. A equipe de pesquisa da Universidade College London conseguiu reduzir, com uma droga injetada no líquor (líquido que banha o cérebro e a medula espinhal), os níveis de proteínas tóxicas no cérebro. Pode ser o maior avanço já visto na área de doenças degenerativas nos últimos 50 anos. O sucesso ainda levanta possibilidade de que uma abordagem semelhante possa funcionar para outros distúrbios como Alzheimer e Parkinson.
Enquanto isso… No Brasil, um consórcio 100% nacional vai buscar novas substâncias originárias da flora brasileira para produzir remédios. Na empreitada estão o laboratório farmacêutico Aché, o Laboratório Nacional de Biociências (integrante do CNPEM, Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) e a empresa Phytobios. Buscam um medicamento para câncer e outro com aplicações em dermatologia ou em cosméticos, antienvelhecimento. (Folha)
E um relatório da Unicef mostra como as grandes desigualdades no acesso à internet na infância afetam a educação e a entrada no mercado de trabalho.
Cotidiano Digital
A guerra pela neutralidade da rede esquenta. Enquanto o presidente da FCC, equivalente à Anatel nos EUA, se recusa a investigar se os comentários públicos favoráveis ao fim da neutralidade são reais mesmo, uma carta começou a circular. É assinada por Vint Cerf, inventor do protocolo TCP/IP, que faz a rede funcionar; Ted Nelson, inventor do hipertexto digital; Tim Berners-Lee, inventor da web; Steve Wozniak, co-fundador da Apple; Steve Bellovin, criador da Usenet, ancestral das redes sociais — entre outros. O título da carta dos inventores da internet: Pioneiros da internet dizem à FCC: Vocês não entendem como a internet funciona.
Inúmeros sites americanos fazem, hoje, um protesto Break the Internet. Vão se tornar propositalmente lentos, apresentar janelas cobrando por acesso, tentarão simular como seria a rede de lá sem neutralidade.
No momento, o mercado de Bitcoins vale US$ 250 bilhões, mais ou menos. É, possivelmente, uma bolha esperando para estourar. Mas em seu coração há uma tecnologia interessante: Blockchain. É um sistema que permite acompanhar o histórico de uma transferência. Onde a moeda surgiu, em que momento trocou de mãos, de onde saiu, para onde foi. O rastro completo. A Venezuela fala em criar uma moeda digital ancorada em seu petróleo, a Petro. A Rússia estuda o CryptoRublo. O Walmart tem dois programas piloto com Blockchain. Em um, usa a tecnologia para rastrear todo o porco que compra da China; no outro, acompanha a trajetória das mangas que vêm do México. O objetivo é garantir a origem nas fazendas que cumprem determinadas regras. Roche e Pfizer também começam a usá-la para acompanhar matérias primas que usam em remédios, evitando contaminação. Citi e JP Morgan, com a IBM, estudam como substituir por Blockchain o sistema SWIFT, que hoje coordena todas as transações financeiras internacionais. São, porém, todos programas testes em pequena escala. Blockchain, por enquanto, ainda não consegue processar a quantidade de transações por minuto necessárias para qualquer operação global.
A Apple formalizou, por US$ 400 milhões, a compra do app Shazam (iPhone ou Android), que reconhece as músicas sendo tocadas no ambiente onde está o smartphone. A empresa havia sido avaliada em US$ 1 bilhão quando recebeu seu último investimento, mas teve dificuldades de encontrar um modelo viável de negócios. Será, agora, integrada ao serviço Apple Music.
Aliás... Chegou às lojas americanas o Google Home Max, resposta da empresa ao HomePod que a Apple lançaria este ano mas só chegará em 2018. É, portanto, a primeira caixa de som de alta qualidade munida de um assistente digital inteligente.
Jogadores do game PES 2018, que simula partidas de futebol, têm uma promoção que começa hoje e vai até o dia 22. Se montarem um time e vencerem um torneio com três clubes nos quais Zico jogou, poderão ganhar uma versão virtual do craque rubro-negro para jogar em suas equipes. Num vídeo, o Zico dos videogames.
Cultura
Às vezes, a gente se surpreende. A série da Netflix que manteve os brasileiros por mais horas seguidas na frente da TV é um drama político, mas não House of Cards ou The Crown. Foi a mexicana Ingovernable (trailer). Também cativaram os brasileiros Greenleaf (trailer), drama familiar passado passado numa igreja negra do Memphis, coração do sul americano, e American Vandal (trailer), uma sátira. Veja o este e outros rankings da rede de streaming, no Brasil.
Um ilustrador brasileiro está retratando orixás como super-heróis. O projeto Contos dos Orixás, de Hugo Canuto, teve início em 2016 e a inspiração veio de uma homenagem que ele quis fazer a Jack Kirby, criador da Marvel e apaixonado por mitos. O artista já lia sobre mitologia Yorubá e história da África e já havia feito um outro trabalho, A Canção de Mayrube, sobre um universo mítico inspirado nos povos que formaram o continente americano. Segundo ele, as comunidades religiosas que cultuam os Orixás, como o candomblé e a umbanda, apoiam a iniciativa.
A Arábia Saudita acabou com a proibição de mais de 35 anos contra cinemas e as salas comerciais serão permitidas a partir de 2018. A medida é parte do plano de reformas do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que quer promover espetáculos e eventos de entretenimento, apesar da oposição de conservadores. (Estadão)
