Simone, FHC e seus economistas apóiam Lula
Terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) formalizou ontem o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a segunda rodada de votação. “Depositarei no ex-presidente Lula o meu voto. Reconheço seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, disse ela. O anúncio foi feito depois de um almoço na casa da ex-senadora Marta Suplicy reunindo Tebet, Lula, o ex-governador e vice na chapa petista Geraldo Alckmin (PSB) e Fernando Haddad, que disputa pelo PT o segundo turno para o governo de São Paulo. Em seu pronunciamento, a senadora usou o tom religioso que vem pautando a campanha eleitoral, empregando palavras como iniquidade, evangelho, fé e igreja. Simone Tebet obteve 4,16% dos votos no primeiro turno, mais da metade do 1,57% de que Lula precisa para se eleger. (Metrópoles)
A campanha petista recebeu também um apoio de forte apelo simbólico, o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que enfrentou Lula nas eleições de 1994 e 98. Numa publicação no Twitter com fotos de ambos no passado e recentemente, FHC escreveu: “Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva.” Lula agradeceu nas redes sociais e completou: “O Brasil precisa de diálogo e de paz.” No primeiro turno, o tucano havia pregado um “voto na democracia” sem especificar candidatos. (g1)
Além de FHC, importantes nomes da área econômica de seu governo também manifestaram apoio a Lula. Na terça-feira, o ex-presidente do BC Armínio Fraga disse ter desistido de anular seu voto para apoiar o petista. Ontem foi a vez do ex-presidente do BNDES Pérsio Arida, um dos pais do Plano Real declarar seu voto em Lula. (Veja)
E para se contrapor ao esperado apoio dos governadores do Sudeste ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula recebeu ontem a adesão — igualmente esperada — de sete governadores e 16 senadores das regiões Norte e Nordeste. O evento em São Paulo reuniu políticos de partidos de fora da coligação petista, como os senadores Alexandre Silveira (PSD-MG) e Kátia Abreu (PP-TO) e o governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB). O apoio deste é importante porque, embora tenha vencido no Pará com 52,22%, Lula ficou bem abaixo da votação de Barbalho, que se reelegeu com 70,41% da preferência dos eleitores. (UOL)
Embora tenha classificado seu apoio a Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) como “incondicional”, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), estaria pleiteando um ministério caso o presidente se reeleja, revelou Carla Araújo. Garcia também estaria já negociando sua migração para o União Brasil, com quem tem fortes laços — durante 27 anos foi filiado ao DEM, que se fundiu ao PSL para formar o UB, e só deixou o partido em 2021 para suceder João Doria e concorrer ao governo paulista. (UOL)
Conforme prometera, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PSDB), pediu demissão da Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas do governo paulista por conta do apoio de Garcia a Bolsonaro e Tarcísio. Ele foi acompanhado pelas secretárias de Desenvolvimento Econômico, Zeina Latif, e de Desenvolvimento Social, Laura Machado. (CNN Brasil)
E Bolsonaro reagiu ontem à circulação de um vídeo de 2017 em que aparece discursando numa loja maçônica. “Fui, sim, fui em loja maçom, acho que a única vez, acho que aqui em Brasília. Fui muito bem recebido. E eu sou presidente de todos e ponto final”, disse em sua live. A Maçonaria, uma ordem iniciática classificada como seita pela Igreja Católica, também é malvista entre evangélicos. (Poder360)
Também em sua live, Bolsonaro associou a votação de Lula no Nordeste ao analfabetismo na Região. “Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são esses estados? No nosso Nordeste”, disse. (Folha)
Divulgada na tarde de ontem, a primeira pesquisa do Ipec sobre as intenções de votos no segundo turno mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 51%, contra 43% do presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre entrevistados, 4% pretendem anular ou votar em branco, e 2% não souberam responder. Contando somente os votos válidos, como faz o TSE, Lula tem 55% e Bolsonaro 45%. (g1)
Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o professor de Ciência Política da FGV Fernando Abrucio avalia o cenário político após a votação do último domingo. A campanha do segundo turno começou, mas muitas perguntas ficam: como será o governo do próximo presidente? Com esse Congresso, quais as chances de Jair Bolsonaro desmontar a Constituição? Como Lula poderá governar? Qual é o possível futuro do Brasil? (YouTube)
A primeira eleição para o Congresso com cláusula de desempenho e proibição de coligações reduziu a fragmentação no Legislativo, mostra a cientista política e pesquisadora da FGV Lara Mesquita. Com base na fórmula do Número Efetivo de Partidos (NEP), a fragmentação no Congresso caiu de 16,4 em 2018 para 9,3 na próxima Legislatura, já contando as federações. “A expectativa é que a gente caminhe para um fechamento do sistema”, destaca a pesquisadora. (Meio)
E a eleição de duas mulheres trans, Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP), para a Câmara provocou uma onda de comentários preconceituosos por parte de deputados conservadores. “Como é que elas vão ao banheiro?”, “Vai ter que fazer outro banheiro?”, “Elas usam o banheiro masculino ou feminino?” foram alguns dos temas na sessão de ontem. “Nós exigiremos respeito e usaremos o direito de usar o banheiro que condiz com nossa identidade”, disse Hilton ao Meio. Uma norma de 2018 do Ministério Público da União (MPU) proíbe a criação de banheiros exclusivos para transexuais e travestis. (Meio)
Tech no próximo nível
A internet se tornou uma das principais ferramentas de lazer, estudos e comunicação. Mais ainda, também mudou a forma como trabalhamos e deve interferir cada vez mais nas relações sociais. Com tantas transformações, como será o futuro da internet no Brasil? Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e um dos precursores da internet brasileira, aponta os caminhos da rede no país e define conceitos de liberdade da internet. Confira.
É possível que a inteligência artificial (IA) ganhe consciência e se volte contra os seres humanos? Os trabalhadores perderão seus empregos para os robôs? Na visão do filósofo David Baker, cofundador da The School of Life Brasil, "isso é coisa de filme de ficção científica”. Para ele, seremos capazes de usar a IA como uma ferramenta, da mesma maneira como usamos um carro. Veja os cinco motivos por que não devemos temer a IA, na visão de Baker. (Época Negócios)
Já existem robôs capazes de reproduzir diversas tarefas normalmente feitas por humanos, mas o novo robô desenvolvido pela Nala Robotics promete revolucionar o setor de fast-food nos Estados Unidos. O “the Wingman” pode fritar asas de frango, batatas e outros alimentos, temperá-los e empaná-los de forma autônoma. De acordo com a empresa, Wingman pode cozinhar vários alimentos diferentes ao mesmo tempo e temperá-los individualmente. O robô está disponível por US$ 2.999 por mês. (Forbes)
Viver
O governo federal efetuou um novo bloqueio no orçamento da educação que deve afetar o funcionamento de institutos e universidades federais ainda neste ano. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o Ministério da Economia contingenciou o equivalente a R$ 328,5 milhões para o pagamento de despesas das instituições de ensino superior. Somando os demais bloqueios ao longo do ano, a retenção de recursos chega a R$ 763 milhões.(g1)
As embalagens de alimentos fabricados a partir deste domingo passarão a seguir as novas determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com o objetivo de melhorar a clareza e legibilidade dos rótulos, a tabela de informação nutricional será branca com letras pretas. Também será obrigatório declarar os açúcares totais e adicionados, o valor energético e nutricional por 100g ou 100 ml, além do número de porções. As marcas deverão ainda identificar na frente da embalagem, na parte superior, os produtos com alto teor de açúcar, gorduras saturadas e sódio, prejudiciais a pessoas com doenças como diabetes e hipertensão. (g1)
Panelinha no Meio. Há quem torça o nariz para a carne moída, mas ela é uma pedra fundamental na comida caseira, como nesta receita com quiabo. A pimenta dedo de moça e as sementes moídas de coentro dão camadas extras de sabor, enquanto o truque do pano de prato controla a polêmica baba do quiabo.
Cultura
Levar uma comédia romântica LGBTQIA+ para fora da bolha identitária. Esse é o objetivo de Mais Que Amigos (trailer), de Nicholas Stoller, um dos destaques nas estreias de hoje nos cinemas. E o mais divertido é que ele faz isso trazendo o público para dentro dessa bolha, com a história de um roteirista de uma (adivinhem) comédia romântica sobre gays. Quem prefere um humor mais popular tem Os Suburbanos — O Filme (trailer), com Rodrigo Sant’Anna levando Jeffinho e sua turma da telinha para a telona. E Amsterdam (trailer) traz Christian Bale, Margot Robbie, John David Washington e uma multidão de pontas de luxo num suspense cômico ambientado nos anos 1930.
Confira a programação dos cinemas na sua cidade. (Adoro Cinema)
Das telas para os tribunais. Começa hoje, em Nova York, o julgamento do ator Kevin Spacey pela acusação de agressão sexual contra o também ator Anthony Rapp, de Rent e Star Trek Discovey. Segundo Rapp, o crime aconteceu em uma festa em 1986, quando ele tinha 14 anos. Spacey também é acusado de assédio sexual por três homens no Reino Unido. (UOL)
Já Alec Baldwin fechou um acordo com família de Halyna Hutchins, a diretora de fotografia morta no set de filme Rust, em 2021, para encerrar o processo de homicídio culposo (não intencional) contra ele. Ela morreu quando Baldwin disparou uma arma cenográfica carregada, sem o conhecimento do ator, com balas de verdade. Com o acordo, as filmagens devem recomeçar no início do ano que vem. (g1)
Cotidiano Digital
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estuda a possibilidade de antecipar a ativação do sinal 5G nas regiões do entorno das cidades com mais de 500 mil habitantes. O calendário atual prevê que todos os municípios com mais de 500 mil habitantes devem estar liberados para a operação do 5G até 1º de janeiro de 2023. No entanto, a discussão é a chance de as cidades que estão no entorno também receberem a tecnologia móvel a partir de janeiro. (InfoMoney)
Nesta semana, a Anatel autorizou a ativação do 5G nas últimas cinco capitais que ainda não receberam o sinal da nova tecnologia. Manaus, Belém, Rio Branco, Porto Velho e Macapá terão o sinal a partir desta quinta-feira. Com a inclusão dessas últimas cinco capitais da região Norte, o 5G chega a todas as capitais do país. (Agência Brasil)
O ex-diretor de segurança da Uber, Joe Sullivan, foi considerado culpado pela Justiça dos Estados Unidos por encobrir um ataque cibernético em 2016. Na ocasião, um hacker acessou as informações pessoais de mais de 57 milhões de pessoas. Os dados roubados incluíam nomes, endereços de e-mail e números de telefone de mais de 50 milhões de usuários da empresa e 7 milhões de motoristas. A companhia teria pago um resgate de US$ 100 mil aos hackers para que excluíssem os dados e não divulgassem o ataque à imprensa e aos órgãos dos EUA. Ele pode pegar até 8 anos de prisão. (The Verge)
