Pesquisa Ipsos indica empate técnico entre Biden e Trump
A primeira pesquisa após o atentado contra Donald Trump indica que a tentativa de assassinato e o anúncio de seu companheiro de chapa, J.D. Vance, não mudaram as intenções de voto para presidente. De acordo com os dados da Ipsos, empresa francesa que atua em 90 países, houve oscilação dentro da margem de erro (veja os números). Trump aparece com 43% e o presidente Joe Biden, com 41%. No levantamento anterior, dos dias 1 e 2 de julho, ambos tinham 40%. Os pesquisadores entrevistaram 992 norte-americanos no dia em que Vance foi anunciado como vice de Trump. Em um primeiro momento, a nomeação não parece ajudar o ex-presidente na corrida, pois o senador republicano não é conhecido por 44% dos entrevistados. Entre aqueles que o conhecem, 30% não gostam dele, 24% o veem “favoravelmente” e 19% o veem “muito desfavoravelmente”. A enquete analisou como seria um eventual desempenho de Kamala Harris como candidata – a atual vice-presidente empataria com Trump, ambos com 44%. (Meio)
Em vez de cessar-fogo, Netanyahu escolhe bombardear ‘zonas humanitárias’
Campo de deslocados em Al-Mawasi destruído por Israel no sábado: 90 mortos e mais de 300 feridos no bombardeio
O mundo deseja o fim da guerra em Gaza, mas o que se viu nos últimos dias foi uma ofensiva sangrenta de Israel sobre zonas declaradas como “humanitárias” pelo próprio governo de Benjamin Netanyahu. Com as negociações em andamento para um acordo de cessar-fogo, pressão popular em protestos diuturnos nas cidades israelenses e até generais leais ao primeiro-ministro pedindo ao menos uma trégua nos bombardeios sobre terras palestinas, esperava-se uma saída pacífica após nove meses de conflito e estimados 40 mil mortos, 95% deles palestinos. Apostando no lema “guerra é paz” do clássico de George Orwell 1984, Netanyahu acredita que eliminar o Hamas é a única solução possível para o conflito histórico. Embora já tenha matado metade da cúpula da organização, a paz nunca pareceu tão distante da região. (Meio)
‘Mussum, o Filmis’ e ‘O Sequestro do Voo 375’ lideram indicações no Prêmio Grande Otelo
Uma das honrarias mais importantes do audiovisual no país, o Prêmio Grande Otelo - novo nome do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro - apresentou os finalistas nas 30 categorias de sua 23ª edição. Destaque para a cinebiografia Mussum, o Filmis, sobre o sambista e ator carioca Antônio Carlos Bernardes Gomes, e o drama baseado em fatos O Sequestro do Voo 375, que conta a história de um atentado frustrado contra o então presidente José Sarney, em 1988. As duas obras, dirigidas por jovens diretores (Silvio Guindane e Marcus Baldini, respectivamente), lideram as indicações, ambas finalistas em doze categorias na celebração da Academia Brasileira de Cinema - entre elas a principal, de melhor longa-metragem de ficção. Na mesma categoria estão Nosso Sonho - a História de Claudinho e Bochecha, Noites Alienígenas e Pedágio. Os finalistas em melhor direção são Anita Rocha da Silveira (Medusa), Carolina Markowicz (Pedágio), Kleber Mendonça Filho (Retratos Fantasmas), Marcus Baldini (O Sequestro do Voo 375) e Tomás Portella (Aumenta que é Rock’n’Roll). Disputam o troféu de melhor série de ficção A Vida Pela Frente, Betinho - No Fio da Navalha, Cangaço Novo, Dom e Fim. Com homenagem ao Cinema Novo, a cerimônia será no dia 28 de agosto, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Veja a lista completa de finalistas. (Meio)
Novo prêmio literário para autor estreante abre inscrições este mês
Ex-curador do Prêmio Sesc de Literatura, Henrique Rodrigues criou um novo concurso literário dedicado a romances inéditos de autores estreantes. Com inscrições gratuitas pelo site, o Prêmio Caminhos da Literatura pretende ir além do eixo Rio-São Paulo e atrair talentos de todas as regiões do Brasil. As inscrições abrem no dia 22 de julho e irão até 21 de agosto. Quem vencer terá seu livro publicado pela editora gaúcha Dublinense, com um adiantamento de direitos autorais no valor de R$ 5 mil. O Caminhos da Literatura quer premiar a liberdade da criação literária e revelar grandes autores ainda não conhecidos. Além da publicação, haverá uma tutoria sobre mercado editorial com Rodrigues. O resultado sai em outubro. (Meio)
Vitória dos trabalhistas pode esconder crescimento da extrema-direita no Reino Unido
Keir Starmer, líder dos trabalhistas, em foto de hoje: eleições britânicas devem ter vitória histórica sobre conservadores
O Reino Unido foi às urnas hoje para escolher os 650 deputados da Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento britânico. Mestre e doutor em política e relações internacionais pela Universidade de Liverpool, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Kai Enno Lehmann analisa a vitória certa do Partido Trabalhista nas eleições - que terão, segundo as pesquisas, uma derrota histórica dos conservadores após 14 anos no poder. Mas talvez a ascensão dos trabalhistas no Reino Unido esconda o crescimento da extrema-direita, pois o partido Reforma (Reform UK, antigo Brexit) tende a alcançar até 15% dos votos, segundo Lehmann, e só não terá número proporcional de cadeiras no Parlamento por causa das regras do sistema eleitoral britânico. (Meio)
Debate entre Biden e Trump será hoje às 22h
Biden e Trump: debate será histórico por alguns motivos, entre eles o fato de ser a primeira vez que dois presidentes se encontram
Os 90 minutos mais importantes da campanha presidencial dos Estados Unidos estão prestes a começar. Hoje à noite, a partir das 22h, Joe Biden e Donald Trump irão se encontrar no debate mais cedo - e, talvez, mais importante - da história de um primeiro turno, três meses antes da corrida de 2020. É uma estratégia da campanha de Biden, que vê na antecipação uma possibilidade de liderar as pesquisas. Os dois estão empatados nas intenções de voto e o rápido debate sem plateia no estúdio, sem consulta a assessores nos intervalos, sem nada nos púlpitos além de um copo d'água, uma caneta e um bloco de papel em branco prometem ser decisivos no pleito. Trump e Biden estarão separados por apenas dois metros e meio de distância. É a primeira vez que dois candidatos que já serviram como presidentes da República se enfrentam em um debate no país. O encontro, na sede da CNN, em Atlanta, será transmitido também no YouTube da emissora. Na TV brasileira, além da CNN Brasil, a Globonews irá exibir.
Pesquisa Quaest mostra empate técnico entre Nunes, Boulos e Datena em São Paulo
Saiu a primeira pesquisa de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo feita pela Quaest, com todos os pré-candidatos. E três deles aparecem empatados tecnicamente, dentro da margem de erro: Ricardo Nunes, do PMDB (22%), Guilherme Boulos, do PSOL (21%), e José Luiz Datena, do PSDB (17%). Pablo Marçal, do PRTB (10%), está em quarto, seguido por Tábata Amaral, do PSB (6%), e com Marina Helena, do Novo, (4%). Kim Kataguiri, do União Brasil, tem 3% e os demais têm 1% ou menos. Indecisos são 7%, e quem respondeu branco, nulo ou que não irá votar, 8%.
Quando um anônimo Chico Buarque cantou para uma plateia vazia no Rio de Janeiro
Chico em 1966, ano de lançamento do seu primeiro álbum e do show para os alunos do Colégio Santo Inácio
Aquela tarde de 1966 navega na memória do economista carioca Paulo Gadelha, de 75 anos. Foi quando organizou com amigos o show de um cantor e compositor desconhecido chamado Francisco Buarque de Hollanda. Uma apresentação para poucas pessoas, voz e violão, no colégio onde estudavam, o Santo Inácio, tradicional escola de classe média e alta no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Ontem, dia em que Chico completou 80 anos, Gadelha mergulhou no passado. Abaixo, seu relato para os leitores do Meio:
Oitenta anos, oito músicas: uma playlist de Chico Buarque feita por convidados do Meio
Oitenta anos, oito músicas. No aniversário de Chico Buarque, a convite do Meio, personalidades importantes do país tentam escolher uma única canção de um dos mais completos artistas de todos os tempos. “Missão impossível”, disse João Bosco, embora tenha conseguido. Fernanda Torres optou por duas, "um lado A e um lado B". São centenas de composições que passam por diversos estilos e compõem a trilha sonora do Brasil dos últimos 60 anos, desde que Chico lançou, em 1966, seu álbum de estreia, Chico Buarque de Hollanda – aquele mesmo em que ele aparece feliz e sério, em retratos de Dirceu Côrte Real, uma capa campeã de aplausos e memes. Os convidados foram, além de Bosco e Torres, a escritora Carla Madeira, a filósofa Djamila Ribeiro, o ator Fábio Porchat, o jornalista Nelson Motta, o neurocientista Sidarta Ribeiro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deixou de pensar por um instante na taxa básica de juros para “ver o capim, ver o baobá”, e escolher Assentamento. São músicas “que o próprio tempo vai parar para ouvir”. E nós também.