Brasileiros perdidos para a Covid chegam a um quarto de milhão

Já estava previsto, mas não é menos aterrorizante. O Brasil atingiu nesta quarta-feira a marca de 250 mil mortos pela Covid-19, mantendo-se atrás apenas dos EUA em número de vítimas fatais, embora seja o terceiro em casos — a Índia é o segundo. Ontem foram registradas 1.433 mortes, totalizando 250.079 vítimas. A doença está retrocedendo em vários países, informa Jamil Chade com dados da OMS, mas aqui ocorre o contrário. A taxa de transmissão no Brasil, apurada pelo Imperial College de Londres, voltou a subir e está em 1,05 – significa que 100 infectados transmitem o vírus para 105 novos portadores. Acima de 1, a taxa indica que a doença está fora de controle. Isso é o Brasil. (UOL)

Miguel Nicolelis, cientista: “Neste momento, o Brasil é o maior laboratório a céu aberto onde se pode observar a dinâmica natural do coronavírus sem qualquer medida eficaz de contenção. Todo o mundo vai testemunhar a devastação épica que o SARS-CoV-2 pode causar quando nada é feito de verdade para contê-lo.” (Twitter)

Embora seja comandado por um general apresentado como especialista em logística, o Ministério da Saúde se enrolou com a Região Norte. Mandou para o Amazonas as duas mil doses de vacinas destinadas ao Amapá, que recebeu as 78 mil doses do Amazonas. A pasta diz que a situação será corrigida. E a crise amazonense só faz crescer. Nos 54 dias de 2021, a Covid-19 matou 5.288 pessoas no estado, mais que os 5.285 mortos registrados entre março e dezembro do ano passado. (G1)

A calamidade causada pela doença vai de um extremo ao outro do país. Depois do Amazonas, o Rio Grande do Sul vê sua rede pública à beira do colapso, com 96% dos leitos de UTI ocupados em Porto Alegre. A média móvel de mortes também registrou um aumento de 53% em relação há duas semanas, indicativo de alta nos óbitos. Pior, segundo especialistas, o número ainda não reflete as aglomerações clandestinas no carnaval. (Globo)

Em São Paulo, o governo determinou um “toque de restrição” a partir de amanhã, entre 23h e 5h para conter aglomerações. Em entrevista coletiva, o próprio governador João Doria (PSDB) teve dificuldade em explicar como o sistema funciona. (Folha)

O Senado aprovou projeto de lei permitindo que o governo assuma os riscos decorrentes da aplicação de vacinas, o principal entrave à compra de imunizantes da Janssen e da Pfizer (que já tem registro definitivo da Anvisa). O texto prevê ainda que a iniciativa privada compre vacinas, mas algumas várias condições: enquanto houver vacinação de grupos prioritários, 100% do que empresas importarem deverá ser doado ao SUS; depois, esse percentual cai para 50%, e o restante terá de ser aplicado gratuitamente, por exemplo, na imunização de funcionários. O projeto deve ser votado ainda esta semana na Câmara. (Globo)

Só que... O presidente Jair Bolsonaro, crítico dos termos exigidos pela Pfizer, acenou com a possibilidade de vetar o projeto aprovado pelo Senado. (UOL)

O Ministério da Saúde recebeu na terça-feira 3,2 milhões de novas doses de vacinas – dois milhões da Oxford AstraZeneca e 1,2 milhão de doses da CoronaVac. Elas devem começar a ser distribuídas ainda hoje. (G1)

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Há uma pandemia, quase todos perderam ou conhecem alguém que perdeu um ente querido, e a crise econômica destrói a esperança e a qualidade de vida de famílias. No entanto, somos cobrados o tempo todo a pensar positivo, olhar para frente, erguer a cabeça e sorrir. É a positividade tóxica, um comportamento que, disfarçado de incentivo, mostra falta de empatia com o sofrimento alheio e está preocupando psicólogos e psicanalistas. (Globo)

A 38a e última rodada do Campeonato Brasileiro ocorre logo mais, às 21h30. O Flamengo jogará contra o São Paulo, no Morumbi, e o Internacional tem embate em casa, contra o Corinthians. Se o Flamengo vencer será campeão. O Inter precisa ganhar e torcer para o empate ou a derrota dos rubro-negros. O principal título de futebol do país, em 2020, sai hoje. (Globo Esporte)

Embratel

Tech no próximo nível

Depois de anos em desenvolvimento, a pandemia não só acelerou, mas trouxe de vez a automação nas fábricas, nos armazéns e nas áreas administrativas. Até o fim do ano, a base instalada de robôs de fábricas em todo o mundo superará 3,2 milhões de unidades, o dobro do patamar de 2015. Segundo as previsões, o mercado global de robótica industrial crescerá de US$ 45 bilhões em 2020, para US$ 73 bilhões em 2025. Não é à toa que a General Motors lançou este ano uma nova divisão de logística de vans para entrega de mercadoria e paletes elétricos autônomos para serem usados em armazéns. Hoje, os avanços na tecnologia e modelos de negócios permitem que não só as grandes, mas também as menores empresas desfrutem dos benefícios da automação. (Folha)

Pois é... O Brasil lidera o parque de robôs industriais da América do Sul. Tem mais de 15,3 mil robôs em operação. Na América Latina, só perde para o México, que está perto do mercado americano. A robotização brasileira está longe da adotada nos países desenvolvidos. Enquanto tem de 12 a 13 robôs a cada 10 mil trabalhadores, os EUA têm 1,3 mil, China 938, Japão 1,2 mil e Coreia 2,7 mil. (Valor)

Por falar em indústria… A  Internet das Coisas Industrial (IIoT) tem sido fundamental para o desenvolvimento de fábricas inteligentes. Ao integrar sensores inteligentes em máquinas de manufatura, sistemas de energia e infraestrutura, coleta continuamente dados que ajudam, por exemplo, a aumentar a eficiência energética das máquinas, seus tempos de vida etc. Confira 5 casos de uso da internet industrial.

Pode não parecer, mas a quantidade de tentativas de ataques cibernéticos no Brasil caiu de 24 bilhões em 2019 para 8,4 bilhões em 2020, segundo empresa de segurança Fortinet. Mas isso não significa uma boa notícia. Apesar do recuo, os ataques ficaram mais sofisticados, com uso de tecnologias avançadas e inteligência artificial para que, com menos tentativas, causem mais danos. E com ainda mais tecnologias em jogo, como 5G, internet das coisas e equipamentos autônomos, essa tendência só deve se acelerar. (Estadão)

Política

Com uma rapidez raramente vista, a Câmara dos deputados aprovou na noite de ontem, por 304 a 154 votos, a admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria novas regras para a imunidade parlamentar e dificulta à Justiça prender ou afastar parlamentares. A iniciativa é patrocinada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PL-AL). PSOL e Novo criticaram a velocidade do processo, já que a PEC foi protocolada na terça-feira e já entrou na pauta de ontem. Para ser aprovada, ela precisa agora dos votos de 308 deputados em dois turnos, seguindo então para o Senado. (G1)

Uma das principais mudanças diz que medidas cautelares, como a prisão, só valem após a votação pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), numa clara reação à detenção do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) por decisão monocrática do ministro Alexandre Moraes. Além disso, mesmo que o STF decrete a prisão, o parlamentar fica detido nas dependências do Congresso até que o Legislativo confirme ou não a medida. Mais ainda, um parlamentar só poderá ser preso pelos crimes que a Constituição define (nos incisos 43 e 44 do artigo 5) como inafiançáveis: tortura, terrorismo, tráfico, crimes hediondos e ação de grupos armados contra a ordem constitucional. (G1)

“Horror” e “absurdo”. Foi com esses adjetivos de pouca margem para interpretações que os ministros do STF reagiram mais cedo à iniciativa de Lira, apelidada de “PEC da impunidade”. O próprio presidente da Câmara conversou durante o dia por telefone com o ministro Alexandre Moraes para tentar explicar sua ideia, mas não convenceu. (Estadão)

Meio em vídeo. O caso do deputado Daniel Silveira, preso por atacar ministros do STF e fazer apologia à ditadura em vídeo no YouTube, trouxe à tona a discussão sobre os limites da imunidade parlamentar.  No #MeioExplica desta semana, você vai entender o artigo 53 da Constituição, que trata da proteção de deputados e senadores, e diante de quais situações eles estão sujeitos à detenção. Confira no Youtube.

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Um dia depois de o STJ anular a quebra de sigilos do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a família presidencial teve novo motivo para comemorar. O Conselho de Ética da Câmara arquivou representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) aberta por sua correligionária Joice Hasselmann. Ela acusava o Zero-Três de quebrar o decoro parlamentar ao promover “um linchamento virtual” contra ela em redes sociais. (Globo)

Já o caso da suposta “rachadinha” do Zero-Um não voltou completamente à estaca zero. Promotores esperam manter a investigação viva graças a mensagens trocadas entre Fabrício Queiroz e o miliciano Adriano da Nóbrega. Elas são as únicas provas obtidas fora do relatório do Coaf e das quebras de sigilo anuladas pela Justiça. (Folha)

Aliás... A validade do relatório do Coaf como prova para iniciar investigação vai ser julgada pelo STJ na semana que vem. Se for também anulada, pode gerar uma reação em cadeia em investigações contra corrupção não só na Alerj, mas em todo o país. (Estadão)

E o presidente Jair Bolsonaro encerrou abruptamente uma entrevista coletiva durante visita a Rio Branco (AC) ao ser perguntado sobre a decisão do STJ em favor de Flávio. “Acabou a entrevista”, disse ele, abandonando o local. (G1)

Acompanhe Tony de Marco criando a charge animada do Meio hoje, às 15h, pela PixotoscoTV, no Twitch.

Cultura

Em tempos de Covid-19 até a dança precisa de distanciamento. O Balé da Cidade está de volta ao palco do Theatro Municipal de São Paulo com as coreografias A Casa e Transe, respectivamente de Marisa Bucoff e Clébio Oliveira. Enquanto a primeira lida com as angústias do confinamento, a segunda trata da aglomeração, numa “rave do fim do mundo”. Os bailarinos usam máscaras e respeitam as distâncias, com biombos servindo de elemento cênico e separação. É a arte imitando as limitações da vida. (Folha)

A cena é corriqueira do século 19: um casal passeando ao longo de uma cerca rudimentar, com um moinho de vento decrépito ao fundo. A diferença é que ela está registrada em telas nas cores vivas de Vincent Van Gogh e não era vista havia mais de um século, trancada numa coleção particular. Uma Cena de Rua em Montmartre será exibida pela casa de leilões Sotheby's em Amsterdã, Hong Kong e Paris, e leiloada no mês que vem, com um preço estimado em até 8 milhões de euros (R$ 52,5 milhões). (Estadão)

O ator francês Gérard Depardieu está sendo investigado em seu país por suspeita de estupro de uma atriz mais jovem cujo nome não foi divulgado. Os ataques teriam acontecido em duas ocasiões na casa dele, em Paris, em 2018. Em agosto daquele ano, a vítima apresentou denúncia, mas a polícia arquivou o caso em 2019 por falta de provas. A investigação foi retomada em outubro do ano passado e a acusação foi formalizada nesta terça. Por meio de seu advogado, Depardieu negou as acusações. (UOL)

Cotidiano Digital

No dia 28 de fevereiro será lançado o primeiro satélite 100% brasileiro. O Amazônia-1 é o primeiro de observação da Terra projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. Será lançado pela agência espacial indiana Indian Space Research Organisation (ISRO) e tem como objetivo monitorar o desmatamento da região amazônica e também a agricultura em todo território nacional. O Brasil já tem em órbita outros dois satélites de sensoriamento remoto, porém foram desenvolvidos em parceria com a China.

Aliás… A Starlink abriu seu teste para pré-venda para alguns usuários. A rede da SpaceX chegou a mais de 10 mil usuários, que foram selecionados, nos EUA, Canadá e Reino Unido, onde o serviço é testado com uma assinatura mensal desde outubro de 2020. A ideia da empresa de Elon Musk é construir uma rede com milhares de satélites para fornecer internet de alta velocidade em qualquer lugar do planeta.

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