Com bênção do STF, PF costura acordos com Palocci, Duda e Valério

O Supremo definiu que acordos de Delação Premiada não são exclusividade do Ministério Público. A Polícia Federal também está autorizada a celebrá-los. A decisão tem impacto direto em três acordos sendo costurados no momento. Com os publicitários Duda Mendonça e Marcos Valério — operador do Mensalão —, e com o ex-ministro Antonio Palocci. Os procuradores não quiseram fazer acordos, mas a PF, sim. De acordo com a decisão, a existência de acordo não impede o MP de apresentar denúncias e caberá ao juiz responsável a decisão final de chancelar a delação. (Jota)

Aliás... O foro privilegiado foi restringido para governadores e conselheiros dos tribunais de contas. O STJ seguiu a decisão do Supremo que reduzia a prerrogativa para parlamentares federais e considerou que o raciocínio se aplicava também para as autoridades sob sua jurisdição. Desta forma, quem comanda estados só terá foro especial para crimes relacionados ao cargo e cometidos durante o mandato. (Jota)

Enquanto isso... O ministro Luiz Fux, presidente do TSE, declarou que, se for comprovado, o resultado de uma eleição influenciada por notícias falsas, pode ser anulado.

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Geraldo Alckmin se encontrou, ontem, sequencialmente, com os presidentes de DEM, PTB e PRB. Os três partidos vêm atuando num bloco mais ou menos solto, em leilão disfarçado que vale muito tempo na TV e ajuda a compor bancada no Congresso. (Globo)

Então... Ciro bate em público, mas na terça jantou com o comando do DEM. E gerou entusiasmo. O candidato foi enfático a ponto de dizer que pediria desculpas pessoais ao amazonense Pauderney Avelino, que o processa por injúria, se necessário. (Folha)

No momento em que a edição do Meio fechava, a PF estava nas ruas para prender 15 pessoas acusadas de desvio de dinheiro nas obras do Rodoanel, em São Paulo.

O Coaf, do Ministério da Fazenda, acusa Romário, senador e pré-candidato ao governo do Rio, de lavagem de dinheiro. Ele usou uma conta no nome de sua irmã para receber pelo menos R$ 8 milhões e fazer pagamentos diversos. De outra conta, um assessor sacou em espécie R$ 1,3 milhão. Tanto saques grandes em cédulas quanto dinheiro em nome de outros permite driblar a Receita e evita o bloqueio judicial para pagamento de credores. (Globo)

O Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 6,50% ao ano. A decisão foi unânime. Em comunicado, o comitê afirmou que a paralisação no setor de transporte de cargas no mês de maio dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica e que a inflação pode subir no curto prazo, de forma temporária, por causa dos bloqueios na estrada. Além disso, o Banco Central disse também que o cenário externo segue desafiador e volátil. (Folha)

Donald Trump voltou atrás. Na tarde de ontem, assinou uma ordem que interrompe a política de separar pais e filhos. Até terça, ele vinha dizendo que, sem mudança das leis pelo Congresso, nada poderia fazer. Mudou. Durante uma reunião com parlamentares de seu partido, ainda se queixou. “Bebês chorando são ruins politicamente.”

A pressão vinha de toda parte. Ao ponto de tanto a American quanto a United Airlines pedirem formalmente ao governo que seus aviões não fossem usados para separar filhos de pais. Ninguém queria chegar perto do assunto.

Rachel Maddow, âncora de um popular telejornal com inclinação democrata, não aguentou, engasgou e parou para não seguir adiante quando anunciava que o governo criara abrigos específicos para bebês e crianças pequenas.

Já são 49 as crianças brasileiras em abrigos nos EUA. (Globo)

A notícia é de terça, a repercussão foi pequena, mas é que o mundo mudou. A GE, fundada por Thomas Edison para eletrificar o planeta, foi excluída do índice Dow Jones da bolsa de Nova York. No ano passado, os papéis da GE tiveram a pior performance dentre as 30 empresas que compõem o índice. Este ano, cairam mais de 25%. A empresa era a última sobrevivente da composição original do Dow Jones, em 1896, e vai ser substituída pela Wallgreens Boots Alliance, varejista do setor farmacêutico. O Quartz mostra em gráficos os dados por trás da exclusão.

Viver

A Fifa se recusou a entregar os áudios da comunicação entre a cabine do árbitro de vídeo e o mexicano César Ramos, árbitro responsável pelo confronto entre Brasil e Suíça. A federação defendeu o VAR e relatou que o recurso pretende prevenir “erros óbvios e claros” e “sérios incidentes” que passem despercebidos.

Xosé Hermida, do El País: “Para um menino europeu crescido nos anos 70 e 80, a chegada da Copa do Mundo era a oportunidade de ver o Brasil. Nenhum outro time tinha o poder de fascínio. Suas cores, a mistura de raças, o ritmo de seus corpos, seu inverossímil domínio da bola. Depois do espetáculo de 1970, parecia claro que o Brasil tinha chegado à suprema essência do futebol. Até perdoamos a passagem apagada pelas Copas de 74 e 78. Em especial porque quatro anos depois, na Espanha, o milagre reencarnou. Para uma geração de espanhóis, a tragédia no Sarrià é principalmente a recordação da melhor partida que vimos. No futebol, como no mundo em geral, o que menos se aceita é a derrota. O Brasil saiu do Sarriá com esse estigma. A partir de então, foi como se renunciasse a uma parte de si mesmo. Seu futebol se tornou mais plano, atlético e robotizado. As seleções que ganharam o tetra e o penta são lembradas por seus extraordinários atletas. Mas do jogo coletivo não restou o menor traço. O Brasil tem aparecido com uma cara muito melhor mas a seleção lida ainda com algumas heranças pesadas. A mais visível é que o modelo de futebol para o qual o Brasil se inclinou nos últimos anos acabou por suprimir os armadores do jogo. Tanto afã por encher essa zona de jogadores com muito físico eliminou a figura do meia criativo no país que deu Didi, Gerson, Rivelino e os quatro grandiosos de 82 (por favor, recitem seus nomes com devoção): Sócrates, Falcão, Zico e Toninho Cerezo. Apesar de tudo, o Brasil volta a ser capaz de recriar antigas emoções. Por exemplo, durante os primeiros 20 minutos contra a Suíça. Esqueçamos os 70 minutos restantes, com suas recaídas nos antigos pecados. Vamos pensar somente nessa fase em que o Brasil se comportou como sempre esperamos. Essa fase que até nos levou de volta por um momento àqueles dias em que amávamos tanto o Brasil.”

Pois é... Num vídeo inédito de João Moreira Salles e Arthur Fontes, Didi explica a arte do meia-armador. Aquele que Tite não tem.

Foram 804 passes e 17 finalizações. Mas só uma conseguiu furar o bloqueio iraniano. Diego Costa fez o gol da vitória de 1 a 0 da Espanha sobre o Irã. O time persa até chegou a marcar o gol do empate, mas o árbitro de vídeo declarou-o impedido. (Melhores momentos.)

Foi um dia de placares apertados e eliminações. O Marrocos perdeu para a seleção portuguesa por 1 a 0. O gol foi dele, CR7, de cabeça. A seleção marroquina bem que tentou, e atuou bem, mas não conseguiu evitar a derrota — e, com ela, a primeira eliminação matematicamente confirmada do Mundial. (Melhores momentos.)

O mesmo aconteceu com a Arábia Saudita. O Uruguai venceu a partida com um gol solitário de Luis Suárez, aos 20 minutos do primeiro, e a equipe saudita acabou ficando pela fase de grupos da Copa. Com o resultado, o Egito também foi eliminado e jogará apenas para cumprir tabela no desfecho da primeira fase do torneio. (Melhores momentos.)

O jogo para assistir hoje: Argentina e Croácia, às 15h, É o confronto mais difícil do grupo D. Os dois times farão mudanças na escalação. E todos os olhos estarão voltados para Lionel Messi, que teve uma atuação ruim na estreia argentina mas pode fazer a diferença na partida.

E uma curiosidade: No Rio de Janeiro, pelo fuso-horário, mais de 64 horas das partidas da Copa do Mundo se sobrepõem às horas normais de trabalho. Em Nova York, são 60. Em Londres, Los Angeles, Paris e Berlim, mais de 30. Em um gráfico, as cidades onde o campeonato mundial mais ameaça a produtividade dos trabalhadores.

Cotidiano Digital

Já está disponível para download IGTV, o novo app do Instagram. Em Android e iPhone. É, em essência a tentativa de criar um concorrente para o YouTube. Voltado para vídeos mais longos, criados na vertical, tem uma proposta mais parecida com televisão. Abra o app, comece a assistir imediatamente. Um após o outro.

Aliás... O Instagram alcançou a conta de um bilhão de usuários em todo o mundo. Eram 800 milhões em setembro último.

E por falar... O Facebook começará a experimentar com a cobrança de assinaturas para grupos. Não todos. O comando da rede pinçou alguns administradores que criaram comunidades grandes, focadas, e com bom ambiente. Elas têm tema: entre eles, cuidados com a casa e cuidados com filhos. Estes administradores escolhidos poderão cobrar mensalidades de US$ 4,99 a US$ 29,99. Em troca, oferecem um serviço útil. É uma experiência.

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O Comitê de Questões Legais do Parlamento Europeu aprovou, ontem, sua Diretriz de Copyright. E, no meio do pacote, os artigos 11 e 13, que deixaram meia internet em alerta. A votação do 11 foi apertada — 13 contra 12. Ele propõe criar uma taxa para links que sigam para sites de notícia. Criou o link, paga a taxa. O objetivo é ajudar no financiamento do jornalismo. Terminará como incentivo para diminuir os links a notícias confiáveis, portanto derrubando a audiência de sites jornalísticos enquanto aumenta a circulação de fake news. O 13 passou 15 a 10. Ele propõe que todos os serviços que permitem a usuários subir algo para a rede devem descobrir previamente se textos, imagens, sons ou vídeos estão sob copyright para impedir sua publicação. Boa parte dos intelectuais da rede argumenta que uma lei assim beneficia serviços grandes como Google e Facebook, capazes de desenvolver estas tecnologias, e põe em desvantagem todo o resto. Para que vire lei é preciso, ainda, que o conjunto do Parlamento aprove o pacote. E a pressão contrária está grande.

Cultura

Kevin Spacey foi afastado de House of Cards e substituído no filme Todo Dinheiro do Mundo depois de acusações de assédio sexual, mas estará de volta às telas no próximo mês com o lançamento do filme Billionaire Boys Club. O longa, que conta a história de um grupo de homens ricos envolvidos em um esquema de fraude de investimentos, foi gravado há dois anos e meio. A Vertical Entertainment, distribuidora do filme, afirmou que decidiu lançá-lo justamente porque a gravação ocorreu antes de estourarem as denúncias. (Folha)

A Netflix anunciou uma nova série com a direção geral do animador brasileiro Carlos Saldanha. Se chamará Cidades invisíveis e vai explorar as lendas brasileiras e o imaginário produzido a partir delas. O diretor já foi indicado duas vezes ao Oscar e é responsável por sucessos como A Era do gelo, Rio e o recente O Touro Ferdinando. (Globo)

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