Meio

O grupo de 32 brasileiros, familiares e migrantes que estava retido na Faixa de Gaza desembarcou em Brasília no fim da noite de ontem e foi recebido ainda na Base Aérea pelo presidente Lula, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e outras autoridades. Três crianças e uma mulher grávida do grupo estavam em estado de desnutrição e foram atendidas imediatamente no hospital que funciona dentro da base. Os brasileiros vão passar pelo menos um dia em alojamentos na base para receber atendimento médico e regularizar a documentação, antes de serem distribuídos por quatro estados e no DF. (g1)

Ao receber os repatriados, Lula voltou a criticar a ação militar de Israel em Gaza, comparando-a aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, que deixaram 1.400 mortos em solo israelense. “Aos 78 anos, eu já vi muita brutalidade. Já vi muita violência e irracionalidade. Mas eu nunca vi uma violência tão bruta e desumana contra inocentes. Porque, se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo terrorismo”, afirmou, repetindo declaração que fizera mais cedo. (Poder360)

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) chamou de “equivocada e perigosa” a fala de Lula. “Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o Holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques”, disse em nota a instituição. (CNN Brasil)

O Hamas perdeu o controle na Faixa de Gaza. A afirmação foi feita ontem pelo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. “Os terroristas estão fugindo para o Sul, os civis estão saqueando suas bases. Eles não confiam no governo”, disse. O grupo, responsável pelos ataques de 7 de outubro, que matou 1.400 pessoas e fez 240 reféns, controla a Faixa de Gaza desde 2007. (Times of Israel)

O chanceler de Israel, Eli Cohen, disse ontem que o seu país tem “de duas a três semanas” para agir antes de uma intensificação da pressão internacional por um cessar-fogo. A reação israelense tem provocado incômodo entre aliados, particularmente os Estados Unidos. “Do ponto de vista político, nós reconhecemos que Israel está sob maior pressão. Ela não é muito alta, mas está crescendo. Nas conversas que tenho com ministros estrangeiros, eles enfatizam a questão humanitária [em Gaza], o aspecto da identificação deles com o choque do massacre de 7 de outubro está menor.” (Folha)

Milhares de civis conseguiram fugir nos últimos dias do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, mas centenas, incluindo bebês prematuros, seguem retidos no prédio, enquanto combates acontecem praticamente na porta. Um dos médicos, Ahmed al-Mokhallalati, disse que os tanques israelenses já estão nos portões do hospital e que todos os reservatórios de água foram destruídos. (AP e Guardian)

Israel afirma que a base de comando e controle militar do Hamas foi erguida estrategicamente abaixo do hospital. O Hamas nega — mas, ao menos por enquanto, seus soldados lutam por cada palmo de terreno para impedir o avanço militar israelense ao prédio. (Guardian)

Sem combinar com o governo, o deputado Lindbergh Faria (PT) apresentou duas emendas ao projeto de Lei Orçamentária Anual para mudar a meta de resultado primário prevista para o próximo ano. Uma das emendas prevê 0,75% de déficit e a outra, 1%. O deputado defende que, se na hora da votação os parlamentares não toparem a de 1%, teria a de 0,75% para garantir uma folga fiscal em ano eleitoral. As duas emendas atropelam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende deixar essa discussão para março, quando o governo já terá o resultado da arrecadação do primeiro trimestre e poderia apresentar uma proposta ao Congresso, flexibilizando a meta. As propostas também são vistas como desgaste para a articulação do governo, que ainda precisa negociar na Câmara e no Senado a conclusão da votação da pauta econômica. (Meio)

O ministro da Justiça, Flávio Dino, negou ontem ter recebido em seu gabinete Luciane Barbosa Farias, condenada por associação com uma facção do tráfico de drogas e conhecida como “dama do tráfico no Amazonas”. Reportagem do Estadão mostrou que ela esteve duas vezes no Ministério da Justiça neste ano, integrando grupos que se reuniram com secretários e diretores da pasta. Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, que está preso. “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”, escreveu Dino no X. “De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete.” Parlamentares da oposição pediram uma investigação e até o impeachment do ministro. (Estadão)

O Ministério da Justiça alterou as normas de acesso à sede da pasta, conta Andréia Sadi. Foram adicionados três novos itens às regras: nome e CPF dos visitantes devem ser comunicados com antecedência mínima de 48 horas por e-mail; o pedido de reunião ou audiência deve ser enviado por e-mail “para fins de avaliação”; e a pessoa interessada em compromisso público no ministério será atendida na recepção do Palácio da Justiça ou dos anexos para ser identificada e orientada. A mudança será oficializada hoje no Diário Oficial da União. (g1)

Numa derrota para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle, a Procuradoria-Geral da República (PGR) mudou o entendimento de que o STF não é o foro indicado para julgar as acusações de contrabando de joias pela Arábia Saudita e a falsificação das carteiras de vacinação de parte da família, conta Malu Gaspar. Adotada pelo ex-procurador-geral Augusto Aras, a tese foi usada pelo casal para permanecer em silêncio durante depoimento à PF em agosto. (Globo)

Enquanto isso... Auxiliares têm aconselhado Lula a buscar um nome de sua confiança para substituir Aras fora da cúpula da PGR. Tradicionalmente, o procurador-geral é escolhido entre os 78 subprocuradores-gerais, mas, pela lei, basta que o indicado seja membro da carreira e tenha mais de 35 anos de idade. Por enquanto, Elizeta Ramos segue como procuradora-geral interina. (g1)

Meio em vídeo. O PDT teve de expulsar um grupo de dentro de seu partido após uma puxada de orelha do governo americano. Agora, os irmãos Ciro e Cid estão em guerra civil. Depois do PSDB, periga o PDT ser outro partido legítimo derretendo na política brasileira. Quer entender? Assista Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)