Avança forte conversa entre Ciro e Centrão

O economista Cláudio Adilson Gonçalez, indicado pelo DEM, se reuniu ontem com Mauro Benevides, da campanha de Ciro Gomes. O encontro, combinado durante o fim de semana, tinha por objetivo descobrir se é possível montar uma visão conjunta que permita aliança. Benevides saiu afirmando que sim. “Não quero ser dono da verdade, não quero ser ditador do Brasil”, afirmou Ciro após saber do resultado da conversa. “O problema brasileiro é tão complexo que é ilusória a ideia de que algum candidato vai resolvê-lo sem manter um diálogo com forças contraditórias.” Ciro está trabalhando duro para conseguir fechar com o DEM e, nesta, com todo o Centrão. (Folha)

Mas... A confusão não para. Se parece apontar ao centro, Ciro também declarou ontem que pretende dissolver o acordo entre Boeing e Embraer. E reafirmou a defesa de revogar a reforma trabalhista do governo Temer. (Globo)

O Centrão faz seu cálculo político tendo em mãos uma pesquisa produzida por Paulo Guimarães, guru estatístico de Cesar Maia. Em sua avaliação, Lula conseguirá levar a algo entre 20 e 22% um candidato do PT. E Jair Bolsonaro já está em queda, embora ainda pouco clara. A chave para esta eleição, explica, são 42% de votos a espera de candidato. Para isso, precisa de algo que ninguém conseguiu ainda. Ser reconhecido como opositor do governo Temer. (Valor)

Paulo Guimarães: “O Bolsonaro vem perdendo 20% dos eleitores a cada mês. Não tem aparecido nas pesquisas quantitativas porque ele ganha outros 20%. É um movimento que ocorre com todos, mas com mais intensidade com quem está na frente. Primeiro vem a onda de votar em alguém, vou votar no Bolsonaro, depois começo a prestar atenção no que ele fala. O problema é que o eleitorado que pode se interessar acaba primeiro para ele. Ele perde e ganha, perde e ganha, perde e ganha, aí acaba o eleitorado, e ele perde, perde, perde. Foi o que ocorreu com a Marina Silva em 2014, com o Celso Russomanno em 2012, com o Ciro em 2002.” (Valor)

Marcos Nobre: “A eleição deste ano é de repactuação. O pacto anterior contava com dois pilares, PT e PSDB, que sustentavam a ponte formada pelos PMDBs todos. Caiu a ponte, racharam os pilares. Não é de surpreender que até agora não se tenha uma única aliança eleitoral nacional consolidada. O que surpreende é que a única proposta de repactuação tenha vindo até agora do Novo Centrão, na formulação que lhe foi dada pelo consórcio formado por DEM, PP e SD. A proposta é abandonar o modelo organizado em dois polos, com um mar de PMDBs no meio. A ideia é produzir antes da eleição o bloco que irá governar. Ou seja, dividir o butim de governo desde já, diminuindo ao máximo a margem de manobra de quem se eleger. Como contrapartida à limitação da margem de ação do futuro presidente, oferece a diminuição das instabilidades do início de governo, típicas do modelo peemedebista do pacto anterior.” (Piauí)

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Jair Bolsonaro deve indicar, hoje, o general Augusto Heleno como seu vice. Não conseguiu consturar alianças.

O Valor pôs no ar um sistema pelo qual dá para ver — e comparar — as propostas dos principais pré-candidatos à presidência a respeito de quaisquer temas.

Há de ser reflexo dos tempos. O Doutrinador (trailer), filme que chega aos cinemas no segundo semestre, conta a história de Miguel, um agente federal que perde a filha num episódio de violência urbana após não conseguir atendimento em hospital público. A culpa, ele logo interpreta, é dos políticos que fazem dinheiro ao invés de governar. Com treinamento de elite, e muito bem armado, Miguel sai à caça pelas ruas brasileiras. E derrama sangue dos corruptos.

O filme é baseado no HQ de mesmo nome. Na obra original de Luciano Cunha, porém, os políticos caçados não são fictícios.

23 ativistas ligados a atos violentos nos protestos de 2013 e 14, no Rio, foram condenados à prisão pelo juiz Flávio Itabaiana, do TJ-RJ. A maioria, incluindo Elisa Pinto Sanzi, a Sininho, recebeu a pena de 7 anos em regime fechado. De acordo com o Ministério Público, eles se reuniram com o objetivo de incendiar o prédio da Câmara Municipal, em agosto de 2013. A defesa vai recorrer à segunda instância e os réus aguardam em liberdade.

Após muita pressão vinda de dentro de seu partido e de seus aliados na FoxNews, Donald Trump voltou atrás. No domingo, ao lado de Vladimir Putin, criticou o FBI, os serviços de inteligência americanos, e afirmou que não acreditava em interferência russa na eleição que o fez presidente. Ontem, no meio de uma coletiva à imprensa, interrompeu seu tom informal de hábito, pegou um papel e leu, deixando claro que nada havia de espontâneo. “Tenho plena confiança nas grandes agências de inteligência americanas”, recitou. “E me permitam ser claro ao afirmar que aceito a conclusão da inteligência de que houve interferência da Rússia nas eleições de 2016.” Segundo Trump, ele apenas cometeu um erro quando falava ao lado de Putin. Disse would quando queria dizer wouldn’t.

George Will, premiado colunista conservador: “O presidente infantil dos EUA teve um encontro com uma cria da KGB, que por certo gostou de oferecer o dia no jardim de infância. Foi um evento útil, pois ilumina: agora saberemos quantos republicanos ainda têm a capacidade de se envergonhar.” (Washington Post)

Há uma classe de políticos que rebolou após a entrevista. São os candidatos que concorrem para retornar ao Congresso, em novembro. Os democratas são favoritos e, em muitos estados, apoio do presidente é fundamental para os republicanos. É que com muitos eleitores de seu partido desiludidos, só Trump pode levar os eleitores mais acirrados às urnas. Todos constroem um discurso no qual afirmam que a Rússia segue inimiga, mas que Trump mantem o país seguro.

Um infográfico em vídeo: as exportações legais de armas americanas e para onde foram, de 1950 a 2017.

Cultura

A exposição Queermuseu — aquela que foi cancelada em Porto Alegre no ano passado após acusações de pedofilia e ataques nas redes sociais — já tem data para chegar ao Rio de Janeiro: 18 de agosto. Para realizar a exposição de temática queer, o Parque Lage realizou uma campanha de financiamento coletivo que tornou-se a maior já feita no Brasil: chegou a marca de mais de R$ 1 milhão e de 1.678 participantes.

Galeria: Fotos e vídeos de uma das exposições mais ‘instagramáveis’ do mundo, em Tóquio.

A Netflix anunciou a sua primeira animação brasileira. Super Drags é uma série de cinco episódios que conta as aventuras de Patrick, Donny e Ramon, três jovens que de dia trabalham em uma loja de departamento e têm uma vida comum, e de noite se transformam em Lemon Chiffon, Safira Cian e Scarlet Carmesim, três drags queens recrutadas para reunir a comunidade LGBT como super-heroínas. Estreia no segundo semestre. (Estadão)

Viver

Júpiter é frequentemente descrito como um sistema solar em miniatura. Feito dos mesmos ingredientes básicos que o sol — hidrogênio e hélio —, o gigante gasoso é cercado por uma série de luas geologicamente diversas. Ontem, astrônomos confirmaram a descoberta de 12 novas luas na órbita do planeta, elevando o total para 79. Mas o que chamou mais atenção dos cientistas é que uma das novas luas, batizada como ‘Valetudo’ — em homenagem à bisneta do deus Júpiter na Roma Antiga —, orbita na direção contrária de muitas outras luas. Ou seja, está destinada a se chocar com uma delas. (Globo)

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Não foi o cultivo do trigo que fez surgir a primeira receita de pão. Uma nova descoberta científica mostra que, provavelmente, foi o contrário: o cultivo de cereais para pão pode ter sido a força-motriz por trás da agricultura. Isso porque o alimento já existia milênios antes de os cereais serem domésticos. A descoberta é de pesquisadoras espanholas que identificaram restos do alimento produzidos há 14.400 anos. E a receita do pão mais antigo do mundo é simples: pegue a farinha feita de trigo e cevada selvagens, misture com raízes trituradas de plantas, adicione água e asse. Bom apetite.

Ônibus e caminhões representam apenas 5% da frota de veículos da região metropolitana de São Paulo, mas são responsáveis por cerca de metade da concentração de compostos tóxicos na atmosfera — 30% do monóxido de carbono, entre 40% e 45% do benzeno e do tolueno, e 50% do ‘black carbon’, a fuligem. A conclusão é de um estudo publicado por cientistas brasileiros. O trabalho faz uma dissecação inédita dos poluentes que contaminam o ar, permitindo separar o que foi emitido por veículos pesados, com motores a diesel, daquilo que foi gerado por veículos leves, como carros e motos. A solução para o problema passa pela expansão da malha ferroviária e pelo aumento do custo de venda do óleo diesel, mas há também uma opção simples, rápida e barata que pode ajudar na redução da poluição atmosférica: a instalação de filtros no escapamento dos ônibus. (Estadão)

Nova York, Londres, Paris, Tóquio e Reykjavík. São essas as cinco cidades mais inteligentes do mundo, segundo o IESE Cities in Motion Index. No ranking dos 165 municípios há seis brasileiros: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A melhor colocada é a capital paulista, em 116º lugar.

Cotidiano Digital

O Channel 4 britânico pôs um repórter em uma das empresas terceirizadas que fazem moderação para o Facebook, em Dublin. Segundo o jornalista, as páginas de ativistas e partidos ligados à extrema-direita não eram apagadas mesmo quando a norma interna, de deletar páginas com cinco ou mais posts que violam as regras, era batida. Os moderadores, nestes casos, encaminhavam qualquer decisão para um segundo nível de análise, no próprio Facebook. “Eles têm muitos seguidores então geram muito lucro”, ouviu o repórter. Richard Allan, diretor de políticas públicas do Facebook, afirma que a questão é outra. “Este não é um debate sobre dinheiro, mas sobre liberdade de expressão política. Há discussões sobre questões delicadas na rede. Acredito que termos mais uma camada de moderação nestes casos faz todo sentido.” Um dos partidos que seria protegido segundo o programa, o Britain First, terminou banido do Facebook, em março.

Aliás... O Facebook está segurando a impulsão de memes críticos a políticos, no Brasil.

O 3G chegou a Cuba. Por enquanto, só para jornalistas e autoridades — mas até o fim do ano para outros 5 milhões. O plano de 4Gb sai por R$ 173 ao mês — ou US$ 45. Faz parte do plano do novo presidente, Miguel Diaz-Canel, para esquentar a economia. O salário médio na ilha é de US$ 30. (Estadão)

Uma em cada três startups que nascem no mundo árabe tem, no comando, uma mulher. A média é maior do que a do Vale do Silício, na Califórnia. O campo é novo e, por isso, percebido socialmente como espaço onde tudo vale. Incluindo quebrar normas do tradicionalismo.

Nas contas da consultoria cg42, especializada em competitividade nos negócios, cinco milhões de americanos devem largar a TV a cabo até o fim do ano — um prejuízo de US$ 5,5 bilhões. Para a maior das operadoras, a Comcast, 7,2% de sua base de usuários pode deixá-la. E o corte do cabo tem culpado conhecido: streaming.

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