Falta de dinheiro ameaça governo

Não tendo cuidado ainda da articulação no Congresso, com base instável, o governo está sem caixa. Precisa da autorização para arrecadar R$ 248 bilhões com a venda de títulos do tesouro. Pela primeira vez, porém, aplica-se a regra de ouro. Ou seja: só pode com a aprovação de 251 votos na Câmara e 41, no Senado. Sem este dinheiro, em setembro o INSS entra em colapso e não terá recursos para pagar benefícios. E esta aprovação tem prazo. Até o fim do primeiro semestre. (Folha)

As contas não estão fáceis. Cinco ministérios receberão dinheiro remanejado doutros cantos para pagamentos urgentes. Ao todo, R$ 3,6 bi — a maior parte, R$ 2 bi, para investimento em estradas, promessa feita aos caminhoneiros para evitar greve. (Poder360)

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O corte de 30% no orçamento das universidades federais pode fazer com que elas não consigam abrir as portas. Segundo o reitor da Uff, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, a escola já estava operando com prejuízo. Um corte deste volume vai além do custeio e chega aos salários. (Globo)

Vinicius Torres Freire: “A primeira grande ofensiva do governo contra as universidades foi contida por alguma reação social, embora tímida. A intimidação por meio de ameaça de asfixia financeira foi sustada até segunda ordem. A gente razoável restante na administração contribuiu também para sustar a ameaça obscurantista, assim como tem agido para atenuar outros atropelamentos das leis e da mínima razão. Houve panos quentes nos casos da Petrobras, do Banco do Brasil ou do desatino belicista em relação à Venezuela, para ficar em escândalos maiores. Mas ‘a luta continua’ para o bolsonarismo de inspiração revolucionária, motivo de conflitos permanentes, o que irrita até o Clube Militar. A impaciência se espalha mesmo entre empresários. No entanto, esperam calados o arrefecimento da baderna, em nome da aprovação de alguma ‘reforma’ que tire o país da depressão. Talvez gente do governo se divirta com a ideia de trucidar as universidades ou a ciência, projeto facilitado pela falta de dinheiro, situação que, de um fato da vida, se torna pretexto para pervertidos e ressentidos no poder. Técnicos do Ministério da Economia dizem que, se a arrecadação não melhorar, vai faltar verba para o pagamento de serviços essenciais para o funcionamento do governo. São afetados os interesses de empresários, prefeitos, de quem quer que utilize algum serviço público, de rodovias a escolas, talvez hospitais, quase todo o mundo. O sofrimento com a estagnação econômica tende a ser agravado pelo esgotamento orçamentário. O risco de difusão de conflitos aumenta, agravado pelas falanges extremistas do governismo.” (Folha)

Mozart Neves Ramos, presidente do Instituto Ayrton Senna: “Minha preocupação é que de cada 100 crianças que terminam o terceiro ano, 55 não sabem ler, contar nem escrever adequadamente. É esse ciclo que a gente tem que romper, oferecendo escola de qualidade. Eu botaria luz é na alfabetização, e não ficaria preocupado com ideologia de gênero, Escola Sem Partido, que aliás está começando a perder força. Terminou sendo coisa de campanha. Não pode ser essa a agenda da educação, essa do confronto. Tem que ser uma agenda do diálogo, em que se estabeleça recursos e responsabilização por resultados, e uma mudança principalmente na valorização do professor. Educação é diálogo, é transparência e estabelecer regras claras na perspectiva de um objetivo comum.” (Valor)

Voltou, esta semana, um debate que tem permeado boa parte de nossas conversas políticas. Seja com Dilma, seja com 1964, e agora também na Venezuela: afinal, o que é golpe e o que é revolução. Quais os debates de historiadores e cientistas políticos no olhar para as sociedades em convulsão? Este é o tema do Meio premium, este sábado. Ainda é tempo de assinar. Dá menos que 30 centavos por dia.

Um brinde ao melhor cachaceiro que este país já teve

Tony de Marco e Eduardo Foresti

 
Lula-Libre

Cultura

Em São Paulo, 50 obras do acervo do MAM produzidas entre 1965 e 1970 são exibidas na coletiva Os Anos em que Vivemos em Perigo. De hoje à noite até amanhã, a CryptoRave ocupa a Biblioteca Mário de Andrade com diversas atividades sobre cultura digital, de hacking a criptografia. Obras de Strauss, Copland e Villa-Lobos estão no programa do concerto que a Orquestra Jovem do Estado apresenta no domingo com o clarinetista Ovanir Buosi, na Sala São Paulo. Cinema e teatro se combinam no espetáculo O Agora que Dorme; em cartaz no Sesc Pinheiros.

No Rio, a Academia de Berlinda divide o palco com o Bixiga 70 em show hoje no Circo Voador. Amanhã, a banda Los Hermanos se apresenta no Estádio do Maracanã. A Orquestra Sinfônica de Mulheres do Rio de Janeiro apresenta amanhã na Sala Cecília Meireles obras de Chiquinha Gonzaga e Edino Krieger. O rapper Diomedes Chinaski apresenta hoje o show Comunista Rico no Teatro Odisseia. No domingo tem show da banda escandinava de jazz Atomic no Blue Note. A cantora Alessandra Leão leva o show Macumbas e Catimbós à Ladeira das Artes amanhã. Para mais indicações culturais, assine a newsletter da Bravo!

Ao menos três dramas na lista de estreias nos cinemas chamam a atenção neste fim de semana. O drama histórico Mademoiselle Paradis (trailer) é a história real da famosa pianista, cantora e compositora austríaca, Maria Theresia Paradis. Em atuação impressionante, Maria Dragus interpreta a artista que, cega desde a infância, luta ainda pelo seu lugar como mulher na sociedade e contra o preconceito com deficientes. O filme trata, também, de questões humanas atemporais, como a exploração do ‘gênio mirim’ na Europa - que teve em Mozart sua principal referência (curiosidade: o compositor escreveu um concerto em homenagem à Paradis). Já o drama familiar Tudo o que tivemos (trailer) conta a história de uma mulher que volta pra casa após alguns anos longe porque precisa ajudar a mãe, que sofre com o Mal de Alzheimer. Os atores Hilary Swank, Blythe Danner e Robert Foster estão no elenco. E também tem estreia nacional. A sombra do pai (trailer) é uma mistura de terror e drama que conta a história da pequena Dalva, uma menina de 9 anos que se torna responsável pela casa quando seu pai fica doente. Dirigido por Gabriela Amaral Almeida, o filme é cheio de sutilezas que retratam a questão de classes no Brasil. Veja os outros lançamentos da semana.

Em 2018, no governo Temer, roteiristas, diretores e atores conseguiram a habilitação para cobrar direitos autorais de quem exibe seus produtos audiovisuais. Ou seja, quanto mais um filme, uma série ou uma novela fosse vista, mais seus autores receberiam. É como o escritor que ganha porcentagem por exemplar vendido, ou o músico.

A disputa ganhou novos contornos esta semana e parece, mais uma vez, longe de um final feliz. Há poucos dias, a Secretaria Especial de Cultura, subpasta do Ministério da Cidadania, suspendeu as habilitações concedidas a três entidades para que recolhessem taxas relativas a direitos autorais no audiovisual. "A suspensão foi uma vitória de entidades que representam as salas de cinema e canais de TV”, explicou a Folha. A atriz Glória Pires, presidente da Associação de Gestão Coletiva de Artistas Intérpretes do Audiovisual do Brasil, comentou ontem a decisão. “Não iremos abrir mão dos nossos direitos”. A entidade entrou com recursos contra a suspensão e estuda ir à Justiça caso não seja atendida.

José Antunes Filho, um dos maiores diretores da história do teatro brasileiro, morreu ontem. Formado pela grande geração do Teatro Brasileiro de Comédia e por nomes como Zbigniew Ziembinski, Antunes deu uma virada na carreira com a montagem de Macunaíma, em 1978. Vinha trabalhando para o Sesc. Antunes tinha 89 anos.

Nelson de Sá: “Foi o grande mestre da atuação no teatro brasileiro, talvez seu legado mais fulgurante. Formou gerações no Centro de Pesquisa Teatral, atores e atrizes que seguiriam depois para carreiras firmes em outras companhias e no cinema ou televisão. Havia muito de teatral, de mensagem para um público mais amplo, nos embates em que Antunes se colocava. Durante anos, questionou a falta de rigor que enxergava em atores de outros grupos.” (Folha)

Peter Mayhew, o ator britânico que interpretou o Chewbacca na trilogia original dos filmes Star Wars, morreu ontem aos 74 anos. Ele se despediu do papel em O despertar da Força, em 2005. Veja alguns dos seus melhores momentos.

A Flip confirmou a participação de mais uma escritora, a 10ª mulher na programação do festival, que em 2019 acontecerá de 10 a 14 de julho, em Paraty, no RJ. A brasileira Marilene Felinto estreou na literatura em 1982 com As Mulheres de Tijucopapo, que recebeu o prêmio Jabuti.

Viver

Um drone levou um rim para uma mulher que aguardava o transplante há oito anos em Baltimore, nos EUA. Foi a primeira vez que dispositivo foi usado para o transporte de órgãos.

A logística de transporte é muitas vezes a parte mais complicada do processo de transplante de órgãos, já que envolve muitas vezes voos fretados caros ou depende dos horários de voos comerciais. “Para o projeto, os pesquisadores desenvolveram seu próprio drone e também uma tecnologia de monitoramento do órgão com o objetivo de enviar informações diretamente para o celular da equipe de transplante”. Segundo a Universidade de Maryland, a paciente Trina Glispy, de 44 anos, recebeu alta e passa bem. (G1)

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Porque um curso não pode ser gravado sem o conhecimento do professor? A jurista alemã, professora e doutora Christiana Fountoulakis, premiada especialista em Direito civil, com vários livros publicados, respondeu: “Isto é considerado como um ‘ataque à personalidade’, e também como ‘tratamento ilícito de dados’. Ademais, os códigos penais em toda parte, não apenas na Alemanha, geralmente proíbem a gravação de uma aula ou conversa que não sejam públicas sem o consentimento dos interlocutores. O mesmo se aplica à fotografia. Cursos e aulas não são públicos. São privados, uma vez que nem todos podem participar”. Veja a entrevista completa publicada no blog da jornalista Sheila Leirner.

Cotidiano Digital

O Facebook baniu de suas propriedades cinco dos mais conhecidos extremistas da direita americana. Laura Loomer, Milo Yiannopoulos, Paul Nehlen, Alex Jones e Paul Joseph Watson. Adotando por método desinformação, alarmismo e incitação, todos se tornaram provocadores profissionais. Ao grupo também se juntou o mulá Louis Farrakhan, um radical muçulmano negro constantemente acusado de racista contra brancos e antissemita. Foram suspensas contas pessoais e profissionais além das páginas de suas organizações.

Na avaliação da Amazon, armazéns completamente automatizados estão ainda a pelo menos uma década de distância. A questão está em duas dificuldades que robôs enfrentam neste momento. A primeira é de reconhecimento visual — como ensinar uma máquina a enxergar numa estante um produto que nunca viu e identifica-lo como aquele que um cliente encomendou. A segunda é de pegar. Um robô genérico capaz de movimentos finos, que pegue qualquer coisa — de uma toalha a uma caixa grande —, ainda está longe de ser criado. Robôs capazes de ações bastante específicas já são bastante avançados, de aspiradores de pó aos já comuns em armazéns capazes de mover estantes com formatos padronizados de lugar. E a inteligência artificial está caminhando rápido. Máquinas mais genéricas vão surgir. E esta é mais uma atividade, a de trabalhar no estoque, que vai dispensar o trabalho de humanos.

O personagem foi importante para toda uma geração de gamers que se criaram nos anos 1980 e 90 — Sonic, o porco-espinho azul e muito rápido personagem do principal jogo da plataforma Sega. O trailer do filme em que Sonic contracena com atores foi ao ar terça-feira. E foi odiado. A caracterização do bicho azul em 3D seguiu sendo metralhada por dois dias nas redes sociais. Pois. A Paramount veio à frente e afirmou que vai refazer o desenho de Sonic inteiramente. No filme, será outro.

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