‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

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O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlevi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

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No momento em que o país lançou um inédito ataque a Israel, ainda que “ineficaz” se a intenção fosse mostrar precisão e potencial de causar mortes, Milani, cientista político e professor em Stanford, lamenta, porque sabe que uma guerra não é algo que os seus compatriotas desejam.

Ele lembra que o Irã foi um dos primeiros países muçulmanos a estabelecer relações com o Estado de Israel e por décadas defendeu a solução de dois Estados com relação à Palestina. Mas o regime islâmico iraniano vem, cada vez mais, dobrando a aposta do autoritarismo e um inimigo externo serve a esse propósito. Assim como serve para Benjamin Netanyahu, Milani defende.

O tipo de resposta que Israel pode promover é incerto. O que Milani sabe é que o mapa de apoios no Oriente Médio é desfavorável ao Irã no momento. Mesmo a China, aliada estratégica do país persa, dá sinais de que não pretende deixar uma guerra regional se desenrolar e que prefere o “comedimento” da Arábia Saudita, mesmo ela também sendo uma ditadura.

Essa entrevista nos foi dada por Abbas Milani para o Meio Político, a newsletter semanal de análises e entrevistas políticas do Meio, exclusiva para assinantes premium. Se você chegou aqui, é porque é um de nossos assinantes e, por isso, muito obrigada. Se gostar desse conteúdo, considere convidar alguém a apoiar nosso jornalismo também.

Com vocês, Abbas Milani, diretor de Estudos Iranianos da Universidade de Stanford.

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O liberalismo ausente

15/05/24 • 11:09

Nas primeiras semanas de 2009, o cientista político inglês Timothy Garton Ash publicou no New York Times um artigo sobre o discurso de posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos. “Faltava apenas”, ele escreveu, “o nome adequado para a filosofia política que ele descrevia: liberalismo.” A palavra liberalismo, sob pesado ataque do governo Ronald Reagan duas décadas antes, passou a representar para boa parte dos americanos uma ideia de governo inchado e incapaz de operar. Na Europa continental e América Latina, segue Ash, a palavra tomou o caminho contrário, representando a ideia de um mercado desregulado em que o poder do dinheiro se impõe a um Estado fraco. Não basta, sequer, chamar a coisa só de liberal. É preciso chamá-la neoliberal. Desde final dos anos 1970, já são quarenta anos de um trabalho de redefinição forçada do que é liberalismo, uma filosofia política de três séculos e meio pela qual transitaram algumas dezenas de filósofos e economistas de primeiro time. O sentido do termo se perdeu de tal forma no debate público, que mesmo muitos dos que se dizem liberais não parecem entender que conjunto de ideias representam.

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