Janot tem até amanhã para denunciar Temer

Termina amanhã o prazo para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra o presidente Michel Temer perante o Supremo. À denúncia, Janot poderá anexar o laudo da Polícia Federal a respeito da gravação feita por Joesley Batista de sua conversa com o presidente — o documento será entregue hoje ao tribunal. Para a PF, que recuperou no gravador o arquivo original, não há qualquer sinal de fraude ou edição. Há, isto sim, mais de cem pontos nos quais o áudio é interrompido porque a máquina interrompe automaticamente momentos que interpreta como de silêncio. O documento trará, também, uma transcrição mais precisa e completa do diálogo. Os peritos conseguiram melhorar a qualidade do som. Temer será o primeiro presidente da República, na história brasileira, denunciado por corrupção. (Estadão)

Antes de ser analisada pelo STF, a denúncia precisa ser autorizada pela Câmara dos Deputados. Não será um processo tão simples quanto o imaginado anteriormente. O primeiro passo é avaliação pela Comissão de Constituição e Justiça, e seu presidente, o mineiro Rodrigo Pacheco (PMDB), vai querer mostrar independência, informa O Globo. É Pacheco quem escolherá o relator e não haverá rolo compressor para passar rápido, como gostaria o Planalto. DEM e PSDB rejeitaram pressões para substituir seus membros e são imprevisíveis, continua o Estadão.

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Alon Feuerwerker: “A cada revés do governo, quando a poeira baixa, nota-se a ainda integridade, no essencial, da aliança que o sustenta. O núcleo dela: 1) o chamado centrão e a maioria da centro-direita; 2) o pedaço da imprensa que, afastado o PT, trocou a ética como valor universal pela ética da responsabilidade; e 3) o empresariado do agora ou nunca para as reformas. Sem contar que o #ForaTemer da esquerda refluiu quando se tornou mais possível. Permanece a retórica, útil para animar plateias tão enraivecidas quanto desavisadas. E só. O PT e a esquerda não querem derrubar o governo.”

O ex-presidente Fernando Henrique publicou hoje seu mais duro artigo desde o início da crise. “Colaborei ativamente com o governo Itamar, apoiei o atual. Ambos com pouco tempo para resolver grandes questões pendentes de natureza diferente: num caso, o desafio central era a inflação; agora é a retomada do crescimento, que necessita das reformas congressuais”, escreveu FH. “O dia a dia do governo se tornou difícil. Os governantes dedicam um esforço enorme para apagar incêndios”, ele segue, afirmando em essência que Temer não governa mais, apenas luta para se manter no Planalto. “Só o presidente tem legitimidade para reduzir o próprio mandato, propondo, por si ou por seus líderes, uma proposta de emenda à Constituição que abra espaço para as modificações em causa.” Para o ex-presidente, a única maneira de evitar um discurso de Golpe é que Temer tome a iniciativa de abraçar uma emenda antecipando as eleições diretas para presidente e, se possível, para o Congresso. (Folha)

Datafolha: Apenas 7% da população brasileira considera o governo Michel Temer ótimo ou bom. Em toda história do instituto, só José Sarney teve número menor: 5%, em setembro de 1989. 69% dos eleitores consideram a administração ruim ou péssima.

Se as eleições fossem hoje, Lula teria 30% dos votos a presidente — não importa se o candidato tucano é Alckmin ou Doria. Em ambos os cenários, Marina Silva e Jair Bolsonaro disputariam o segundo lugar na casa dos 15%. O prefeito paulistano estaria em quarto com 10% e, o governador paulista, na mesma colocação com 8%. Na hipótese de Lula não ser candidato, Marina seria lançada à frente da briga. Ainda de acordo com o instituto, Marina é a única candidata que faria frente a Lula no segundo turno, empatando de 40 a 40. Doria, Alckmin e Bolsonaro perderiam por grande diferença. (Folha)

Afinal... O PT tem aprovação de 18% da população. Chegou a ter, em 2003, 29%. Seu ponto mais baixo foi de 9%, no período do impeachment. PSDB e PMDB têm 5% de preferência popular. Mas 59% dos entrevistados não têm simpatia particular por qualquer partido. (Folha)

Ainda: 40% da população confia muito nas Forças Armadas, e outros 43% confiam um pouco. Na Presidência, apenas 3% dizem confiar muito, e 33%, um pouco. O Congresso tem números semelhantes. E 2% confiam muito nos partidos, 28%, um pouco. 69% não confiam em partidos políticos. (Folha)

Ocorre amanhã a eleição entre procuradores da República para novo chefe do Ministério Público. Os três nomes mais votados serão levados ao Planalto. Temer não é obrigado a escolher um deles, mas esta tem sido a praxe. Cogitou escolher outra pessoa. Mas, em conversas particulares, manifestou ter recuado. Quer evitar o desgaste a ser acusado de interferir na Lava Jato. (Folha)

Enquanto isso... o ministro da Justiça, Torquato Jardim, escolheu o sábado para dar uma entrevista coletiva confusa. Sentado ao lado do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, afirmou que ambos trabalham em “absoluta harmonia”. Os rumores de que Daiello seria substituído eram fortes, mas após muito dizer na coletiva, Jardim não se posicionou. Só mais tarde sua assessora de imprensa afirmou, oficialmente, que a intenção do anúncio aos jornalistas era afirmar que o diretor-geral continua no cargo. A troca seria vista como interferência do governo na Lava Jato.

Um dos principais líderes da oposição venezuelana, Leopoldo López, está proibido de receber a visita de advogados desde abril na prisão onde cumpre pena de 13 anos e 9 meses. Não pode ver ninguém, nem a família, desde o início do mês. Num vídeo publicado durante o fim de semana, grita da janela do presídio “Estão me torturando, denunciem”. A Anistia Internacional, que o considera um ‘preso de consciência’, pede investigação imediata por parte do governo.

Cultura

Um deslize revelou o segredo de Banksy. O DJ (e também grafiteiro) Goldie o identificou como Robert Del Naja, do Massive Attack: “Me dê uma bubble letter [fonte usual no grafite], coloque em uma camiseta, escreva Banksy, e estamos feitos. Podemos vendê-la agora. Sem ofensa a Robert, eu acho que ele é um artista brilhante. Acredito que ele virou o mundo da arte de cabeça para baixo”. Com a gafe, enfim, deixou nu o rei do grafite.

Ou não… O DJ correu então para o Twitter e disfarçou a confusão. Disse que estava rolando de rir e até respondeu comentários. Por enquanto, um único veículo, que não é especialista em arte mas sim em fofoca, segue este caminho. A People afirma que “suas fontes” — sem mais detalhes — garantem que não, Roberto Del Naja não é Banksy.

A propósito: o Nexo conta quem é o artista (para além de sua identidade) e mostra algumas de suas obras.

Há uma cacatua vivendo no Guggenheim de Nova York. A “residência” de Pinkie no museu dura um mês. Sua gaiola fica no chão, no centro da rotunda. Tem ao lado um monitor que exibe títulos do cinema de vanguarda. Pinkie, quando lá não está, pode ser vista “visitando” as galerias do museu, as áreas onde ficam as pinturas, esculturas e instalações em exposição. A cacatua, a propósito, é, ela própria, parte de uma obra de arte.

Galeria: O acervo de selfies de Audrey Tautou, a eterna Amélie. A atriz se fotografa há 15 anos e, conta o New York Times, no lançamento de ‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’, em 2001, também clicou os jornalistas que a entrevistaram na campanha de divulgação do filme.

Hoje, dão-se exatos 20 anos desde o lançamento do primeiro livro da saga Harry Potter. Desde então, foram mais seis livros, oito filmes, uma peça e um sem fim de produtos para capitalizar o sucesso original. Só com eles, os subprodutos, a marca Harry Potter arrecadou US$ 7,3 bilhões. (Estadão)

Viver

De Amós Oz, escritor israelense, sobre o fanatismo e a intolerância destes tempos: “O fanático te ama e quer te mudar, e se você se provar irredutível, ele vai cortar sua garganta. Sejamos cautelosos, quando falarmos sobre a política, sobre a necessidade de lutar pelos nossos valores, pela paz, pelo pluralismo, justiça social, vamos nos lembrar que nossa própria batalha não está imune ao fanatismo. (…) Ninguém está imune ao fanatismo”.  (Estadão)

Em tempo: o escritor indica um remédio para a doença contemporânea - humor. “Se o senso de humor fosse vendido em cápsulas, eu proporia uma imunidade massiva contra esta praga dos nossos dias que é o fanatismo. E assim quem sabe eu concorreria não ao Nobel de Literatura, mas de Medicina."

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Você certamente já ouviu falar em 'lattes' (a plataforma de currículos), mas é pouco provável que conheça Cesare Mansueto Giulio Lattes. Pois conta a Ilustríssima que o cientista brasileiro ajudou a detectar uma nova partícula atômica, feito científico eleito o maior do ano de 1948 pelo New York Times e que ajudou a mudar a forma de se fazer física. Lattes recebeu sete indicações ao Nobel.

Desde a mais tenra idade, a criança deve ser exposta aos livros. E como fazê-lo? O New York Times faz um guia (fofo) para se criar um filho leitor. Primeiro passo: ser (o pai) um leitor.

Cotidiano Digital

Um grupo hacker ganhou acesso à rede interna do parlamento britânico na sexta-feira e iniciou um ataque que lhes permitiu acessar o email de quase 90 dentre os 650 membros da Câmara dos Comuns. Os serviços de segurança detectaram a invasão no sábado e imediatamente bloquearam acesso aos deputados. Teme-se uma campanha de chantagem a partir do que foi descoberto. As contas violadas, segundo o governo, foram aquelas com senhas simples. O principal suspeito, no momento, é o governo russo.

Aliás... O Washington Post publicou uma longa reportagem contando a guerra secreta entre Obama e Putin durante as eleições de 2016. A CIA informou a Casa Branca da tentativa russa de manipular as eleições americanas via ciberataques em julho, mas demorou para que as outras agências de inteligência confirmassem a suspeita da origem russa. Segundo o Post as ordens para o ataque partiram diretamente de Vladimir Putin e o objetivo era dificultar a eleição de Hillary Clinton. O governo Obama hesitou em agir por considerar difícil uma derrota de Hillary e porque temia ser acusado, pela oposição, de intervir nas eleições ao falar de uma conspiração estrangeira.

A Volkswagen pretende demitir 23 mil funcionários mundialmente enquanto abre 9 mil vagas novas nas áreas de bateria e automação. O objetivo é economizar para investir pesado em carros que dirijam por conta própria.

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