Governadores querem tirar do Planalto gestão da pandemia

Diante da oposição do governo federal a medidas restritivas para conter a Covid-19, os governos estaduais estão se articulando para adotarem ações conjuntas à revelia do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Wellington Dias, governador do Piauí e representante do Fórum Nacional dos Governadores, eles pretendem implantar essas medidas até o dia 14 de março. Até o momento, ele conta, somente Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Acre e Roraima não confirmaram a adesão ao plano. A proposta, elaborada com apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), deve ficar pronta ainda hoje, revelou o governador do Pará, Helder Barbalho. (Globo)

Os governadores se reúnem hoje com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e com a Fiocruz para tratar da compra de vacinas. (G1)

Painel: “Articula-se em Brasília um arranjo para colocar a cúpula do Congresso no comando do combate à crise da Covid-19, com o respaldo de governadores e até a participação do próprio ministro da Saúde. Após dez meses de submissão à cartilha bolsonarista e agora sob investigação, Eduardo Pazuello tem sinalizado com pedido de ajuda a gestores. A costura tem sido feita nos bastidores e com cuidado para não provocar a ira do presidente.” (Folha)

Essas medidas já vêm tarde. A média móvel de mortes por Covid-19 em sete dias, indicativa de tendência dos óbitos, subiu 42% no Brasil em relação ao período anterior, de acordo com números apurados pelo consórcio de veículos de comunicação juntos aos estados. No domingo foram registradas 1.054 mortes, elevando o total a 265,5 mil e a média móvel a 1.497, o nono recorde seguido. Uma variação de até 15% para mais ou menos indica estabilidade na média móvel, ou seja, que as mortes diárias se mantêm no mesmo patamar. (G1)

Tão importante quanto isolar é vacinar. As mortes por Covid de idosos acima 90 anos, faixa já vacinada, em São Paulo caíram 70%. Nos EUA, que já vacinaram 16% da população, a média móvel de mortes caiu 75%, embora o país ainda lidere em número de casos e de vítimas fatais no mundo. E em Israel, onde a vacinação atingiu 53% das pessoas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que o país está prestes a voltar ao normal. (G1)

Aliás... A Pfizer confirmou ter feito, em agosto do ano passado, uma proposta de venda de 70 milhões de doses de sua vacina ao governo brasileiro, com entrega já em dezembro. O Ministério da Saúde recusou. (Folha)

Entende-se a preocupação dos governadores. São Paulo, o maior estado da União, está com mais de 80% das UTIs para Covid ocupadas, com risco de colapso nas próximas semanas. No Mato Grosso, não é mais risco, é fato. Com 59 pacientes esperando vagas em UTIs, o secretário de Saúde pediu ajuda a outros estados, mas não obteve resposta. Em Porto Alegre, a fila no hospital de referência para a pandemia nem é mais por leitos, é por respiradores. (UOL)

E o Ministério Público de São Paulo estuda uma forma de retirar as igrejas da lista de “serviços essenciais” estabelecida em decreto pelo governador João Doria, contrariando recomendações do próprio comitê de especialistas do estado. (Folha)

Uma notícia triste e um alerta para quem acha que a Covid é “doença de idosos”. Morreu, aos 39 anos, o humorista Kleber Lopes. Ele estava internado desde sábado. (UOL)

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, passou por um constrangimento provocado por ele mesmo no domingo. Em visita oficial a Israel, nosso chanceler participava de uma entrevista coletiva com colega local, Gabi Ashkenazi. Quando os dois se aproximaram para a foto oficial, o israelense cobriu logo o rosto, mas o brasileiro precisou ser chamado às falas pelo mestre de cerimônias: “Nós precisamos que coloque a máscara”. Araújo, constrangido obedeceu. Aliás, as imagens da comitiva que foi a Israel conhecer testes preliminares de uma droga contra a Covid-19 mostram a diferença de postura dos dois países. Em Brasília, com Bolsonaro, todos estavam sem máscaras; em Israel, todos tiveram de cobrir os rostos e fazer testes para a doença, incluindo Araújo e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). (G1)

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Hoje é o Dia Internacional da Mulher, mas, pelo menos no Brasil, a data é mais de protesto que de comemoração. Segundo dados do serviços Disque 100 e Ligue 180, o país teve, em 2020, 105.671 denúncias de violência contra a mulher – cerca de uma cada cinco minutos. (Poder360)

Responsável pela divulgação desses números, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos gastou apenas 25% da verba dedicada a ações de combate à violência contra a mulher, o menor percentual em dez anos. (Globo)

A pandemia agrava a situação. Sem redes de apoio, como creches e escolas, e divisão das tarefas domésticas, mulheres veem sua capacidade de trabalho reduzida. O percentual de mulheres procurando emprego no Brasil no segundo trimestre de 2020 caiu ao mesmo nível de 30 anos atrás, 45,8%. (Folha)

Quer saber como surgiu e o que representa o Dia Internacional da Mulher? Confira o artigo de Érica Carnevalli publicado na última edição de sábado do Meio.

A grande preocupação da família real britânica era “quão escuro” seria seu primeiro filho com o príncipe Harry, revelou Meghan Markle em entrevista junto do marido à apresentadora Oprah Winfrey. O casal rompeu com a realeza e se mudou para os EUA, onde espera o segundo bebê, uma menina. (Poder360)

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Fique no Verde

Depois das criptomoedas baterem recorde sucessivos, os tokens não fungíveis (NFTs) têm se tornado um dos setores de investimento mais populares de cripto em 2021. Em um mês, o seu volume de negociação nos cinco principais marketplaces atingiu US$ 419,92 milhões, com mais de 17 mil negociadores diários.

Os NFTs são ativos digitais exclusivos que operam no sistema de blockchain e podem representar itens como GIFs, imagens, vídeos, álbuns de música etc. Na teoria, tudo o que existe online pode ser comprado como um NFT. Mas por serem exclusivos, não podem ser trocados da mesma forma que criptoativos, como o bitcoin. É exatamente por causa dessa exclusividade que carregam um valor emocional, o que o tem ajudado no sucesso - o CEO do Twitter Jack Dorsey, por exemplo, decidiu criar um NFT do primeiro tweet, enviado em 2006. Principalmente artistas têm entrado na onda. Kings of Leon se tornará a primeira banda a lançar um álbum na forma de NFT. No Brasil, o mercado de cryptoart ainda está bem no início, mas já há artistas na área.

O mercado de NFTs. Entenda.

Uma importante pauta a ser debatida no Dia Internacional da Mulher é a participação feminina nas finanças. Mesmo com o salto da participação de investidoras pessoa física, elas ainda representam apenas 24% dos investidores na bolsa e 31% no Tesouro Direto. O pior é que essa proporção está há anos praticamente estagnada: o pico de investidoras mulheres foi em 2012, quando elas representavam 25,3% do total. Para além da diferença salarial entre homens e mulheres, a distância entre elas e os investimentos pode ser explicada por estereótipos - até 1962, mulheres não podiam ter CPF, nem conta no banco. Falar de dinheiro era algo inteiramente masculino.

Para especialistas o caminho é fortalecer a base de educação financeira entre as mulheres e desmistificar a renda variável. Historicamente, elas sempre foram mais cautelosas quando se trata de investir em Bolsa. (Globo)

Então… Uma conversa online sobre independência financeira feminina com vozes importantes do setor, como Luiza Trajano e Nath Arcuri. Hoje às 16h. Participe.

Para entender melhor… O ETF tem cada vez mais se popularizado no país e representa uma oportunidade de investir na Bolsa de valores com um risco mais controlado. É um fundo formado por ações de empresas que compõem um índice, negociado na Bolsa de Valores como se fossem ações. Por exemplo, o índice Ibovespa, que é uma lista das empresas mais negociadas na B3. Existem atualmente 16 ETFs disponíveis para negociação na B3, cada um com uma rentabilidade baseada na variação de algum índice. Saiba como investir.

Política

Mesmo inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Lula tem um potencial de votos para 2022 maior que o do atual ocupante do Planalto, Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa do Ipec, 50% dos ouvidos votariam com certeza ou poderiam votar no petista, enquanto 44% não votariam nele de jeito nenhum. Já Bolsonaro tem potencial de voto de 36% e rejeição de 56%. (Estadão)

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O Brazil Journal, site respeitadíssimo no ambiente do mercado financeiro, saiu hoje com um violento editorial: “Se Dilma Rousseff estivesse hoje na Presidência e se comportando como Jair Bolsonaro, a Faria Lima e o Jardim Europa — o principal público deste site — já estariam na Paulista batendo panelas e exigindo sua remoção do cargo. Perdemos nossa bússola moral? É impossível contemporizar com este governo. É inviável tentar negociar com quem não quer remar na mesma direção. Não são apenas os chefes dos Poderes que têm responsabilidade. A oposição? Ainda existe? E as mesas diretoras da Câmara e do Senado? E aos amigos do agronegócio, que vão muito bem, obrigado, e ainda constituem a base de apoio mais fiel ao presidente, um lembrete amigável: mesmo quem está na primeira classe do Titanic morre afogado quando o navio afunda. Empobrecidos em dólar, desempregados aos milhões, isolados sanitariamente do mundo e sem amigos nas grandes potências, os brasileiros seguem sua vidinha medíocre — até que a coisa transborde em manifestações de rua para, aí sim, os políticos encontrarem sua coluna vertebral.”

“Não estou aqui para fazer campanha, não preciso disso. Nunca quis ser mito.” É com essas palavras que a empresária Luiza Trajano reage a especulações sobre seu nome na corrida presidencial. Ela já apareceria espontaneamente em pesquisas e é considerada “vice dos sonhos” por outros candidatos. “Cada dia é uma notícia diferente, um partido”, reclama a empresária, para quem a prioridade é o combate à pandemia. Na opinião dela, mulheres estão mais preparadas e lidam melhor com os desafios impostos pela Covid-19. (Globo)

Há mais de dois meses o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou discretamente uma mansão de quase R$ 6 milhões em Brasília, pegando num banco público um financiamento cujo valor exige renda mínima maior que a dele. Entretanto, mantém o apartamento funcional pago pelo Senado. O acúmulo, permitido pelo regimento da Casa, é praticado por outros parlamentares. (Globo)

E o decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, criticou o cartório de Brazilândia (DF) onde o senador registrou sua mansão. O cartório escondeu dados do contrato que devem ser de consulta pública. O caso pode parar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e no Conselho Nacional de Justiça. (Estadão)

Elio Gaspari: “Flávio Bolsonaro descumpriu uma norma, explicitada por Tancredo Neves em 1963: ‘É norma ética consabida que o governante não compra nem vende nada.’ Era pura sabedoria. Lula deu-se mal porque usufruiu o sítio de Atibaia e discutiu a compra de um apartamento no Guarujá. Juscelino Kubitschek foi muito mais longe, adquirindo um apartamento na avenida Vieira Souto.” (Globo e Folha)

Cultura

Las Niñas, longa de estreia da diretora Pilar Palomero, dominou o 35º Prêmio Goya, o mais importante do cinema espanhol. O filme conta a história de um grupo de alunas de um colégio de freiras entrando na adolescência em 1990, numa Espanha ainda profundamente conservadora. Na cerimônia, feita por videoconferência na noite de sábado, Las Niñas levou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretor(a) Estreante, Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Fotografia. (Estadão)

Cotidiano Digital

Mais uma vez. Mais de 10 milhões de senhas de e-mails de brasileiros foram expostas em um megavazamento mundial. O ataque aconteceu mês passado e expôs 3,28 bilhões de senhas. Entre os e-mais vazados com domínio .br, há mais de 68 mil de órgãos governamentais, como o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Até a Petrobras foi vítima, com mais de 8,8 mil senhas expostas. As instituições, no entanto, negaram que houve qualquer invasão em seus sistemas. As informações vazadas foram publicadas direto em um fórum e não postas à venda, como ocorreu em janeiro, em que o hacker colocou à venda mais de 77 milhões de e-mails de usuários brasileiros. (Globo)

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