Temer vai à luta, Maia monta ministério

O Planalto está na briga. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi, sacou o deputado José Fogaça da Comissão de Constituição e Justiça para colocar Carlos Marun. Um voto a mais a favor do presidente. Pelo menos o PTB também deve fazer mudanças. O medo é de que, perante uma derrota na CCJ, a pressão seja tanta que não dê mais para reverter o resultado no plenário. Em Buenos Aires, onde está para o Foro Parlamentar sobre Relações Internacionais, Rodrigo Maia afirmou em entrevista que “uma denúncia contra o presidente é grave”. Ele não quis fazer previsão sobre como será a análise da Câmara. “Como a maioria dos deputados não se manifesta”, disse, “precisa analisar por que não estão se manifestando.” E defendeu seu afastamento de Temer. “São coisas diferentes quando você tem uma agenda de reformas e quando você tem uma denúncia”, falou. “Quando vem a denúncia, meu papel é ser árbitro.” (Globo)

Já longe dos jornalistas, num encontro reservado com deputados da oposição, Rodrigo Maia considerou que “a situação do governo é insustentável”. Foi claro: “a base sabe que tudo o que tem com Temer manterá comigo”, disse, de acordo com o Painel. Procurado, Maia nega o encontro. (Folha)

Enquanto nega, vai executando o plano. Já monta seu ministério, por exemplo, que indica um governo de continuidade. Deverá manter pelo menos metade dos nomes que estão lá. Inclusive Henrique Meirelles, na Fazenda.

E as articulações seguem. “Está na hora de buscar alguma estabilidade”, comentou o presidente em exercício do PSDB, Tasso Jereissati. O senador fala abertamente num cenário pós-Temer e acena com um acordo. “Maia é presidente por seis meses e tem condições de juntar os partidos com um mínimo de estabilidade para o país.” (Estadão)

Aliás... Até Temer já concluiu que Rodrigo Maia está em campanha.

Não só ele. Dilma celebrou.

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Os procuradores da Lava Jato esperam que Eduardo Cunha comece a delação premiada na próxima semana, entregando provas. Foi cedida ao ex-presidente da Câmara uma sala especial para encontros com seus advogados, que ouvem suas histórias e as transcrevem. Cunha deve fazer acusações a Temer, Moreira Franco, Eliseu Padilha e ao senador Romero Jucá, segundo Mônica Bergamo. (Folha)

O doleiro Lúcio Funaro, por sua vez, deixou a Papuda e foi transferido para a carceragem da Polícia Federal, a pedido do Ministério Público. Para encerrar sua delação. (Folha)

Num texto curto e fluido, bem escrito que só, Malu Gaspar conta do momento há vários anos em que Lúcio Funaro e Eduardo Cunha se conheceram — quando tudo começou. (Piauí)

De cabeça raspada com máquina um, o ex-ministro Geddel Vieira Lima prestou depoimento numa audiência de custódia perante o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal de Brasília. Preso por tentar pressionar Funaro, ouviu do juiz que a liberdade lhe foi negada. E o vídeo da audiência, pouco mais de hora e vinte, é a visão de um homem que teve muito poder em desespero. (Estadão)

O novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, pode ter mantido Leandro Daiello no comando da Polícia Federal. Mas Daiello encerrou a força-tarefa da PF na Lava Jato. O argumento oficial é de que os delegados se juntaram a uma grande equipe de combate à corrupção pois há limites orçamentários. Na prática, cuidarão de vários casos ao mesmo tempo. O número de procuradores dedicados ao caso aumentou. Mas vão precisar batalhar para conseguir policiais que investiguem o que sai das delações.

Carlos Fernando, procurador da Lava Jato: “A Polícia Federal não tem mais dinheiro para passaporte. A força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade.”

O programa oficial distribuído pela imprensa no G-20 não tem registro de Michel Temer. Como o presidente havia desistido de ir e mudou de ideia na última hora, não deu tempo de incluí-lo. Ao menos já foi incluso na versão digital. (Folha)

Vá... Nem é tão ruim. A trupe da Casa Branca meteu os pés pelas mãos e, quando foi reservar hotel para Trump e equipe, não tinha mais. O parlamento local de Hamburgo emprestou a casa onde acomoda hóspedes para o presidente americano.

Se eleito, garante Lula, não vai reverter as reformas deixadas por Michel Temer. Ao menos não de todo. (Valor)

Pablo Ortellado: “Quando é que vamos abandonar de vez esse jogo cretino da esquerda de estimular um discurso retórico na base que é negado na prática pela liderança quando administra o país?”

Para ler com calma: Não foram os corredores de Brasília, as agradáveis noites cariocas ou as salas de aula da USP que mais ensinaram a Simon Romero sobre o Brasil. O correspondente do New York Times, que encerra o ‘mandato’ por aqui, conta que entendeu o Brasil como ele é na Amazônia. Mais especificamente, numa estrada — a BR 163, que liga o Rio Grande do Sul ao Pará —, fundamental para a economia por ser o canal de escoamento da produção agrícola para os portos de exportação. Boa leitura para escapar dos detalhes da crise e mergulhar no Brasil. (Piauí)

A BBC tenta responder a pergunta: há chances de uma guerra contra a Coreia do Norte? Por enquanto, não. Afinal, ninguém confia na ditadura dos Kim — que tem armas nucleares.

A Turquia prendeu a diretora da Anistia Internacional no país, Idil Eser, e parte de sua equipe.

A presidência está dando sopa

Tony de Marco

Mosca-Azul

Cultura

O documentário Tunga: O Espaço é do Artista ganha exibição em São Paulo, na Biblioteca Mário de Andrade, amanhã. Também na capital paulistana tem início o tradicional festival de performances Verbo, na Galeria Vermelho, a partir de terça-feira.

Já no Rio, Jards Macalé, Zé Renato, Guinga e Moacyr Luz lançam, no domingo, o registro do show Dobrando a Carioca, no Imperator. No CCBB, a soprano Gabriela Geluda apresenta a ópera de câmara contemporânea Na Boca do Cão. A Bravo! reúne mais indicações culturais — é só assinar sua recém-criada newsletter.

Nos cinemas, estreiam, entre outros longas, o blockbuster Homem-Aranha: De Volta ao Lar (trailer), o drama nacional Soundtrack (trailer), com Selton Mello e Seu Jorge, e Poesia Sem Fim (trailer), autobiografia do diretor Alejandro Jodorowsky. Confira mais lançamentos deste fim de semana.

Enquanto a série não vem, a HBO trata de trabalhar no marketing para não deixar Game of Thrones sair dos noticiários até a estreia da sétima temporada, no próximo dia 16. Agora, anunciou que o épico será transformado numa exposição que rodará o mundo, a começar pela Europa. Reunirá figurinos, cenários e afins, numa mostra interativa que ocupará, segundo a Variety, 10 mil metros quadrados. 

Filho de Laerte, a cartunista mais aclamada do país (ao lado de Angeli), Rafael Coutinho integra o projeto Baiacu, revista idealizada pelos dois veteranos dos quadrinhos. Na terça agora, o jovem estará ao lado do pai e de Angeli para uma aula magna em São Paulo. “Ser filho do Laerte teve um peso sim. Por vezes ruim, em outros melhor”, contou em longa entrevista à Bravo, repleta, aliás, de ilustrações. “Ele [Laerte] sempre esteve lá nos momentos-chave da minha formação, do jeito dele. Sem alterar muito meu ecossistema, mas ali.”

Em Israel, o hit do momento é uma música em português. Mistura funk e samba, cita palavras como ‘cachaça’, ‘caipirinha’ e ‘gatinha’ e é interpretada por dois cantores de lá. A Folha explica o motivo da letra em português e como se deu a construção do sucesso.

Viver

Até as estrelas fracassam. Ou são tidas como fracassadas pela astronomia. E não são poucas: há 100 bilhões ou mais delas na Via Láctea. As chamadas ‘anãs marrons’ têm massa intermediária entre a dos planetas e a das estrelas ‘normais’ e, por isso, não são capazes de fazer a fusão nuclear que lhes permitiria brilhar como outros astros. Segundo estudo divulgado ontem, as “estrelas fracassadas’ são mais comuns do que se imaginava — e talvez o número anunciado agora seja até subestimado. (Globo)

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Como parte da meta para neutralizar suas emissões de carbono até 2050, a França anunciou que proibirá veículos movidos a gasolina e derivados de petróleo até 2040. Outros governos vêm adotando medidas semelhantes, diante do fato de que, segundo a OMS, cerca de 3 milhões de mortes todos os anos estão vinculadas à poluição do ar. 

A propósito: conheça 15 cidades e suas estratégias para banir os carros poluentes.

Galeria: mais um concurso de fotos - desta vez, feitas só por drones — anuncia os vencedores deste ano. São imagens de natureza, pessoas e cidades vistas lá de cima.

Os jornalistas Márvio dos Anjos e Augusto Decker decidiram contar a história do Botafogo na Libertadores da América à moda de Camões: um poema épico. (Globo)

Cotidiano Digital

Para ler com calma: A Business Insider publicou uma análise sobre a estratégia de lançamento do novo disco de Jay-Z, 4:44. Mostra como o advento do streaming mudou a forma de se lançar e divulgar um álbum. Foi justamente esta mudança, defende o artigo, que alavancou o sucesso de 4:44, que mal acaba de sair e já ganhou um disco de platina. Entre as tais estratégias, está o lançamento exclusivo no Tidal, plataforma de streaming do próprio Jay-Z, numa ação coordenada com intensa divulgação nas rádios e nas redes sociais. Outra jogada dos novos tempos foi permitir por algumas horas, de surpresa, o download gratuito do disco para quem se inscrevesse por e-mail. Jogada que, aliás, criou um banco de dados de fãs do rapper, algo que certamente se mostrará valioso em ações futuras.

O Yelp, popular serviço de recomendação de lugares que funciona no Brasil e é muito usado nos EUA, agora permite buscas com emojis. Em vez de digitar a palavra porco em busca por restaurante especializado, por exemplo, o ícone de um porco serve. No site de planejamento de viagens Kayak — mesma coisa. Aliás... Copie um emoji e cole no Google. Funciona. Como funciona no Twitter, Instagram, YouTube e, desde a semana passada, WhatsApp. Todos fazem buscas por emojis. Há uma nova forma de escrita na praça: voltamos aos hieróglifos.

Em tempo: você sabe o que é um emoji e quem os implementa?

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