Temer acena para Alckmin e diz que prefere Meirelles ministro

Geraldo Alckmin, que sua a camisa para empolgar os tucanos em torno de sua candidatura, recebeu um afago inesperado de Michel Temer. Em entrevista ao Estado de S.Paulo, o presidente disse que o governador paulista “preenche requisitos de segurança e serenidade” e garantiu não ter guardado mágoa por Alckmin ter se posicionado contra ele nas duas denúncias rejeitadas pela Câmara no ano passado. Sobre dois possíveis adversários do governador como candidatos de centro nas eleições, Temer admitiu preferir que Henrique Meirelles continue ministro da Fazenda e avaliou que Rodrigo Maia deverá buscar a reeleição à Presidência da Câmara. Na opinião de Temer, a corrida presidencial só começa mesmo em março, após a votação da reforma da Previdência. Sobre a Lava Jato, o presidente disse que a operação “praticamente esgotou o que tinha de fazer” e elogiou a previsão da PF de encerrar as investigações até dezembro.

Independentemente da opinião de Temer, Rodrigo Maia segue buscando apoios dentro da base aliada. Ele se reuniu com os presidentes do PP e do Solidariedade e corre atrás do PSC e do PR. (Folha)

Afagos à parte, o governo federal usou imagens de uma obra feita por Alckmin, sem verbas da União, para promover seu programa de investimento Avançar. (Folha)

Fontes ligadas a Alckmin confirmaram que a esquipe econômica da campanha que pretende levar o tucano ao Planalto será coordenada por Persio Arida, ex-presidente do BC durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O anúncio oficial deve ficar para a próxima semana.

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O governo amargou mais uma derrota na tentativa de empossar a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. O juiz Vladimir Santos Vitovsky, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) negou recursos impetrados pela AGU e pela defesa da parlamentar. Apesar de ter anunciado na terça-feira que iria ao STF, a AGU mudou de ideia e tentou esgotar os recursos na segunda instância. Agora terá mesmo que bater à porta do Supremo.

A questão é quando a AGU irá ao STF. Durante o recesso, que vai até o fim do mês, as decisões são tomadas pela presidente da Corte, a ministra Cármen Lúcia, e ela teria sinalizado que também manteria a liminar. Nos bastidores, avalia-se que a ida ao TRF-2, que também está de férias, era uma tentativa de ganhar tempo e jogar o recurso no STF para fevereiro, quando sorteio poderia entregar o caso a algum ministro mais simpático ao governo.

À espera da posse que não chega, Cristiane Brasil vê surgirem a cada dia novos desconfortos. Agora ela é acusada ter nomeado para seu gabinete Eduardo Nunes Serdoura, ex-motorista de seu pai, Roberto Jefferson, e suspeito de ser funcionário fantasma em uma comissão do Senado comandada pelo PTB.

Gerson Camarotti: “Avaliação realista feita por interlocutores de Temer é de que o governo entrou numa agenda negativa sem solução. E a tendência é que o desgaste só vai aumentar, já que não há qualquer movimento do PTB de recuar da indicação de Cristiane Brasil.”

Merval Pereira: “Se pudesse, Temer rejeitaria Cristiane Brasil, porque, a esta altura, ela já está completamente desmoralizada. Mas o Planalto depende de todos os partidos da base porque precisa aprovar a reforma da Previdência, e o PTB tem uma bancada grande.” (O Globo)

O diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, informou, após reunião com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que pretende concluir ainda em 2018 todos os inquéritos criminais que tramitam no Supremo, incluindo os da Lava Jato.

No Rio, o ex-governador Sérgio Cabral, já condenado a 87 anos de prisão, tornou-se réu em mais três ações ligadas à Lava Jato. Ele é acusado de receber propina em obras da construtora Oriente. Já são 20 os processos contra Cabral, que está preso.

E a PF descartou sabotagem no acidente aéreo que matou há um ano o ministro do STF Teori Zavascki, então responsável pelos casos da Lava Jato na Corte.

A inflação fechou 2017 em 2,95%, a menor alta desde 1998 (1,65%), e abaixo do piso de 3% da meta. A forte redução nos preços dos alimentos (-4,85%) puxou a queda. Em 2016, o mesmo grupo havia subido 9,36%. A inflação baixa fez com que a poupança tivesse o melhor rendimento real anual desde 2006, 3,88% – embora ainda menor que o de outras aplicações. Já o salário mínimo, com reajuste de 1,81%, teve perda equivalente a R$ 28,80.

Juros e preços menores por um lado, reajustes salariais mais magros por outro. A inflação baixa tem diferentes impactos na vida do cidadão.

E o presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi eleito o melhor banqueiro central do mundo pela revista britânica The Banker.

Incluído discretamente na lei das dívidas do Funrural, entrou em vigor um dispositivo que permite ao Executivo bloquear, sem autorização judicial, bens de pessoas inscritas na Dívida Ativa da União. (Valor)

A Brasil Pharma, uma das maiores empresas do varejo farmacêutico do país, pediu recuperação judicial. As dívidas da empresa são de R$ 1,2 bilhão e o processo envolve as nove sociedades pertencentes ao grupo, que incluem as redes Big Ben, Farmais, Drogaria Rosário e Farmácia Sant'Ana. Em 2017, a empresa registrou prejuízo de R$ 1,08 bilhão no terceiro trimestre, sete vezes mais que no mesmo período do ano anterior.

Como esperado, as ações da empresa na Bolsa caíram. Fecharam o pregão de ontem em queda de 4,66%, cotadas a R$ 3,48. (Exame.com)

Donald Trump foi evasivo ao ser questionado se manteria a promessa de depor sob juramento ao promotor que investiga a suposta influência da Rússia na campanha que o levou à Casa Branca. “Vou conversar com meus advogados”, disse lá. Já para atacar a senadora democrata Dianne Feinstein, ele foi bem direto. Por ter divulgado depoimentos sobre a investigação da conexão russa, ela foi chamada de ‘traiçoeira’ por Trump.

E os russos não acharam a menor graça na decisão da prefeitura de Washington DC de mudar o nome de uma rua da cidade para Boris Mentsov, político oposicionista assassinado em Moscou em 2015. Até porque a agora Rua Mentsov é o endereço da Embaixada da Rússia nos EUA.

Cotidiano Digital

É um ano de inéditos na CES. Choveu — e muito — no primeiro dia. Pela primeira vez em três meses em Las Vegas. Com 180 mil visitantes, a maior feira do mundo de tecnologia se tornou o segundo maior evento turístico anual de uma das cidades mais turísticas dos EUA. Perde para o ano novo. E, ontem, faltou luz. Por duas horas. O interior esquentou, Despacito era ouvida no galpão principal e virou tempo de diversão. Mas as demonstrações pararam. Tecnologia sem eletricidade, pois é.

O Engadget selecionou suas descobertas instigantes. Pijamas inteligentes para idosos com demência. Monitoram tudo. E uma luva que ajuda tetraplégicos a pegar coisas.

Já nós encontramos uma bicicleta elétrica que parece bicicleta normal. E, se a onda é mesmo de vitrolas... O estande da Victrola é enorme.

Enquanto isso... O Gizmodo selecionou, em vídeo, os produtos mais bizarros que encontrou. Tem réplica de espada anime e sapatos que fazem shiatsu nos pés.

Viver

“Catherine Deneuve soa como aquele tio irritante dos almoços em família que não percebe que o mundo mudou.” Assim a feminista francesa Caroline De Haas reagiu ao manifesto que a atriz e outras cem intelectuais publicaram no Le Monde criticando o ‘ataque puritano’ de movimentos como o #metoo, que estimulam denúncia de assédio sexual. Em artigo assinado com outras trinta ativistas no site Franceinfo (leia o original em francês), De Haas diz que as signatárias do manifesto “deliberadamente misturam uma relação de sedução, baseada em respeito e prazer, com violência. Elas estão erradas. Violência não é sedução aumentada.”

Leia a tradução do manifesto de Deneuve, cortesia de nossa leitora Letícia González.

Míriam Leitão: “Me desculpe Catherine, galanteio não se confunde com assédio. O que foi denunciado não foi a natural tentativa de aproximação entre pessoas, a paquera, o flerte.”

Flávia Oliveira: “O debate sobre abuso não é americano ou francês. Está na sala de casa, nas repartições e nos espaços de convivência das cidades brasileiras. Assédio é comportamento criminoso.” (Globo)

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A Superliga de Vôlei Feminino recomeçou na terça-feira com uma polêmica. Atletas dizem ter dificuldade para enfrentar a ponteira Tiffany Abreu, do Bauru, primeira mulher trans a atuar na liga. Segundo as jogadoras do Pinheiros, que perderam para o Bauru em dezembro, a diferença de força física é impressionante. “Sempre que ela estiver em quadra, ninguém mais vai ganhar”, diz a ponteira Mari. Nas três partidas em que já atuou, Tiffany marcou 70 pontos, a melhor média da competição.

A China não quer mais ser o depósito de lixo do planeta. Por isso, proibiu as importações de certos tipos de resíduos sólidos do exterior. O país começou a importá-los durante a década de 1980 para reutilizá-los e aliviar a escassez de certas matérias primas, mas acabou se tornando o principal destino de lixo de outras partes do mundo. Agora, as outras nações terão que procurar novas alternativas para se desfazer de seus resíduos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente chinês, a medida responde aos planos nacionais de combater a degradação ambiental.

Para livrar-se de outro problema, a poluição atmosférica, chineses estão se mudando para a periferia do país. O 'pulmão limpo' da China, que inclui províncias pequenas como Yunnan ou Hainan, tem atraído moradores de cidades grandes, como Pequim, e concentrado lançamentos imobiliários que divulgam um atrativo especial: ar fresco.

E um plano do gigante asiático prevê que metade de seus novos veículos tenham inteligência artificial em 2020. Para tornar o plano viável, a China quer cobrir 90% das grandes cidades e rodovias com redes sem fio até o fim da década. (Estadão)

Cultura

“Demasiado exclusivo ou artificial em sua engenhosa miniatura.” É o que o presidente do comitê do prêmio Nobel em 1967, Anders Osterling, achava de Jorge Luis Borges, o escritor argentino que é um dos grandes autores do século 20 que nunca ganharam o prêmio. Barrado o nome de Borges, o Nobel foi para o guatemalteco Miguel Ángel Asturias naquele ano. (Globo)

O teatro do Maggio Musicale, de Florença, estreou uma ópera Carmen de Bizet com um final diferente. Na proposta do diretor de cena Leo Muscato, a protagonista arrebata uma arma de Don José e o mata com um tiro. Quem morre no final é o o assediador, não sua vítima, como na obra original. A montagem quer denunciar o problema dos feminicídios. A violência contra as mulheres mata uma mulher a cada três dias na Itália. O público, no entanto, não gostou da alteração. Houve vaias e ataques nas redes sociais.

E Anitta logrou mais um feito em sua carreira internacional. Vai concorrer na categoria Social Star no prêmio americano iHeart Music Awards. É a primeira vez que a cantora é indicada a um prêmio dos Estados Unidos. A categoria inclui músicos, compositores, youtubers e outras personalidades influentes nas redes sociais. (Estadão)

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