Vale sabia dos problemas em Brumadinho

A Vale soube que havia problemas nos sensores da barragem em Brumadinho dois dias antes do rompimento que matou, segundo os dados mais recentes, 150 pessoas e deixou 182 desaparecidos. A informação vem de e-mails trocados por funcionários da empresa e da consultoria alemã Tüv Süd, obtidos pela Polícia Federal. Além dos dados discrepantes dos sensores, pelo menos cinco piezômetros, que medem a pressão de líquidos, não estavam funcionando. A Vale disse que não vai se pronunciar durante as investigações. (Estadão)

O comando da companhia teme que o funcionário Alexandre Campanha seja preso pela PF nas próximas horas. Em depoimento, o engenheiro Makoto Namba acusou Campanha de tê-lo pressionado a assinar um laudo de estabilidade da barragem de Brumadinho. (Globo)

E ontem a empresa se recusou a assinar um Termo de Ajuste Preliminar Extrajudicial proposto pelo Ministério Público com ações emergenciais em Brumadinho. A empresa disse que precisa fazer uma análise técnica das 40 medidas, que incluem ressarcimento da perda de arrecadação do governo de Minas e da prefeitura de Brumadinho. (Estadão)

Enquanto segue a investigação, surgem novos relatos de quem viveu a tragédia. Motorista de megacaminhões da mineradora, Ana Paula da Silva Mota conta que viu o mar de lama e dejetos vir em sua direção e fugiu em marcha ré com o caminhão carregado com 91 toneladas de minério. “A onda veio muito rápido. Mas também parecia que estava em câmera lenta. É algo muito estranho, não consigo explicar”, conta.

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O ex-presidente Lula sofreu sua segunda condenação na Lava-Jato, agora pelo caso do sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. A juíza Gabriela Hardt , da 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, a Odebrecht e a OAS fizeram reformas no sítio, usado pela família do ex-presidente, no valor de R$ 1 milhão, com dinheiro de propina decorrente de contratos da Petrobras. (Globo)

Lula já cumpre pena de 12 anos e um mês no caso do tríplex do Guarujá e responde a outros sete processos. (Folha)

Segundo especialistas, a nova pena só será somada à anterior se for confirmada na segunda instância. Nesse caso, o tempo chegaria a 25 anos. Mesmo assim, o ex-presidente pode conseguir uma progressão de regime na 2ª Turma do STF, onde ganha corpo a tese de que a pena no caso do tríplex foi excessiva. (Globo)

Mario Cesar Carvalho: “A grita dos petistas de que não há provas, repetida à exaustão no processo do tríplex de Guarujá, não faz sentido no caso do sítio de Atibaia, no qual ele foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão. Há provas abundantes de que a reforma no imóvel foi bancada por uma espécie de consórcio informal integrado pela empreiteiras Odebrecht e OAS e pelo empresário José Carlos Bumlai. Há, porém, um problema na condenação de Lula por corrupção passiva: os próprios delatores dizem que a obra não teve relação alguma com os desvios da Petrobras. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que Curitiba só deve julgar os casos relacionados a corrupção na estatal petroleira. Não deixa de ser uma fragilidade da condenação o fato de que as palavras dos delatores valem quando acusam Lula, mas não o beneficiam quando apontam algo a seu favor.” (Folha)

Bernardo Mello Franco: “A segunda condenação de Lula tende a agravar o isolamento do PT. O partido não conseguiu unir a oposição e perdeu influência no Congresso. Agora fica ainda mais longe de ver seu líder fora da cadeia. Um ex-ministro petista afirma que o partido está sem rumo e ‘caminhando para o gueto’. Ele diz que a legenda adotou um discurso sectário e ficou imobilizada com a campanha ‘Lula Livre’. Na sua avaliação, o ex-presidente não sairá da cadeia tão cedo. Aos 73 anos, terá que esperar um habeas corpus humanitário.” (Globo)

Que o presidente Jair Bolsonaro é um entusiasta do Twitter, todo mundo sabe. Mas quais são os temas que mais ocupam suas postagens nas redes sociais? Um levantamento nos 211 tweets que ele publicou entre 1º e 31 de janeiro, já ocupando o Planalto, mostra que 38% deles foram ataques a adversários ideológicos (21%) e à imprensa (17%). A pesquisa também aponta as principais fontes dos tweets presidenciais e analisa a linguagem que Bolsonaro utiliza em suas postagens.

“Ele é desagradável, pisa fora da sua linha.” Esse é o vice-presidente Hamilton Mourão, na visão do americano Steve Bannon, responsável pelo discurso ultraconservador e nacionalista que ajudou a eleger Donald Trump nos EUA. Cada vez mais próximo do clã Bolsonaro, em especial de Eduardo, a quem não nega elogios, Bannon diz que o presidente brasileiro acerta ao não dar atribuições ao vice. Para ele, as denúncias contra Flávio, outro filho do presidente, são parte uma guerra promovida pelo “marxismo cultural”. (Folha)

Mourão respondeu: “Sou um cara legal, pô!”

 

O caso Queiroz, com implicações para o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), já tem novo promotor na Justiça fluminense: Luiz Otávio Lopes. O anterior, Claudio Calo, havia se declarado suspeito.

A Bolsa teve ontem a maior queda diária desde a greve dos caminhoneiros. O mercado já transitava em terreno negativo desde a abertura dos negócios, mas a abrupta aceleração da queda das ações da Vale — que teve suspensa sua autorização para operar a barragem de Laranjeiras (MG) — acabou contagiando outros papéis. O Ibovespa terminou o dia aos 94.635,57 pontos, em queda de 3,74%, na mínima do dia. (Estadão)

Enquanto isso... Pela sétima vez seguida, o Copom, do Banco Central, manteve a taxa básica de juros da economia brasileira estável, em 6,5% ao ano.

Após críticas, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, fez ajustes em seu pacote anticrime. Para atender aos governadores, oferece medidas mais duras contra integrantes de organizações criminosas. E em resposta ao ministro Celso de Mello, decano do STF, a proposta de retirar dos juízes eleitorais a competência para processar e julgar os crimes comuns que forem conexos com os crimes de natureza eleitoral vai ser separada do projeto e enviada como lei complementar. (Estadão)

Chegou o General da Banda

Tony de Marco & Spacca

Após a coluna incrível de Ruy Castro.

Clique para ouvir esta coluna com som, na voz de Blecaute.

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Viver

Como acontece todo ano no verão, o Rio de Janeiro foi atingido na noite desta quarta-feira por um forte temporal. E, como também acontece todo ano, a cidade não estava preparada para isso. Pelo menos três pessoas morreram em diferentes pontos da cidade devidos às chuvas e moradores de um trecho da favela da Rocinha precisaram ser retirados do local. Houve pelo menos 12 pontos de interdição por alagamento e queda de árvores, com falta de luz em vários bairros.

Veja as fotos e vídeos do temporal no Rio.

E a previsão para esta quinta-feira é de mais chuva.

Um levantamento do Globo em 104 instituições de ensino superior federais do país mostrou que 39 afirmaram já ter criado comissões de verificação de cotas. Outras 27 declararam atuar nesses casos apenas mediante denúncias, aceitando a autodeclaração para matrícula. Desde 2017, ao menos 1.526 matrículas de 14 instituições foram rejeitadas após avaliações visuais, que checam as autodeclarações de alunos ingressantes por meio das políticas de ações afirmativas. Ainda não há, no entanto, consenso entre especialistas sobre a forma de funcionamento das comissões. E nem se cabe ao Estado definir quem é negro ou não.

Por falar em educação... Um novo projeto, mais rígido, do Escola Sem Partido foi protocolado esta semana na Câmara. O texto, da deputada Bia Kicis (PSL-DF), quer assegurar aos estudantes o direito de gravar as aulas contra possíveis doutrinações e ainda regular as atividades de grêmios estudantis. (Folha)

Mas um levantamento do Instituto GPP contratado pelo MEC nos moldes das pesquisas eleitorais, realizado em janeiro do ano passado, mostrou que a maioria dos brasileiros (55,8%) é favorável à inclusão de questões sobre gênero e sexualidade no currículo escolar. O estudo, que nunca foi publicado, revelou também que 62,6% da população não sabe explicar o que é ‘ideologia de gênero’. O documento foi obtido via Lei de Acesso à Informação pela TV Globo.

E ainda: Caso a proposta de ‘homeschooling’ vire lei, uma das medidas que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos estuda para viabilizar a fiscalização do ensino em casa é a cobrança de uma taxa dos pais. (Globo)

Cotidiano Digital

O Spotify anunciou a compra da Gimlet Media e da Anchor, duas das maiores plataformas de podcasts da atualidade. Segundo Daniel Ek, CEO do Spotify, o formato será responsável por 20% do consumo de conteúdo não-musical no futuro próximo, competindo diretamente com todas as formas de entretenimento. A Gimlet produziu, entre outros, o podcast Homecoming, transformado em série pela Amazon.

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Você fez aquele tweet bacana, mas, assim que publicou, percebeu que tinha escrito cachorro com x? Calma, Jack Dorsey, CEO do Twitter, disse em entrevista que a empresa está trabalhando numa ferramenta que criará um delay de até 30 segundos na publicação e que correções poderão ser feitas nesse intervalo. Mais do que isso, diz ele, atrapalharia o fluxo em tempo real das conversas. Como a ferramenta ainda não tem data de lançamento, o jeito é prestar atenção no que se escreve.

O New York Times segue mostrando que é possível ganhar dinheiro com (bom) jornalismo na internet. O jornal divulgou seu balanço consolidado de 2018, revelando que obteve um faturamento de US$ 709 milhões com as plataformas digitais, entre anúncios e assinaturas, o que corresponde a 40% do faturamento total de US$ 1.748 bilhão no ano passado. O resultado deixa a empresa mais perto da meta de faturar anualmente US$ 800 milhões com o digital até 2020.

Cultura

Há um novo hit no topo da lista semanal de músicas brasileiras mais ouvidas no YouTube. Jenifer, de Gabriel Diniz, que tinha chegado ao primeiro lugar do site no início de janeiro, foi desbancada por Terremoto, o novo hit de Anitta e MC Kevinho. O clipe foi lançado na última sexta-feira e teve 26,1 milhões de visualizações até a tarde de ontem.

Uma investigação liderada pela emissora americana CNN apontou indícios de que a causa da morte do cantor James Brown, em 2006, pode ter sido um assassinato. A emissora entrevistou quase 140 pessoas e analisou milhares de páginas de registros policiais e judiciais, testes forenses e mensagens de texto. Brown, uma das figuras mais influentes da história da música dos EUA, morreu numa manhã de Natal, aos 73 anos, após uma curta pneumonia. A causa oficial registrada foi insuficiência cardíaca.

E a China chegou — atrasada, mas chegou — no mundo da ficção científica. O primeiro blockbuster do país ambientado no espaço, The Wandering Earth (trailer), foi lançado esta semana. É a primeira produção de uma série de filmes de grande orçamento abordando o gênero. (Globo)

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