Todos contra Haddad, Haddad por Lula

“O Brasil não aguenta outra Dilma”, afirmou ontem Ciro Gomes em sabatina organizada por O Globo e Época. Referia-se a um novo presidente eleito apenas por ter sido escolhido por Lula. É sua estratégia: bater em Fernando Haddad enquanto se move ao Centro. O bastião que Ciro precisa defender é o nordestino, região onde lidera com 18% dos votos, de acordo com o Ibope. Se ele conseguir impedir o crescimento do petismo por lá, chega ao segundo turno. Na primeira fase da campanha, de aproveitar a estratégia de Lula que atrasou a apresentação do candidato real, Ciro pôde se descolar.

Gerson Camarotti: “A ofensiva de Ciro pegou o PT de surpresa. Nas palavras de um integrante da campanha, esse tipo de ataque já era esperado por parte do PSDB. Mas não de um ex-aliado. Há o reconhecimento no PT que o governo Dilma é um ponto de fragilidade. Por isso, toda a estratégia é de associar o ex-prefeito ao nome de Lula e pular o governo Dilma.”

Não é só ele. “O candidato Haddad vai ter que responder para a população por que nos anos de governo Dilma Temer o Brasil acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito e aumentou as coisas erradas” falou, em Belo Horizonte, Marina Silva.

É a estratégia oposta à de Geraldo Alckmin. O tucano, lembra Daniela Lima na Folha, conta com um crescimento de Haddad. É só com um PT forte que poderá propor o voto útil que lhe permita arrancar Jair Bolsonaro do segundo turno para que seja ele a incorporar o candidato anti-petista.

Objetivo diferente, discurso igual. “Finalmente o PT parou com a enganação, ficaram aí escondendo o Haddad”, afirmou Alckmin em Betim, Minas. “Agora ele vai ter que se apresentar como candidato e explicar os 13 milhões de desempregados, fora outros tantos no desalento. Isso não começou hoje, isso aí é uma herança do período do PT.”

Enquanto isso... Haddad gruda em Lula. “Nós temos três semanas. Ficaram falando que arriscamos. Não arriscamos nada”, explicou o ex-prefeito a um grupo de estudantes. “Quem está do lado certo, quem toma partido do lado da Justiça, não arriscou nada. Ter ficado até o último segundo do lado do presidente Lula não pode ser tido como um risco, como um cálculo eleitoral, uma coisa menor.”

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Jair Bolsonaro foi submetido, ontem, a uma cirurgia de emergência para desobstruir o intestino delgado. Ele estava com inchaço na região do abdômen e reclamava de náuseas. A tomografia revelou um inchaço devido à cicatrização interna por conta da primeira cirurgia, o que estava dificultando a passagem de alimentos. A operação acabou 23h30 e o candidato passa bem.

A Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público vai investigar os promotores que apresentaram ações contra Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, assim como aqueles que pediram a prisão do ex-governador paranaense Beto Richa. Se as ações se concluíram no prazo normal, não há nada a reparar. Mas se houver indícios de que os promotores aceleraram o processo para causar impacto eleitoral, terão cometido falta disciplinar. (Folha)

José Antonio Dias Toffoli toma posse hoje, no fim da tarde, como presidente do Supremo. Aos 50 anos, será a pessoa mais jovem a assumir o cargo, com mandato de dois anos. A expectativa é de que busque a conciliação dentro da Corte mas sua profunda ligação com o PT desperta desconfianças. Ele começará com pautas que não levantam polêmicas — questões técnicas a respeito do Plano Real, questões relativas aos militares, até a responsabilidade do Estado por danos causados por fogos de artifício. Uma das questões mais difíceis, como a da prisão após condenação em segunda instância, fica para o ano que vem.

Aliás... Toffoli terá um general recém-passado à reserva como assessor. É Fernando Azevedo. Em teoria, é para ajuda-lo em questões militares ou relativas a segurança. Mas não é praxe. (Folha)

Cotidiano Digital

Boa parte dos rumores a respeito dos novos iPhones se confirmaram. Os substitutos do X são XS, com tela de 5,8 polegadas, e XS Max, 6,5 polegadas. Será possível ajustar a profundidade do foco após as fotografias serem tiradas, e a bateria dura mais que o modelo atual. 30 minutos mais num, uma hora além no Max. O preço inicial é US$ 999 no menor e US$ 1.099, no maior. O iPhone que substitui o 8 lembra o X, com uma moldura ligeiramente maior. Se chamará XR, e tem tamanho único — a tela, porém, com 6,1 polegadas é maior do que a do iPhone 8 Plus. Os três aparelhos permitirão o uso de dois SIMs.

O Verge comparou os novos aparelhos com os topos de linha Android — modelos Galaxy S9 e Note 9, da Samsung, e o Pixel 2, do Google. O Note 9 tem mais resolução de tela do que o XS Max. Os Androids têm também câmeras frontais ligeiramente melhores. Os iPhones são mais pesados e também mais caros.

Isto posto... O Quartz argumenta que o produto mais interessante da Apple, no momento, é o Watch. A Série 4 anunciada ontem é mais fina e, com o mesmo tamanho, tem 30% mais de tela que os modelos anteriores. Traz um monitor de eletrocardiograma, que é novidade em relógios inteligentes. O aparelho saberá se você caiu e desmaiou, podendo alertar um médico. Ainda não é capaz de monitorar pressão, oxigênio ou glicose em circulação, mas a empresa está trabalhando nisso. Pode se tornar um equipamento fundamental para algumas pessoas.

A HP anunciou, em Chicago, uma série de impressoras 3D que constroem objetos em metal. Não são ferramentas caseiras, mas sim industriais. Tampouco são as primeiras que imprimem objetos de metal, mas as suas conseguem um preço mais baixo e são rápidas. A técnica das Metal Jets, como foram batizadas, consiste em passar pó de metal sobre uma superfície, então cabeçotes lançam jatos precisos com uma liga química que solidifica a área por imprimir. O processo se repete a cada camada, uma acima da outra, até que o objeto é formado. Quando pronto, ele segue a um forno onde o calor provoca a fundição.

Um dos motivos que permite à empresa baratear o custo de produção é que, ora, os cabeçotes que lançam jatos de liga não são muito distintos daqueles usados em impressoras de jato de tinta caseira. Isso lhe permite ter escala que joga o preço de produção para baixo.

A Volkswagen já está usando impressoras HP Metal Jet 3D para experiências com produção em massa. Os modelos anteriores de impressão em metal permitiam apenas o desenvolvimento de protótipos. Num primeiro momento, a impressão será das letras com nomes de modelos de carros, chaves personalizadas ou peças como a cabeça do passador de marchas. São experiências iniciais que podem terminar, no futuro, com a impressão de todas as peças de um automóvel.

Cultura

O Instituto Moreira Salles e a Casa de Rui Barbosa se uniram para criar o Portal da Crônica Brasileira, que disponibiliza recortes de jornal e transcrições de textos de grandes cronistas do país, como Paulo Mendes Campos, Rachel de Queiroz, Rubem Braga, Antônio Maria, Clarice Lispector e Otto Lara Resende. O site entrou no ar ontem com 2.527 itens desses autores. E vem mais por aí. (Nexo)

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John Lennon terminou com os Beatles. Quem afirma é Paul McCartney, em entrevista a Howard Stern. “Não acho que ninguém tentou apontar o dedo para ninguém, mas foi assim. Houve uma reunião em que John apareceu e disse: ‘ei, pessoal, eu estou saindo da banda’”, contou. Um dos motivos: paixão — por Yoko Ono, é claro. A íntegra da entrevista, em vídeo.

Segundo o Holywood Reporter, Henry Cavill não viverá mais o Superman nos filmes da DC. Nos bastidores da polêmica entre o ator e Warner estaria a negociação de uma aparição em Shazam!, que estreia em 2019. O estúdio teria tentado convencê-lo a participar, mas as conversas não acabaram bem. No fim da tarde de ontem, a Warner emitiu um comunicado que não confirma e nem nega o boato, só garante o “ótimo” relacionamento com o ator.

Viver

Muito se fala sobre a construção de casas e hotéis no espaço ao longo dos próximos anos. Agora, pesquisadores no Japão estão trabalhando para construir um elevador espacial que possa transportar pessoas e mercadorias para lá até 2050. Os desafios são muitos, mas a ideia pode ser boa. É que os foguetes são muito caros e, muitas vezes, de uso único.

Vídeo: As imagens do furacão Florence visto de cima.

O câncer vai matar 9,6 milhões de pessoas este ano no mundo todo. Serão mais de 18 milhões de novos casos. É o que mostram os dados mais recentes da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Em relação a 2014, o número subiu. Segundo a organização, um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres em todo o mundo desenvolvem câncer durante a vida — um em cada oito homens e uma em cada 11 mulheres morrem da doença. Nos países mais ricos, com bons sistemas de saúde, é possível prevenir cânceres extirpando causas que estão enraizadas em nossos estilos de vida e cultura: a maioria dos cânceres de pulmão é causada pelo tabagismo, enquanto as causas do câncer de mama incluem obesidade e álcool. E são eles, junto ao câncer de intestino, os responsáveis por um terço das mortes pela doença.

Por falar... Quem sobrevive a um câncer ainda pode ser assombrado por feridas psicológicas que resistem à cura. E para ajudar pacientes a lidar com os medos e as novas prioridades, hospitais têm oferecido serviços de medicina integrativa que contam com o trabalho de diversos profissionais, inclusive coaches de saúde. (Folha)

Você sabe qual é o melhor nome de universidade do mundo para colocar no currículo de quem quer uma vaga de emprego? O Graduate Employability Rankings se baseia nas respostas de 42 mil empregadores para mostrar quais as universidades que mais impressionam os recrutadores na busca por recém-formados. Spoiler: tem brasileira no top 100.

O mais antigo desenho feito por mãos humanas acaba de ser apresentado à comunidade científica. É de um morador da caverna de Blombos, na África do Sul, que usou, há mais de 70 mil anos, um pedaço pontudo de minério ocre sobre uma pedra. E ele foi comparado por editores da revista Nature a uma hashtag, por causa das linhas que se cruzam. (Folha)

O Supremo Tribunal Federal declarou ontem que pais não podem educar filhos em casa, sem matricular em escola. A maioria dos ministros concordou que a Constituição Federal não proíbe a prática do ‘homeschooling’. No entanto, como não há lei regulamentando o ensino domiciliar, não haveria como instituir essa alternativa no país. Apenas o relator, Luís Roberto Barroso, votou a favor do ensino domiciliar. Para ele, os pais têm o direito de escolher o tipo de educação que consideram melhor para os filhos, especialmente diante de indícios de que a qualidade da educação ofertada nas escolas é deficiente. O caso tem repercussão geral — a decisão da Corte deverá ser seguida por juízes de todo o país. (Globo)

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