Meio

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com irritação ontem ao ser questionado sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), pelo agente penal Jorge José da Rocha Guaranho. Inconformado pela festa de aniversário de Arruda ter como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o criminoso entrou no local atirando e gritando “Aqui é Bolsonaro” e “mito”, antes de ser baleado pela vítima. “O que eu tenho a ver com a com esse episódio de Foz do Iguaçu? Nada! Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. Agora, o histórico de violência, não é do meu lado. É do lado de lá”, afirmou o presidente. (Metrópoles)

Malu Gaspar: “O posicionamento de Bolsonaro sobre o assassinato de Marcelo Arruda desagradou a cúpula do PL. A percepção no partido é que o presidente poderia ao mesmo tempo demonstrar mais empatia e faturar politicamente com a defesa do porte de armas — Arruda disparou contra o assassino, Jorge José Guaranho, o que evitou que o atirador atingisse mais pessoas. Os aliados, porém, já perderam a esperança de convencer Bolsonaro a agir de acordo com os manuais.” (Globo)

Arruda foi enterrado na tarde de ontem em Foz do Iguaçu. A viúva, a policial civil Pâmela Arruda, compareceu levando no colo a filha caçula do casal, que nasceu há 40 dias. Também ontem a Justiça do Paraná decretou a prisão preventiva de Jorge Guaranho, que está internado em estado grave, mas estável. Nas redes sociais, o assassino se identifica como “cristão”, “conservador”, “200% Bolsonaro” e armamentista e publicou fotos com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). (g1)

Embora compartilhasse publicações enaltecendo o trabalho da polícia, Guaranho foi preso em 2018 por desacatar PMs no Rio de Janeiro. Ele estaria bêbado ao ser abordado e se apresentou como policial federal. (CNN Brasil)

Ontem, o governo do Paraná tirou do comando da investigação a delegada Iane Cardoso, substituída por Camila Ceconetto, chefe do Departamento de Homicídios. A Secretaria de Segurança nega que a troca se deva a publicações antipetistas feitas por Cardoso em redes sociais. (Poder360)

E a Procuradoria-Geral da República rejeitou, antes mesmo de o pedido ser formalizado pelo PT, a federalização das investigações sobre o assassinato de Arruda. Segundo a PGR, não há indícios de omissão das autoridades locais. (Folha)

Guilherme Amado: “O PT do Distrito Federal pediu nesta segunda-feira que seus militantes não respondam a provocações de bolsonaristas e levem uma camiseta reserva neutra, sem a cor vermelha, para o ato de Lula em Brasília hoje. Na última quinta-feira, o evento de Lula no Rio de Janeiro foi alvo de uma bomba caseira.” (Metrópoles)

Maquiavel: “Em um momento de acirramento da tensão política no Brasil, os filhos de Bolsonaro não só não contribuem para aliviar a tensão, como fazem questão de propagar publicações com referência à violência. Eduardo Bolsonaro comemorou o seu aniversário de 38 anos com um bolo alusivo ao revólver do mesmo calibre.” (Veja)

Meio em vídeo. O risco que temos agora é de que o bolsonarismo se torne como o Estado Islâmico. A comunicação é construída para ser violenta e, aos poucos, vai gerando lobos solitários. Bom ser claro: assassinos solitários. E a campanha nem começou. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Após críticas de diversos setores, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), senador Marcos do Val (Podemos-ES), decidiu tirar do texto que já havia sido aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) a regra que tornava impositivas as emendas do relator, o chamado orçamento secreto. O projeto deveria ter sido votado pelo Congresso em sessão conjunta ontem, mas o Centrão reagiu à decisão do relator, fazendo com que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) adiasse para hoje a votação. A imposição das emendas é vista como uma forma de engessar o futuro governo, que não teria como contingenciar esses recursos. Parlamentares pretendiam apresentar um destaque na votação da LDO em Plenário suprimindo a determinação, o que fez Marcos do Val se antecipar e excluir ele mesmo a medida. (g1)

Divulgada nesta segunda-feira, a pesquisa BTG/FSB indica que a eleição presidencial será decidida no segundo turno. Na sondagem estimulada para a primeira votação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 41%, menos que a soma dos adversários além da margem de erro: o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%; Ciro Gomes (PDT), com 9%; Simone Tebet (MDB), com 4%; e André Janones (Avante), Felipe D’Ávila (Novo), Vera Lúcia (PSTU) e Pablo Marçal (PROS), com 1% cada. No segundo turno, Lula vence Bolsonaro por 53% a 37%. (Poder360)

Terceiro pré-candidato ao Planalto entrevistado por Renata Lo Prete no podcast O Assunto, o deputado André Janones (Avante) disse que, num eventual segundo turno, estará do lado oposto ao do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não vou me isentar. Não vou ficar em casa como um covarde assistindo a tudo de braços cruzados”, garantiu. Janones contou ter sido ameaçado por um bolsonarista armado após votar contra a PEC do voto impresso. “Eu estava saindo com o meu veículo, fui fechado por um motoqueiro armado que apontou a arma para mim por eu ter votado contra o voto impresso. E citando quem? A família Bolsonaro”, afirma. Assista na íntegra. (g1)

Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), mais de 2,3 mil militares, o equivalente a três batalhões do Exército, ocupam irregularmente cargos no governo. A investigação apontou problemas como acúmulo de funções por militares da ativa, exercício de cargos civis além do tempo máximo permitido e o recebimento acumulado de salários e benefícios acima do teto constitucional. O documento se baseia em dados dos ministérios da Economia e da Defesa. As Forças Armadas se limitam a dizer que estão apurando os casos. (Estadão)