Caixa vai acabar com juros subsidiados para a classe média

A equipe econômica do governo Bolsonaro ganhou suas configurações finais com as posses dos novos presidentes da Caixa, do Banco do Brasil e do BNDES, todos com perfil técnico. E pelo menos um deles, Pedro Guimarães (Caixa), começou logo com uma polêmica, anunciando que a classe média não terá mais acesso ao crédito imobiliário do Minha Casa, Minha Vida e precisará “pagar juros de mercado”. Rubem Novaes (BB) também apresentou novidades, falando em mudar os subsídios do crédito rural, estimulando a contratação de seguros, mas tranquilizou quem teme o encolhimento excessivo do banco, garantindo que não pretende abrir mão das “joias da coroa” nem fechar agências a curto prazo. Já Joaquim Levy (BNDES) criticou o patrimonialismo, repetindo seu discurso ao assumir o ministério da Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff. Na cerimônia, o ministro Paulo Guedes atacou as gestões anteriores, dizendo que as instituições se perderam em falcatruas para ajudar “amigos do rei”.

Míriam Leitão: “O novo governo chega com boas ideias na economia, mas certas mudanças que ele anuncia como sendo novidade absoluta já estavam em curso. Nos bancos federais, por exemplo, os presidentes tiveram liberdade de escolher seus diretores nos últimos três anos. Tudo o que não deveria acontecer é repetir-se no governo Jair Bolsonaro a mesma ideia que estava no discurso de ‘nunca antes’ do ex-presidente Lula.” (Globo)

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Ao dar posse aos novos presidentes de bancos públicos, Bolsonaro comentou a confusão da semana passada, quando anunciou um aumento do IOF e foi desmentido por um funcionário de segundo escalão. Segundo o presidente, aceitar seu desconhecimento em algumas áreas é “sinal de humildade”. (Estadão)

Já Paulo Guedes aproveitou para negar que haja um conflito entre ele e seu colega da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Nos bastidores, os anúncios e desmentidos seriam resultando tanto de uma disputa de poder entre os ministros quanto de iniciativa de Onyx de exonerar 320 funcionários para “despetizar” sua pasta, comprometendo o trabalho técnico. (Folha)

Começam a surgir os detalhes da proposta de reforma da Previdência elaborada pela equipe econômica, e ela é mais dura que atualmente discutida no Congresso. A idade mínima, que Bolsonaro anunciara como 62 anos para homens e 57 para mulheres, ficaria em 65 e 62 anos respectivamente, com a transição para as novas regras em 12 anos, não mais nos 21 da proposta apresentada por Michel Temer. Ao final desse período, a mesma idade mínima valeria para servidores públicos. Caberá a Bolsonaro dar aval ao projeto, que iria ao Congresso já no mês que vem. (Folha)

Uns chegam, outros saem. A presidente do Ibama, Suely Araújo, pediu demissão após reagir no fim de semana a um tweet do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ele questionou com termos duros um contrato de R$ 30 milhões do órgão para aluguel de carros, e foi apoiado por Bolsonaro. Suely, que já tinha substituto nomeado mas esperaria no cargo a mudança, reagiu e disse que a crítica era fruto de desconhecimento das funções do Ibama.

Aprovado pelo TCU, o contrato criticado por Salles proporcionou ao Ibama uma economia de 8%. (Folha)

Damares Alves, a polêmica ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, retirou seu nome da capa de um livro autobiográfico em que contava o agora famoso episódio em que teria desistido de se matar ao ter uma visão de Jesus numa goiabeira. A obra, assinada por ela em coautoria com Mauri Filho, chegou a ser vendida pela editora, mas não foi entregue. Além da retirada do nome dela, o livro está passando por uma avaliação do departamento jurídico do ministério. (Globo)

Aliás, segundo fontes dos bastidores do governo, Bolsonaro estaria bastante irritado com as declarações da ministra. (Veja)

Assustado com a repercussão de suas críticas ao “imbecil que está lá”, Fausto Silva gravou um vídeo negando que as declarações, levadas ao ar em seu programa no domingo, fossem um ataque a Jair Bolsonaro. Segundo o apresentador, o programa havia sido gravado no ano passado e se referia generalizadamente a “políticos incompetentes” que não prestam atenção “aos problemas do país”.

Para ler com calma. A BBC faz um detalhado panorama do setor estatal brasileiro.

O ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, preso no ano passado por suposta má conduta financeira, foi ouvido ontem pela Justiça japonesa. Ele alegou inocência, afirmando que foi preso injustamente com base em alegações “sem fundamento” e que agiu com "a aprovação dos diretores da Nissan".

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HealthTech

Apelidados de ‘chupeta eletrônica’ por conta do efeito calmante sobre as crianças, smartphones e tablets ganharam um aliado de peso. O Colégio Real de Pediatria e Saúde Infantil do Reino Unido publicou estudo dizendo não ter encontrado indícios de que as telas desses aparelhos prejudiquem a saúde dos pequenos. Os especialistas, porém, recomendam que os pais fiquem atentos ao tempo que os filhos passam com os tablets e celulares, para que não deixem de praticar atividades físicas. (Globo)

Para ler com calma. Algumas das maiores empresas de tecnologia dos EUA voltam seus olhos (e bilhões) para a saúde. A Amazon comprou a PillPack, startup que produz e entrega remédios manipulados na dose pedida pelos médicos. Já a Apple recebeu autorização da FDA para testar em seu smartwatch um aplicativo que faz eletrocardiogramas, em vez do tradicional monitoramento cardíaco para exercícios. Correndo por fora (literalmente), a Uber investe em seu serviço Uber Health, voltado para paciente e cuidadores que precisar se deslocar periodicamente para hospitais. E finalmente a Alphabet, dona da Google, aposta na pesquisa, entre outros, de sistemas de inteligência artificial para auxiliar médicos em visitas a pacientes.

A Dasa realizou uma festa para receber os trainees de 2019. E, durante a celebração, crianças da Associação Dar a Mão, que não possuem os membros superiores, receberam próteses modernas. O vídeo é delicado.

Cotidiano Digital

Na CES 2019, foi um dia de TVs. A Samsung, além de passar a oferecer o iTunes em suas TVs, reforçou a aposta que já tinha mostrado no ano passado de uma TV modular usando MicroLED no lugar do ubíquito OLED das TVs atuais. Este ano a empresa montou um display mais próximo da realidade: uma TV 4k de 75 polegadas. O barato é que os blocos podem ser organizados em diferentes tamanhos e formatos. Já sua grande rival, LG, apresentou uma TV OLED que enrola na base quando está desligada.

A presença do Google é massiva na feira. Além de um estande imenso, envelopou até mesmo o monotrilho da cidade. O Verge noticiou que a empresa espera alcançar em breve a marca de 1 bilhão de assistentes instalados — comparados com os 100 mil Alexas que a Amazon anunciou recentemente já ter vendido. A imensa maioria, no entanto, é de celulares.

Enquanto isso, a Microsoft anunciou uma parceria para criar duas lojas conceito junto com uma grande cadeia de supermercados. Elas terão telas com anúncios personalizados como no filme Minority Report. E a Apple, que não participa oficialmente da feira, resolveu provocar seus concorrentes com um outdoor imenso que diz: O que acontece no seu iPhone, fica no seu iPhone.

Cultura

Em um teaser curtíssimo, com cenas de várias de suas produções, a HBO divulgou as primeiras cenas da oitava temporada de Game of Thrones. Os novos episódios estreiam em abril.

Kevin Spacey agora é formalmente acusado de agressão sexual. O ator compareceu ontem ao tribunal para o primeiro julgamento de uma série de acusações. Ele não pronunciou uma única palavra durante a audiência de quase 11 minutos enquanto eram lidas as acusações sobre o caso de agressão sexual contra um jovem de 18 anos, em julho de 2016.

Na véspera de Natal, Spacey compartilhou em sua rede social um estranho vídeo intitulado Let Me Be Frank, em que aparentemente comenta eventos da vida real na pele do personagem Frank Underwood, que interpretou na série House of Cards. O vídeo foi visto cerca de 4,5 milhões de vezes em apenas 24 horas.

Viver

Xian Zhao é imigrante nos Estados Unidos. E assim que chegou na América se deparou com um dilema. Seu primo e sua tia mudaram seus nomes de Pengyuan e Guiqing para Jason e Susan, respectivamente, quando se mudaram para os EUA. Alguns de seus colegas de faculdade tomaram decisões semelhantes, A questão levou o pós-doutorando a estudar o assunto. Ele analisou a relação entre o primeiro nome de alguém e se as pessoas lhes ofereceriam ajuda em ‘situações hipotéticas de vida ou morte’. Os 850 participantes foram apresentados ao famoso problema do trem fora de controle. Puxar uma alavanca para desviar a locomotiva significaria salvar cinco pessoas, mas matar um indivíduo indefeso em outra pista. As identidades eram variadas — por exemplo, um imigrante asiático chamado Xian, um imigrante asiático chamado Mark ou um homem branco chamado Mark. O número de participantes que decidiram sacrificar o Mark branco e o Mark asiático foram cerca de 68% e 70%, respectivamente. Eles estavam mais propensos a desviar o trem para atingir Xian, o que eles escolheram fazer 78% do tempo.

Aliás... Milhões de pessoas em mais de 200 países já participaram de um experimento virtual que lhes pergunta: num acidente de trânsito, se tiver de escolher, quem você prefere que morra? Os cenários hipotéticos foram formulados pelos criadores do experimento ‘Moral Machine’ para ajudar a calibrar os ‘sensores de certo e errado’ dos carros autônomos, mas também acabam mostrando as percepções de gente do planeta todo sobre o valor dos diferentes tipos de vida humana e animal — bichos de estimação também são incluídos nos cenários virtuais. Para brasileiros, mulheres, crianças, animais e pessoas em forma são os que mais merecem ser salvos. (Folha)

De acordo com o Serviço de Mudança Climática Copérnico, da União Europeia, 2018 foi o quarto ano mais quente já registrado. Segundo o órgão, o resultado estende uma sequência impulsionada pelo aumento na concentração de gases do efeito estufa produzidos pela humanidade — 2016 foi o ano mais quente da história, e 2017 e 2015 também foram um pouco mais quentes que 2018. (Globo)

Enquanto isso, no Brasil... O novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, decidiu acabar com a Secretaria de Mudanças do Clima e Florestas e transferir a agenda climática para uma assessoria especial ligada a ele, com estrutura menor. (Globo)

A China divulgou novas fotos do lado oculto da lua.

E 2019 ainda reserva muitos eventos e fenômenos de destaque na astronomia e na exploração espacial — de um novo eclipse solar até a provável volta das missões tripuladas dos EUA. (Globo)

Um grupo de escolas de elite de São Paulo, Rio e Belo Horizonte enviou uma dura carta ao ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, criticando os elogios dele ao Escola Sem Partido. Todas adeptas da corrente construtivista, elas afirmam que os defensores desse projeto carecem “de saberes básicos sobre educação” e vão além, dizendo que “as ideias do novo governo não são articuladas com as pedagogias contemporâneas”. Algumas das escolas são consideradas de referência e cobram mensalidades na faixa de R$ 4 mil. (Estadão)

Uma jovem saudita foi parar no centro das atenções ao fazer uma barricada dentro do aeroporto de Bangkok, na Tailândia, para não ser deportada de volta a seu país. Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, fugiu da família e tentava chegar à Austrália para pedir asilo. Ela diz que corre risco de vida, já que renunciou ao Islã, e a apostasia é punida com a pena de morte na Arábia Saudita. A jovem agora está aos cuidados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

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