Comissão Especial da Previdência enfim começa
O presidente Jair Bolsonaro foi à televisão, ontem, para um pronunciamento rápido com mensagens específicas. Agradeceu a aprovação pela CCJ da Câmara da Nova Previdência e destacou o esforço de Rodrigo Maia. “É muito importante lembrar que se nada for feito o país não terá os recursos para garantir uma aposentadoria para todos os brasileiros”, martelou. “Sem mudanças, o governo não terá condições de investir nas áreas mais importantes como saúde, educação e segurança. Com a reforma, os mais pobres pagarão menos.” (Vídeo.) Por sua vez, em entrevista à GloboNews, Maia já apontou os pontos principais de negociação. Vão sair do texto mudanças propostas para a Aposentadoria Rural e para o Benefício de Prestação Continuada — que garante um salário mínimo a deficientes e idosos sem condições de se manter. A transição para um sistema de capitalização puro também não passará. “Vai ter de explicar muito bem”, disse se referindo ao ministro Paulo Guedes. “O custo de capitalização é muito alto, R$ 400 bilhões em dez anos.” (G1)
Hoje será instalada a Comissão Especial para analisar a reforma. Será composta por 49 deputados representando todos os partidos da Câmara. Destes, 40 nomes já estão definidos. Só devem começar os trabalhos a partir da outra semana, em 6 de maio. Nas primeiras dez sessões, os parlamentares apresentam emendas e, depois, gastam entre 10 e 40 reuniões analisando. (Congresso em Foco)
Os líderes de cinco partidos governistas confirmaram que o ministro Onyx Lorenzoni ofereceu destinar mais R$ 40 milhões para contemplar emendas parlamentares até 2022 para cada deputado que votar a favor da reforma no plenário. É 65% mais do que cada parlamentar consegue manejar no Orçamento para obras e investimentos em seus redutos eleitorais. (Folha)
Vera Magalhães: “O tempo do amadorismo ficou para a CCJ. A aprovação de uma reforma robusta, agora, depende de profissionalizar a articulação. Para se alcançar esse objetivo, será fundamental que três personagens afinem o discurso e azeitem a relação: Rodrigo Maia, Paulo Guedes, e Onyx Lorenzoni. Maia vai centralizar o cronograma da Comissão Especial, razão pela qual não abriu mão de que relator e presidente sejam nomes afinados com ele.” (BR18)
As crises artificiais, porém, continuam dominantes no Planalto. O vereador carioca Carlos Bolsonaro continuou batendo no vice-presidente Hamilton Mourão via Twitter. Não bastasse, pela primeira vez o escritor Olavo de Carvalho tomou a decisão de virar sua metralhadora contra o próprio presidente. “Obrigado pela chance que o senhor me deu de ser seu boi-de-piranha”, pôs no Facebook, “levando nas minhas costas pelo menos metade das pancadas que lhe eram dirigidas e em seguida sendo acusado de ter comportamento divisionista que de fato é do seu querido vice.”
Não estão sozinhos. O filho zero três, deputado Eduardo Bolsonaro, se alinha com Carlos e Olavo. “O que tem causado bastante ruído são as sucessivas declarações do vice-presidente.” (Estadão)
Carlos está brigado com o pai, afirma Guilherme Amado. Bateram boca no domingo, quando o vereador publicou o vídeo de Carvalho atacando Mourão. Incrivelmente, trocou a senha do Twitter presidencial e impediu que qualquer coisa fosse publicada por três dias. Bolsonaro, o presidente, só voltou a escrever na rede ontem à noite, pouco após a notícia ser dada. Ele garante que a notícia sobre a senha é ‘fake news’. Amado mantém a informação. (Época)
Miriam Leitão: “O último surto dos filhos do presidente mostra, uma vez mais, a situação bizarra em que o Brasil se encontra. Um vereador do Rio fica dando ordens de bom comportamento ao vice-presidente da República. A família do governante se comporta como se o país tivesse escolhido, nas urnas, o clã inteiro para governar. O presidente não consegue ter a mínima autoridade em sua própria casa e aparece como um joguete na mão dos filhos. A confiança na capacidade do governo está derretendo entre os agentes econômicos. Sua popularidade está em queda rápida. Enquanto o país se preocupa com problemas reais — a alta taxa de desemprego que não cede, as projeções do PIB que desabam, a falta de perspectiva do país, o dólar que volta a rondar a casa de R$ 4,00 — a família presidencial gasta o seu tempo, e a nossa paciência, postando críticas a supostos inimigos do pai. Há, sinceramente, problemas maiores no país do que eventuais divergências de opinião entre Bolsonaro e seu vice. As trapalhadas dos filhos também seriam vistas como cômicas se o presidente não fosse tão dominado por seu círculo familiar. Por isso é que um assunto menor passa a ser um problema da política nacional.” (Globo)
A nova pesquisa CNI/Ibope indica que 35% dos brasileiros avaliam o governo como bom ou ótimo. Estava em 39%. É, pelo quarto mês seguido, o pior percentual entre os primeiros mandatos presidenciais desde a redemocratização. 31% acham o governo regular e, 27%, péssimo ou ruim. Era 24%. (Poder360)
Cultura
As alterações na Lei de Incentivo à Cultura dividem opniões de produtores e especialistas, que ainda tentam entender o impacto.
Podem afetar os musicais, por exemplo. “Se tem público e gera receita, não precisa da Lei Rouanet”, disse o ministro Osmar Terra em entrevista ao Jornal da Manhã. As produtoras de musicais estão entre os maiores captadores de recursos — as outras organizações que mais recorrem a ela são justamente aquelas que serão alvo das exceções. “Sem incentivos, não tem a mínima possibilidade de produzir”, diz Fernando Alterio, presidente da T4F, empresa que teve papel importante na retomada dos musicais no país ao lançar Os Miseráveis em 2001. “É triste ver todo um trabalho de 18 anos para construir um mercado ser destruído por um simples ato administrativo.” Alterio diz que os musicais hoje movimentam a economia não só com as próprias produções em si, mas também por meio de uma série de serviços, como alimentação e transporte, em torno delas.
Mudanças poderiam favorecer o Nordeste? Produtores culturais da região torcem que sim. Segundo informe divulgado ontem, o ministro já iniciou diálogo com estatais para que direcionem parte dos recursos de patrocínio para o fomento a projetos culturais de regiões historicamente menos favorecidas pela Lei Federal de Incentivo.
Outros tempos. Outras épocas. Será que mudamos tanto assim? No Instagram, perfis dedicados à publicar fotografias antigas, com um quê de nostalgia, seguem mais atuais que nunca. Selecionamos três contas pra quem curte imagens de outros tempos.
Com 3,9 milhões de seguidores, o History Photographed faz uma curadoria apurada de fotos históricas. Um dos melhores perfis, nesse sentido. O RealHistoryUncovered segue a mesma pegada, mas com um foco maior na Europa. Uma das fotos recentes exibe integrantes da Resistência Francesa na Paris de 1944. Já o RemeberOldTime tem uma pegada mais meme e é dedicado a fotos de objetos, personagens e hábitos que já foram populares um dia. É o caso da máquina do Snoopy que fazia raspadinha, por exemplo.
A experiência de brasileiros na Estação Antártica Comandante Ferraz é o tema do documentário Antártica por um ano (Trailer). Dirigido por Julia Martins, o longa acompanhou a rotina dos marinheiros – da ida aos desafios encontrados durante percurso - e estreia no dia 16 de maio. O Brasil como país membro do signatário do Tratado da Antártida desenvolve projetos científicos no continente desde 1982.
Uma imagem intrigante, de alguma coisa misteriosa, vem circulando nas redes. À primeira vista, parece ser uma miscelânea de itens. Mas olhe bem, por mais alguns segundos…"Passado, presente e futuro, todos estão aí", comentou um usuário. Algumas fotos valem mais que mil palavras. Não é o caso dessa.
Viver
A NASA registrou pela primeira vez tremor no solo de Marte e reproduziu a vibração no planeta vermelho através da sua conta no Twitter. O "fraco sinal sísmico" foi captado pela sonda sismológica da missão americana InSight depois de “128 dias marcianos”, informou a agência espacial em um comunicado. "Este é o primeiro tremor registrado que parece vir do interior do planeta, comparado a outros causados por forças que estão em sua superfície, como o vento", acrescenta.
Os cientistas ainda estão examinando os dados para determinar a causa exata do tremor. Para o chefe da equipe de pesquisa, Philippe Lognonné, é “emocionante finalmente provar que o planeta é sismicamente ativo”.
E após décadas procurando no cosmos, astrônomos detectaram a molécula mais antiga do Universo: o hidro-hélio foi encontrado em uma nebulosa a 3 mil anos-luz da Terra.“Mesmo que sua importância na Terra hoje seja limitada, a química do Universo começou com esse íon”, escrevem os autores do artigo publicado no periódico Nature. Para a maioria de nós, que somos leigos, vale reforçar a importância da descoberta: a detecção da molécula reportada resolve o entendimento sobre a química no início do Universo.
A Lego anunciou que fará peças em braille com fins educativos para cegos ou deficientes visuais. O anúncio do projeto foi feito ontem durante uma conferência de marcas sustentáveis em Paris, na França.
Cotidiano Digital
A Apple tem um estranho imbróglio em suas mãos. Ousmane Bah, de 18 anos, está sendo processado por roubo em múltiplas Apple Stores americanas. Como provas, todas apresentam fotografias de um mesmo ladrão em ação — mas não é o rapaz. Ele agora processa a empresa, cobrando uma indenização de US$ 1 bilhão, argumentando que um software de reconhecimento facial o identificou equivocadamente criando uma dor de cabeça gigante. A Apple, porém, nega usar reconhecimento facial no interior de suas lojas. Ainda não está claro se alguma empresa de segurança contratada o faz.
No final do dia de ontem, em Nova York, a Microsoft cruzou a faixa do US$ 1 trilhão em valor de mercado. Apenas Apple e Amazon já haviam feito o mesmo — hoje valem, respectivamente, US$ 976 bi e US$ 935 bi. Sim. A companhia fundada por Bill Gates se tornou a mais valiosa do mundo.
E por falar... A Microsoft anunciou, ontem, que vai retirar das próximas versões do Windows o sistema que expira senhas em ambientes corporativos. Estudos demonstram que, quando obrigados a inventar novas senhas de tempos em tempos, nós seres humanos terminamos por anotá-las em papeis. O que as torna menos, e não mais, seguras.
O WhatsApp começou a testar, na Espanha, uma política mais agressiva contra partidos políticos. A cinco dias das eleições gerais, bloqueou a conta da principal legenda nova do país — o Podemos. De acordo com a subsidiária do Facebook, as contas do Podemos violaram as regras do serviço com envios maciços de mensagens. No Twitter, Juan Manuel del Olmo, um empresário do setor de tecnologia e dirigente do Podemos, se queixou. “Porque fecharam só a conta do Podemos?”, se perguntou. “O PSOE acaba de fazer um envio massivo.” O bloqueio deve ter impacto. Havia mais de 50 mil números na lista do grupo.
