Gritou ‘Aqui é Bolsonaro!’ enquanto matava

Aos gritos de “Aqui é Bolsonaro!”, o agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu na noite de sábado uma festa em Foz do Iguaçu (PR) e assassinou a tiros o aniversariante, o guarda municipal Marcelo Arruda. A festa tinha como tema o PT, do qual Arruda era tesoureiro municipal, enfeitada com fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Guaranho, um dos diretores da associação onde o evento acontecia, não era convidado e, aparentemente, não conhecia a vítima. Ele esteve no local, iniciou uma confusão e, ao sair, disse que voltaria e “mataria todo mundo”. Preocupado, Arruda foi até o carro e pegou sua arma. Foi quando o agressor voltou atirando. Mesmo baleada, a vítima atirou de volta e, segundo seu filho, impediu que o agressor ferisse outras pessoas. O agente penitenciário está sob custódia em um hospital da cidade e seu estado é estável. (UOL)

Uma gravação de câmeras de segurança mostra o momento do crime. Atenção, imagens fortes. (g1)

Nas redes sociais, Guaranho se define como cristão e conservador e publica mensagens de apoio ao presidente. Entre o primeiro e segundo turnos da eleição de 2018, escreveu “Sou o Caixa 2 de Bolsonaro”. No mesmo ano, compartilhou uma foto com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho Zero Três do presidente. Em abril de 2020, publicou uma mensagem dizendo “eu era 100% Bolsonaro, mas depois de hoje decidi ser 200%”. (CNN Brasil)

O assassinato provocou revolta no meio político. Lula lamentou a morte de Arruda, lembrando que o guarda municipal acabara de ser pai de uma menina. Ciro Gomes (PDT) pediu que Deus trouxesse conforto “à duas famílias destruídas nesta guerra absurda”, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB-MS) lembrou que “adversários não são inimigos”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o caso “é a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual”. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), sem mencionar uma única vez a vítima ou sua família, disse dispensar o apoio de quem pratica violência, mas buscou responsabilizar a esquerda pelo clima de agressividade na campanha. (Poder360)

Na tentativa de relativizar o crime, as redes bolsonaristas criticaram Lula por ter agradecido no sábado o apoio do ex-vereador petista Manoel Eduardo Marinho. Em 2018, durante uma briga num protesto, Marinho empurrou o empresário Carlos Alberto Bettoni, que bateu com a cabeça num caminhão e teve traumatismo craniano. O ex-vereador chegou a ficar preso por nove meses. (Globo)

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Elio Gaspari: “Está em circulação mais um expediente de magia para tumultuar a eleição. Ainda no nascedouro, nada indica que prospere, mas convém registrar sua existência. A versão recente tem três fases. Nela, milícias digitais e mobilizações semelhantes às do ano passado criariam um clima de instabilidade a partir da Semana da Pátria. Armado o fuzuê, vozes pretensamente pacificadoras defenderiam o adiamento das eleições, com a votação de uma emenda constitucional. Junto com essa emenda seriam prorrogados todos os mandatos, de congressistas, governadores e, é claro, do presidente da República. Por todos os motivos, essas piruetas não teriam a menor chance de avançar. Contudo, os antecedentes dos principais personagens da manobra recomendam cautela e prevenção. (Globo ou Folha)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou no sábado, em São Paulo, da Marcha Para Jesus, um dos mais importantes eventos promovidos por igrejas neopentecostais. Em seu discurso, ele enfatizou as pautas de costumes, condenando o aborto e a ‘ideologia de gênero’ e afirmando que trava uma “guerra do bem contra o mal”. Bolsonaro procurou minimizar questões como a inflação e a queda na renda, afirmando que “problemas materiais são passageiros”. O presidente disse ainda que “acabou com a palavra corrupção”, ignorando as prisões do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, pastor presbiteriano, e dos pastores evangélicos Arilton Moura e Gilmar Santos, acusados de montar um gabinete paralelo no MEC para cobrar propina. (g1)

Então... Lembram da compra de 15.120 unidades de citrato de sildenafila, princípio ativo do Viagra, pelas Forças Armadas? O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de superfaturamento na negociação, com cada dose custando R$ 3,65, o dobro do preço médio do medicamento. Segundo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, a compra foi legal e visou a atender demandas legítimas dos militares. (UOL)

O Partido Liberal-Democrata venceu as eleições de domingo no Japão, dois dias depois do assassinato de um de seus mais influentes dirigentes, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, baleado enquanto fazia um discurso sexta-feira na cidade de Nara. A legenda do premiê Fumio Kishida avançou de 69 para 76 das 125 cadeiras do Parlamento. Segundo a polícia, Tetsuya Yamagami, preso após o assassinato de Abe, passou meses planejando o ataque. As autoridades admitiram que o esquema de segurança do ex-premiê era falho. (Reuters)

Para ler com incredulidade. Ao longo da sexta-feira, políticos de extrema-direita de vários países e até noticiários compartilharam fotos do ‘assassino’ de Abe com posters e camisetas com o rosto do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara. Só que a pessoa na foto não era o criminoso e sim Hideo Kojima, um dos mais respeitados desenvolvedores de videogames do mundo, responsável, entre outros, pelo premiado Death Stranding (trailer). (IGN Brasil)

Calvário

Orlando Pedroso

Mau e bom ladrao 560

Viver

Os reitores de Institutos Federais receberam mais uma má notícia do Ministério da Educação. A pasta pretende reduzir em R$ 300 milhões o orçamento dessas instituições para em 2023. A verba de R$ 2,1 bilhões será destinada ao pagamento de despesas como água, luz, manutenção e bolsas dos alunos, mas ainda é uma previsão, pois o número final só será enviado ao Congresso em agosto. Se aprovado, o montante será um dos menores dos últimos dez anos, à frente apenas dos R$ 2,08 bilhões disponibilizados em 2021. (UOL)

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram o terceiro ano consecutivo de alta no desmatamento ilegal na Amazônia para um mês de junho. Foram 1.120 km² de perda da vegetação, a maior marca desde o início da série histórica iniciada em 2016. De janeiro a junho, foram quase 4 mil km² de devastação, 10,6% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado, que já era um recorde. O Amazonas é o líder dos estados com mais áreas verdes derrubadas no mês de junho, com 401 km², seguido pelo Pará, com 381 km². (g1)

O número de usuários que fazem profilaxia pré-exposição (Prep) contra o HIV encolheu 39% em quatro anos. A Prep é feita com os antirretrovirais tenofovir e entricitabina, que previnem infecções, e foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em maio de 2017. De acordo com o Ministério da Saúde, a profilaxia deve ser realizada enquanto a pessoa estiver em risco de infecção pelo vírus HIV. Segundo dados do Painel Prep, vinculado à pasta, eram 39 mil pessoas atendidas pelo programa até abril deste ano, contra 64 mil cadastrados em janeiro de 2018. Estudos mostraram eficácia de 95% no método em participantes que fazem uso constante do medicamento. A redução de usuários da Prep preocupa especialistas porque a descontinuidade do uso diminui a efetividade contra infecções ao longo do tempo. (Folha)

Cultura

Enquanto Amber Heard tenta anular o julgamento que a condenou a pagar US$ 8 milhões a Johnny Depp por difamação, este quer levar o caso para o streaming e com fundo musical. O ator, que também é cantor e músico, compôs duas canções sobre o caso em parceria com o lendário guitarrista inglês Jeff Beck (Spotify) e pretende incluí-las no álbum 18, previsto para chegar às lojas e plataformas no próximo dia 15. O que se conhece das duas das letras não é nada gentil, indo de “Acho que você já disse o suficiente para uma noite” a “Se eu tivesse um centavo, ele não cairia na sua mão.”

Embora dificilmente tão polêmica, a safra de lançamentos musicais no segundo semestre promete, indo de Rainassance, de Beyoncé (confira o single Break My Soul), a Patient Number 9, de Ozzy Osbourne (a faixa-título, aliás, também com Jeff Beck, já está no streaming). No meio uma enorme variedade que inclui Muse, Pablo Vittar, Panic At The Disco, Iza e Demi Lovato, entre muitos outros. (UOL)

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Reconhecimento internacional não garante proteção contra ditaduras. O governo do Irã prendeu na sexta-feira o cineasta Mohammad Rasoulof, vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2020, com There Is no Evil (trailer). Ele foi detido com o também diretor Mostafa Aleahmad por “incitar distúrbios públicos”, segundo a agência de notícias estatal Irna. Os dois participaram de protesto pedindo a punição dos responsáveis pelo desabamento de um prédio em maio, na cidade de Abadan, que deixou 43 mortos. Autoridades são acusadas de corrupção e negligência na tragédia. A organização do Festival de Berlim e diversas entidades de direitos humanos protestaram contra as prisões. (Estadão)

Depois de emocionarem adultos e crianças nos filmes Turma Mônica: Laços e Turma da Mônica: Lições, o elenco (já não tão) mirim estreia em série na Globoplay no próximo dia 21, conforme anunciou o diretor Daniel Rezende. Mesmo já um pouco grandinhos, Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali), Gabriel Moreira (Cascão) e Emilly Nayara (Milena) dão um show como a turminha. Lembrando que Milena também vai estrelar uma série com Franjinha na HBO Max, só que interpretada por outra atriz — Bia Lisboa. (Omelete)

E por falar em TV e streaming... Esteia hoje a série Novelei (trailer), primeira parceria da Globo com o YouTube. Estrelada por Paulo Vieira, Thalita Meneghim, Gusta Stockler, Phellyx, Babu Carreira, Evandro Rodrigues e Livia La Gatto e com participações de Tony Ramos e Susana Vieira, a linha imagina um acidente que apagou as novelas clássicas da emissora. Um grupo de influenciadores e atores precisa tentar recriá-las. (YouTube)

Cotidiano Digital

Após dois meses de negociações para a compra do Twitter, Elon Musk decidiu, por fim, encerrar o acordo de aquisição da rede social, pela qual pagaria US$ 44 bilhões. Na sexta-feira, o bilionário informou, em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que houve uma violação de várias disposições do acordo. Musk vinha questionando a plataforma sobre a quantidade de contas falsas e spam, e já havia ameaçado desistir da compra caso o Twitter não fornecesse as informações necessárias para calcular o número dessas contas — que a empresa afirma ser inferior a 5%. À Comissão, Musk alegou que a rede social fez “afirmações falsas e enganosas”. O acordo para compra do Twitter foi anunciado em abril, após o bilionário ter adquirido 9% das ações da empresa. (The New York Times)

A decisão do homem mais rico do mundo, no entanto, pode virar uma longa batalha judicial. Em comunicado, o Twitter disse que a empresa vai recorrer à Justiça para fazer valer o negócio firmado com Musk. No início das negociações, o fundador da Tesla e da SpaceX assinou um documento que dá ao Twitter o direito de processar o bilionário e forçá-lo a pagar uma multa ou concluir o acordo. Ele teria de pagar US$ 54,20 por ação conforme combinado com a empresa ou uma multa de US$ 1 bilhão para retirar a proposta. (The Guardian)

E documentos confidenciais obtidos pelo jornal britânico Guardian, em consórcio com outros veículos de imprensa, apontam que a Uber interferiu na legislação de diversos países da Europa para acelerar sua expansão internacional. São 124 mil arquivos de 2013 a 2017 compostos por mensagens, e-mails e apresentações de executivos da companhia e que deram origem à série de reportagens Uber Files. De acordo com os documentos vazados, a empresa de mobilidade incentivou a violência contra motoristas, contatou líderes mundiais para acelerar o lobby em seus países e interferiu em legislações locais para ganhar mercado pelo mundo. (Guardian)

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