Morre Elizabeth II, a rainha do século 20

O mundo perdeu ontem uma das personalidades mais marcantes do último século. Morreu na Escócia, aos 96 anos, a rainha Elizabeth II, que reinou por 70 anos sobre o Reino Unido e países como Canadá, Austrália e Jamaica – o mais longo reinado na história desses países. Embora a coroação ainda não esteja marcada, seu primogênito já é o rei Charles III, que aos 73 anos, se torna a pessoa mais idosa a ascender ao trono britânico. Por volta do meio-dia, horário da Inglaterra, um comunicado inesperado informava que a saúde da rainha inspirava preocupação. Seus filhos e netos viajaram para o palácio de Balmoral, na Escócia, onde ela passava o verão, e no fim da tarde veio a confirmação de sua morte. “A rainha morreu em paz em Balmoral esta tarde”, dizia o lacônico comunicado oficial. (Guardian)

Ao nascer, em 21 de abril de 1926, Elizabeth Alexandra May Windsor não estava destinada ao trono do então Império Britânico. Seu pai, o Duque Albert de York, era o segundo filho do rei George V. Sua ambição, diria aos seis anos de idade, era “ser uma mulher do campo, com muitos cães e cavalos”. Tudo mudou em 1936, quando seu tio, o rei Edward VIII, abdicou para se casar com a socialite americana Wallis Simpson. “Lilibeth” era agora a filha do rei George VI, primeira na linha de sucessão. A partir daquele momento, sua vida foi ditada pelo dever. Na Segunda Guerra, foi voluntária no serviço civil como mecânica e motorista. Seu único gesto de rebeldia foi a determinação de se casar com um primo, o príncipe Philip da Grécia, pelo qual era apaixonada desde a adolescência – os dois se casaram em 1947, e um ano depois nascia o agora rei Charles III. Em janeiro de 1952, durante uma viagem ao Quênia, a princesa de 25 anos se descobriu rainha pela morte do pai, vítima de câncer de pulmão. Sua coroação, em junho do ano seguinte, foi transmitida ao vivo pela TV, sob protestos do premiê Winston Churchill. Ela não herdava um Império, mas uma comunidade de nações, a Commonwealth, cujos laços valorizou por toda a vida. Nenhum chefe de Estado viajou tanto, e suas visitas a outros países só escassearam quando passou dos 80 anos. O que parecia uma vida perfeita desmoronou em 1992. Os casamentos de seus três filhos mais velhos – Charles, Anne e Andrew – ruíram, e sua residência favorita, o castelo de Windsor pegou fogo. Foi seu annus horribilis. Mas o ponto mais crítico de seu reinado aconteceu em agosto de 1997, quando Diana, ex-mulher de Charles e amada pela população, morreu em um acidente de carro com o namorado. Para o povo, a família real reagiu com frieza, e foi necessária a interferência do premiê Tony Blair para que a rainha se manifestasse. Aos poucos, a popularidade foi sendo reconquistada, com o povo participando ativamente de jubileus e casamentos reais. A morte de Philip em 2021 foi seu último grande abalo. Veja imagens marcantes de sua vida e seu reinado. (BBC)

Líderes de todo o mundo manifestaram seu pesar. “Num mundo em constante mudança, ela foi uma presença firme e fonte de conforto e orgulho para gerações de britânicos”, escreveu o presidente americano Joe Biden. A recém-empossada premiê Liz Truss disse que o país estava devastado com a notícia. “Ela era o próprio espírito da Grã-Bretanha, e esse espírito permanecerá”, afirmou a primeira-ministra. (Reuters)

O governo brasileiro decretou luto de três dias. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro classificou Elizabeth II como “extraordinária e singular”. (Poder360)

A rainha esteve no Brasil com o marido em 1968, em plena ditadura militar. Inaugurou o MASP, lançou a pedra fundamental da Ponte Rio-Niterói e, num encontro de realezas, entregou uma taça a Pelé no Maracanã. (Folha)

Tema de documentários, filmes e séries, poucos monarcas, especialmente em vida, foram tão retratados quanto Elizabeth II. Até ao lado de James Bond ela apareceu. (Estadão)

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O Congresso Nacional comemorou ontem os 200 anos da Independência numa cerimônia comandada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com a presença dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Convidado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou sua participação sem dar justificativas. Na véspera, os líderes dos demais Poderes não compareceram ao desfile/comício que ele promoveu na Esplanada dos Ministérios. Em seu discurso, Pacheco listou como “obras do Congresso” diversas realizações reivindicadas por Bolsonaro. “As pessoas sabem inclusive que foram o Senado e a Câmara que aumentaram de R$ 400 para R$ 600 o Auxílio Brasil. Foram o Senado e Câmara que se mobilizaram em torno da vacinação no Brasil”, afirmou. (Meio)

Em uma das imagens mais emblemáticas dos atos do 7 de Setembro no Rio, jovens negros a bordo de um ônibus vaiaram e trocaram desaforos com participantes da motociata em apoio a Bolsonaro. Ontem veio a público um vídeo, gravado dez minutos depois, em que PMs do Batalhão de Choque pararam o ônibus, retiraram do veículo somente os jovens e os revistaram e a suas mochilas. O Comando da PM não explicou o motivo da abordagem e porque só os rapazes que vaiaram a motociata foram revistados. (UOL)

A dias de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber deu uma prévia de como será sua relação com o procurador-geral da República, Augusto Aras. Ela determinou que o Supremo deve supervisionar o andamento do pedido para que a PGR investigue a suspeitas sem provas contra as urnas eletrônicas que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou a embaixadores estrangeiros. A ministra também mandou que a procuradoria encerre a “apuração preliminar” aberta sobre o caso. Feito à revelia do STF, esse tipo de investigação tem sido amplamente usado por Aras em ações contra autoridades do governo e já foi alvo de críticas de ministros do Supremo. (g1)

Marcada para a próxima segunda-feira, a posse de Rosa Weber terá uma novidade. Além dos presidentes da República, Jair Bolsonaro (PL), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e das autoridades de praxe, ela convidou todos os candidatos às eleições presidenciais de outubro. A posse deverá reunir 1.500, das quais 350 a acompanharão no Plenários do Supremo e as demais em telões em outras salas. (UOL)

Os filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interpelaram na Justiça o candidato do PDT, Ciro Gomes, para que explique as acusações que fez no programa Pânico, conta Monica Bergamo. Durante a entrevista, o ex-ministro afirmou que “Lula tinha um filho ladrão”, sem apresentar provas ou mesmo dizer a qual se referia. Caso não se retrate, Ciro pode ser processado. (Folha)

Aliás. Para o comando petista, conta Andreia Sadi, Ciro está fazendo o jogo do bolsonarismo, com ataques cada vez mais fortes a Lula. A estratégia de poupar o antigo aliado visando uma aliança no segundo turno tende a ser descartada, com uma campanha pelo voto útil já no primeiro turno. (g1)

Na semana do Bicentenário da Independência, a Edição de Sábado se debruça numa indagação tão antiga quanto a nação: quem é o povo brasileiro? Ao longo desses 200 anos, intelectuais de diferentes áreas tentaram conferir ao Brasil uma identidade nacional — a despeito de, no caminho, negar algumas das características históricas da fundação dessa nacionalidade. Mas, em 2022, parecemos mais divididos e fragmentados do que nunca. O que temos em comum, enquanto compatriotas, que faz de nós um povo? E o que pode nos levar a um reencontro uns com os outros? E, aproveitando o final do Rock In Rio 2022, vamos mergulhar nas lembranças pessoais de quem viveu o primeiro festival, no longínquo 1985. É o jornalismo do Meio para assinantes premium, que recebem também o Meio Político, às quartas-feiras, e a edição diária mais cedo. Assine!

Operação London Bridge

Tony de Marco

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Viver

Foi preciso apenas uma semana para que este mês superasse a quantidade de queimadas na Amazônia registradas em todo o mês de setembro do ano passado. Até esta quarta-feira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 18.374 focos de incêndio ante os 16.742 nos 30 dias de setembro de 2021. O mês passado já havia sido o pior mês de agosto para a Amazônia nos últimos 12 anos. (g1)

Pudera. Até esta segunda-feira, o Ibama havia executado somente 37% do orçamento autorizado para prevenção e controle de incêndios florestais para este ano, segundo levantamento do Observatório do Clima com dados do Painel do Orçamento Federal. Para os especialistas do observatório, "o Ibama deveria ter atuado com força antes da época da seca para evitar o que está ocorrendo na Amazônia”. (g1)

Relatório divulgado nesta quinta-feira pela ONU mostra que o Brasil caiu três posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O país estava na 84ª colocação na última lista e aparece agora em 87º lugar entre 191 países analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH é composto pela expectativa de vida ao nascer, escolaridade e renda. O Brasil fica atrás de 15 nações da América Latina e Caribe, como Chile, Argentina, México e Cuba. (Folha)

Cultura

Exibido em 180 países (no Brasil pode ser visto na TV Cultura e no Discovery Kids), a série de animação infantil britânica Peppa Pig quebrou uma barreira ao levar ao ar, na última terça-feira, um episódio com uma família formada por um casal do mesmo gênero. Chamado Famílias, o episódio traz a filhote de urso-polar Penny dizendo: “Eu moro com minha mãe e minha outra mãe. Uma mãe é médica e uma mãe cozinha espaguete. Eu amo espaguete.” A família de ursas foi criada após uma petição, iniciada nos EUA em 2019, com quase 24 mil assinaturas, demandar a inclusão de famílias não convencionais, de forma que os filhos desses lares não se sintam alienados. Peppa Pig vai ao ar desde 2004 e é voltado para crianças de 2 a 5 anos. (UOL)

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Uma das mais importante feiras de arte do mundo, a Armory Show, começa hoje em Nova York com uma novidade que pode sacudir esse mercado, um equipamento chamado Danvas que permite que arte digital, em particular as onipresentes NFTs, seja exposta como quadros nas paredes. Trata-se de uma tela quadrada com 1,2m de lado e altíssima definição. “Achamos que a arte digital tão bela e digna quanto qualquer outra e queremos que o mundo da arte tradicional perceba isso”, disse Jeanne Anderson, cofundadora da empresa também chamada Danvas. A novidade deve abrir mais portas para a arte digital, mas não necessariamente popularizá-la, já que o aparelhinho custa a bagatela de US$ 34,5 mil (R$ 180 mil). (Fast Company)

Cotidiano Digital

Após a conferência de apresentação dos novos smartphones da Apple, uma postagem da filha caçula do co-fundador da empresa, Steve Jobs, chamou a atenção da internet. Eve Jobs, de 24, filha de Jobs com a empresária Laurence Powell, publicou um meme comparando a semelhança entre o novo iPhone 14 e o iPhone 13. Ela não foi a única a fazer piada com as mudanças anunciadas no novo celular. A Samsung também soltou algumas farpas em seu perfil no Twitter, mas sem mencionar a rival. (TecMundo)

A plataforma de comércio eletrônico Shopee vai encerrar suas operações no Chile, Colômbia, Argentina e México. O Brasil não foi afetado pelo corte. A Sea, empresa que controla a Shopee, informou que ainda haverá atendimento internacional no Chile, Colômbia e México. No entanto, o atendimento na Argentina foi integralmente encerrado. O presidente da empresa asiática, Chris Feng, explicou que era necessário “focar recursos nas operações principais”. A decisão acontece depois que a Shopee suspendeu a contratação de novos funcionários e relatou prejuízos e crescimento lento de receita, aumentando os rumores de uma crise financeira. (Yahoo)

Meio em vídeo. Você conhece o Matter, o padrão criado pela Apple para unificar todas as soluções para ter a tão sonhada casa inteligente? Agora você pode misturar os periféricos da sua Alexa com os do assistente do Google e até da Samsung! Quer saber mais? Pedro Doria e Cora Rónai explicam. (YouTube)

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