Palocci fecha acordo de delação

O ex-ministro Antonio Palocci assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e seus depoimentos já foram prestados. Ainda falta homologação da Justiça. Segundo o repórter Jailton de Carvalho, seu principal alvo é o ex-presidente Lula. Palocci era o intermediário entre ele e o comando da Odebrecht, além de operar pelo PT a conta corrente da corrupção. Réu confesso, também detalhou reuniões nas quais a ex-presidente Dilma esteve presente e detalhes sobre o trâmite do dinheiro ilegal foram discutidos. Segundo um investigador, ele abrirá novas trilhas ainda não exploradas pela Lava Jato. (Globo)

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Os procuradores da Lava Jato, no Paraná, responderam à Segunda Turma do Supremo. Na terça, os ministros tiraram de Sérgio Moro os depoimentos da Odebrecht relacionados a processos contra o ex-presidente Lula. Argumentaram que as investigações estavam em estado inicial e que as delações nada têm a ver com a Petrobras. “Foi uma decisão superficial”, afirmaram os procuradores em nota do MP, “que não tem qualquer repercussão sobre a competência deste douto juízo.” De acordo com eles, a retirada dos depoimentos não muda em nada os rumos dos processos. Isto posto, afirmam, a investigação não está num estado inicial, bem o contrário, e os próprios depoimentos confirmam o envolvimento de dinheiro da Petrobras na história.

Há muitas provas além dos depoimentos que relacionam o ex-presidente com o sítio que ele nega ter em Atibaia. Havia bens da família no local. Os seguranças de Lula fizeram mais de 270 viagens registradas ao sítio entre 2011 e 16, seus funcionários instalaram as câmeras de segurança e notas fiscais do sítio foram encontradas no apartamento dele. No caso do Instituto Lula, há e-mails sobre a compra. Além disso, o depoimento de Palocci confirma que a origem do dinheiro estava na Petrobras. (Globo)

Os advogados de Defesa de Lula, porém, se animaram e deram um passo além. Pediram ao juiz Sérgio Moro que já encaminhe para a Justiça Federal de São Paulo, além dos depoimentos, os processos completos referentes ao sítio de Atibaia e ao Instituto Lula. Argumentam que seria um desrespeito ao Supremo não fazê-lo. (Jota)

Vera Magalhães: “A principal fonte de insegurança jurídica no país hoje é o Supremo Tribunal Federal. Dia após dia, a Corte apresenta ao país um cardápio de decisões que têm base não na Constituição, por cuja aplicação tem o dever de zelar, mas em ‘sentimentos’ ou ‘evoluções’ de pensamentos de seus ministros ao sabor das circunstâncias. Diante da perda de força da tese de rever a prisão após condenação em segunda instância, com o voto dado por Rosa Weber, os ministros da Segunda Turma resolveram abrir outras formas para reverter a prisão de Lula. Conseguiram encaçapar uma bola capaz não só de soltá-lo, mas de abalar os alicerces da Lava Jato. Não por acaso, a jogada mira a testa do símbolo da operação: Moro. Ao negar a relação entre delações como a da Odebrecht e o petrolão — ainda que essa ligação esteja amplamente confirmada em depoimentos em vídeo de nomes como Marcelo Odebrecht —, a Segunda Turma abriu a porteira para tentar estancar, finalmente, a sangria da Lava Jato.” (Estadão)

Aliás... A mesma Segunda Turma julga, na semana que vem, um novo pedido de Habeas Corpus para Lula.

“A imprensa”, afirma Felipe Recondo do Jota, “termina por acompanhar o Supremo em movimento, como se esta fosse a regra. A inércia é mais presente no STF do que o movimento, os processos parados são infinitamente mais numerosos do que os processos julgados.” Numa única sessão, há por volta de 989 processos na pauta mas, em média, 2,45 são julgados. É aí que entra Rui, o bot do site. Sempre que um processo importante completa um período redondo sem ser tocado, Rui avisa. Tem aviso todo dia. Um ano. 270 dias. 180 dias. Basta assiná-lo via Twitter, com o simpático handle @ruibarbot.

Cristiano Romero: “No Brasil, o sistema político favorece oligarquias. Nos EUA, presidente só pode ser reeleito uma única vez e apenas em mandato sucessivo. No presidencialismo, ninguém pode ser mais poderoso que o chefe do Executivo. Sendo assim, uma vez tendo ocupado o cargo, o sujeito tem que sair da política, do contrário, será sempre uma força desestabilizadora. Isso não dá espaço para a ocorrência de fenômenos, como o getulismo e o lulismo, que dominaram a política nacional durante 88 anos. O golpe de 64 foi um movimento para tirar um getulista do poder. Com a redemocratização, outro getulista — Leonel Brizola — só não chegou ao poder porque um adversário chamado Lula o impediu. Desde então, o ex-operário esteve presente direta e indiretamente em todas as eleições. Fernando Collor, que o venceu no pleito de 1989, já naquela eleição foi chamado de anti-Lula — porque ficou claro que o ex-operário não entrou na política a passeio. Lula disputou e perdeu as duas eleições seguintes, mas venceu as de 2002 e 2006 e escolheu e elegeu a sucessora em 2010 e 2014. Nada de novo ao sul da linha do Equador.” (Valor)

O Brasil ficou na posição 103 do ranking de liberdade da imprensa 2018 dos Repórteres Sem Fronteiras. Estava em 104 no ano passado.

A primeira grande operação policial sob o comando dos interventores, no Rio, já é oficialmente um desastre. A Justiça mandou que se libertasse 137 dos 159 homens acusados de pertencer a milícias que foram presos com estardalhaço numa operação em 7 de abril. Não havia qualquer prova que permitisse sustentar acusações contra qualquer um deles.

Cultura

A Disney tem uma série de questões com as quais vai precisar lidar para integrar o estúdio de cinema e televisão da 21st Century Fox. Uma delas: cigarros. Pois é. Em 2015, a empresa anunciou a proibição do fumo nos filmes das marcas Marvel, Lucasfilm, Pixar e Disney. A medida os colocou na vanguarda dos esforços antifumo em Hollywood. Agora, defensores querem que a política se estenda a todos os futuros filmes para crianças e jovens feitos pela Fox e sua gravadora Fox Searchlight, que estão entre os ativos comprados pela Disney — e que, historicamente, sempre foram mais permissivos sobre o tema.

O episódio final de Sense 8 já tem data para estrear na Neflix: 8 de junho. A série, cancelada em junho de 2017, dias após a estreia da segunda temporada, ganhou também um novo pôster. (Globo)

E o BuzzFeed e a Netflix anunciaram uma nova parceria. A partir do início de julho, a plataforma transmitirá um programa chamado Follow This, que segue os jornalistas do site enquanto fazem suas reportagens. Serão mais de 20 episódios, e cada um terá cerca de 15 minutos de duração.

Saiu a programação da Virada Cultural de São Paulo. O evento acontece nos dias 19 e 20 de maio, com shows de Caetano Veloso, Xuxa, Jota Quest e Nação Zumbi.

George R. R. Martin lança livro novo no segundo semestre. Confirmadíssimo. Mas não será a continuação da série Crônicas de Gelo e Fogo (Amazon), que na TV virou Game of Thrones e cujos fãs aguardam ansiosamente o volume seis. O que chega são 640 páginas do primeiro de dois volumes de Fogo e Sangue, com a saga passada da família Targaryen. Aqueles dos dragões.

Viver

Simon Kindleysides, da cidade de Blofield, se tornou o primeiro homem paralítico a completar a Maratona de Londres, na Inglaterra. Foram mais de 36 horas usando um exoesqueleto movido a bateria.

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O pacote de figurinhas da Copa do Mundo vendido no Brasil é o mais barato do mundo. Cada envelope com cinco cromos custa aqui US$ 0,60 (nas bancas, R$ 2). Na Suíça, o país mais caro do ranking, sai por US$ 1,80 (ou R$ 6). O levantamento é do Santander Brasil.

Ontem, pela primeira vez, a equipe feminina de futebol do Corinthians jogou em casa, na Arena Corinthians. Há sete anos, o clube não tinha representante próprio na modalidade no país. A partida marcou a estreia do time no Brasileirão e a goleada por 4 a 1 contra o São Francisco, da Bahia, mas também o início da campanha #caleopreconceito, que quer chamar a atenção de patrocinadores. Na camisa da equipe, onde deveriam estar as marcas patrocinadoras, foram estampadas frases machistas como ‘Mulher é na cozinha e não jogando futebol’ ou ‘Futebol feminino só vai ser bom quando acabar’ — as sentenças foram retiradas de comentários reais feitos por homens em redes sociais e fóruns esportivos.

Para a França, bacon vegano não é... bacon. O parlamento francês proibiu o uso de termos semelhantes à carne em embalagens de comida vegetariana. Ou seja: nada de usar ‘hambúrguer’, ‘bife’ ou ‘salsicha’ para descrever alimentos que não contêm carne. A justificativa é que eles podem confundir os consumidores e leva-los a pensar que o leite de soja, por exemplo, é realmente lácteo. A proposta foi apresentada pelo membro do parlamento Jean-Baptiste Moreau, que se inspirou em uma decisão do ano passado do Tribunal de Justiça Europeu que dizia que os produtos de soja e tofu não poderiam ser vendidos como leite ou manteiga.

Cotidiano Digital

O Facebook está com um filme publicitário pronto – vai rodar na TV e nos cinemas americanos até julho. Música triste ao fundo, explica que a rede nasceu para que pessoas se encontrassem. Então ‘algo aconteceu’ e vieram spams, notícias falsas e uso mal-intencionado dos dados pessoais dos usuários. Não há explicação sobre o que possa ter provocado a onda ruim. “Isto vai mudar”, informa o locutor. “A partir de agora, o Facebook fará mais para proteger você e sua privacidade.”

O iPhone X largou bem em 2017, mas entrou o ano mal. No último trimestre do ano passado, representou 35% das vendas de smartphones da Apple. No primeiro deste, 16%. É um celular caro demais até para os padrões americanos, o iPhone 8 é excelente e os consumidores não têm percebido o valor de pagar tanto a mais por, essencialmente, destrancar por reconhecimento do rosto. Que é lento.

A idade mínima para usar WhatsApp, na União Europeia, passará a ser 16 anos. É que a nova legislação regional proíbe a coleta de dados sobre usuários com menos do que isso sem a expressa permissão dos pais.

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