Crise turca abala economias emergentes

A crise econômica da Turquia já começou a resvalar pelos mercados brasileiros. O dólar chegou à máxima de R$ 3,92 e fechou o dia em R$ 3,88. É o efeito dominó da turbulência turca em outros países emergentes. Após o anúncio de medidas do Banco Central turco para tentar frear a desvalorização de sua moeda e evitar problemas de liquidez, a lira recuperou parte das perdas. Este movimento positivo continuava agora de manhã. Mas há um ponto de atenção: a rúpia indiana começou a cair com força.

Marcelo Loureiro, do Globo: “Há poucas semanas era a Argentina. Agora, é a Turquia que sofre mais fortemente a fuga de capitais estrangeiros. Os países emergentes se revezam nessa posição de bola da vez do risco internacional desde que os EUA começaram a subir seus juros. A situação mostra que, quanto mais desarrumada a economia, maior a chance de contaminação. O caso turco é mais um alerta. Mesmo não estando no centro da crise, o Brasil já sente os efeitos. Mais investidores têm buscado os títulos americanos, com juros maiores. O real subiu de R$ 3,70 para R$ 3,90 em uma semana. Há um ano, a cotação estava na casa dos R$ 3,10. O aumento repentino do dólar pode ter efeito na inflação por aqui. Mas também serve como aviso.”

Pois é. Todos os principais mercados emergentes caíram em relação ao dólar, ontem. Na Argentina, o banco central elevou o juro básico em cinco pontos porcentuais, para 45%, a maior taxa do mundo. Na avaliação da Bloomberg, os emergentes abalados pela turbulência financeira turca podem continuar escorregando nos próximos dias e semanas, mas provavelmente resistirão à carnificina sem muito mais dor. Os investidores reduziram sua exposição a eles, mas suas economias não se parecem com a turca.

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Durante o debate da Band, Jair Bolsonaro foi perguntado a respeito de uma funcionária fantasma em seu gabinete. O deputado negou, informou que ela estava de férias quando procurada. A Folha foi à pequena Mambucaba, próxima de Angra dos Reis, e encontrou Walderice da Conceição, em teoria secretária do parlamentar, vendendo açaí em sua lojinha. Ela não estava de férias. Wal também é mulher do caseiro da casa de praia do parlamentar. E, no fim do dia, foi demitida de suas atividades políticas.

Numa sabatina, ontem, Fernando Haddad foi questionado se já havia fumado maconha. “Quando era jovem, experimentei”, disse. Ele defendeu a descriminalização do uso. (Folha)

Virou piada a fotografia oficial da chapa Ciro Gomes, Kátia Abreu. A senadora do Tocantins recebeu tanto Photoshop que se tornou irreconhecível. “Pessoal de comunicação, sabe como é?”, ela brincou. (Globo)

Pois é. Kátia entrou na piada mesmo.

E... Geraldo Alckmin tem um problema de caixa. O Centrão não tem planos de ajudar no financiamento de sua campanha. Dos dez maiores beneficiários do fundo eleitoral, sete partidos estão em sua coligação. Mas gastarão sua verba, cada um, com foco no Congresso. (Valor)

A ministra Rosa Weber assume, hoje, às 20h, a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Ela estará no comando das eleições.

O sistema do Twitter que detecta presença de bots, as contas automáticas que inflam a distribuição de um tema sem que exista um ser humano por trás, não sabe ler conteúdo. Segundo o vice-presidente global de Políticas Públicas da rede social, Colin Crowell, na limpa que ocorreu no Brasil semana passada, na qual várias contas foram congeladas até que provassem ter dono, a seleção foi feita pelo mecanismo. Na rede, gerou a hashtag #DireitaAmordaçada, sugerindo que havia censura ideológica. (Uma versão anterior desta nota afirmava que 95% das contas pinçadas pelo sistema são mesmo bots. O Twitter informa que o número não está correto.)

Aliás... Diferentemente do que publicou cá o Meio, o estudo da AP/Exata com tweets durante o debate da Band não revelou que 20% deles haviam sido disparados por robôs. O número correto é de 10%, como atualizou o Globo em sua matéria no site. Não pescamos a correção a tempo.

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HealthTech

O MiniMed 670G, lançado em junho do ano passado, é um produto médico revolucionário. Na verdade, todas as tecnologias já estavam à disposição — mas ninguém na indústria farmacêutica havia decidido juntá-las. É um medidor de glicose. É uma bomba de injeção de insulina. E é uma calculadora que decide que quantidade injetar dependendo da necessidade. Para diabéticos, não precisar pensar no assunto é liberdade, principalmente à noite. Em alguns casos, dependendo da crise, não raro fazem a conta errado e se enganam na dose, o que pode levar a consequências graves. O produto, porém, nasceu de um pai preocupado, de um marido aflito e de um terceiro programador, cada um escrevendo um pedaço do software para se adequar a equipamentos existentes. Quando o produto dos hackers estava pronto, se tornou comercial. E começa a transformar a vida de muita gente.

Veja: o vídeo de lançamento. Ou leia uma história detalhada do desenvolvimento do produto, no Medium.

Um estudo da Universidade de Toledo, na Espanha, detectou que exposição de células óticas a ondas de luz de comprimento de 445 nanômetros pode danificá-las. Em essência, estas ondas de alta-intensidade disparam uma reação química nas moléculas da retina. Oxidam. Elas ‘queimam’. Trata-se de uma das ondas de luz visível mais curtas que enxergamos — é o azul imediatamente após o violeta. O Sol dispara muito desta luz, mas não ficamos olhando diretamente para o Sol. Telas de computador, tablets e celulares a emitem também. E, para estas, olhamos muito e por longas horas. E após meia vida expostos, se os cientistas estiverem certos, nossos apetrechos digitais, com as telas de hoje, podem provocar degeneração macular.

Aliás... iPhones têm o modo noturno, que amarela a luz da tela. Os aparelhos Android mais recentes, também. E há até mesmo lentes de óculos com filtros de luz azul. O efeito para degeneração macular não está provado a ferro e fogo, ainda. Mas já há consenso que telas, à noite, diminuem o sono. Como é um tom de luz parecido com o do sol, enganam o corpo.

Para ler com calma: Existe um imenso debate ocorrendo na comunidade de surdos. É que a tecnologia pode estar acabando com uma cultura que tem mais de 200 anos. No centro da polêmica estão os implantes cocleares, que estimulam eletricamente o nervo auditivo, simulando o som. Existem desde os anos 1980, mas como hoje é possível detectar surdez desde os primeiros meses do bebê, cada vez mais crianças crescem com o implante. Na Holanda, já chega a 100% de adoção. Portanto, elas não são educadas surdas, entre surdos. E há um legado de arte — poesia, teatro, cinema realizado seguindo a linguagem dos sinais. É uma cultura inteira que pode morrer. E há quem defenda que tratar a surdez, na verdade, é retirar-lhes o pertencimento a uma comunidade dentro da qual nasceram.

Aliás... Em vídeo, teatro surdo.

Cultura

Se você já chorou ou sentiu o sangue subir com uma das mortes dos personagens de Game of Thrones, talvez agora você se compadeça com George R. R. Martin. O autor revelou que a morte de uma figura importante em Senhor dos Anéis teve enorme influência em sua facilidade de matar qualquer personagem a qualquer momento.

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A cantora americana Aretha Franklin, a ‘rainha do soul’, está gravemente doente e ao lado de seus parentes, segundo informações de um jornalista que é amigo da família da artista. Ela luta contra um câncer desde 2010 e se apresentou em público pela última vez na Filadélfia, em agosto de 2017. Ao longo de sua trajetória, a artista acumulou 18 prêmios Grammy, incluindo um pelo conjunto de sua carreira. (Globo)

Vale a pena assistir: O espetáculo de Aretha Frankin cantando um de seus maiores sucessos, A Natural Woman.

Viver

Você é neurótico, agradável, extrovertido ou cuidadoso? Pesquisadores da Universidade da Austrália do Sul e da Universidade de Stuttgart querem identificar sua personalidade num piscar de olhos — eles estão utilizando inteligência artificial para prever os traços-chave de alguém através de movimentos oculares.

Há um ano, uma era do atletismo acabou. Em agosto de 2017, Usain Bolt sentiu uma lesão na reta de final do revezamento 4 x 100m rasos do Mundial de Londres e encerrou a carreira mais vitoriosa que a modalidade já viu. Desde então, o trono está vago. Mas a corrida até ele já começou. E um dos concorrentes parece estar um passo à frente dos demais, ao menos entre os velocistas. Noah Lyles acabou de completar 21 anos, mas já carrega um recorde mundial e já fez quase tudo que podia: foi ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014, o melhor atleta de high school dos EUA em 2015 e campeão mundial juvenil em 2016. Ainda lidera o ranking mundial tanto nos 100m quanto nos 200m. Mas evita comparações: "Estou apenas tentando ser o próximo Noah Lyles. Não tenho tempo para me preocupar com Usain Bolt. Estou fazendo o que posso fazer para ser o melhor", disse o atleta em uma recente entrevista. Está no caminho certo.

Mais de 10 milhões de pessoas vivem atualmente em Jacarta, capital da Indonésia. O problema é que a cidade está afundando. Construída sobre um terreno pantanoso, Jacarta é banhada pelo Mar de Java e cortada por 13 rios. Sua região norte afundou 2,5 metros em 10 anos e continua ‘descendo’ até 25 centímetros por ano, mais do que o dobro da média global para megacidades costeiras. Isso se deve, em parte, à extração excessiva de água subterrânea para ser consumida como água potável ou em tarefas cotidianas, como tomar banho. É que a água encanada não é confiável e nem está disponível na maioria das regiões. Segundo especialistas, se nada for feito a respeito disso, partes da megacidade podem acabar completamente debaixo d'água até 2050. Mas parece que a mensagem ainda não está sendo levada a sério.

Galeria: As fotos da chuva de meteoros Perseidas pelo mundo.

Pesquisadores encontraram vínculo entre paraísos fiscais e empresas que atuam na Amazônia e colaboram para sua degradação. Segundo um estudo, a maior parte do dinheiro estrangeiro injetado em grandes empresas de soja e carne brasileiras, setores ligados ao desmatamento, vem de paraísos fiscais, como Bahamas e Ilhas Cayman. Os autores também concluíram que 70% das embarcações envolvidas na pesca ilegal, não declaradas e não regulamentadas, estão ou foram registradas em paraísos fiscais. Eles sugerem que as taxas de impostos reduzidas ou nulas oferecidas por paraísos fiscais devem ser consideradas um subsídio indireto para setores que degradam o meio ambiente e que os custos ambientais desses subsídios deveriam entrar na agenda internacional.

O Meio publicou ontem que o Brasil é o campeão mundial de uso de agrotóxicos. O é na relação habitante por litro de veneno utilizado, segundo dados da Abrasco. Em outro estudo, apresentado em um evento da FAO no ano passado, que mede o consumo total de defensivos agrícolas utilizados nas lavouras brasileiras com a área onde eles são aplicados, põe o Brasil em sétimo lugar. Por fim, se relacionarmos o total aplicado com a produção agrícola, o Brasil é o décimo primeiro.

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