R$ 500 milhões aos sindicatos, em troca da Previdência
O Planalto acena com uma portaria, a ser assinada na semana que vem, que liberaria o pagamento de R$ 500 milhões em verbas que estavam retidas para as Centrais Sindicais. Em troca, espera que os sindicalistas reduzam a pressão e deixem que transcorra com tranquilidade o voto da reforma da Previdência. (Folha)
Como previsto, o PMDB decidiu fechar questão e tentará obrigar seus 60 deputados a votar a favor da reforma. O PTB, idem. O PPS segue no mesmo caminho. E, o PSDB, refugou. Os parlamentares boicotaram a reunião que definiria o caminho. (Estadão)
Mas... Os secretários estaduais tucanos que são deputados vão se desincompatibilizar para vir a Brasília dar apoio à reforma. Ontem, Temer conseguiu reunir para um jantar no Alvorada 18 ministros, sete presidentes de partidos e dez líderes na Câmara. O Executivo está trabalhando a pleno vapor para conseguir a vitória no Congresso. E este tipo de negociação é a especialidade deste governo. (Globo)
Pela décima vez consecutiva, o Banco Central baixou os juros básicos da economia. A redução da Selic foi de 0,5 ponto percentual, ficou em 7% ao ano. É o menor nível desde o início da série histórica, em 1986. O ritmo dos cortes, no entanto, diminuiu. De abril a setembro, o Copom havia reduzido a Selic em 1 ponto, depois 0,75 em outubro e 0,5 na reunião de ontem. (Estadão)
Está empatado em 1 a 1 o julgamento no STF da ação que pode manter presos os deputados estaduais fluminenses Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. O julgamento será retomado hoje, às 13h30. (Globo)
Aliás... O ministro Marco Aurélio já liberou as duas ações declaratórias de constitucionalidade que trarão de novo à pauta a ideia de autorizar o início do cumprimento da pena de detenção quando há condenação em segunda instância. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, hesita em coloca-la para voto. Em outubro de 2016, a Corte decidiu que basta a segunda instância para prender por 6 a 5. Agora, alguns ministros acenam com mudar seus votos. De um lado, advogados criminalistas e políticos pressionam para voltar a como era antes. Do outro, a Procuradoria-Geral da República argumenta que a prisão em segunda instância ajuda nos acordos de delação premiada e beneficia os mais ricos, que conseguem protelar infinitamente suas penas. (Jota)
O traficante Rogério 157, que ao bandear-se para o Comando Vermelho instaurou uma guerra do tráfico na favela da Rocinha, Rio, foi preso. (Globo)
Sandra Cohen no ponto: “Mais uma vez, o presidente americano isola os EUA e é capaz de unir vozes tão dissonantes, como as dos líderes do Irã e da Arábia Saudita, contra a sua mais nova decisão controversa — o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. Com o gesto simbólico, Trump corteja sua base política de evangélicos cristãos e da linha dura pró-Israel, cumprindo promessa eleitoral. E ao anunciar a intenção de instalar na cidade a primeira embaixada estrangeira, proclama vencedor o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enfraquecido por escândalos de corrupção. Dá ao aliado um trunfo interno ao mesmo tempo em que reforça um governo linha-dura que se opõe a qualquer partilha de Jerusalém.” (Globo)
Alon Feuwerwerker no contraponto: “Israel é um país soberano com fronteiras internacionalmente reconhecidas nos limites anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967. Jerusalém Ocidental faz parte do território israelense anterior a 1967, onde funcionam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário do país. O destino de Jerusalém Ocidental não está em questão. Sempre foi, é, e será parte de Israel. Com exceção das forças que declaram o propósito de aniquilar Israel, a soberania do Estado judeu sobre as terras a oeste da Cidade Velha é ponto pacífico. A decisão de Trump só é polêmica para quem não admite a soberania de Israel em nenhuma parte da área entre o Jordão e o Mediterrâneo.“
Viver
Há 90 anos a revista Time publica anualmente sua edição Person of the Year. O título surgiu em 1927 para nomear o homem, mulher, casal, grupo ou ideia que mais teve influência naquele período, ‘para o bem ou para o mal’. De Adolf Hitler a Martin Luther King. De Mark Zuckerberg a Donald Trump, que foi escolhido no ano passado. Este ano, a revista destaca “aquelas que quebraram o silêncio”: as vítimas e denunciantes de assédio sexual que motivaram a campanha #MeToo, disseminada nas redes sociais depois que vieram à tona as denúncias contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein. Na capa, cinco mulheres, de atrizes a uma trabalhadora do campo, que simbolizam a campanha. São elas a atriz Ashley Judd, primeira a denunciar Weinstein, a cantora Taylor Swift, a lavradora Isabel Pascual (um pseudônimo), a lobista Adama Iwu e a ex-engenheira do Uber Susan Fowler.
Tudo começou em outubro, quando o The New York Times divulgou as acusações de assédio sexual e estupro contra Weinstein. Logo depois, centenas de mulheres — e também de homens — tomaram a corajosa decisão de denunciar outros magnatas da indústria do entretenimento. Foram acusados o diretor e roteirista James Toback, o ator Kevin Spacey, o cantor Nick Carter, o jornalista Charlie Rose. Weinstein foi demitido de sua companhia e expulso de vários sindicatos. Spacey foi excluído de House of Cards, da Netflix. Rose foi despedido pela CBS. (Estadão)
Em comum, eles têm a fama e a influência. Em um especial, o Times mostra como Weinstein construiu uma rede de poderosas relações para ter proteção nas acusações de má conduta sexual que ficaram empilhadas por décadas.
Juliana de Faria, fundadora da ONG Think Olga: “Como sociedade, estamos amadurecendo. A coragem é viral: quando uma mulher tem coragem de falar, isso dá suporte para que outras também falem. E muitas histórias têm muita força. Isso muda o que, tradicionalmente, sempre foi o pior lado do assédio: a solidão. Porque, antes, parecia que aconteceu comigo porque eu sou a Juliana, porque eu estava andando na rua àquela hora, porque eu estava com aquela roupa, porque eu tenho cabelo comprido. Mas não é uma questão pessoal; o assédio acontece conosco de forma sistemática porque somos mulheres.” (Globo)
A jogadora Tifanny Abreu vai quebrar mais um tabu. Há dez meses, foi a primeira transexual brasileira a conseguir autorização da Federação Internacional de Vôlei para atuar entre as mulheres. Agora, o Bauru anunciou que terá a atacante em sua equipe para a edição 2017/2018 da Superliga feminina. Nunca aconteceu antes. (Folha)
Depois de autorizar a importação do óleo de cannabis em maio, o Senado do Paraguai aprovou também o uso medicinal da maconha. O sistema permite que as sementes da planta sejam importadas e cria um programa para pesquisa médica e científica da erva. (Estadão)
Cultura
Às vezes, as coisas ficam delicadas. Uma moradora de Nova York pôs online uma petição pública pedindo ao Metropolitan Art Museum que retire de exposição a pintura Thérèse Sonhando, de Balthus, que retrata uma menina de 12 anos, seus olhos fechados como que num descanso ligeiro, enquanto se recosta num banco com travesseiros. Suas pernas estão entreabertas e é possível ver-lhe as roupas de baixo. “Dado o atual clima”, escreveu Mia Merril, “ao mostrar uma obra dessas o Met pode, sem a intenção, estimular o voyeurismo e a objetificação de crianças.”
O Met negou o pedido. “Nossa missão é colecionar, estudar, preservar e apresentar trabalhos de arte relevantes feitos ao longo do tempo em diversas culturas”, argumentam os curadores. Em sua crítica de Balthus, um modernista francês que morreu em 2001 aos 92, Jed Perl o chama de místico. Tinha, com a arte, uma relação similar à de certos clérigos com a religião. “Com frequência percebidos como pornográficas, suas obras só podem ser compreendidas quando as aceitamos por seu misticismo, a carne simboliza o espírito, e a jovem que começa a perceber seu corpo é um emblema de como o artista se relaciona com o mundo”, escreveu.
Hilda Hilst será a autora homenageada da 16ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, que acontece entre 25 e 29 de julho de 2018. É a terceira vez que a feira homenageia uma mulher. Hilda morreu em 2004, aos 73 anos, e transitou pela poesia, pela ficção, pela crônica e pelo teatro. (Globo)
Começa hoje, em São Paulo, a Comic Com Experience 2017. A atriz Alicia Vikander, nova Lara Croft no cinema, veio. O ator Will Smith, idem.
A Netflix tem planos de produzir um filme de aventura, para adultos, no qual o espectador terá a oportunidade de escolher os caminhos perante cada dilema apresentado às personagens até o final. Não é a primeira experiência do serviço com interatividade. O infantil Gato de Botas, Preso num Conto Épico já permite às crianças que escolham os caminhos da história. E o sucesso sugere aos executivos que há chances de sucesso para além dos desenhos animados.
E a lista dos melhores filmes do ano, segundo o Times.
Cotidiano Digital
Há uma nova guerra geopolítica emergindo que terá profundo impacto, ao longo dos próximos anos, nos acordos de comércio internacional. Se até agora as negociações de compra e venda envolviam bens materiais, começam a surgir disputas por bases de dados. O Brasil está no centro desta disputa, com Rússia e China. Os três exigem de multinacionais que lidam com dados que tenham, dentro de suas fronteiras, parques de servidores. O acordo da União Europeia impede este tipo de localismo entre países do grupo — mas, fora, o jogo é outro. E as principais empresas do ramo são norte-americanas. A tendência é que legislações protecionistas se espalhem e, assim, cheguem rapidamente às mesas de negociações da diplomacia.
As empresas de telecomunicações pressionam o governo brasileiro a rever a exigência de neutralidade da rede, no Brasil. Por enquanto, o Planalto não dá sinal de que pretende se mexer. (Globo)
Começam a sair detalhes do novo Samsung Galaxy S9. Será o primeiro smartphone do mundo com 512GB de memória. A moldura preta ao redor da tela — a mais fina do mercado. Rodará o mais novo chip da Qualcomm, Snapdragon 845, que permite conexões de 1,2 gigabit. Para bem além do 4G.
