Diante de bombardeios, Hamas ameaça matar reféns

Diante da ofensiva militar israelense sobre a Faixa de Gaza, em resposta à invasão de seu território no sábado, o Hamas ameaçou executar um refém a cada novo bombardeio a supostos alvos civis no território. De acordo com representantes da ONU no território, entre 100 e 150 pessoas foram sequestradas no fim de semana durante a incursão do grupo terrorista. Segundo o Hamas, quatro já morreram devido aos ataques aéreos. Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, anunciou cerco total a Gaza, incluindo o corte de energia, alimentos e combustíveis. O Exército também disse ter retomado o controle de todas as cidades atacadas e confirmou as mortes de 123 de seus soldados e a captura de 50, levados para Gaza. Também foi anunciado que há corpos de 1.500 militantes do Hamas no território israelense. (Haaretz)

Em um duro discurso ontem à noite na TV, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os militares vão intensificar as operações. “Todos os lugares onde o Hamas está ativo e atuando serão completamente destruídos”, afirmou. “O que faremos nos próximos dias com o nosso inimigo vai reverberar por gerações.” Mais cedo, as Forças Armadas anunciaram a morte de cinco de oito supostos militantes que tentaram entrar no país pela fronteira com o Líbano, ao Norte. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar, um helicóptero entrou no espaço aéreo libanês e destruiu uma base do grupo xiita libanês Hezbollah. (Washington Post)

A sequência de falhas da inteligência israelense foi explicitada ontem com a notícia, passada por agente da inteligência do Egito, de que o país árabe alertou Israel da iminência de “algo grande”. O ministro da Inteligência egípcio, general Abbas Kamel, teria telefonado há dez dias para Netanyahu. O Egito, que faz fronteira ao Norte com Israel e Gaza, serviu diversas vezes de mediador entre as partes. Netanyahu, porém, teria preferido concentrar seus esforços e recursos na Cisjordânia, onde vivem colonos que compõem grande parte da base de sua coalizão de direita e extrema direita. (Times of Israel)

O Irã negou envolvimento direto na ação, mas sua Guarda Revolucionária teria trabalhado com o Hamas desde agosto para a elaboração dos ataques, segundo o Wall Street Journal. A decisão final sobre a ofensiva teria sido tomada em uma reunião na segunda-feira da semana passada em Beirute. Os detalhes foram alinhados em várias reuniões com a presença da Guarda Revolucionária e de quatro grupos militantes apoiados pelo Irã, incluindo Hamas e Hezbollah. Autoridades americanas não identificaram envolvimento direto de Teerã, mas admitem que certamente há alguma relação. (Wall Street Journal)

Em entrevista ao Estadão, a diplomata Revital Poleg, que participou das negociações do Acordo de Oslo, em 1993, afirma que não há conversa possível com o Hamas. “Não acho que podemos estabelecer alguma saída diplomática com terroristas, não é uma questão de querer. O ponto é que com terroristas você não fala. Há 30 anos, quando começou o processo de Oslo, havia uma intenção pelo menos, havia uma vontade. Não estamos na mesma situação. O próprio Hamas não dialoga nem com a Autoridade Palestina.” (Estadão)

Alon Pinkas: “Netanyahu deveria ser afastado imediatamente — não ‘depois da guerra’, não depois de um acordo judicial no seu julgamento por corrupção, não depois de uma eleição. Que ele é o primeiro premier na história das democracias a travar uma guerra contra o seu próprio país, contra suas instituições e fundações, é claro. Durante anos, mas especialmente desde que lançou seu golpe constitucional antidemocrático em janeiro, declarou guerra às elites de Israel, ao sistema judicial, aos freios e contrapesos e, por extensão, aos militares, considerados uma elite conspiradora que mina a sua agenda política”. (Haaretz)

A maior operação de repatriação da história do Brasil recebeu autorização de Israel ontem para ser iniciada. O primeiro voo partindo de Tel Aviv deve chegar a Brasília à 1h de amanhã de quarta-feira. Até sábado, o plano é repatriar 900 brasileiros. Mas a operação pode ser repetida na semana que vem, informou a Força Aérea Brasileira. Até a manhã de ontem, 1.700 brasileiros haviam solicitado repatriação, a maioria turistas. O governo também estuda como retirar cidadãos brasileiros dos territórios palestinos através de Egito, Jordânia e Líbano. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 25 que estão na Faixa de Gaza solicitaram a repatriação. A recomendação do Itamaraty é que aqueles que já tiverem “passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais no aeroporto de Tel Aviv”. (Folha)

Meio em vídeo. Ao fazer o pior ataque em 50 anos contra Israel, o Hamas sabia o que ia acontecer. Um ataque virulento, um contra-ataque pior, uma guerra declarada, muitos palestinos mortos. Então, qual era o objetivo? Veja o que diz Pedro Doria no Ponto de Partida. (Meio)

Mais Meio em vídeo. No #MesaDoMeio de hoje, às 19h, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch recebem a jornalista Cecília Oliveira para debater os bombardeios no Oriente Médio também e os destinos de israelenses e palestinos a partir de agora. A escalada da barbárie na segurança pública no Brasil também está na pauta. O papo segue com os assinantes premium na sala secreta. Assine! (YouTube)

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Foram mais de cinco meses de depoimentos, brigas e frases de efeito, mas a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro deve terminar na próxima quarta-feira com frustração tanto entre governistas quanto oposicionistas. Os dois depoimentos mais desejados por cada lado — do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Flávio Dino — não foram tomados. Também não foi ouvido o general Braga Netto, apontado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como ligação entre o governo anterior e os golpistas. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), prepara seu parecer com uma série de lacunas, mas diz a interlocutores contar com elementos para pedir o indiciamento de Bolsonaro. (Globo)

Há uma disputa no governo sobre a recriação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Criada em 1995 e extinta por Jair Bolsonaro, o grupo tem a função de investigar e dar respostas às famílias sobre membros sequestrados ou assassinados pela ditadura. De um lado está o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, que, no fim de semana, recebeu o endosso do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Do outro, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que reverbera a voz do comando das Forças Armadas. Almeida quer a recriação em 25 de outubro, dia do aniversário de morte do jornalista Vladimir Herzog, após ser preso pela ditadura. Já Múcio disse ao colega que, pessoalmente, é a favor, mas pediu um tempo para “resolver as divergências”, segundo um interlocutor. (Meio)

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Viver

Pela primeira vez, o IBGE vai incluir duas perguntas relacionadas a identidade de gênero e orientação sexual para maiores de 18 anos em sua Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS). O levantamento deste ano terá como foco a saúde reprodutiva de homens e mulheres, além da saúde e nutrição na infância. O órgão afirma que essas questões são uma “demanda da sociedade civil”. No caso da identidade de gênero, haverá o campo “outro”. A PNDS também vai perguntar o sexo de nascimento da população, e não apenas o sexo, como em pesquisas anteriores. (Folha)

‘Doença X’. Parece nome de empresa de Elon Musk, mas é o termo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) usa para designar uma doença potencialmente pandêmica que ainda não apareceu. O objetivo é deixar o mundo mais bem preparado para uma nova epidemia, inclusive buscando formas de prevenção. Há diversos fatores de risco para o surgimento dessas doenças, como ocupação desordenada de áreas de vida selvagem, fazendo chegar aos humanos vírus e outros agentes inofensivos aos animais. Também contribui a aglomeração urbana com parcas condições de saúde e higiene. (Globo)

Morreu, na madrugada de ontem, o bispo emérito de Duque de Caxias, Dom Mauro Morelli, aos 88 anos, em Belo Horizonte (MG), onde estava internado. Nascido em Avanhandava (SP), foi ordenado sacerdote em 1965 e nomeado bispo auxiliar de São Paulo pelo Papa Paulo VI, em 1974. Sua vida também foi pautada pela luta contra a fome, tendo atuado em um órgão consultivo na ONU, entre 1986 e 1990, e presidido o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, na década de 1990, além de uma parceria com o sociólogo Herbert de Souza para a criação do programa Fome Zero. (UOL)

Panelinha no Meio. Típica sobremesa de conforto, o bolo de cenoura com chocolate é bem mais simples de fazer do que alguns pensam. Um dos segredos é cortar as cenouras em rodelas antes de bater no liquidificador com óleo, ovos e açúcar. Também é preciso esperar o bolo pronto amornar antes de acrescentar a cobertura.

Cultura

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Para ler com calma. Estreia nesta terça-feira, no Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, Amazonas, O Maior Rio do Mundo, filmado em 1918 por Silvino Santos. Mas por que esse intervalo de mais um século entre a realização e a exibição? Porque o negativo havia sido furtado por um sócio do diretor, que o levou para a Europa e o exibiu como uma produção americana chamada Maravilhas da Amazônia, e desapareceu em 1931. No começo deste ano, Jay Weissberg, diretor do festival, recebeu dos curadores do arquivo Národní filmovì, de Praga, na República Tcheca, um link para ver o “filme americano” e desconfiou que seria, na verdade, a obra de Santos. A autenticidade foi comprovada, e o filme, tido como o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia, será finalmente apreciado como se deve. Em seguida, vai ser exibido em um festival da República Tcheca e no Brasil. (Estadão)

Paul McCartney vai fazer um show extra em Belo Horizonte em sua passagem pelo Brasil com a turnê Got Back. Com a alta demanda por ingressos para a performance no MRV Arena, em 3 de dezembro, uma nova apresentação foi marcada para o dia 4. As entradas começam a ser vendidas hoje, a partir das 12h, no site Eventim, com valores entre R$ 240 e R$ 990. Com a nova data, Paul tem oito shows confirmados no país — três em São Paulo, dois em BH, um em Brasília, outro em Curitiba, encerrando no Maracanã, no Rio de Janeiro, em 16 de dezembro. (CNN Brasil)

Cotidiano Digital

Em meio ao  conflito entre Hamas e Israel, Elon Musk usou seu perfil no X para incentivar seus seguidores a buscarem atualizações em contas conhecidas por publicar notícias falsas. “Para acompanhar a guerra em tempo real, @WarMonitors e @sentdefender são bons”, postou Musk para seus mais de 150 milhões de seguidores. A postagem foi vista por mais de 11 milhões de pessoas e deletada três horas depois pelo bilionário, após uma das contas se referir aos combatentes de Gaza como “mártires”. Especialistas já expressaram preocupação sobre o X espalhar desinformação sobre o conflito. Recentemente, um relatório divulgado pela União Europeia apontou o X e o Facebook como as redes sociais com mais fake news. (Washington Post)

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, assinou uma lei que pune serviços da web por “facilitar, ajudar ou encorajar conscientemente a exploração sexual comercial” de crianças. O texto cria novas regras e responsabilidades para fazer com que as redes sociais reprimam material de abuso sexual infantil, acrescentando punições para sites que “conscientemente” deixem online materiais denunciados. As empresas de mídia podem limitar os riscos com auditorias regulares aos seus sistemas. Aprovada pela Câmara estadual, no fim de setembro, a nova legislação deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2025. (The Verge)

De olho no mercado de óculos de realidade virtual, a Meta deve lançar headsets mais baratos e sem controles para disputar com a Apple, que lançou seu Vision Pro neste ano. Segundo o analista Mark Gurman, a estratégia é a oferta de um produto útil para o dia a dia, como produtividade e jogos. A construção do aparelho, conhecido como Ventura, também deve ser revista para ficar mais confortável, mas sem perder resolução de tela. Assim como os óculos da empresa da maçã, a interação com o usuário seria com as mãos ou por periféricos vendidos separadamente. (Tecmundo)

Eles querem nosso sangue! “Quem? Quem?”- você pergunta. Saiba a resposta no Meio Explica desta semana que disseca a polêmica PEC do Plasma, aprovada em comissão do Senado. Entenda seus prós e contras e como ela pode abrir caminho para aqueles que já pensaram algum dia em vender um rim para comprar um iPhone.

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