EUA suspendem fornecimento de bombas a Israel

Em um movimento incomum na relação entre os dois países, o governo dos EUA suspendeu o envio para Israel de um carregamento de bombas, diante da preocupação de que elas venham a ser usadas em um ataque à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza – operação à qual Washington se opõe firmemente. A carga retida contém 1.800 bombas de 900kg, tidas como uma das mais devastadoras armas do arsenal convencional dos EUA, e 1.700 de 226kg. Na segunda-feira, forças israelenses ocuparam o lado palestino da Passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, rota de entrada da ajuda humanitária que chega ao enclave. “Não é segredo que eles [os israelenses] querem fazer uma grande operação militar lá. E deixamos claro que somos contra”, disse Matt Miller, porta-voz do Departamento de Estado americano. Embora afirme que ainda tem a segurança de Israel como prioridade, Washington está revendo também o fornecimento de outros tipos de armamento ao país. (CNN)

Uma nova onda de protestos estudantis contra a guerra em Gaza se espalhou pelas universidades americanas, atingindo 60 instituições e levando a mais de duas mil prisões. Manifestações dessa dimensão costumam ter pautas difusas, mas o cerne dos movimentos é claro para todo mundo. Acreditar que os estudantes que protestam ao redor do globo apenas ativaram um racismo antijudaico que já possuíam, independentemente do que acontece no mundo, é uma forma de pensar equivocada, analisa Wilson Gomes no Meio Político, que chega às 11h para os assinantes premium.

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A ex-atriz pornô Stormy Daniels, cujo relato de um caso com Donald Trump está no centro do primeiro julgamento criminal de um ex-presidente americano, testemunhou com detalhes um encontro sexual com o republicano que, segundo ela, deixou-a trêmula e confusa, e o pagamento secreto em dinheiro que comprou seu silêncio. Ela disse que fez sexo com Trump depois de ele a convidar para jantar em sua suíte em um hotel de Lake Tahoe após um torneio de golfe em 2006. O testemunho levou os advogados de Trump a pedir a anulação do julgamento, mas o juiz Juan M. Merchan negou a solicitação. Daniels recebeu US$ 130 mil do advogado pessoal de Trump, Michael D. Cohen, pouco antes da eleição de 2016, para silenciar sobre o caso, que o ex-presidente nega que tenha acontecido. (New York Times)

A avaliação do governo federal e da atuação pessoal do presidente Lula (PT) está em queda, aponta pesquisa do MDA divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio. De acordo com o levantamento, 37,4% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom, uma queda de 5,3 pontos em relação à pesquisa anterior, mais que o dobro da margem de erro de 2,2 pontos. Já a avaliação negativa – ruim ou péssimo – ficou próxima da margem, variando de 27,9% para 30,5%. O desempenho pessoal de Lula também recuou, com a aprovação descendo de 55,2% para 50,7%, e a reprovação passando de 39,6% para 43,7%. (UOL)

Já a pesquisa AtlasIntel divulgada ontem mostra que o desempenho de Lula é aprovado por 51%, alta de 4 pontos percentuais frente a março. Os que dizem desaprovar o chefe do Executivo são 45%, um ponto a menos do que há dois meses. (Poder360)

Não convidem Lula para um debate sobre déficit fiscal. Em programa da Empresa Brasileira de Comunicação, ele não escondeu a irritação com o assunto. “Eu não vou gastar, nunca, mais do que eu preciso gastar. Mas se eu tiver que gastar para construir um ativo novo, eu estou fazendo que nem o empresário que tem um mercado promissor.” (Globo)

Luis Stuhlberger, presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, demonstrou arrependimento por ter acreditado que haveria esforço do governo para equilibrar as contas públicas. “Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal”, afirmou. (Estadão)

Uma audiência sobre o Brasil no Congresso americano se transformou ontem em um embate entre republicanos aliados do bolsonarismo, que alegam perseguição e censura, e democratas, que comparam as denúncias ao discurso do ex-presidente Donald Trump e seus apoiadores. Três das quatro pessoas ouvidas apontaram supostas violações de liberdade de expressão, sobretudo pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal: o ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo; o CEO da rede social conservadora Rumble, Chris Pavlovski; e o jornalista americano Michael Shellenberger. O quarto integrante do painel, indicado por democratas, foi Fábio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma, que rebateu as acusações. Apenas seis deputados americanos participaram, sendo que só dois permaneceram o tempo todo. A republicana Maria Salazar questionou se Moraes não seria um fantoche de Lula. Já a democrata Sydney Kamlager-Dove afirmou que o 8 de janeiro e teorias conspiratórias são a verdadeira ameaça à democracia no Brasil. E comparou a estratégia com a da direita americana, que, segundo ela, usa o debate brasileiro para se vitimizar frente às acusações na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. (Folha)

A ministra Cármen Lúcia foi eleita ontem presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos próximos dois anos. Atual vice-presidente da Corte, ela vai suceder o ministro Alexandre de Moraes, que tem mandato até 3 de junho. Nunes Marques foi eleito vice-presidente. A ministra vai comandar mais uma eleição municipal, assim como em 2012, quando se tornou a primeira mulher a presidir o TSE. Com a saída de Moraes, André Mendonça, que atua como ministro substituto do TSE, passa a ocupar uma cadeira de forma efetiva. (g1)

“Eu vi no TikTok”, “tem vários vídeos que provam isso”,aquele influencer disse”. Pode parecer piada, mas a desinformação é um mal que pode custar vidas em momentos de crise e emergência. Ser um porto seguro com informações confiáveis no meio desse mar de fake news é a nossa missão. Assine o Meio Premium e ajude a gente nesse combate.

Viver

Além de tratar dos estragos gerados pelas inundações no Rio Grande do Sul, a pauta da segurança foi levantada por prefeitos gaúchos durante reunião com o governo federal ontem. Há relatos de ao menos três estupros em abrigos e o início da formação de facções criminosas nesses locais. Prefeitos de municípios ilhados na região metropolitana de Porto Alegre disseram que houve brigas e espancamentos dentro de banheiros. Além da insegurança nesses lugares, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou que há pessoas em situação de risco com receio de deixar suas casas por medo de serem roubadas. O ministro informou ainda que vai pedir reforço na Força Nacional. Até ontem, 117 policiais foram deslocados para o estado. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que enviou mais 100 militares hoje para o Rio Grande do Sul. Além disso, Pimenta entrou com uma representação pedindo investigação da Polícia Federal contra perfis, postagens e declarações de pessoas que estão espalhando notícias falsas, como uma alegação sem provas de que o governo federal estaria impedindo caminhões de entrarem com ajuda no estado. (Meio)

Assim como já havia ocorrido na Câmara, o Senado aprovou ontem em votação simbólica o decreto legislativo que reconhece estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro. O objetivo é facilitar o repasse de verbas públicas ao estado para o socorro e reconstrução das regiões afetadas pelos temporais. O texto, que segue para promulgação do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), permite que os recursos utilizados não sejam enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal, sujeito ao teto de gastos. (g1)

E com o intuito de evitar o desabastecimento no país, o governo federal prepara uma medida provisória para importar arroz. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional do alimento e, devido à situação no estado gaúcho, houve perda de grãos tanto nas lavouras quanto nos armazéns, além da dificuldade logística devido a estradas submersas. (CNN Brasil)

Em Porto Alegre, a prefeitura pede que a população doe cobertores para auxiliar no acolhimento de 9.800 pessoas que tiveram de deixar suas casas na capital gaúcha. No estado, já são contabilizados 95 mortos, 131 desaparecidos e 372 feridos, além de 159.036 desalojados e 48.799 alocados em abrigos. Ao todo, 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pela tragédia em 401 municípios. (UOL e CNN Brasil)

Por conta das enchentes, o prefeito de Eldorado do Sul, Ernani de Freitas (PDT), disse que terá de retirar os cerca de 40 mil habitantes da cidade, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após a água alagar 100% do centro. Ele cita as dificuldades que a administração enfrenta, como falta de energia e aumento de saques. (UOL)

Governos de diferentes países entraram em contato com o Brasil para oferecer ajuda às vítimas, conta Jamil Chade. Entre eles, estão Alemanha, Argentina e Emirados Árabes. O CEO da Apple, Tim Cook, também se solidarizou com as vítimas e anunciou ajuda. (UOL)

A chuva acumulada em alguns pontos do Rio Grande do Sul entre 22 de abril e a última segunda-feira igualou o volume previsto para cinco meses. De acordo com levantamento do Climatempo, Fontoura Xavier, com 778 mm, e Caxias do Sul, com 694 mm, são as cidades mais afetadas pelas tempestades que castigam o estado. (g1)

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Fim dos tempos

Spacca

Cultura

O tradicional Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional passa a ter uma categoria de ilustrações a partir deste ano. O troféu será chamado de Prêmio Carybé, em homenagem ao ilustrador, historiador e jornalista Hector Julio Páride Bernabó. Nascido em Lanús, na Argentina e radicado no Brasil em 1949, ele morou na Bahia até sua morte, em 1997, desenvolvendo uma profunda conexão com os artistas locais. Sua obra foi inspirada por expressões da cultura nacional, como a capoeira e o samba, além do candomblé. O edital da premiação será lançado até junho. (Globo)

O prêmio Pulitzer divulgou os vencedores da edição 2024 com King: A Life, biografia de Martin Luther King escrita por Jonathan Eig e relatos baseados em histórias reais sobre racismo, escravidão e feminicídio entre os destaques. Na categoria de livros de memórias ou autobiografia, a mexicana Cristina Rivera Garza venceu com O Invencível Verão de Liliana, que investiga a morte de sua irmã. Também em biografias, Master Slave Husband Wife conta a história de um casal que foge da escravidão, enquanto Primary Trust foi escolhida a melhor peça por sua dramaturgia sobre um homem negro que procura emprego em um fundo de investimentos. (Folha)

Depois de muito mistério, o diretor James Gunn divulgou ontem a primeira imagem do ator David Corenswet caracterizado como Superman. Embora o personagem apareça sentado, a fotografia indica que Gunn retomou a estética original do uniforme, com a cueca sobre a calça – uma roupa padrão de levantadores de peso nos anos 1930, quando o Homem de Aço foi criado. O novo filme está previsto para estrear em 2025. (Omelete)

Cotidiano Digital

Quase duas semanas depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionar a lei que proíbe o TikTok no país caso a ByteDance não se desfaça do aplicativo, a rede social chinesa anunciou que entrou com uma ação contra o governo americano. Segundo a empresa, a lei é inconstitucional e viola a liberdade de expressão da Primeira Emenda, ao forçar a venda de um aplicativo que “milhões de cidadãos americanos usam para compartilhar suas opiniões e se comunicar livremente”. A lei afirma que o TikTik coleta dados confidenciais de americanos e que isso representa um risco à segurança nacional. Na ação, a plataforma argumenta que as preocupações de segurança não são suficientes para restringir a liberdade de expressão. (New York Times)

A Apple apresentou ontem as novas versões do iPad Air e iPad Pro – “o produto mais fino de todos os tempos”. Pela primeira vez, um modelo Air chega em dois tamanhos, 11 e 13 polegadas, com processador M2, duas câmeras de 12 megapixels e opções de armazenamento que vão de 128 GB a 1 TB. A big tech também lançou o Apple Pencil Pro, que traz um sensor capaz de identificar o aperto da caneta pelo usuário. No Brasil, o iPad Air sai a partir de R$ 6.999, enquanto o Pro chega por R$ 12.299 na versão mais básica. (g1)

E a big tech está desenvolvendo seus próprios chips de inteligência artificial para data centers, segundo o Wall Street Journal. Rumores apontam que o futuro chip de servidor da Apple se concentrará na execução de modelos de IA. (WSJ e Olhar Digital)

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