R$ 2 bi, o preço da paz no Congresso

Com o objetivo de contornar a crise com a base aliada e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o governo prometeu a aliados pagar R$ 2 bilhões em emendas parlamentares até o Carnaval. O montante se refere a verbas do extinto orçamento secreto, transformadas em recursos dos ministérios sob indicação política. A promessa, segundo fontes, é liquidar os pagamentos, encerrando as críticas de que o Executivo não honrou o combinado. A medida também visa fortalecer o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, alvo de fritura de Lira e do Centrão por causa das emendas. Os R$ 2 bilhões são referentes ao Orçamento do ano passado. Seu não pagamento também levou à pressão de Lira, que enviou ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, junto com seis líderes de partidos, sendo cinco da base governista, questionando os critérios para pagamento das emendas da pasta. Petistas admitem que, embora isso resolva parte da crise, não será suficiente, devido ao veto a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão no Orçamento deste ano. (Valor)

Enquanto isso... Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), almoçaram ontem em um encontro fora da agenda. “Almoçamos. Foram conversas gerais”, disse Pacheco, que na véspera se reuniu com o presidente Lula e decidiu segurar as sessões para analisar os vetos presidenciais, irritando Lira e o Centrão. (Poder360)

Já Lula só deve se encontrar com Lira depois que ele hastear “bandeira branca”, conta Gustavo Uribe. Ele não gostou do tom do presidente da Câmara no início do ano legislativo e não quer ouvir queixas sobre seus ministros. Além disso, prefere esperar para ter um cenário mais claro sobre as votações. (CNN Brasil)

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Além de recorrer da suspensão do ministro Dias Toffoli à multa de R$ 10,3 bilhões da J&F, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu que o recurso seja julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é evitar que o caso caia na Segunda Turma do tribunal, composta, além de Toffoli, por André Mendonça, Edson Fachin, Nunes Marques e Gilmar Mendes. Fachin é o único que não vota sistematicamente contra as decisões da Lava Jato e de operações decorrentes. Entretanto, é improvável que o Supremo atropele a Turma, para onde vão os recursos contra decisões monocráticas de seus integrantes. (Globo)

Conrado Hübner Mendes: “Por liminar monocrática, Toffoli invalidou atos jurídicos antigos e de enorme repercussão para o erário público. No mérito, fugiu de argumentos específicos do caso e abraçou afirmações abstratas sobre os males da Lava Jato. Ao suspender multa da J&F com base nos abusos da Lava Jato, ignora que tal multa não teve nenhuma relação com a Lava Jato. Toffoli também não considerou inapropriado tomar decisões favoráveis a cliente de sua esposa advogada. Ao mandar investigar organização da sociedade civil com base em desinformação já desmentida, desnuda intenção intimidatória.” (Folha)

Meio em vídeo. A Lava Jato foi um desastre. Uma de suas piores consequências é que, desde então, todos os controles que tínhamos para melhorar a qualidade da gestão estão sendo perdidos. Os principais algozes são Lira e Toffoli. Eles não estão sozinhos. Assista ao Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)

José Rodrigo Sade foi o escolhido pelo presidente Lula para completar o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, onde serão julgadas duas ações que podem levar à cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação no pleito de 2022. A indicação, conta a coluna de Malu Gaspar, deve ser publicada no Diário Oficial da União de hoje. Ele contava com o apoio do grupo Prerrogativas e era considerado o favorito desde o início, apesar de ter atuado como advogado de Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, em uma ação privada de indenização por danos morais. O TRE-PR aguardava a indicação de Lula para agendar o julgamento das ações movidas por PT e PL. (Globo)

A nomeação pelo presidente Lula do ex-senador e ex-chanceler Aloysio Nunes (PSDB-SP) para o escritório da Apex em Bruxelas abriu uma crise entre os tucanos, conta o Painel. Integrantes da cúpula do partido defendem que ele se licencie para não abrir um precedente para outros filiados atuarem na gestão petista. Nunes resiste e diz que o pedido é “um estratagema de um oportunismo de direita que está muito presente no PSDB”. Assim como outros fundadores do partido, o ex-chanceler apoiou Lula no segundo turno, contrariando a corrente conservadora hoje dominante na legenda. “Será que pediram que o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), se licenciasse após visitar os bolsonaristas presos do 8 de Janeiro na Papuda?”, provoca Nunes. (Folha)

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou os termos de um cessar-fogo de 135 dias proposto pelo Hamas, afirmando que a “vitória total” em Gaza será possível em alguns meses. Segundo ele, o grupo palestino apresentou uma série de exigências em resposta a uma proposta de cessar-fogo apoiada por Israel. E acrescentou que as negociações “não vão a lugar algum”, descrevendo os termos como “bizarros”. “Não há outra solução senão uma vitória completa e final”, afirmou. “Se o Hamas sobreviver em Gaza, será apenas uma questão de tempo até o próximo massacre”, disse. Sami Abu Zuhri, alto membro do Hamas, considerou as declarações uma “bravata política” e que o movimento “está preparado para lidar com todas as opções”. Uma nova rodada de negociações deve começar amanhã no Cairo. (BBC)

Dando continuidade à promessa do presidente Joe Biden de responder à morte de três militares na Jordânia no mês passado, um ataque americano matou ontem um líder sênior do Kata’ib Hezbollah em Bagdá, capital do Iraque. A milícia xiita apoiada pelo Irã foi responsabilizada pelo Pentágono pelo ataque com drones que deixou mais de 40 feridos em janeiro. (New York Times)

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Viver

Confirmando a gravidade do surto de dengue que atinge o país, epidemiologistas preveem que o Brasil deve superar ainda em fevereiro o pico de registros diários da doença em 2023, que só foi atingido em abril. Na semana passada, a quarta de medição deste surto, foram registrados 105.875 casos prováveis e a perspectiva é de crescimento. No ano passado, o pico, com 111.840 casos, foi registrado na 15ª semana, em abril. Para piorar, os especialistas dizem que a dengue deve ultrapassar esse patamar. (UOL)

A cidade do Rio de Janeiro registrou ontem sua primeira morte por dengue este ano, um homem de 45 anos atendido na UPA do Complexo da Maré. E Belo Horizonte entrou em estado de epidemia por causa da doença. (UOL)

Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o editor-executivo Leonardo Pimentel recebe a pediatra Isabella Ballalai, uma das maiores especialistas em imunização do país. Ela explica os cuidados que se deve tomar para evitar a doença e fala da campanha de vacinação que, espera-se, vai diminuir o número de casos e internações no país. (YouTube)

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Janeiro de 2024 foi o mês mais quente já registrado e o oitavo mês consecutivo de recorde para o período específico, anunciou ontem o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), ligado à União Europeia. Por conta desses números, a média da temperatura global nos últimos 12 meses – de fevereiro de 2023 a janeiro último – passou de 1,5º Celsius acima dos níveis pré-industriais, o marco de início do aquecimento global. Mesmo considerando o fenômeno El Niño, os cientistas do Copernicus alertam que apenas a redução drástica da emissão de gases pode conter a elevação da temperatura. (Globo)

A imagem bela e comovente de um jovem urso polar adormecendo em um iceberg deu à fotógrafa amadora britânica Nima Sarikhani o prêmio de Fotógrafa de Vida Selvagem do Ano no People's Choice Award. (BBC)

Panelinha no Meio. Quando se fala em tahine, o que nos vem à cabeça é o homus e outros pratos salgados da culinária do Oriente Médio. Mas essa pasta de gergelim também fica perfeita em sobremesas, como esta calda com mel e canela, que acompanha bem frutas, bolos ou mesmo uma torrada.

Cultura

Sob as bênçãos de Jah, estreia na próxima segunda-feira nos cinemas One Love (trailer), de Reinaldo Marcus Green, biografia de Bob Marley (Spotify), cantor que levou o reggae da Jamaica para o mundo e morreu de câncer em 1981, aos 36 anos. Ainda na linha negritude e música, chega hoje a versão cantada de A Cor Púrpura (trailer), adaptação da montagem da Broadway baseada no filme clássico de 1985 e no livro de Alice Walker. Para quem não fica sem um susto, Baghead: A Bruxa dos Mortos (trailer) conta a história de uma jovem que herda um bar semiarruinado e assombrado em Berlim. E para embalar as crianças chega Peppa Pig - Festa no Cinema (trailer), na verdade um compilado de episódios inéditos da porquinha favorita da TV.

Confira a programação completa na sua cidade. (AdoroCinema)

Para ler com gosto. O MPB4 (Spotify), um dos mais importantes grupos vocais da música brasileira, completa 60 anos em 2024 e vai comemorar a data com um álbum reunindo seus sucessos e participação de outros astros. Chico Buarque (Spotify), cuja amizade com o quarteto é quase tão antiga quanto o grupo, esteve com eles no estúdio para gravar Angélica, que compôs com Miltinho em homenagem a Zuzu Angel. Entre risos e histórias de seis décadas, uma descoberta: uma das estrofes dessa canção antológica havia sumido. (Globo)

Uma exposição dedicada ao escritor britânico J.R.R. Tolkien na Galeria Nacional de Arte Moderna e Contemporânea em Roma tem gerado questionamentos pelo fato de a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, ser uma admiradora do autor, tendo se referido ao Senhor dos Anéis como um “livro sagrado”. Em sua autobiografia, ela relata que se juntou a outros ativistas do Movimento Social Italiano, fundado por veteranos fascistas, em eventos em que se vestiam como personagens da saga. Acredita-se que a identificação da direita radical esteja relacionada à primeira tradução da obra para o italiano, na qual o filósofo e ensaísta Elémire Zolla (1926-2002) propôs no prefácio que a luta de Frodo e seus companheiros contra as forças obscuras era um embate entre progresso e tradição identitária. (BBC Brasil)

Cotidiano Digital

A Apple continua trabalhando em iPhones e iPads dobráveis. Segundo o Information, a companhia está desenvolvendo dois protótipos de iPhone que dobram horizontalmente, semelhantes ao Samsung Galaxy Z Flip. O projeto não deve ser lançado em 2024 ou 2025 já que os engenheiros enfrentam dificuldades para elaborar um aparelho mais resistente e com design fino, semelhante aos dos modelos atuais. O tamanho da bateria e os componentes da tela têm aumentado o desafio. A Apple também planeja produzir um tablet dobrável com o tamanho de um iPad Mini de oito polegadas. A equipe busca reduzir o vinco no centro da tela, enquanto desenvolve uma dobradiça que a deixe plana quando aberta. (The Verge)

Em breve, usuários poderão enviar mensagens de outros aplicativos para o WhatsApp. A mudança tem como objetivo cumprir a nova Lei dos Mercados Digitais (DMA) da União Europeia. A legislação vai permitir a interoperabilidade entre plataformas para troca de mensagens de texto, imagens, voz, vídeos e arquivos. Na prática, isso significa que será possível conversar com pessoas no WhatsApp por aplicativos de terceiros, como iMessage, Telegram e Signal. A medida depende da adesão de outras empresas, uma vez que a Meta quer garantir seus padrões de criptografia até em outros serviços. (TechCrunch)

O Threads está testando uma função que permite ao usuário salvar postagens para ver mais tarde. O recurso é muito solicitado na plataforma, o que pode deixar a concorrência com o X mais acirrada. Desde sua estreia, no ano passado, a rede social tem implementado novas aplicações para superar rivais, como a rede de Elon Musk, Bluesky e Mastodon. Segundo relatório da Meta, a plataforma tem mais de 130 milhões de contas ativas mensais. (TechCrunch)


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