A seita de Milei, Trump e Bolsonaro
A gente sabe que as palavras têm um peso, um significado — e que isso importa. Nós, jornalistas, que as usamos como ferramenta de trabalho, devemos ser ainda mais cuidadosos com elas.
Lula, terrorismo e o lugar do Brasil no mundo
No café da manhã com o presidente, a live semanal que faz do Palácio do Planalto, Lula disse o seguinte:
Israel x Hamas e a guerra com nossos pares ideológicos
A guerra entre Israel e Hamas está completando um mês. É uma tragédia.
Lula desautorizou Haddad?
No café da manhã com jornalistas, na sexta-feira, o presidente Lula disse que “dificilmente” a meta do déficit fiscal zero será atingida em 2024. “Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país.” A reação do mercado foi imediata. De parte dos políticos também. Assim como da imprensa tradicional. Sabe que eu não canso de me surpreender com a “surpresa” desse pessoal? Duas coisas que foram repetidas incessantemente desde sexta e que, pra mim, simplesmente não fazem sentido. A primeira é que Lula falou isso de improviso. Olha, é notório e sabido que o presidente fala, sim, de improviso, no sentido de que nem sempre consulta alguém antes ou escreve a mensagem que quer passar. Mas deduzir, daí, que sua fala é inconsequente ou impensada soa até como ingenuidade a essa altura.
Rio em guerra: o que Lula e Dino podem fazer?
Foi grave demais o que aconteceu no Rio, com 35 ônibus e um trem em chamas, numa cena de guerra conflagrada, por conta da morte de um chefe de milícia da Zona Oeste. A gente que não mora nas comunidades costuma falar de uma cidade “refém” do crime organizado - e das operações policiais de combate ao crime -, de forma metafórica, e só quando algo dessa magnitude explode é que a coisa fica mais palpável. Mas pras quase 50 mil crianças que dia sim, dia também ficam sem aula nas escolas onde as operações acontecem, não tem metáfora nenhuma nisso. É bem concreta a situação de sequestro das suas vidas, de seus futuros, de qualquer oportunidade de, pelos estudos, encontrar uma saída.
Quanto vale a vida de um palestino? E de um traficante?
Diante das cenas de horror dos reféns israelenses sendo levados por terroristas do Hamas ou de crianças palestinas sendo bombardeadas em retaliação, nos deparamos com a imensa capacidade dos indivíduos e das sociedades de desumanizar o outro. Não só em guerras, mas em contextos de violência cotidiana também fazemos isso. A desumanização do outro atende a interesses políticos. Resistir a ela é possível e necessário.
Flávio Dino na mira
Com a guerra conflagrada entre as polícias e o crime organizado e sua possível indicação ao Supremo Tribunal Federal, Dino está na berlinda. Mas a segurança pública é problema crônico, é a área em que o Brasil menos avançou, até retrocedeu nos últimos 30 anos. Ignorar as críticas de quem entende do assunto ou tapar o sol com a peneira com relação aos erros do PT na Bahia não ajuda. E o próprio Dino sabe disso.
O escárnio do general Heleno
O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional agiu com profundo desprezo pelos parlamentares, pela democracia e pela verdade. Nada inédito na trajetória de um militar que foi relevante na ditadura e ainda a defende. É que, ainda assim, testemunhar esse nível de desdém e saber que, muito provavelmente, isso não vai dar em nada, é doloroso e desanimador.
A Constituição é de direita ou de esquerda?
Vários pontos da Carta Magna estão em debate no Congresso e no Supremo Tribunal Federal. Muitos deles passam por questões que dividem a sociedade, como a descriminalização das drogas e o aborto, além do marco temporal das terras indígenas e o casamento homoafetivo. Mas, afinal, para que lado deve pender a interpretação do texto constitucional? E quem deve dar a palavra final? É a própria Constituição que nos dá as respostas.
Bolsonaro, o cristão perseguido
Em 2011, ainda deputado, Bolsonaro fez um cálculo político. Era hora de ampliar seu público eleitoral. Ele escolheu a pauta de costumes e religiosa e, duas eleições depois, se tornou presidente. Mas nunca deu sinais de que realmente incorporou a lição 1 do cristianismo. Falar de religião e política vai ser um necessário exercício da nossa democracia. Antes, precisamos desmascarar quem usa Deus como escudo político.