Barroso acusa Bolsonaro de auxiliar hackers que atacam TSE

O ministro Luís Roberto Barroso, que deixa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 28, mostrou que vai sair atirando. Na cerimônia virtual ontem para a reabertura dos trabalhos da Corte, ele acusou o presidente Jair Bolsonaro de auxiliar “milícias digitais e hackers” ao vazar a íntegra de uma investigação sigilosa da Polícia Federal sobre um suposto ataque cibernético à corte. Bolsonaro é alvo de uma investigação no STF por conta do vazamento, feito em agosto do ano passado. Segundo o ministro, “faltam adjetivos para a atitude deliberada de facilitar ataques criminosos”. “O presidente da República vazou a estrutura interna da TI do TSE. Tivemos que tomar uma série de providências de reforço da segurança cibernética dos nossos sistemas para nos protegermos”, disse Barroso. (g1)

No mesmo discurso, Barroso reforçou a ideia de bloquear o Telegram, sem citar o aplicativo de mensagens russo. “Plataformas que queiram operar no Brasil têm que estar sujeitas à legislação brasileira e às autoridades judiciais do país”, afirmou. (Poder360)

Comparado ao ataque de Barroso, o discurso duro do ministro Luiz Fux na abertura dos trabalhos do STF foi visto pelos colegas como uma tentativa de baixar a temperatura, como conta o Painel. Fux disse que “não há mais espaços para ações contra o regime democrático e para violência contra as instituições públicas” e que a democracia não comporta “nós contra eles”. (Folha)

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Bem longe da bronca de Barroso, uma notícia alegrou o clã Bolsonaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, nomeou para a corregedoria da Receita Federal o auditor João José Tafner, bolsonarista de vestir camisa na campanha de 2018. O cargo é de particular interesse para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), suspeito da prática de rachadinha na Alerj, e estava vago desde julho ano passado. Lauro Jardim revelou que o presidente chegou a barrar uma indicação de Guedes por querer alguém de sua confiança. Segundo Bela Megale, a nomeação foi mal recebida na Receita, com o temor de ingerência política. (Globo)

Descobriu-se finalmente o culpado pela gravidez na infância e adolescência: o TikTok — sim, o aplicativo de vídeos. Pelo menos essa foi a explicação da ministra da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, na abertura da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, em Brasília. “Não vem papai e mamãe jogar no colo do Ministério da Saúde: ‘resolva, minha filha engravidou’, depois que deixou sua filha ir pro TikTok vender seu corpo. Uma coisa está muito atrelada com a outra”, afirmou a ministra. (Poder360)

Em tempo, Damares tem pretensões políticas e vem radicalizando o discurso ultraconservador. (Último Segundo)

De olho no mesmo segmento, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) prepara uma carta “de princípios cristãos” a líderes evangélicos na qual atacará a “erotização precoce das crianças”, ampliação de hipóteses de aborto legal e aprovação de jogos de azar, além de defender a isenção tributária das igrejas. (Globo)

Bem planejada no papel, a fusão de PSL e DEM no União Brasil está esbarrando em disputas regionais. No Rio e no Distrito Federal, a briga é pelo controle dos diretórios locais, enquanto no Ceará a divisão se estende às eleições. A ala DEM tem uma aliança com o PT e o PDT, enquanto a ala PSL quer filiar o deputado Capitão Wagner (PROS) e lançá-lo ao governo, dando um palanque para o presidente Jair Bolsonaro. A eleição presidencial é outro problema. O DEM quer investir nas coligações regionais e eleições legislativas, enquanto o PSL sonha com o apoio a Sérgio Moro. (Estadão)

Enquanto isso... O PT fez um aceno ao PSB ao declarar apoio no Maranhão à candidatura do vice-governador Carlos Brandão, que deve deixar o PSDB e seguir o governador Flávio Dino na migração para os socialistas. Segundo o Painel, o movimento pode facilitar a formação de uma federação entre PT e PSB, mas desagradou aliados de Dino. O senador Weverton Rocha (PDT) rompeu com o governador, a quem acusa de ter escolhido um sucessor de direita, e promete concorrer ele mesmo ao governo maranhense. (Folha)

Meio em vídeo. No Conversas desta semana temos o vereador belorizontino Gabriel Azevedo (sem partido), um político que se engajou cedo no mundo digital e criou o seu próprio aplicativo para interagir melhor com o seu eleitorado. Ele não tem redes sociais há um ano e acredita que melhorou como político ao tomar esta decisão. Confira. (YouTube)

Viver

A Polícia prendeu ontem três homens, cujos nomes não foram divulgados, suspeitos do assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 25 anos, espancado até a morte ao cobrar uma dívida no quiosque em que trabalhava. Eles foram identificados graças a um vídeo captado pelas câmeras de segurança da orla. As imagens, extremamente brutais, mostram Kabagambe levando pauladas já imobilizado. O primeiro suspeito se apresentou na delegacia, e o segundo foi preso na casa de parentes, numa favela controlada por milicianos. Não há informações sobre a terceira prisão. A polícia também encontrou, num matagal próximo ao quiosque, o pedaço de madeira usado no espancamento. (Globo)

Após quase cinco meses, a média móvel diária de mortes por covid-19 no Brasil passou de 600. Segundo o consórcio de veículos de comunicação, foram registrados ontem 767 óbitos, o que elevou a média a 604, a maior desde 5 de setembro, com uma alta de 181% em relação aos 14 dias anteriores. Após um salto sem precedentes, no entanto, a média de novos casos já cresce num ritmo menor. Com as 171.028 infecções confirmadas ontem, ela ficou em 184.437, 84% acima do período anterior. (g1)

Essa tendência já é percebida em cinco estados. No Rio de Janeiro e no Amazonas, a curva de novos casos já começa a cair, enquanto Acre, Goiás e Rio Grande do Sul apresentam estabilidade, com alta na média móvel abaixo de 15%. (Globo)

Porém... O percentual de resultados positivos em testes de covid-19 analisados pela Fiocruz saltou de 3% em dezembro para 37% em janeiro. Além do avanço da variante ômicron, pesou o maior acesso da população a testes. (UOL)

Em setembro do ano passado, a direção da Funai em Brasília recebeu a confirmação de que um novo grupo indígena isolado havia sido identificado próximo ao Rio Purus, no Sul do Amazonas, um fato raríssimo. Seguindo os protocolos, a equipe que fez a descoberta pediu a instalação de bases de proteção e a restrição de uso do território a fim de salvaguardar aquela população. A Funai não se mexeu. Dois outros dois documentos foram enviados ressaltando a necessidade dessas medidas: é a praxe, sempre que uma descoberta do tipo ocorre. “Receber uma informação como essa, e a Funai não fazer nada, é quase um genocídio. Essa equipe (do Amazonas) deu todas as informações necessárias técnicas para definir um local que deve ser interditado”, afirma o indigenista Sydney Possuelo, que presidiu a fundação entre 1991 e 1993. (O Joio e o Trigo)

Enquanto isso... O ministro do STF Luís Roberto Barroso anulou dois decretos do governo federal que impediam a ação da Funai fora de terras indígenas homologadas. Agora basta a Funai querer. (Estadão)

Um vazamento de esgoto, segundo a Secretaria de Transportes, provocou ontem o desabamento de uma obra da Linha 6 — Laranja do metrô de São Paulo. Especialistas, porém, apontam falhas de engenharia que teriam contribuído para o desmoronamento. Sem vítimas, o acidente interditou a Marginal Tietê e deu um nó no sempre caótico trânsito paulistano. (CNN Brasil)

Enquanto isso... Subiu para 27 o número de mortos em decorrência das chuvas do fim de semana em São Paulo. Três corpos foram localizados durante a madrugada em Franco da Rocha. (g1)

Cultura

Para ler com calma. “Você só está preparado para ler Ulisses quando termina de ler Ulisses.” Por paradoxal que seja, a frase do tradutor e professor da UFPE Caetano Galindo reafirma a fama de “livro difícil” do clássico de James Joyce (1882-1941), cuja primeira edição completa cem anos hoje. Inspirado na Odisseia, de Homero, a obra de Joyce revolucionou o romance moderno com técnicas narrativas como o jogo de linguagens e o monólogo interno para contar uma tarde (especificamente, 16 de junho de 1904) na vida do judeu irlandês Leopold Bloom. Joyce não se incomodava com a fama de difícil, pelo contrário. Brincava que seus enigmas deixariam os acadêmicos ocupados por séculos. Pelo menos no primeiro século, estava certíssimo. (Folha)

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Eram mais ou menos 12h30, e a maioria das pessoas que passavam pelo prédio da (gravadora) Apple, em Londres, no dia 30 de janeiro de 1969, estava em horário de almoço. De repente, do nada, música começou a vir do telhado. Não era música qualquer. Eram os Beatles, que não tocavam ao vivo havia três anos. Pois bem, a íntegra do lendário “Show no Telhado” poderá ser vista nos cinemas brasileiros entre os dias 10 e 13 deste mês. The Beatles Get Back: Último Show, tem 60 minutos — 18 a mais do que a apresentação propriamente dita — e foi extraído pelo diretor Peter Jackson de sua série documental The Beatles: Get Back. O cineasta não esconde a excitação com a ideia dos Fab Four numa tela IMAX. “É o último show dos Beatles, e é a maneira absolutamente perfeita de vê-lo e ouvi-lo”, diz. Mesmo passando nos cinemas, os ingressos estão sendo vendidos com exclusividade pelo site da Disney+. (UOL)

Morreu, aos 90 anos, o ator Isaac Bardavid, um dos mais talentosos e marcantes dubladores nacionais. Foi ele que deu voz ao herói Wolverine nos desenhos e filmes dos X-Men, aos vilões Esqueleto e Freddie Krueger e ao fofo Tigrão, do Ursinho Pooh, entre outros. Também teve participações marcantes na TV, como o feitor Seu Chico, na novela Escrava Isaura (1976). Segundo a família, Isaac Bardavid morreu em decorrência de uma doença respiratória crônica. (g1)

Meio em vídeo. NFT e polêmica são duas palavras que andam caminhando juntas recentemente. Desde pessoas queimando obras de arte até a especulação de valores em cima do token não fungível. Recentemente a neta e bisneto de Pablo Picasso decidiram vender, em NFT, uma peça do artista que nunca foi exibida ao público. A pergunta que fica é: até onde esse arquivo digital de uma obra física é considerada original? Pedro Doria e Cora Rónai comentam. (YouTube)

Hoje é o Dia da Marmota. Cuidado com as poças d’água.

Cotidiano Digital

A Tesla, montadora do bilionário Elon Musk, fará o recall de 53.822 veículos nos Estados Unidos para desativar um recurso que faz alguns modelos não pararem completamente em cruzamentos. A ação abrange veículos equipados com software Full Self-Driving e inclui modelos S, X, 3 e Y, produzidos entre os anos 2016 e 2022. Segundo a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA), órgão de segurança no trânsito dos EUA, o software de direção automatizada da Tesla tem uma funcionalidade que pode fazer os veículos passarem por um cruzamento sem pararem completamente, o que viola leis estaduais de trânsito. (g1)

E por falar em Tesla... A fabricante de veículos elétricos está vendendo um novo acessório: um microfone sem fio para karaokê no carro. O TeslaMic conecta automaticamente ao sistema do veículo e conta com diversos modos de som. Por enquanto, o aparelho está disponível apenas na China e esgotou em uma hora após o lançamento. A ação faz parte da recente atualização de software promovida pela montadora para celebrar o Ano Novo Chinês. (The Verge)

E o Discord iniciou a integração com o PlayStation, parceria anunciada em maio do ano passado. Com isso, a partir de agora já é possível sincronizar as contas das duas plataformas, permitindo que amigos visualizem as atividades no PS5 e PS4 e o perfil Discord. Lançado em 2015, o Discord é uma das plataformas de conversa mais populares do mercado mundial de jogos. (Olhar Digital)

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