Lira trava votação do arcabouço fiscal; quer ministérios

Sem troca nos ministérios para acomodar o Centrão, sem votação do arcabouço fiscal. A decisão foi tomada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com os líderes partidários. A apreciação do projeto de lei só deve ocorrer após a definição das mudanças no primeiro escalão do governo, com PP e Republicanos garantindo ministérios. A nova regra fiscal já passou pela Câmara, mas precisará de novo aval dos deputados devido às mudanças feitas no Senado. O governo quer a aprovação até o dia 11, lançamento do Novo PAC. Para isso, frente à pressão de Lira e do Centrão, integrantes da articulação política tentam convencer Lula a bater o martelo até esta sexta-feira, conta Igor Gadelha. (Metrópoles)

A indefinição da reforma e a dificuldade de acesso ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, seguem sendo citados como motivos de insatisfação dos deputados. “Eu estou cansado de apertar o botão para votar com o governo e nunca conseguir uma reunião com alguém lá”, disse um deputado ao Blog do Camarotti. Fontes afirmaram que nem mesmo Lira foi procurado por Lula para tratar das trocas. (g1)

Vera Magalhães: “Ao sentar em cima do projeto mais importante da pasta de Fernando Haddad — embora diga que o mercado já ‘precificou’ sua aprovação e a queda dos juros não depende mais da conclusão da votação —, Lira demonstra que está à espera do convite para essa conversa definitiva. E que ainda é dele a responsabilidade por reunir os votos que o governo não tem por si só.” (Globo)

Na live semanal de ontem, Lula afirmou que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sabia “há muito tempo e, com toda a clareza”, que o economista Marcio Pochmann era o seu escolhido para o IBGE. “Tentaram inventar briga, dizendo que ‘o Lula passou por cima da Simone, atropelou’. Primeiro, o presidente nunca atropela, o presidente faz o que tem que fazer. E não é meu jeito de fazer política, eu converso quantas vezes for necessário.” (Correio Braziliense)

No Meio Político de hoje, que chega aos assinantes premium a partir das 11h, o analista político Ricardo Rangel avalia o quanto a indicação de Marcio Pochmann para o IBGE revela uma potencial radicalização de Lula e coloca Fernando Haddad (e seus acertos) e Simone Tebet (e a ala liberal) em xeque. Assine!

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Não foi por falta de aviso. O então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, afirmou ontem à CPMI que alertou pessoalmente o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, sobre o agravamento dos riscos de invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. “Comecei a falar por volta das 8h no dia 8 de janeiro com o general GDias e a encaminhar informações que recebia, inclusive ressaltando a informação dos 105 ônibus”, afirmou. Ele disse aos parlamentares que, entre 2 de janeiro e o fim do dia 8, a Abin produziu 33 alertas, mas, exceto por GDias, não pode afirmar se outras autoridades do governo federal receberam. O relato — que inclui a afirmação de que havia “intenção de ruptura constitucional” – foi usado por bolsonaristas para alegar omissão do governo. Já a base buscou mostrar que autoridades do Distrito Federal também foram alertadas, mas não evitaram a invasão. (Estadão e g1)

Presidente da CPMI, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) estabeleceu prazo de 48 horas para que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, dê acesso às imagens internas do dia da invasão. Se o pedido não for atendido, o caso será levado o Supremo Tribunal Federal. (Poder360)

Míriam Leitão: “A CPMI dos ataques do 8 de janeiro entra no segundo semestre do ano com a mesma missão: neutralizar a tentativa dos bolsonaristas de inverter a responsabilidade dos atos golpistas que invadiram as sedes dos três poderes. Após somente oito dias, o governo Lula, eleito democraticamente, foi atacado. Esse é o fato”. (Globo)

Tumulto e bate-boca. Foi isso que o relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), provocou na primeira sessão pós-recesso ao fugir dos temas e passar quase dez minutos perguntando a opinião do general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, sobre o golpe militar de 1964, chamado pelo parlamentar de revolução. “Entrar nessa situação, se foi positivo ou negativo o movimento de 64, é polêmico. Não quero entrar nesta seara”, respondeu o ex-ministro. Salles afirmou que o objetivo era situar “ideologicamente” a testemunha. (g1)

A convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para prestar depoimento na CPI é uma derrota para o governo. A decisão, aprovada ontem, atende a um requerimento extrapauta de Salles, que alegou que o governo Lula “parece ser conivente” com invasões de terras produtivas coordenadas pelo MST. Nos últimos dias, o MST voltou a ocupar terras, inclusive uma área da Embrapa em Petrolina (PE). Salles também argumentou que Costa era governador da Bahia durante invasões no estado. (Metrópoles)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), confirmou ontem que convidou a economista Martha Seillier, mãe da filha de Carlos Bolsonaro, para ser embaixadora do programa de investimentos do estado nos EUA. Tarcísio e Jair Bolsonaro negaram qualquer pedido em prol de Martha, apesar de aliados do ex-presidente terem afirmado que o cargo foi solicitado por ele e que as negociações já duravam duas semanas. O governador disse que conhece a economista há anos, que ela não estaria “pedindo favor” e que essa seria uma “visão preconceituosa”. A economista ainda não aceitou o posto e haveria dois pontos a serem alinhados: ela gostaria de trocar a representação de Washington para a Flórida, reduto de Bolsonaro, e não estaria satisfeita com a remuneração de quase R$ 43 mil. (Folha)

O ex-presidente americano Donald Trump, líder da pré-campanha eleitoral republicana, tornou-se réu em um processo sobre as tentativas de alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020, culminando com a invasão do Capitólio em janeiro do ano seguinte. “Logo após as eleições, o acusado buscou meios ilegais de anular votos legítimos e subverter o resultado do pleito”, diz o documento do tribunal da capital americana. É o terceiro processo aberto contra Trump, acusado também de manter documentos secretos do governo após deixar a Casa Branca e de fraude fiscal para mascarar o suborno a uma suposta amante. Ele, claro, nega tudo e se diz vítima de perseguição política. (CNN)

Golpista, eu?

Spacca

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Viver

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a tese de “legítima defesa da honra” em casos de feminicídio nos tribunais do júri. O argumento era utilizado por homens na tentativa de justificar crimes em situações como a descoberta de adultério por parte da mulher. Os ministros consideraram que a manobra jurídica contraria os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero. (Metrópoles)

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou 14 mortes por policiais militares desde que começou uma operação, na quinta-feira, em resposta ao homicídio de um soldado da Rota no Guarujá, litoral paulista. A ação foi estendida para Santos, onde uma cabo da PM foi alvejada por um disparo de fuzil em confronto contra criminosos. Um outro agente também foi baleado na perna e socorrido, enquanto um suspeito morreu no local. Segundo a SSP, a operação já prendeu 32 pessoas e apreendeu 20,3 kg de drogas, além de 11 armas. O governo estadual afirmou que as baixas serão investigadas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais e pela própria PM. As imagens das câmeras nas fardas também serão anexadas aos inquéritos. Já a Ouvidoria das Polícias apura denúncia de outras nove mortes provocadas por agentes de segurança. (Folha)

Desde ontem, as farmácias já podem realizar ao menos 47 tipos de exames de análises clínicas, como sangue, urina, fezes e secreções. A liberação foi feita pela Anvisa que, até então, só permitia a realização de testes de covid e glicemia nesses estabelecimentos. O órgão ressalta que os testes não devem ser usados sozinhos para tomar decisões médicas, mas como primeira avaliação, complementando o diagnóstico. Os laboratórios terão 180 dias para se adequarem. (g1)

Cultura

Tudo bem que os filmes de Hollywood sempre dominaram o mercado, mas o cinema nacional parece ter sido virtualmente banido das salas de exibição no país. Com a lei de cota de tela suspensa, os filmes brasileiros viram sua participação cair de 14% em 2019 para 7% no ano passado, segundo dados da Ancine. Pior, a maior parte é exibida em sessões antes das 17h e durante a semana, quando o público vai menos ao cinema, o que fez o percentual de ingressos vendidos para filmes brasileiros desabar para 1% do total. Além da volta da cota, a Ancine defende uma “lei de dobra”, que impede a retirada de cartaz de uma obra que esteja atingindo uma determinada média de público. (Folha)

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Inteligência artificial ainda vai dar muito pano para manga. Uma pintura conhecida como De Brécy Tondo, em exibição na Inglaterra, foi atribuída ao mestre renascentista Rafael usando um modelo de reconhecimento facial com IA. A ferramenta a comparou com outro quatro já reconhecido do pintor, a Madona Sistina, e encontrou 97% de correspondência no rosto da Virgem Maria e 86% no do Menino Jesus. Hassan Ugail, professor de computação visual que desenvolveu o modelo, diz que é hora de os conhecedores de arte modernizarem seu kit de ferramentas, enquanto especialistas na obra do artistas duvidam do resultado, dizendo que Rafael não faria uma cópia da própria obra em 1510, auge de sua carreira. (Estadão)

Após encantar o festival de Cannes, o curta Estranha Forma de Vida, de Pedro Almodóvar, vai chegar aos cinemas brasileiros no dia 14 de setembro. Estrelado por Ethan Hawke e Pedro Pascal, o filme de 25 minutos se passa no Velho Oeste e conta o reencontro de dois cowboys décadas depois de viverem um relacionamento homossexual. É o segundo trabalho do diretor espanhol em inglês.  (Omelete)

Cotidiano Digital

Enquanto isso, as gigantes de tecnologia Apple e Microsoft seguem no topo da lista de empresas mais valiosas do mundo, segundo dados da Refinitiv. No mês passado, a Apple se tornou a primeira empresa a atingir US$ 3 trilhões em valor de mercado. Já o investimento agressivo em serviços de inteligência artificial impulsionou a Microsoft, que atualmente vale US$ 2,49 trilhões. (g1)

A Uber registrou o primeiro lucro operacional de sua história. A empresa de mobilidade americana registrou um lucro líquido de US$ 394 milhões e receita de US$ 9,23 bilhões no segundo trimestre de 2023. O resultado vem após prejuízo de US$ 2,6 bilhões. De acordo com o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, o desempenho da companhia é atribuído à “manutenção de uma demanda robusta e continuidade na disciplina de custos”. Nos últimos meses, o número de usuários na plataforma aumentou 12% para 137 milhões em todo o mundo. Já as viagens realizadas tiveram alta de 22%, para 2,28 bilhões. (NeoFeed)

Com os resultados positivos, a Uber trabalha no desenvolvimento de novas tecnologias para sua plataforma. A empresa anunciou ontem que também está criando um bot com inteligência artificial (IA) que será integrado ao seu aplicativo. (Época Negócios)

O Facebook foi condenado pela Justiça brasileira a pagar R$ 20 milhões em danos morais coletivos pelo vazamento de dados de usuários em 2018 e 2019. A sentença engloba duas ações coletivas diferentes protocoladas pelo Instituto de Defesa Coletiva. Os valores serão revertidos ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor caso as sentenças sejam confirmadas por instâncias superiores. Além disso, os usuários também poderão ser indenizados. Cada internauta que comprovar a utilização da rede social à época dos vazamentos deverá receber R$ 5 mil por danos individuais. Cerca de 6 milhões de pessoas foram afetadas pelos vazamentos. Além dos brasileiros, os usuários dos Estados Unidos também podem requerer a indenização por vazamento de dados, que a empresa já concordou em pagar. No caso do Brasil, a Meta ainda pode recorrer da decisão. Veja o que fazer para pedir a indenização individual. (Folha e TechTudo)

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