News do Meio

Operação policial termina em tragédia: 25 mortos no Rio

Uma ação desastrosa da Polícia Civil, no Rio de Janeiro, se tornou ontem a mais letal da história no estado. Nada menos do que 25 pessoas — um policial e 24 civis — morreram na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte da cidade. Segundo a polícia, como já é praxe nos discursos em situações do tipo, todos os 24 civis mortos eram suspeitos. Dez pessoas foram presas e cinco, ao que se sabe, se feriram: dois policiais, um morador dentro de casa e dois homens dentro de uma composição do metrô que passava perto no horário do conflito. A operação, também de acordo com as autoridades, foi resultado de dez meses de investigações sobre a ação de traficantes que aliciavam crianças para o crime. (Globo)

EUA defendem quebra de patentes das vacinas

Numa mudança histórica de posição, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem o apoio à suspensão das patentes de vacinas contra a Covid-19 para acelerar a produção de imunizantes em países em desenvolvimento. Índia e África do Sul apresentaram à Organização Mundial do Comércio (OMC) a proposta de suspensão temporária das patentes enquanto durar a pandemia, mas liderados até agora pelos EUA, os países ricos (e o Brasil) vinham barrando a iniciativa. (Folha)

Enquanto Mandetta abre CPI, Pazuello tenta escapar

Sem revelações bombásticas, mas descrevendo um roteiro detalhado do negacionismo que levou a omissão por parte do governo Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta depôs ontem durante sete horas à CPI da Pandemia. Ele disse acreditar que Bolsonaro recebia “aconselhamento paralelo”, pois quando parecia entender a gravidade da pandemia e a necessidade de medidas de distanciamento, mudava de opinião no dia seguinte. Segundo o ex-ministro, em uma das reuniões, chegou a ser apresentado o rascunho de um decreto para a Anvisa incluir a indicação de Covid na bula da Cloroquina, o que foi rejeitado pela agência. Mandetta disse ainda ter entregado uma carta a Bolsonaro, na presença de outros ministros, defendendo medidas como o isolamento social, mas foi ignorado. Perguntando sobre quem mais o atrapalhou, ele citou o ex-chanceler Ernesto Araújo, por seus atritos com a China, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que classificou como “pessoa desonesta intelectualmente”. (Folha)

Ministro da Justiça insinua ameaça e vira alvo da CPI

O ministro da Justiça, Anderson Torres, entrou no radar da CPI da Covid após críticas à condução das investigações pelos parlamentares. Em entrevista à Veja, Torres questionou se a comissão focaria apenas no governo federal e disse que era preciso “seguir o dinheiro” repassado aos estados. Prometeu, para isso, usar a Polícia Federal para apurar como foi o trabalho dos governadores. O relator dos trabalhos, Renan Calheiros (MDB-AL), e um dos suplentes da comissão, Jader Barbalho (MDB-PA), são pais de governadores e o comentário do ministro soou como ameaça. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o ministro seja ouvido. (Folha)

Planalto treina Pazuello para clima de guerra na CPI

Na próxima quarta-feira a CPI da Covid toma o depoimento do general Eduardo Pazuello, que, como ministro da Saúde entre maio de 2020 e março deste ano, foi o executor da política de Jair Bolsonaro no combate à pandemia. A preocupação do Executivo é grande, e o general passou o sábado sendo treinado por assessores do Planalto. Coordenada pela Casa Civil, a operação busca municiar Pazuello com dados para defender sua gestão e deixá-lo cascudo para resistir à pressão dos políticos experientes da comissão. (Globo)

Um vazio de 400 mil vidas

O Brasil se tornou ontem o segundo país no mundo a ultrapassar a marca de 400 mil mortos pela Covid-19. Estamos mais perto das 575 mil mortes nos EUA que das 215 mil no México, terceiro nesse ranking pavoroso. Foram registrados na quinta-feira 3.074 óbitos, totalizando 401.417 vidas perdidas. A média móvel de mortes em uma semana foi de 2.523, o 44º dia acima de dois mil. (UOL)

Em desespero, governo tenta tirar Renan da CPI via STF

Derrotada em praticamente todas as suas iniciativas desde a instalação da CPI no Senado para investigar a ação do Executivo na pandemia, a minoria governista na comissão recorreu ao STF. Os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) pediram ao Supremo que o relator Renan Calheiros (MDB-AL) e o suplente Jáder Barbalho (MDB-PA) sejam retirados da comissão, sob a alegação de que são pais dos governadores de seus estados. O ministro Ricardo Lewandowski foi sorteado relator da ação. (Folha)

CPI abre e Renan pede punição por mortes

A CPI do Senado que vai investigar a atuação do governo federal durante a pandemia de Covid-19 começou a trabalhar nesta terça-feira impondo derrotas ao Executivo. A primeira delas foi a nomeação de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria, após o TRF-1 derrubar a liminar em primeira instância contra a medida obtida pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). A outra foi a constatação de que há um traidor entre as fileiras na comissão. Embora quatro dos 11 integrantes da CPI sejam identificados como governistas e tenham discursado em defesa de Jair Bolsonaro, um deles votou no independente Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência da comissão. (Estadão)

CPI da Covid começa hoje com Planalto na defensiva

A CPI no Senado que vai investigar a conduta do governo federal na pandemia começa a funcionar hoje em clima de guerra entre Legislativo e Executivo, via Judiciário. Um juiz de primeira instância do Distrito Federal, atendendo a pedido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), determinou em liminar que Renan Calheiros (MDB-AL) não pode ser escolhido relator da comissão. Mas, com base em seu regimento interno, o Senado deve ignorar a decisão judicial. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), soltou nota dizendo que a escolha do relator cabe ao presidente da CPI e não admite interferência de um juiz. (Globo)

Covid-19 matou mais em 4 meses que em 2020 inteiro

Abril ainda não terminou, mas o total de mortos por Covid-19 no Brasil este ano, 195.949, já supera os 194.976 óbitos de março a dezembro de 2020. No domingo foram confirmadas 1.316 vítimas fatais, levando o total a 390.925. A média móvel de mortes em sete dias, 2.498, caiu 20% em relação ao período anterior, o que indica tendência de queda e apresenta o maior recuo desde os -27% de 11 de novembro. Mesmo assim, abril já é o mês mais letal desde o início da pandemia em sete estados (ES, MG, MS, RJ, SP, AP e PI) e no Distrito Federal. (G1)