Temer vence na CCJ, decisão fica para agosto

O placar se mostrou incerto a semana toda, mesmo com a estratégia do governo de sair trocando quantos nomes desse na Comissão de Constituição e Justiça. Os deputados esperaram até o último momento, em busca de vantagens. Mas, ao final, a vitória do Planalto ocorreu por larga diferença: 40 votaram por rejeitar o parecer de Sergio Zveiter, 25 por aceitá-lo e o presidente da CCJ não votou. Aprovaram, no lugar, um relatório paralelo assinado pelo tucano mineiro Paulo Abi-Ackel. A decisão não é final — falta o plenário. Veja como votou cada um.

O governo trabalhou toda a manhã de quinta-feira para que o plenário pudesse derrubar de vez a denúncia contra o presidente da República ou hoje ou, mais tardar, segunda-feira. O desafio era, às vésperas do recesso parlamentar, garantir a presença do quórum mínimo de 342 deputados. Repentinamente, no início da tarde, o discurso mudou. Líderes do governo ainda tentavam negociar presenças quando houve o anúncio de que o Palácio agora via tudo diferente — quem tem de lutar pelo quórum é a oposição. A votação está marcada para 2 de agosto. Para o governo, o risco é de que até lá, novas denúncias sejam apresentadas pela Procuradoria-Geral da República ou alguma delação premiada surja atrapalhando mais o caminho. (Estadão)

Paulo Abi-Ackel é ligadíssimo a Aécio Neves. Ao escolhê-lo para assinar o relatório pró-Temer, informa Lydia Medeiros, o governo quis demonstrar que ainda conta com apoio de uma ala do PSDB. Ele é também filho de Ibrahim Abi-Ackel, o último ministro da Justiça da Ditadura militar. (Globo)

Houve momentos sérios de tensão. O vice-líder do governo, Darcísio Perondi, acusou o relator Sergio Zveiter de fazer “apologia ao nazismo” no parecer. Zveiter é o único judeu da Câmara. (Estadão)

Houve momentos de bater cabeça. Os deputados trocados foram tantos, e dentre os escolhidos havia parlamentares tão desconhecidos, que os articuladores governistas circulavam pela comissão com a lista da Câmara acompanhada de fotos para reconhece-los e confirmar suas presenças. (Folha)

Aliás... segundo a boa turma da Coluna do Estadão, Rodrigo Maia bloqueou no WhatsApp o marido de sua sogra. Moreira Franco vinha dando palpites demais em sua relação com Temer.

75% dos eleitores dizem que não votariam em deputados que escolherem rejeitar a denúncia contra Michel Temer. Na pesquisa realizada pelo DataPoder360, 8% votariam e 16% não sabem ou não responderam. Dentre os brasileiros, 80% acreditam que Temer é culpado das acusações de corrupção.

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A estratégia dos advogados de Lula, na segunda instância, será muito diferente da adotada contra o juiz Sergio Moro. Se o confronto direto com o juiz paranaense fez sentido político pela certeza da condenação, contra os desembargadores do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre o objetivo é outro. É preciso adiar um resultado o mais possível pois, caso ocorra uma condenação antes do período eleitoral, ele não conseguiria sair candidato.

Mas... Em entrevista à rádio BandNews, o desembargador Carlos Eduardo Thompson, presidente do TRF4, garantiu que Lula será julgado antes da eleição.

Ao menos por enquanto, a tendência do STF é manter a decisão que o TRF4 tomar. Sejá lá qual for. (Estadão)

Lula: “Quem acha que é o fim do Lula, vai quebrar a cara. Somente quem tem o poder de decretar meu fim é o povo brasileiro.”

Carlos Melo: “Polêmica e ‘comoção’ residirão tanto na prisão como também na eventual não prisão de Lula. Distante dos 83% de popularidade que um dia o abraçou, figura controversa, Lula divide o país entre os que o apoiam e o aprovam a despeito de qualquer coisa e aqueles que o desaprovam também a despeito de tudo. Da tensão e do desgaste de uma definição não haverá fuga, quando chegar, por fim, o momento.”

Em depoimento perante a Lava Jato, o doleiro Lúcio Funaro relatou que entregou pessoalmente malas de dinheiro ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. As entregas ocorriam em Salvador, no hangar da empresa de táxi aéreo AeroStar. A mulher de Funaro, Raquel Pitta, corroborou as afirmações. (Globo)

Aliás... O Ministério Público chegou a pedir ao juiz Vallisney de Souza Oliveira que decretasse novamente a prisão de Geddel. O pedido foi recusado. Oliveira argumentou que fazê-lo seria desrespeitar a decisão do desembargador que ordenou sua soltura, na quarta-feira. O ex-ministro já foi liberado, dispensado do uso da tornozeleira eletrônica por estarem em falta em Brasília. (Globo)

O FMI calcula que o Brasil, lentamente, está saindo da recessão. O Fundo prevê um aumento de 0,3% do PIB em 2017 e, em 2018, um modesto 1,3%. As estimativas são piores do que as do relatório anterior por conta da crise política que, segundo os analistas responsáveis, aumenta as incertezas no país. (O governo espera um crescimento de 2,5% no ano que vem.)

E por falar em tudo isso... o juiz Richard Concepción Carhuancho, de Lima, decretou a prisão preventiva do ex-presidente peruano Ollanta Humala e de sua mulher, Nadine Heredia. São acusados de lavagem de dinheiro do caixa dois das campanhas de 2006 e 2011. Outro ex-presidente, Alberto Fujimori, também está preso e cumpre pena de 25 anos por crime de lesa-humanidade por autorizar massacres.

2018 quântico:
a carta está simultaneamente dentro e fora do baralho

Tony de Marco

Cultura

No Rio, Nelson Freire se apresenta com a Orquestra Sinfônica da UFRJ no Teatro Municipal, no sábado. O programa é dedicado a Villa-Lobos. A exposição do fotógrafo Roger Cipó, sobre o afeto no candomblé, segue em cartaz na galeria Pretos Novos.

Em São Paulo, no sábado, o projeto Pimp my Carroça, de visibilidade aos catadores de materiais recicláveis, comemora cinco anos no Auditório Ibirapuera. No mesmo dia, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta as músicas do filme Barry Lyndon, de Stanley Kubrick. E, na segunda, começa o FILE (Festival Internacional da Linguagem Eletrônica), com mostras na Fiesp, no CCBB e intervenções na Paulista.

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Nos cinemas, chegam às telas, entre outros longas, o francês A Vida de uma Mulher (trailer), adaptação de livro de Guy de Maupassant, e o documentário Gatos (trailer), sobre, claro, gatos, em Istambul. Veja mais estreias deste fim de semana. 

Nos serviços de streaming ou na TV, o Globo faz um guia de onde assistir às principais séries indicadas ao Emmy.

A propósito: a pop Stranger Things alcançou a marca de 18 indicações, mas a líder é Westworld, da HBO, com 22 nomeações ao prêmio. (Estadão)

Quentin Tarantino está desenvolvendo um filme sobre os assassinatos cometidos por Charles Manson e seus seguidores fanáticos, nos EUA, em 1969. Se de fato levar o projeto adiante — o diretor já prometeu se aposentar e disse que só fará mais dois filmes —, este será o primeiro baseado em fatos reais de toda sua filmografia.

Os Paralamas do Sucesso divulgaram a primeira música do álbum Sinais do Sim, que sai em 4 de agosto. A canção tem o mesmo título do novo disco, depois de um hiato de oito anos - o último álbum lançado pelo lendário grupo foi Brasil Afora, em 2009. (Globo)

Viver

Vídeo: formigas constróem torres, ao estilo Torre Eiffel. O New York Times mostra como elas fazem e refazem o trabalho, obstinadas e eficientes, como de costume.

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Superbactérias, que não respondem a antibióticos, já causam cerca de 23 mil mortes por ano no Brasil. A OMS as considera a próxima grande ameaça global em saúde pública. Um estudo inglês estima que tais organismos causarão mais de 10 milhões de mortes por ano após 2050. Por aqui, os índices de resistência estão entre os mais elevados. Como diz à BBC um especialista da USP, sobre uma das superbactérias: “Elas se multiplicam a cada 20 minutos. É uma competição difícil. Nós levamos anos para colocar um antibiótico no mercado, elas podem levar 20 minutos para mutarem e vencerem o remédio”.

Lembra do macaco sorridente que fez uma selfie, depois famosa mundo afora? Pois o fotógrafo que ‘emprestou’ ao primata a câmera luta pelos direitos autorais da imagem — seriam dele ou do macaco, afinal? A foto é de 2011, quando David Slater acompanhava um bando e acabou por entregar o equipamento ao bicho, cuja reação foi (quem nunca?) a de tirar uma selfie. Mais tarde, em 2014, Slater pediu a sites, como Wikipedia, que deixassem de usá-la sem sua permissão. A enciclopédia da internet negou-se, creditando a foto ao macaco. O governo americano, por sua vez, definiu que animais não detêm direitos autorais. E segue a trama, narrada pelo Guardian.

Cotidiano Digital

Regras da União Europeia exigem que, para utilizar os dados de um usuário para marketing, empresas de internet precisam de consentimento claro de seus clientes. Para provar que a regra não quer dizer nada, a Purple, uma provedora de WiFi britânica, incluiu uma cláusula em seu contrato de uso: todos os seus clientes se obrigam a prestar mil horas de serviço comunitário. Quem escolhe o serviço – lavar bueiros, por exemplo — é a própria Purple. Só um cliente percebeu a cláusula esdrúxula. Nos tempos de internet, em que ninguém lê os contratos que assina, ‘consentimento claro’ não quer dizer nada.

As fontes que usamos dizem muito. O premiê do Paquistão, Nawaz Sharif, por exemplo, pode perder o cargo por conta de ter usado a sans-serif Calibri em um documento. O arquivo provaria já ter declarado determinados bens desde 2006. Só que... Calibri só se tornou padrão no Microsoft Office em 2007. O que sugere um documento forjado.

O Google oferece um serviço de backup online, agora, via Google Drive. É escolher que de que diretórios do computador se quer uma cópia constante e sincronizar. A turma do Olhar Digital ensina.

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