Impasse de Trump congela governo dos EUA faz um mês

Faz um mês — 31 dias hoje — que o governo federal americano parou. O pagamento do salário, que é quinzenal, não ocorrerá pela segunda vez para 800 mil funcionários públicos, na sexta-feira. Alguns milhões de terceirizados, idem. Inúmeros programas de governo, principalmente aqueles que envolvem subsídios e pensões para a população mais fragilizada, estão com o dinheiro acabando. Em algumas funções delicadas, como a Guarda Costeira ou FBI, muitos continuam trabalhando sem salário, com o apoio de lojistas e grupos voluntários que montaram uma rede de solidariedade. Já bate em 10% o número de trabalhadores da TSA, segurança de aeroportos, que não consegue comparecer. Aumenta todo dia. O apagão do governo — ou shutdown — ocorre pelo impasse entre Executivo e Legislativo, que não renovou o orçamento público. Sem o decreto assinado, o dinheiro não pode ser usado. Nunca um shutdown foi tão longo.

Donald Trump só assina um orçamento se for incluída verba para a construção de um muro na fronteira com o México. Ele quer US$ 5,7 bilhões. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, afirma que os democratas são contra a construção do muro e não vão autorizar que o Estado o financie. Trump não tem dado sinais de que vá ceder, mas até seus eleitores começam a responsabilizá-lo pelo impasse. No mercado, muitos temem o custo que o shutdown impõe à economia americana, que vai desacelerando.

PUBLICIDADE

O Partido Trabalhista britânico vai pedir ao Parlamento que considere convocar um segundo referendo, dando uma oportunidade à população para que desista do Brexit.

O presidente Jair Bolsonaro já está em Davos, na Suíça, para o início do Fórum Econômico Mundial. Em sua estreia em eventos internacionais, ele será o primeiro dos cinco chefes de Estado ou governo que falarão na plenária principal neste ano. Sua fala está marcada para hoje, 12h30, no horário de Brasília. Mas seu discurso ainda é uma incógnita. Segundo apuração da Folha, Bolsonaro e seus assessores não escreveram um texto-base para o pronunciamento. O presidente apenas colheu sugestões de auxiliares do governo e decidirá ele mesmo quais usará. Uma das recomendações é para que ele não cite países no discurso, para não indicar predileções nem desdém que possam prejudicar o comércio do país.

Na ausência de Bolsonaro, quem despacha como presidente da República é seu vice, o general Antonio Hamilton Mourão. É a primeira vez que um general assume o comando do Brasil desde 1985, quando João Figueiredo deixou a presidência. (Globo)

Um ex-jogador de vôlei, Fábio Guerra, confirmou ter comprado um imóvel do senador eleito Flávio Bolsonaro e pago em dinheiro parte do valor. A história confirmaria a versão de Flávio a respeito dos pouco habituais 48 depósitos feitos em um caixa automático. As datas, porém, divergem. O pagamento, de acordo com a escritura, ocorreu em março e em agosto de 2017. Os depósitos de Flávio foram feitos em junho e julho. (Globo)

A Folha mapeou o aumento de patrimônio de Flávio desde 2002, quando iniciou como deputado. Ele possuía um Gol no valor de R$ 25 mil. Hoje, tem R$ 1,75 milhão em bens. Como o salário parlamentar não justificaria o crescimento, o filho 01 explica que suas atividades como empresário trouxeram o dinheiro. Há um negócio registrado em seu nome: uma loja da Kopenhagen, da qual é um dos sócios, aberta em 2015. Segundo a companhia, os franqueados começam a recuperar o dinheiro em dois ou três anos. Começaria apenas por agora. Flávio não menciona em que outras atividades trabalharia.

Para ler com calma: Poucas teorias conspiratórias da direita sobrevivem há mais tempo do que aquela na qual o financista George Soros aparece como um dos orquestradores de um sinistro globalismo, que a tudo controla. A equipe do Buzzfeed americano mergulhou no passado para descobrir, ironicamente, que os criadores da história são dois operadores políticos americanos — Arthur Finkelstein e George Birnbaum. Finkelstein, morto em 2017, teve importância no Partido Republicano. Organizou as campanhas de inúmeros parlamentares e alguns presidentes, entre eles Ronald Reagan. Seu modelo, ainda em voga, é o de desmontar o adversário partindo dos medos e preconceitos que o eleitorado tem. Em 1995, junto ao jovem Birnbaum, se aventurou para fora das fronteiras e, em Israel, a dupla inventou do nada Benjamin Netanyahu, apostando no medo da população após o assassinato de Yitzhak Rabin, e levando a direita para um agora longevo período de poder. Vendo que suas técnicas funcionavam fora dos EUA, buscaram outros cantos. Netanyahu os apresentou ao húngaro Viktor Orbán. Na primeira campanha, os partidos de esquerda foram desacreditados a um nível que não ficaram de pé. Quando Orbán buscava reeleição, os dois consultores precisaram inventar um novo inimigo. Com a Hungria sob tensão pelas dívidas com Banco Mundial e FMI e pressionada pela União Europeia, os dois procuraram quem representasse esta ideia vaga de ‘capital estrangeiro’. Sobrou para George Soros, que nas histórias sussurradas pela campanha tornou-se um homem que sozinho teria o poder de dobrar e manipular um país inteiro. Com a ascensão de uma neodireita global da qual Orbán foi o primeiro símbolo, também esta história ganhou corpo e se espalhou. Criada, porém, na prancheta de marqueteiros eleitorais.

Pois é... Bolsonaro está hospedado no mesmo hotel que Soros, em Davos. Configura transgressão ideológica?

Erramos — e feio. A manchete deste Meio, ontem, trazia um grotesco erro de concordância. ‘Torrente de novas informações complica Flávio Bolsonaro’ — com o ‘complica’ no singular — é o correto. Já iniciamos, daqui, o processo de autoflagelação.

dasa_2

HealthTech

A Walgreens, uma das maiores cadeias de drogarias dos EUA, fechou um tipo de acordo novo com a Microsoft. Mais do que uma fornecedora de software e hardware, espera da empresa de Bill Gates uma consultoria. Além de transferir todos os dados e processos das farmácias para a nuvem e desenvolver aplicações específicas para as necessidades das lojas, a Microsoft terá também a missão de encontrar outras empresas parceiras e, a partir daí, ajudar a inventar o que o negócio será no futuro. O primeiro passo já está planejado: em algum tempo, as Walgreens deixarão de ter caixas. Com tecnologia Microsoft, o cliente entra, pega o que quer, sai. A compra será registrada por sensores e debitada da conta registrada num app.

O motivo é um só: a compra, faz seis meses, da PillPack, pela Amazon. Esta startup quer justamente reinventar farmácias. O cliente recebe uma receita de um remédio que tem de tomar tantas vezes ao dia por tal período e a encaminha para a loja online da PillPack. Adeus caixas de remédios onde pílulas sempre sobram: o que ele recebe são vários saquinhos com as instruções escritas: tal dia, tal hora, tome estes. Tudo na medida certa, sem desperdícios. Este não é um ramo de negócio que ficará intacto por muito tempo. Um filmete explica.

Uma startup chamada Butterfly Networks pôs no mercado um aparelho de ultrassom que liga no iPhone. Custa a bagatela de US$ 2.000. É uma fração do preço das máquinas atuais e, por isso, torna-se possível que médicos o tenham em seus consultórios. Num exame de rotina, passará a ser possível não apenas auscultar o corpo, mas também enxerga-lo por dentro.

Cultura

Anitta e Nego do Borel passaram por um aperto no último domingo, no ensaio do Bloco das Poderosas, comandado pela funkeira, no Rio de Janeiro. Isso porque o cantor foi recebido com vaias pela plateia. Tudo começou por conta de comentários transfóbicos nas redes sociais durante uma conversa dele com Luisa Marilac. Ao responder um comentário que dizia "Cada dia que passa você está mais gato, homem”, o cantor respondeu: "Você é um homem gato também, parabéns. Deve tá cheio de gatas, né?". Luisa é transexual. O funkeiro usou as redes para se desculpar, mas não foi o suficiente.

Durante o show, Anitta bem que tentou defender o amigo. Disse que jamais viraria as costas a ele. “O que posso fazer como amiga é instruir as pessoas das coisas que elas não sabem. Não significa que eu concorde com coisas que ele pense ou faça, mas significa que eu o amo independente disso e estou aqui pra ensinar ele as coisas.”

Acabou que pegou mal também para ela. A hashtag #AnittaIsOverParty chegou a ficar nos trending topics do Twitter ontem. Após a repercussão, a cantora fez uma série de vídeos nos stories do Instagram para se explicar. “Eu errei ao tentar justificar ou amenizar a situação dele”, afirmou. (Estadão)

PUBLICIDADE

Já aconteceu de você estar ouvindo um pop rock romântico e ser surpreendido com um metal pesado que começa do nada? Pois é. Segundo o The Verge, o Spotify está testando uma funcionalidade na versão iOS do aplicativo que permitiria que artistas sejam mutados ou bloqueados da sua conta. A função funcionaria para bibliotecas, playlists, paradas e até as rádios do próprio Spotify. Mas vale lembrar: a função surgiu, na verdade, da pressão da campanha #MuteRKelly, que pedia para que o artista, acusado de abuso sexual pelos últimos 25 anos, fosse retirado dos catálogos de streaming.

Por falar em música... Com base no arquivo de letras do Genius, a Vice levantou quais redes sociais, gadgets e outros termos de tecnologia são os mais citados no rap e funk do Brasil. O mais usado: o WhatsApp — ou só ZapZap.

Viver

Os desastres naturais são forças uniformes. Incêndios atingem as casas dos ricos e dos pobres. Mas também são polarizadores. Renda e riqueza moldam o quanto cada um é atingido, quanto indivíduos, seguradoras, organizações sem fins lucrativos e governos estão dispostos e aptos a ajudar, e quem recupera o que, em que medida. A The Atlantic mostra que assim como foi em Houston depois de Harvey, Porto Rico depois de Maria, e Nova Orleans depois do Katrina, em Paradise, Califórnia, após o Camp Fire, duas das forças mais potentes da vida americana, as mudanças climáticas e a estratificação social, colidiram. E a primeira faz com que a última seja muito pior. A ajuda pública e privada, em muitos casos, recai mais sobre os que têm mais do que sobre os que não têm.

Para sorrir: Na semana passada, a jornalista britânica Hannah Summers twittou que sua filha Esme desejava ser um menino para que ela pudesse ser bombeira, pois ela só via homens nos livros que lia. Então, bombeiras mulheres começaram a responder o tweet com fotos e mensagens provando que elas existem e dizendo que Esme poderia tornar-se uma delas também. O serviço de bombeiros de West Midlands gravou até um vídeo.

Cotidiano Digital

A Amazon brasileira muda hoje de cara. Entram novas categorias de produtos: Brinquedos, produtos para bebês, beleza e cuidados pessoais. A empresa inaugura, também, seu primeiro centro de distribuição no país — o que lhe permite ter estoque próprio e, portanto, melhor controle sobre a logística. Compras que saiam por mais de R$ 149 passam a ter a opção de entrega gratuita.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.