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Alvo de intensa pressão de correligionários, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson deve renunciar hoje à liderança do Partido Conservador. É este cargo que faz dele primeiro-ministro, já que a legenda tem maioria na Câmara dos Comuns. Até o fechamento desta edição, Johnson tentava ainda permanecer no comando do governo até outubro, quando o partido escolherá oficialmente quem o sucederá. A maioria dos conservadores, porém, não aceita a solução e defende que ele deixe o governo imediatamente, substituído interinamente pelo vice-premiê Dominic Raab. “Seu comportamento tem sido errático”, se queixou ao Guardian um parlamentar. A situação de Johnson ficou insustentável nos últimos dias, com renúncias em massa dentro do governo. Ontem, uma comissão de ministros de primeiro escalão esteve com ele pedindo que deixasse o cargo. A pressão veio até do recém-nomeado ministro das Finanças Nadhim Zahawi. (Guardian)

Embora o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 e a ajuda para caminhoneiros e taxistas só valha para este ano, a PEC de bondades vai deixar um rombo de pelo menos R$ 7,7 bilhões para o próximo governo, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado. É o quanto subirá o volume do Auxílio Brasil se, como prevê a PEC, a fila de espera pelo benefício, hoje com 1,6 milhão de pessoas, for zerada – elas não serão excluídas em janeiro. Caso o aumento para R$ 600 seja mantido, o buraco pode chegar a R$ 51 bilhões. (UOL)

A oposição corre contra o relógio para conseguir 103 assinaturas e invocar um dispositivo da Constituição a fim de parar por 20 dias a tramitação da PEC. Como ela aumenta a despesa, esse prazo permite verificar sua compatibilidade com o regime fiscal do país. Já o governo tem pressa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer votar a PEC ainda hoje na comissão especial e levá-la ao Plenário na semana que vem. (g1)

Igor Gadelha: “Apesar da pressão contra a proposta que têm feito nos últimos dias, parlamentares da oposição estão descrentes sobre as chances de conseguirem impedir a aprovação da PEC Kamikaze.”

Sérgio Abranches: “O governo aprovou no Senado a PEC da trapaça, que cria um falso estado de emergência para que Bolsonaro possa distribuir subsídios e benefícios atropelando a legislação eleitoral, a lei de responsabilidade fiscal e a própria Constituição. A única emergência é a de Bolsonaro, que vai muito mal nas pesquisas. Ele não reconheceu a crise econômica e nunca teve solidariedade social. Agora, ameaçado de derrota no primeiro turno, quer se salvar comprando voto. O PT está paralisado por suas ambivalências e ambiguidades. Não se preocupou com a montanha de problemas que Lula herdará de Bolsonaro se ganhar as eleições.”

Duas novas pesquisas eleitorais divulgadas ontem mostram estabilidade nas intenções de votos, mas com redução, dentro da margem de erro, da distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na pesquisa Quaest/Genial, o petista segue na liderança com 45% as intenções de voto, contra 31% do presidente. Lula caiu um ponto e Bolsonaro subiu um, reduzindo para 14 pontos a distância. Embora o ex-presidente apareça à frente da soma dos adversários e todas as simulações, a Quaest não enfatiza vitória em primeiro turno por conta da margem de erro. Num segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 53% a 34%. (UOL)

Já o PoderData mostra Lula estável em 44% e Bolsonaro subindo de 34% para 36%, no limite da margem de erro. Os demais candidatos que pontuaram – Ciro Gomes (PDT), com 5%, e André Janones (Podemos) e Simone Tebet (MDB), ambos com 3% – somam 11%, deixando Lula três pontos atrás da soma dos adversários e indicando como menos provável a vitória no primeiro turno, embora haja empate técnico na margem de erro. A diferença também diminuiu no segundo turno, embora Lula apareça com 50% e Bolsonaro com 38%. Na rodada anterior, os números eram 52% a 35%. (Poder360)

Até segunda ordem, o PT é o principal partido de oposição, e o PL o líder do Centrão, espinha dorsal do governo. Mas as duas legendas ensaiam uma aliança no Mato Grosso em torno da candidatura ao Senado do deputado e ruralista Neri Geller (PP). Ele foi ministro da Agricultura no governo Dilma e tem uma boa relação com o ex-presidente Lula, a quem abriria o palanque num estado de tendência bolsonarista. A aproximação teria o aval do comando do PP – lembrando que partido integrou a base de Lula e Dilma, com direito a protagonismo nos escândalos do mensalão e do petrolão. (Folha)

Enquanto isso... Em Pernambuco, o PT expulsou 11 líderes, incluindo o prefeito de Orocó, George Cavalcante, e a vereadora Fany da Manas, de Garanhuns, por não apoiarem a candidatura de Danilo Cabral (PSB) ao governo do estado. Manas quer a eleição da ex-petista Marília Arraes (Solidariedade), enquanto Cavalcante defende o ex-prefeito de Petrolina Miguel Couto (UB). (CNN Brasil)

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, fez jogo duplo ontem em relação às urnas eletrônicas e ao TSE. Pela manhã, na reunião ministerial, fez coro ao presidente Jair Bolsonaro nas críticas ao tribunal e no receio de fraude na votação. À tarde, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, disse que o debate não deve ser pautado por dúvidas em relações às urnas e descartou episódios como a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump. (UOL)