Flávia Tavares

Editora executiva de conteúdo premium do Meio. Jornalista com 20 anos de carreira, com passagens pelo Estadão, no caderno Aliás e como repórter especial de política e cidades; pela revista Época, como repórter em Brasília e editora de política em São Paulo; e na CNN, como editora-chefe do site. Ama escrever sobre política e direitos humanos.

Ao menos 12 jornalistas foram mortos no conflito entre Israel e Hamas

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) informou neste domingo que investiga os relatos de jornalistas mortos, feridos, detidos e desaparecidos na guerra entre Israel e Hamas. Até o momento, há a confirmação de pelo menos 12 jornalistas mortos, dois desaparecidos e oito feridos. Entre os mortos nos primeiros oito dias do conflito, estão 10 jornalistas palestinos e um jornalista israelense — Issam Abdallah, jornalista da Reuters, foi morto em um bombardeio no sul do Líbano. “O CPJ enfatiza que os jornalistas são civis realizando um trabalho importante durante tempos de crise e não devem ser alvo das partes em conflito”, diz Sherif Mansour, coordenador do CPJ para o Oriente Médio e Norte da África. (Folha)

Gaza: versões sobre fornecimento de água e ataques a civis divergem

Há pelo menos dois pontos em que autoridades israelenses e palestinas vêm divergindo nos relatos sobre os ataques à Faixa de Gaza. O primeiro é sobre o restabelecimento do fornecimento de água. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse à CNN hoje que havia liberado a água para o Sul de Gaza. Já o diretor da Autoridade Palestina de Água disse que não é possível checar se a declaração é verdadeira porque a eletricidade ainda não foi restaurada. O outro ponto é sobre o bombardeio de civis que tentam deixar Gaza. Israel foi acusada pelo Hamas de ter atingido um comboio e matado ao menos 70 civis. Vídeos obtidos pela BBC mostraram o ataque atingindo pelo menos 30 pessoas e 12 corpos, incluindo o de crianças. “É um relato falso. O Hamas está usando os seus próprios cidadãos como escudos humanos e espalhando fake news”, disse Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, em entrevista coletiva. O exército israelense diz, ainda, que o Hamas está impedindo palestinos de deixar o Norte de Gaza e divulgou um áudio de um morador relatando o bloqueio. (CNN, UOL e g1)

Filho de brasileiro morreu em rave em Israel; filha de brasileiros é refém do Hamas

A Embaixada do Brasil em Israel confirmou que o filho de um brasileiro que mora em Israel, o israelense Gabriel Yishay Barel, de 22 anos, foi um dos mortos no festival de música eletrônica atacado pelo Hamas em 7 de outubro. Gabriel é filho do brasileiro Jayro Varella Filho com uma israelense. Autoridades israelenses confirmaram, ainda, que Thelet Fishbein Zaaror, 18 anos, filha de brasileiros, é uma das reféns do Hamas. Ela estava no kibutz Be'eri, no Sul de Israel, com o namorado, Dor Haider, quando o grupo terrorista invadiu o local, deixando cerca de cem mortos. Desde então, os dois estão desaparecidos. Fishbein é filha e neta de brasileiros, mas nasceu em Israel. Na semana passada, o governo federal confirmou as mortes de três brasileiros que participaram da festa rave alvo do Hamas: Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, Ranani Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos. (Globo)

Conflito já é o mais mortal da história para Gaza e em 50 anos para Israel

A atual guerra entre Israel e Hammas já fez 3,8 mil vítimas: 2,4 mil em Gaza e 1,4 mil em Israel, de acordo com as autoridades de cada local. Este já é o conflito com o maior número de mortos da história de Gaza e o pior em 50 anos para Israel. A maioria das mortes de ambos os lados são de civis. Em Gaza, o número de mortos ultrapassou o da terceira guerra entre Israel e o Hamas, ocorrida em 2014, quando 2.251 palestinos, incluindo 1.462 civis, foram mortos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Naquele confronto de seis semanas, 74 israelenses morreram, incluindo seis civis. Já para Israel desde a Guerra do Yom Kippur, com Egito e Síria, em 1973, não havia tantas vítimas. Mais de 2,6 mil israelenses foram mortos 50 anos atrás, com estimativas de que 15 mil egípcios e 3,5 mil sírios morreram do outro lado. (g1)

Israel se aproxima de operação terrestre em Gaza e evacua cidades ao Sul

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram que estão prontas para realizar a operação terrestre de invasão da Faixa de Gaza. “Soldados e batalhões das IDF estão implantados em todo o país e estão aumentando a prontidão operacional para as próximas etapas da guerra, com ênfase em operações por terra significativas", anunciou um comunicado do exército, acrescentando que a ofensiva incluiria ainda ataques aéreos e marítimos e cobriria um “campo de combate expandido”. Conforme os militares israelenses se preparam para a operação, cidades ao Sul de Israel estão sendo evacuadas. Sderot, a menos de 4 km de Gaza, já retirou dois terços dos 30 mil habitantes, de acordo com afirmações do vice-prefeito, Elad Kalimi, ao jornal Times of Israel. Aqueles que escolhem deixar a região estão sendo hospedados em hotéis em Tel Aviv, Jerusalém e Eilat, com o apoio estatal.

Síria acusa Israel de bombardear aeroporto; israelenses dizem que sírios lançaram foguetes

As Forças de Defesa de Israel afirmaram que dois foguetes foram lançados pela Síria no norte do país e que reagiram com artilharia. O exército israelense informou que os foguetes caíram em uma área aberta e não há registros de feridos. Já a Síria acusa Israel de ter atingido novamente o aeroporto de Aleppo, ao norte do país. O Ministério da Defesa da Síria divulgou um comunicado em que afirma que “aproximadamente às 23h35, o inimigo israelense realizou um ataque aéreo vindo da direção do Mar Mediterrâneo, visando o Aeroporto Internacional de Aleppo, causando danos materiais ao aeroporto e colocando-o fora de serviço”. (Folha e Times of Israel)

Irã diz que, se Israel invadir Gaza com forças terrestres, terá de reagir

O Irã enviou uma mensagem a Israel, via Organização das Nações Unidas (ONU), reforçando que não quer uma escalada na guerra entre Israel e Hamas, mas que terá de intervir se a operação israelense em Gaza continuar, de acordo com duas fontes diplomáticas do Axios. O envolvimento do Irã no conflito, seja diretamente ou por apoio a grupos terroristas da Síria ou do Líbano, é um dos pontos de maior tensão regional. O governo de Joe Biden vem tentando dissuadir os iranianos e o Hezbollah de entrarem na guerra. Mas o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, reuniu-se com o enviado da ONU ao Oriente Médio, Tor Wennesland, hoje em Beirute e disse que, embora não queira que o conflito se transforme numa guerra regional e vá tentar ajudar na libertação de reféns israelenses, se a operação militar de Israel continuar — e especialmente se Israel cumprir a sua promessa de uma ofensiva terrestre em Gaza – o Irã terá de responder. Wennesland ligou para o conselheiro de segurança nacional israelense, Tzachi Hanegbi, e outras autoridades e transmitiu a mensagem do Irã, disseram as fontes. Ainda neste sábado, Amir-Abdollahian se reuniu com o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Doha, Catar, de acordo com a agência de notícias oficial do Irã, a Irna. Esta é a primeira reunião oficial entre autoridades iranianas e Haniyeh após a "operação Tempestade em Al-Aqsa”, como a Irna chama o atentado do dia 7 de outubro. (Axios e CNN)

Brasileiros ainda não conseguiram deixar Gaza e Lula pede apoio ao Egito e a Abbas

Um grupo de 16 brasileiros que tentam deixar a Faixa de Gaza chegaram à cidade palestina de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, e foi alocado pela Embaixada do Brasil na Palestina em uma casa na região. É dali que eles aguardarão a autorização para cruzar a fronteira e, do Egito, pegar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que espera em Roma, para o Brasil. Em reunião com ministros e membros do governo nesta tarde, o presidente Lula expressou a preocupação com a situação desses brasileiros. O governo busca confirmar a informação de que Israel não autorizou a saída de brasileiros e de cidadãos de outras nacionalidades de Gaza pela fronteira com o Egito. Cidadãos de diversos países se aglomeram nessa área, depois do ultimato para que o norte de Gaza fosse esvaziado. Após a confirmação dessa informação com autoridades israelenses e egípcias, o governo avaliará sobre como proceder.

Familiares acusam governo de Israel de abandonar reféns capturados pelo Hamas

Ronen Tzur, porta-voz das famílias dos israelenses desaparecidos após o ataque de 7 de outubro, muitos dos quais são mantidos em cativeiro em Gaza, criticou o governo de Israel por abandonar os reféns ao dizer que não aceitará negociar. Tzur disse numa coletiva em Tel Aviv que se Israel não negociar com inimigos que querem destruir Israel — de acordo com a declaração feita pelo Conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi — o governo estará, na prática, abandonando os detidos. E que as famílias aguardam esclarecimentos sobre a declaração de Hanegbi. “Estamos aguardando clareza do governo”, diz Tzur.

Hezbollah não deve provocar ‘destruição’ do Líbano, alerta governo de Israel

Os ataques do Hezbollah parecem ter sido contidos e o grupo libanês não deve tomar nenhuma medida que possa levar à “destruição” do Líbano, afirmou Tzachi Hanegbi, conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em um pronunciamento na TV. Neste sábado, o Hezbollah disparou mísseis contra tropas israelenses nas Fazendas de Shebaa, faixa de terra sob controle de Israel, próxima da tríplice fronteira entre a Síria, Líbano e Israel. O grupo já havia assumido a autoria de outros quatro ataques contra Israel na sexta-feira. “Esperamos que o Hezbollah não provoque, de fato, a destruição do Líbano. Porque se houver uma guerra lá, o resultado não será menor”, disse ele, se referindo às ameaças de Israel de lançar ataques contra o país, numa tentativa de conter os ataques de mísseis do Hezbollah.