Bolsonaro parte para o ataque, no Jornal Nacional

O clima foi de embate na entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional. No ponto alto, quando questionado sobre a diferença salarial entre homens e mulheres, o ex-capitão inverteu a pergunta para os apresentadores. “Com toda certeza há uma diferença salarial, parece que é muito maior para ele do que para a senhora.” William Bonner, como editor-chefe, ocupa um cargo hierarquicamente superior. Renata Vasconcellos respondeu dura, numa alusão ao embate do candidato com Marina Silva, quando o tema era também era a mulher na sociedade. “O meu salário não diz respeito a ninguém”, ela afirmou. “E posso garantir ao senhor, como mulher, que jamais aceitaria salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções.” Se foi o momento de maior tensão, houve outros. O ex-capitão tentou mostrar um livro sobre sexualidade para crianças que, ele afirma, seriam distribuídos para escolas. (O MEC nega.) Também defendeu que a polícia deve enfrentar com armamento pesado o tráfico em comunidades. E defendeu que não houve Golpe de Estado em 1964. “Aconteceu na forma da lei e da Constituição”, opinou. “Os militares foram eleitos, o presidente por cinco mandatos.” E provocou, como tem feito, lembrando que Roberto Marinho defendeu o movimento à época. “Roberto Marinho foi ditador ou democrata?” Assista ou leia a íntegra.

As afirmações do candidato foram checadas por Lupa e Aos Fatos.

Josias de Souza: “Jair Bolsonaro distribuiu rajadas. Mostrou que, bem treinado, adapta-se a qualquer cenário — ao Vietnã das redes sociais tanto quanto à trincheira da Rede Globo. Como que decidido a evitar que Renata Vasconcellos virasse uma segunda Marina Silva, preocupou-se em dar a última palavra. Insinuou que há dinheiro público também nos vencimentos dos entrevistadores: ‘Vocês vivem em grande parte aqui de recursos da União. São bilhões que recebem da propaganda oficial do governo.’ Bolsonaro aproveitou a ‘plataforma de tiro’ da Globo para disparar mensagens repetidas aos seus fieis. Com ridículos oito segundos no horário eleitoral, ganhou de presente 27 minutos de vitrine nacional. Usou o tempo para despertar a fidelidade dos seus eleitores às vésperas dos ataques que os adversários lhe farão na TV, especialmente o tucano Geraldo Alckmin.”

As primeiras análises feitas com grupos de foco indicam que o público considerou que Bolsonaro acertou o tom na entrevista, informa o Painel. (Folha)

Aliás... Bolsonaro terminou o dia pendurado no Supremo. A Primeira Turma empatou em dois a dois na avaliação de se ele pode ser denunciado por crime de racismo. O candidato, na avaliação da Procuradoria Geral da República, teria ofendido quilombolas, índios e estrangeiros durante uma palestra no Clube Hebraica carioca, em 2017. Marco Aurélio Mello e Luiz Fux foram contra, defendem que a imunidade parlamentar o deixa livre para falar o que quiser. Luiz Barroso e Rosa Weber discordam e enxergam crime. O desempate teria de ser dado pelo ministro Alexandre de Moraes, mas ele pediu vistas. Explicou que seu voto seria longo e por isso quis adiar. Deve retornar ao tema na próxima terça.

Onde pega: substitutos eventuais do presidente da República não podem ser réus no Supremo. Assim, feito réu, ele poderia tomar posse no mesmo cargo? A leitura não é tão clara. Uns defendem que sim. Outros, que não. Argumentam que, como foi restrito o foro privilegiado, é possível que o STF, caso o acate, envie o processo para primeira instância. Será necessário interpretar a Constituição para entender o que acontece neste caso. Mas ele pode, ao fim, ser tornado inelegível. (Estadão)

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O Estadão já havia suspendido, por conta de um impasse político no TSE, a sabatina que faria amanhã com Fernando Haddad, candidato que por enquanto ocupa o lugar do vice na chapa petista. Mas, nos bastidores, segundo Catia Seabra na Folha, Marina Silva ameaçou enviar Eduardo Jorge, seu vice, caso Haddad fosse aceito. Ela tem pressionado para que ele não substitua Lula em qualquer evento enquanto não for formalizado no papel de quem disputa o Planalto. A Rede não quer abrir espaço para perda de votos transferidos de Lula para sua candidata.

A Procuradoria Eleitoral de Minas Gerais abriu investigação formal para apurar a compra de posts por agências ligadas ao PT. O trabalho começa convocando as testemunhas para prestar depoimentos. (Crusoé)

E... Segundo o Globo, candidatos do PR também foram beneficiados pelo esquema de compra de posts do PT.

Aliás... Uma pesquisa baseada no Twitter, realizada pela AJA Solutions, indicou que a chapa petista aumentou tanto sua relevância quanto sua visibilidade na semana passada. Foi a 39,98% do total, 7 pontos mais do que na semana anterior. Bolsonaro mantem o segundo lugar, embora em queda, com 28,67%. Em terceiro está João Amoêdo, com 13,58%. Foi nesta semana que o Novo moveu uma campanha para que seu candidato aparecesse nos debates.

Foram dois pregões de baixa, mas ontem o dólar voltou a subir. A moeda americana fechou o dia cotada a R$ 4,14, o segundo maior valor do Plano Real. (Estadão)

Cultura

Leonard Bernstein foi um dos maiores maestros do século 20, e também um dos maiores compositores — que transitou do clássico ao jazz, num flerte contínuo com os musicais. No dia 25 agora, que passou e cá este Meio não registrou, o mestre teria completado 100 anos. O Google, naquele dia, pôs no ar um doodle que é uma graça. O Vox listou algumas de suas grandes músicas que não fazem parte da obra-prima, West Side Story. Está no YouTube, na íntegra, o documentário da gravação do álbum West Side Story, que contou com José Carreras e Kiri Te Kanawa. Dá quase uma hora e meia. Já quem corre ao filme do musical, dirigido por Robert Wise, vencedor de dez Oscars incluindo o principal de 1961, fica com dificuldade para pinçar a melhor cena. Afinal, está sempre ali com A Noviça Rebelde e Cantando na Chuva, competindo pelo topo das listas de maior musical da história do cinema. É perdoável, então, citar quatro clipes. Na ordem que aparecem: Maria, America, Somewhere e Cool.

Já pensou se os clássicos da literatura fossem instagrameáveis? Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll, O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkins GilmanA metamorfose, de Franz Kafka. A Biblioteca Pública de Nova York, que detém uma das maiores coleções de livros do mundo, começou a usar o Instagram para divulgar clássicos da literatura. Ela apresentará as obras na íntegra, com o texto acompanhado de páginas animadas e ilustrações produzidas especialmente para o projeto intitulado InstaNovels. A obra de Carroll já está disponível. (Nexo)

Astro de Dr. Who e The Crown, o ator Matt Smith estará no próximo filme de Star WarsEpisódio IX. Segundo a revista Variety, ele terá um papel importante. Ainda não se sabe, porém, qual. O filme estreia em 2019.

Viver

O Twitter virou campo de um grande debate sobre segurança entre pilotos da Fórmula Indy e da Fórmula 1. Após o acidente de Robert Wickens em Pocono em 19 de agosto — o piloto da Indy deixou de respirar por aparelhos esta semana —, e a batida na primeira curva do GP da Bélgica no último domingo, o ex-piloto da F1 Felipe Massa twittou que a categoria estaria fazendo mais para proteger seus pilotos. A opinião não agradou os corredores da Indy. O americano Graham Rahal retrucou: "É um pouco mais fácil fazer as coisas quando o orçamento é de centenas de milhões por ano."

Pois é. No último acidente da Fórmula 1 (vídeo), quando cinco carros abandonaram o GP da Bélgica após uma batida que teve efeito dominó — a McLaren de Fernando Alonso chegou a voar por cima de outros dois carros —, o grande salvador foi o Halo, o sistema de segurança que fica acima do cockpit e que inicialmente recebeu críticas por supostamente atrapalhar a visão dos pilotos e por poluir o visual do carro.

Grahal chegou a afirmar que o sistema não serviria para as corridas ovais da Indy, mas lembrou de um outro dispositivo que está sendo testado na categoria: uma espécie de para-brisa que tem um centímetro de espessura e cobre a frente do cokpit, na altura do capacete. "Ele não apenas funcionará, como será muito mais esteticamente agradável", cutucou.

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A NASA detalhou seus mais recentes objetivos para exploração do espaço na próxima década: voltar à Lua. Os planos da agência incluem a construção de uma estação espacial na órbita do satélite. A previsão é que os primeiros astronautas visitem a estação lunar, chamada de Gateway, já em 2024. O homem deve voltar a pisar na Lua depois de 2026.

Você tem dificuldade para dar aquele pique no futebol do fim de semana? Não se desespere. Não está fácil nem para Usain Bolt...

O Santos foi eliminado da Libertadores de modo traumático. Punido por conta da escalação irregular do meio-campista Carlos Sánchez, a Conmebol decretou a vitória do Independiente por 3 a 0 no primeiro jogo das oitavas de final do torneio — os times tinham empatado em 0 a 0. A decisão foi publicada ontem, menos de nove horas antes do segundo jogo, e o time brasileiro teria que vencer por quatro gols de diferença. Não venceu. O jogo terminou em 0 a 0, aos 42 minutos do segundo tempo, após confusão entre torcedores e policiais. O Peixe ficou fora da competição, mas prometeu brigar no tapetão.

Cotidiano Digital

A Microsoft lançou um programa que pode mudar radicalmente o negócio dos videogames baseados em consoles. Experimentalmente, apenas nos EUA e em suas próprias Microsoft Stores, venderá assinaturas para o programa Xbox All Access. Quem se comprometer com o pagamento de uma mensalidade de US$ 21,99 por dois anos leva uma assinatura de Game Pass e Xbox Live, serviços que permitem baixar jogos ao invés de comprar. De quebra, um console Xbox One S. Por US$ 34,99, os mesmos serviços e o Xbox One X. Parece uma venda parcelada, muito incomum nos EUA, mas é mais do que isso. É migrar o negócio de venda de hardware para um modelo de assinatura mensal. Ainda não tentado. Mas provavelmente o futuro dos serviços digitais.

Os Correios vão mudar as regras para quem importa produtos via internet. Todo pacote que vem do exterior só será entregue após o pagamento de uma taxa de R$ 15. Pode ser por boleto ou por cartão, no site de rastreamento. A estatal explica que é para manter “o padrão do serviço”.

Vector é um robozinho — cabe na palma da mão. Se porta como uma caixa de som inteligente. Ou seja, responde a perguntas sobre o tempo, serve de timer na cozinha ou alarme despertador, faz buscas na internet para dar informação sobre questões simples. Se porta, também, como um aspirador de pó robô. Se está em cima da mesa, percebe a beirada e não cai. Dribla os obstáculos pela casa e, com suas esteiras tipo tanque de guerra, sobe tapetes no chão ou cadernos, na mesa. Vector também tem olhos que reconhecem o dono — ou dona —, a quem chama pelo nome. Olhos que ficam tristes, espantados, foi um especialista em desenhos animados que lhe deu as expressões. Está no Kickstarter, em financiamento coletivo. É o primeiro robô doméstico com jeitão de robô de filme. Tem vídeo.

Sai em outubro uma Vespa, com o desenho clássico revisto, 100% elétrica.

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