TSE pode proibir Telegram no Brasil

Escaldada pelos disparos em massa de mensagens e pela disseminação de notícias falsas nas eleições de 2018, a Justiça Eleitoral estuda para este ano uma medida drástica: suspender o funcionamento no Brasil do aplicativo russo Telegram. A plataforma, presente em 53% dos smartphones no país, foi abraçada entusiasticamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seus seguidores, diante das restrições impostas por aplicativos como WhatsApp e Twitter. O banimento do Telegram valeria até que a empresa instalasse uma representação no Brasil. Sem isso, por exemplo, a Justiça não tem como notificá-la em caso de abusos. O Telegram permite grupos de até 200.000 participantes e não limita o disparo de mensagens. Em dezembro, o presidente do TSE tentou contato com o CEO da empresa russa, Pavel Durov, para discutir estratégias contra a desinformação. Ainda não obteve resposta. (Veja)

Fora do mundo virtual, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, marcou para o dia 29 de janeiro uma convenção nacional para oficializar o lançamento de Bolsonaro à reeleição, embora o calendário eleitoral do TSE preveja esse tipo de decisão somente entre 20 de julho e 5 de agosto. Um grupo de trabalho que inclui Costa Neto, os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (também presidente do PP), e das Comunicações, Fábio Faria, e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) se reuniu esta semana no Planalto para discutir estratégias de campanha. (Poder360)

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Criticada por setores do PT, a aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin foi defendida ontem pelo próprio ex-presidente Lula. “Espero que o Alckmin esteja junto, sendo vice ou não sendo vice”, disse ele, em entrevista a sites de esquerda. O petista minimizou as divergências com Alckmin e ressaltou que o governador já se posicionou contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador João Doria (PSDB). Lula chegou mesmo a fazer um elogio aos tucanos antigos, seus adversários em cinco eleições, dizendo que o partido de Doria não era “o PSDB social-democrata” de Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra. (UOL)

Na mesma entrevista, Lula partiu para o ataque contra o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), que o condenou quando era juiz da Lava-Jato e depois foi declarado suspeito pelo STF. “Eu, graças a Deus, consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos”, disse. O ex-ministro reagiu no Twitter: “Canalha é quem roubou o povo brasileiro durante anos e quem usou nosso dinheiro para financiar ditaduras. Você será derrotado.” (Metrópoles)

A Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu, em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), a constitucionalidade do fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões para o pleito deste ano, previsto no Orçamento da União. O valor é contestado pelo Partido Novo, que defende um fundo de R$ 2,1 bilhões, proposta original do governo. No sentido oposto, parlamentares querem levar o fundo de volta aos R$ 5,7 bilhões aprovados na Lei de Diretrizes Orçamentárias. (g1)

Embratel

Tech no próximo nível

Numa das mais esperadas falas da NRF, a feira das grandes varejistas americanas, a CEO da Best Buy, Corie Barry, listou o que considera as cinco maiores tendências do mercado neste momento. A primeira, para clientes e funcionários, é segurança — as pessoas estão preocupadas em se sentirem seguras e, nos negócios, executivos têm de estar atentos. Então vem conveniência: alguns clientes querem receber o que compram em casa, outros querem comprar online e pegar na loja no mesmo dia, há quem goste de passear pelas aleias. O cliente determina. Em terceiro, conforto digital. Consumidores querem ser surpreendidos com novas facilidades, a experiência tem de ser estupenda. Enquanto isso, colaboradores querem mais controle de suas carreiras e esperam do empregador noções claras de quais suas possibilidades futuras. E, em quinto, dados. Todo mundo tem muitos dados sobre clientes, mas poucos conseguem extrair deles informações valiosas e convertê-las em mais vendas. Este salto é que determinará quem ganha e quem perde no jogo da sobrevivência. (NRF)

Está ocorrendo, nos EUA, uma explosão de apps voltados para edifícios corporativos. Informam se o bandejão está lotado, onde há salas de reunião vazias — e permitem fazer a reserva, facilitam a entrada de convidados na portaria. Quem trabalha naquele prédio pode instalar o app. O objetivo não é só facilitar a vida, é também uma estratégia de mudança para atrair quem se acostumou ao home office para voltar ao escritório. (New York Times)

Meio em vídeo. Quando as fintechs são o assunto, empresas financeiras de tecnologia, o Brasil tem nível Vale do Silício. Uma das cinco startups mais valiosas do mundo é, diga-se, uma fintech brasileira. Existe uma razão para isso — e essa história começa na década de 1980. Vamos conhecê-la no Meio Digital. (YouTube)

Viver

Contrariando o governo, a Anvisa adiou nesta quarta-feira a decisão sobre o uso ou não no Brasil do autoteste contra covid-19 e deu 15 dias para que o Ministério da Saúde envie mais informações. A pasta quer os exames caseiros distribuídos em farmácias e pediu uma reunião para hoje com representantes da agência. O autoteste é usando em diversos países, mas a Anvisa proíbe exames domésticos de doenças de notificação obrigatória, que é o caso da covid-19. (Poder360)

As internações por covid-19 de menores em UTIs no estado de São Paulo cresceram 61% entre novembro e janeiro. Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Buntantan, há um “deslocamento epidemiológico”, conforme as pessoas mais velhas são vacinadas, os efeitos da pandemia caem sobre a parcela menos imunizada. O governo paulista espera que a Anvisa libere hoje a aplicação da CoronaVac para crianças e adolescentes acima de três anos. (UOL)

O ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou que os MPs estaduais garantam o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que se refere à vacinação de menores contra a covid-19. Em decisões anteriores, o Supremo já decidiu que os pais não podem deixar de vacinar os filhos por convicções filosóficas. (g1)

Ontem foram registrados 205.310 novos casos, a primeira vez que a marca de 200 mil infecções diárias é rompida. A média móvel em sete dias, 100.322, também foi a mais alta, subindo 478% em relação ao período anterior. O número de mortes na quarta-feira ficou em 349, com média móvel de 215, 114% a mais que nos 14 dias anteriores. Desde o início da pandemia houve 23.420.861 casos e 621.927 óbitos no país. (g1)

Mas há espaço para esperança. O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, acredita que o pico de infecções no Rio e em São Paulo deve acontecer até a próxima semana. “Em fevereiro deve começar a cair o número de infecções e no resto do país, seguindo esse modelo, com uma ou duas semanas de atraso”, avalia o especialista. (CNN Brasil)

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O antropólogo e escritor Antonio Risério publicou na Folha de S. Paulo, no último domingo, um artigo em que acusa a existência de racismo de negros contra brancos, no Brasil. Ele não nega que o Brasil seja racista contra negros, mas acusa o movimento negro identitário de reproduzir um projeto supremacista. O assunto, claro, incendiou as redes sociais — e a polêmica se ampliou. (Folha)

Um grupo de jornalistas da própria Folha distribuiu, o que é particularmente raro, uma carta crítica ao jornal. “Em mais de uma ocasião, a Folha publicou artigos ou colunas que, amparados em falácias e distorções, negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira. Esses textos incendeiam as redes, entrando para a lista de mais lidos no site. A seguir, réplicas surgem, multiplicando a audiência. Acreditamos que esse padrão seja nocivo. O racismo é um fato concreto da realidade brasileira, e a Folha contribui para a sua manutenção ao dar espaço e credibilidade a discursos que minimizam sua importância.” (Poder 360)

Também um manifesto de apoio a Risério foi publicado, com centenas de assinaturas incluindo as dos antropólogos Luiz Mott e Roberto da Matta. “O mal-estar que Risério causa é necessário para que os identitários, antiuniversalistas, relativistas e revanchistas saibam que a oposição existe e não será dobrada, não importa quantas grandes empresas tenham ao seu lado em sua cruzada pela desigualdade moral. Antonio Risério é no momento uma das vozes mais importantes do país, sobretudo por fazer oposição a uma ideologia intolerante e autoritária. Manifestamo-nos com um apelo para que sua livre expressão seja respeitada.” (Poder 360)

O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, também respondeu. (Poder 360)

A Corte de Cassação da Itália, equivalente ao Supremo Tribunal Federal, negou o recurso do jogar brasileiro Robinho e seu amigo Ricardo Falco contra uma sentença de nove anos de prisão por estupro coletivo. Segundo a Procuradoria de Milão, ele, Falco e outros quatro brasileiros abusaram sexualmente de uma mulher de origem albanesa numa boate em 2013. A Constituição proíbe a extradição de brasileiros, mas a lei prevê que, cumpridas uma série de condições, Robinho cumpra pena no Brasil. (Globo Esporte)

Panelinha no Meio. Reaproveitar alimentos não é só uma obrigação, é uma tradição culinária que rende pratos de primeira qualidade. Um bom exemplo são os pimentões recheados, nos quais aquele arroz que sobrou na geladeira ganha nova vida.

Cultura

O cinema nacional é destaque nas estreias de hoje. Finalmente chega às telonas Eduardo e Mônica (trailer), de René Sampaio. Gabriel Leone e Alice Braga dão vida ao casal improvável da canção de Renato Russo (Spotify), um dos maiores sucessos dos anos 1980. Bem menos fofo, mas com elenco estelar, As Agentes 355 (trailer) subverte o clichê dos filmes de espionagem dando a cinco mulheres de diferentes nacionalidades — Jessica Chastain, Penélope Cruz, Lupita Nyong'o, Diane Kruger e BingBing Fan — a tarefa de salvar o mundo. E para quem quer algo mais denso, o polonês Eu Não Choro (trailer) conta a história de uma jovem encrenqueira de 17 anos que precisa ir à Irlanda buscar o corpo do pai, encarando a realidade dos migrantes dentro da Europa.

Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (Adoro Cinema)

Nenhum longa-metragem brasileiro foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Berlim, que acontece de 10 a 20 de fevereiro. O que não significa que o cinema nacional vá ficar de fora do evento. O curta Manhã de Domingo, de Bruno Ribeiro, participa da competição dessa categoria, enquanto outras seis produções nacionais estarão nas mostras Panorama, Fórum e Fórum Especial. A despeito do avanço da variante ômicron na Europa, o evento na capital alemã está mantido no formato presencial. (Estadão)

Mais bem-sucedido entre os ex-integrantes da banda adolescente One Direction, o cantor e compositor inglês Harry Styles (Spotify) anunciou ontem as novas datas de sua turnê brasileira. O intérprete do sucesso Watermellow Sugar (Spotify) vai se apresentar em São Paulo no dia 6 de dezembro, no Rio no dia 8 e em Curitiba no dia 10. Os shows estavam marcados para 2020, mas foram cancelados devido à pandemia.  (UOL)

Cotidiano Digital

Tecnologia e solidariedade se unem em favor de quem ficou em dificuldades financeiras por conta da pandemia de covid-19. Desenvolvido pelo carioca Alexandre Caruso, o aplicativo Garrafa no Mar permite que pessoas com contas em atraso de serviços essenciais, como água e energia, cadastrem seus boletos mais urgentes. Bons samaritanos de qualquer lugar do mundo pegam os códigos de barras e pagam as contas, sem intermediação de Caruso. Em menos de dois anos, já são mais de R$ 500 mil em contas pagas. Uma das beneficiadas foi a paraibana Maria da Guia Santana, que, desempregada, cadastrou cinco contas de água de R$ 40 a R$ 54. “Quando recebi o e-mail do projeto informando que uma delas estava paga, já senti uma emoção tão grande que chorei e ri agradecida”, lembra. (Estadão)

Pelo menos 219 voos com destino ou origem nos EUA, incluindo domésticos, foram cancelados ontem devido ao temor de interferência da rede 5G no equipamentos dos aviões, em particular os altímetros dos Boeing 777. A nova tecnologia de internet e telefonia sem fio entrou em operação nesta quarta-feira no país, mas as operadoras AT&T e Verizon concordaram em adiar o funcionamento das antenas perto de alguns aeroportos. (CNN Brasil)

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