Governistas são alvo nos debates de SP e Rio

A marca dos debates a candidatos de São Paulo e Rio, ocorridos ontem na Band, foram ataques concentrados a quem representa os atuais ocupantes do governo. Em SP, João Doria; no Rio, Eduardo Paes.

“Você disse 43 vezes que não renunciaria”, disse o vice-governador de Geraldo Alckmin, Márcio França, ocupante hoje da cadeira, a João Doria. “Assumiu um compromisso e não cumpriu”, concordou Lisete Arelaro, do PSOL. “Como já é tradição do PSDB, você largou o povo de São Paulo”, cravou o petista Luiz Marinho, lembrando que José Serra fizera o mesmo. O tucano saiu pela segurança, defendendo levar a Rota para o interior. “Resumo com uma frase: polícia na rua e bandidos na cadeia.” (Folha)

Embora o ex-prefeito carioca, Eduardo Paes, tenha migrado do MDB para o DEM, todos seus adversários fizeram questão de lembrar que ele veio do partido que faliu o estado. Paes respondeu lembrando que Índio foi secretário do atual e impopular prefeito, Marcelo Crivella. E que Anthony Garotinho tem seu apoio formal. Líder nas pesquisas, Romário foi pouco atacado. E, desconfortável, a petista Márcia Tiburi cometeu a gafe da noite. “Só há homens brancos aqui”, afirmou. “Sou negro”, lembrou-lhe Romário. (Globo)

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Esta será uma eleição difícil, mas terá muitos debates presidenciais: nove ao todo. O segundo é hoje, da RedeTV! em conjunto com a revista IstoÉ. Começa às 22h. Confirmaram presença Alvaro Dias, Cabo Daciolo, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Guilherme Boulos, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e Marina Silva. Lula requereu ao TSE deixar a prisão para poder ir. “A presente petição não comporta conhecimento”, decidiu o ministro Sérgio Banhos. Seu argumento é de que só a Justiça comum, que o condenou à reclusão, poderia decidir algo assim. Também não permitiu que gravasse vídeos para transmissão durante o encontro. Um púlpito vazio deve marcar seu lugar.

Líder nas pesquisas sem Lula, Jair Bolsonaro não sabe como agir perante o cabo Daciolo. Sua estratégia era parecer moderado nos debate para atrair novos eleitores. Mas teme perder votos para o ex-bombeiro com jeito de pastor evangélico. (Globo)

Geraldo Alckmin depôs por duas horas na última quarta-feira, perante o Ministério Público de São Paulo, a respeito de R$ 10,3 milhões que suas campanhas teriam recebido da Odebrecht em 2010 e 2014. Segundo Julia Duailibi, existe a possibilidade real de que duas ações sejam apresentadas pelo MP contra o tucano ainda antes do Primeiro Turno — uma para cada pleito.

Não é o que o PT queria. Mas o ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE, será o relator do registro da candidatura do ex-presidente Lula perante o tribunal. Os advogados do partido haviam contestado seu nome, já que alguns questionamentos haviam sido sorteados para outro ministro. São, até agora, sete as manifestações contrárias apresentadas contra Lula, condenado em segunda instância e, portanto, enquadrado pela Lei da Ficha Limpa.

Segundo o Painel, ontem mesmo os advogados do PT procuraram Barroso tentando pôr panos quentes. (Folha)

Desde ontem no Twitter: @FHC.

Falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros. Quem diz é o IBGE. A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 24,6% no segundo trimestre de 2018. E o número de pessoas que desistiram de procurar emprego bateu recorde: o percentual em relação a população na força de trabalho ficou em 4,4%, a maior marca já registrada pelo instituto.

PT lança candidatura rumo ao infinito

Tony de Marco

 
Falcon-Lula

Cultura

Em São Paulo, o Red Bull Station recebe neste sábado o Festival Sonora Soma, só com artistas mulheres discutindo mercado, gestão e apresentando showcases. No mesmo dia começa na Pinacoteca a exposição coletiva Mulheres Radicais: arte latino-americana, 1960-1985, que reúne artistas de 15 países com curadoria de Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta. E o Looping Bahia Overdub, um dos espetáculos que concorreu ao Prêmio Bravo! de 2017 na categoria de dança, está de volta a São Paulo para temporada curta no Sesc Campo Limpo.

No Rio, erguida com financiamento coletivo, a exposição Queermuseu, censurada no ano passado em Porto Alegre, reabre no Parque Lage. A Orquestra Petrobrás Sinfônica interpreta Debussy, Korngold e João Guilherme Ripper hoje no Theatro Municipal. E começa neste sábado o Circuito das Artes do Jardim Botânico.

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Aretha Franklin, que morreu ontem aos 76, é a maior cantora de todos os tempos no top 100 da revista Rolling Stone. Em segundo Ray Charles, Elvis depois. Venceu 18 Grammys, cantou no funeral de Martin Luther King, em 1968, e foi o número principal da posse de Barack Obama, em 2009. Cantava com uma força ímpar. Filha de uma cantora gospel de Memphis, Tennessee, foi criada pelo pai, um pastor batista, numa casa onde sempre havia músicos. Aretha tocava piano antes dos 10, tirando músicas de ouvido. Ainda não era adolescente quando começou a cantar solos na Igreja do pai e aos 14 fez suas primeiras gravações (Spotify). Teve o primeiro filho aos 12. O segundo, aos 14, dum pai diferente. E deixou os meninos com a família para assinar, em Nova York, um contrato com a Columbia Records, deixando o Gospel. Logo seu primeiro álbum pelo selo, Aretha (Spotify), de 1961, emplacou duas faixas no top 10 de R&B. Ela não tinha 20. Daí gravou um disco de jazz. Mas só no fim da década, quando mergulhou no Soul acompanhada por uma banda do sul americano, explodiu. Respect (Spotify), talvez sua música mais importante, é tanto um libelo feminista quanto um hino de liberdade para o movimento negro. Teve dois casamentos que lhe trouxeram mais dois filhos, um em cada. Aretha sofria de um câncer no pâncreas. (New York Times)

Duas playlists no Spotify: Uma, do New York Times, com o essencial. Outra, da NPR, para ir além.

Em vídeo: Na posse de Obama ou no momento em que fez o então presidente chorar. De 1970, I Say a Little Prayer. No funeral de Martin Luther King. Cantando Respect, em 1967. Ou, então, duas versões de (You Make Me Feel Like) A Natural Woman. A primeira, ainda nos anos 1960. A segunda, acompanhada da autora, Carole King, além de Celine Dion, Gloria Estefan e Mariah Carey.

Talvez o principal lançamento da semana seja Unicórnio (trailer), um filme de belíssima fotografia, baseado na costura de duas histórias de Hilda Hilst. Com Patrícia Pillar. E, com Ewan McGregor, Cristopher Robin (trailer), da Disney, conta em forma de fantasia o nascimento do personagem Winnie-the-Pooh. Ou o ursinho Puf. Veja as outras estreias.

Viver

Em 2017, quase 200 mortes por overdose por drogas ocorreram por dia nos Estados Unidos. Foi o pior ano da história. 2016 já havia batido recorde, com 64 mil mortes. Mas no ano passado foram mais de 72 mil. Dois terços delas, juntando os dois anos, foram associados a opiáceos. Os dados do Centros de Controle e Prevenção de Doenças são preliminares, mas se a estimativa se mantiver, significa que as overdoses de drogas em 2017 mataram mais pessoas do que as armas, acidentes de carro ou o vírus da AIDS juntos nos EUA.

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Para ler com calma. Miriane e Thiago deixaram de trocar o carro, fizeram viagens mais baratas e reduziram os gastos com itens que consideram supérfluos por dois anos. A economia tinha objetivo certo: eles planejavam uma gravidez e queriam que o bebê nascesse nos Estados Unidos. O casal recorreu ao serviço Ser Mamãe em Miami, oferecido pelo pediatra Wladimir Lorentz. Brasileiro, o médico mora nos EUA desde os 15 anos, e notou o grande número de estrangeiros que iam à Miami somente para ter o filho, para que a criança tivesse nacionalidade americana. Ele deixou a clínica em que trabalhava e criou, há três anos, uma agência de partos para atender mães de todos os países que queriam ter filhos em terras estado-unidenses. Decidiu focar no Brasil e na América Latina e conta que, nos últimos três anos, mais de 900 crianças nasceram nos EUA por meio de seu negócio — cerca de 500 são brasileiras. O pacote mais barato não sai por menos de R$ 48 mil.

Aliás... Ainda é novidade para os aplicativos de controle de fertilidade oferecer opções de compartilhamento de dados com outro usuário que não médicos — avisar também ao parceiro da usuária, por exemplo, quando seu período fértil está chegando. A maioria ainda é projetado para ser usado somente por elas. Na Atlantic, a pergunta: estariam esses aplicativos atribuindo todo o trabalho de engravidar ou de evitar a concepção apenas às mulheres?

Cotidiano Digital

Elon Musk, CEO da Tesla, recebeu quatro repórteres do New York Times em sua casa de Los Angeles para falar daquele que o executivo caracteriza como o mais duro ano de sua vida. Sua fábrica automatizada demorou meses e meses além do prazo para conseguir produzir com ritmo o carro elétrico Model 3. E Musk está sob pressão de Wall Street, com investidores insatisfeitos com os resultados trimestrais. “Vez por outra, não saio da fábrica por três ou quatro dias.” Passou as 24 horas de seu aniversário de 47 trabalhando. Não tira uma semana de férias desde 2001. Segundo os jornalistas, houve momentos na entrevista em que chorou. Os membros do conselho da empresa estão preocupados, principalmente, com o hábito errático de tweets do fundador da empresa. Insone, mete-se na rede social e lá fica. Este ano, já chegou ao ponto de chamar de pedófilo um dos mergulhadores que salvou os meninos boleiros da Tailândia. E, na semana passada, ao sugerir na plataforma que pretendia fechar o capital da Tesla a US$ 420 por ação, atraiu uma séria investigação da SEC, que vê ali uma tentativa de manipular o mercado. 420 é também metáfora para maconha — e, tanto dentro da empresa quanto fora, muitos sugeriram que ele havia fumado. “Me permitam ser claro. Eu não estava sob o efeito de maconha. Ela não ajuda com produtividade.” A fábrica está, finalmente, operando. Mas o CEO estrela se tornou um ponto de fragilidade. Segundo o Times, o conselho disparou uma busca por um novo executivo. Talvez não para substituí-lo, mas para ser um contraponto.

Uma pergunta para Neil deGrasse Tyson, o astrofísico que apresentou o segundo Cosmos: Android ou iPhone?

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