Editora-chefe do Meio. Jornalista com mais de 20 anos de carreira, com passagens pelo Estadão; pela revista Época, como repórter em Brasília e editora de política em São Paulo; e pela CNN, como editora-chefe do site. Ama escrever sobre política e direitos humanos. E agitar as reuniões de pauta com brincadeiras fora de hora.
Foram muitos os atos de bravura da deputada federal enquanto ela estava com poder, com vento a favor. Arma apontada a militante, mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes, mentiras sobre urnas e vacinas. Agora, o jogo é outro. As instituições a estão enquadrando. E é bom que ela sinta medo mesmo.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, passou por um constrangimento absurdo no Senado. O fato de estar sem respaldo do presidente Lula não ajuda. Mas os senadores exibiram ali um tipo de ranço que transcende essa questão. A gente precisa de políticos comprometidos com políticas ambientais para além das palavras. Isso vale para Lula e para os parlamentares.
O clima esquentou nesta segunda-feira no Supremo Tribunal Federal (STF), no primeiro dia de depoimentos das testemunhas de acusação no processo sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022. O ministro Alexandre de Moraes deu uma bronca no ex-comandante do Exército na gestão de Jair Bolsonaro, general Marco Antônio Freire Gomes, por entender que o militar expôs ao Supremo uma versão diferente da apresentada à Polícia Federal na fase de investigação. Ao STF, Gomes Freire confirmou ter participado de uma reunião em que Bolsonaro exibiu uma minuta golpista, mas minimizou o documento e disse não ter visto conluio do comandante da Marinha no apoio à tentativa de golpe.
A coalizão de centro-direita do primeiro-ministro Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD), venceu as eleições parlamentares em Portugal com cerca de 32% dos votos. O grupo, que inclui o Partido Social Democrata e o Partido Popular, levou 98 das 230 cadeiras do Parlamento, 18 a mais do que tem hoje. Ainda assim vai ter que negociar para formar maioria. O Partido Socialista, principal força de esquerda, e o partido de ultradireita Chega ficaram tecnicamente empatados em segundo lugar, com 20% cada. O Chega tinha 49 assentos e passou a 58. Já os socialistas perderam 20 cadeiras, indo de 78 pra 58. Na Romênia, a vitória foi do centrista pró-Europa Nicusor Dan, derrotando o nacionalista George Simion, que não reconheceu o resultado e alegou fraude. Já na Polônia, um candidato pró-Europa e um nacionalista vão disputar o segundo turno da eleição presidencial em 1º de junho. O Central Meio de hoje recebe o cientista político Fabiano Santos.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e determinou a convocação de novas eleições "o mais rápido possível". A razão foi a falsificação de uma assinatura num acordo que encerrou a ação questionando o processo eleitoral da CBF, mantendo Ednaldo Rodrigues na presidência. Por falar em futebol, a CPI das Bets continua. E depois do depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca, ontem foi a vez de outro influenciador, Rico Melquiades, mostrar a senadores como faz para apostar no Jogo do Tigrinho. Já a CPMI do INSS parece cada vez mais inevitável para o Governo. Testemunhas apontam que a entidade que mais aumentou o volume de descontos em aposentadorias e pensões adulterava documentos para conseguir desviar os valores. Enquanto isso, o TikTok envia carta ao Governo brasileiro após a primeira dama Janja interpelar o presidente da China, Xi Jinping, sobre a atuação do aplicativo ao redor do mundo. O Central Meio de hoje recebe o analista político Magno Karl.
O Central Meio de hoje analisa dois influenciadores: o primeiro é Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, que morreu ontem, vítima de um câncer de esôfago, aos 89 anos. Eleito em 2010, conseguiu aprovar a descriminalização do aborto e da maconha e o reconhecimento do casamento igualitário. A segunda é Virgínia Fonseca, que se apresenta como empresária e criadora de conteúdo digital. Aos seus 53 milhões de seguidores no instagram, vende produtos de beleza, cosméticos, perfumes, produtos infantis e sites de apostas. Esse último produto a levou a prestar depoimento ontem na CPI das bets. O Central Meio recebe a jornalista Sylvia Colombo, especialista em América Latina.
As bets estão regulamentadas. Tem gente de tudo que é esfera fazendo propaganda, de Galvão a Cazé, de Virgínia a Vini Jr. Tem parlamentar pedindo selfie em CPI. Tem ministério jurando que está há quatro meses bolando uma política. Mas quem tem que ter responsabilidade é o jogador, o cidadão. Boa sorte!
Senadores e deputados da oposição protocolaram o requerimento de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar as fraudes no INSS. A abertura agora depende da leitura em plenário pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Como ele está na comitiva de Lula na China, a leitura - se acontecer - será apenas na próxima sessão do Congresso, em 27 de maio. Entre os nomes que aparecem nas investigações, dois são familiares aos senadores que integraram a CPI da Covid: Mauricio Camisotti e Danilo Trento. A suspeita é a de que quando a negociata com as vacinas da Índia falhou os envolvidos partiram para o esquema contra aposentados e pensionistas. O escândalo é um dos mais sérios problemas de imagem já enfrentados pelo atual governo. Uma pesquisa realizada pela Quaest mostrou que a repercussão nos grupos online é maior que a da onda do Pix. O Central Meio recebe o cientista político Carlos Pereira.
Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, culpou a Controladoria-geral da União por não ter alertado a Previdência já no início da apuração dos desvios no INSS, o que, segundo ele, atrasou a reação do Governo. Enquanto isso, um vídeo do deputado Nikolas Ferreira sobre as fraudes ultrapassou a marca de 103 milhões de visualizações. O governo avaliou que não era o caso de uma resposta institucional via Secretaria de Comunicação da Presidência. Em vez disso, a liderança do PT na Câmara distribuiu aos deputados uma cartilha de 30 páginas, com o título “Desmentido Nikolas Ferreira – INSS”. Ainda pra rebater o discurso da oposição, uma ala do PT defende que o partido apoie a criação da CPMI do INSS. Mas isso depende do aval do Planalto, que já se declarou contra.
A equipe do presidente da Câmara, Hugo Motta, confirmou que será votada ainda nesta semana a urgência para o projeto que amplia de 513 para 527 o número de deputados. Os parlamentares aproveitaram uma decisão do STF determinando que a distribuição de deputados por estados de acordo com a população fosse atualizada. Caso a redivisão fosse feita, sete estados perderiam vagas, com Rio ficando com quatro cadeiras a menos. A ideia, então, é aumentar o número de parlamentares. Os líderes de todos os partidos, exceto o Novo, apoiaram o pedido de urgência. O Central Meio recebe o cientista político Antonio Lavareda.
