Truco: Moraes diz a PL que pedido para anular 2º turno só será avaliado se incluir 1º

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, colocou num impasse ontem a tentativa do PL de anular os votos no segundo turno de 279 mil urnas eletrônicas, o que corresponderia a mais da metade da votação e daria a vitória a Jair Bolsonaro. O pedido do partido se baseia num relatório do Instituto Voto Legal (íntegra) segundo o qual cinco dos seis modelos de urnas usadas nas eleições de outubro, fabricadas antes de 2020, não têm nos seus arquivos de sistema o número de série individual. Moraes, porém, avaliou que, como as mesmas urnas foram usadas no primeiro turno, o pedido do PL também deveria abarcar essa etapa da votação e deu prazo de 24 horas para que a legenda inclua na ação o relatório sobre o primeiro turno e a solicitação de anulação dos votos. Caso seja aceita, essa revisão terá impacto nas eleições para os governos estaduais e o Legislativo federal e nos estados. (Poder360)

Ao contrário do que diz a ação do PL, a ausência do número de série não impede a identificação da urna. Segundo especialistas, os modelos anteriores a 2020 realmente têm um número de série geral, mas o log da urna contém informações que permitem identificar a que sessão eleitoral ela pertence. (Estadão)

O engenheiro responsável pelo relatório do PL, Carlos Rocha, disse que seu parecer não faz menção a votos e se refere apenas ao funcionamento da urna. Ele admitiu que os logs para os dois turnos são iguais, o que reforça a posição de Moraes, e o desconforto com a proporção que o caso ganhou. “Posição difícil. Peguei um trabalhinho e não imaginei que iria tão...”, disse. (UOL)

Tão logo soube da petição do PL ao TSE, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse a que vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “um fato inquestionável”.  (CNN Brasil)

Antes de apresentar seu pedido à Justiça Eleitoral, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conversou com o ministro do STF Gilmar Mendes, conta Carla Araújo. O político indicou não ver chances de ter o pedido atendido pelo TSE, mas alegou que vem sendo pressionado por Bolsonaro. Para aliados do presidente, Costa Neto está fazendo “jogo de cena”. (UOL)

Carolina Brígido: “É bem próxima de zero a chance de a ação do PL contra o resultado das urnas ter algum fôlego no TSE. O partido do presidente não tem interesse em questionar a legitimidade do primeiro turno. O PL elegeu a maior bancada da Câmara para 2023 — 99 vagas.” (UOL)

Bruno Boghossian: “A ideia de pedir à corte a anulação de parte dos votos do segundo turno é só uma tentativa de dar verniz político a suspeitas falsas de fraude e estimular novos protestos nas ruas. Ao usar os tribunais para agitar as ruas, Valdemar e outros apoiadores de Bolsonaro se juntam à organização criminosa que cerca quartéis, clama por uma ditadura militar, bloqueia o trânsito de rodovias, incendeia caminhões e trabalha para reverter na marra o resultado da eleição.”

Enquanto Bolsonaro está calado publicamente, o movimento que ele criou em torno de si, seguindo a lógica populista, pode ir se esfacelando. O cientista político Miguel Lago, coautor com Thomás Zicman de Barros do livro Do Que Falamos Quando Falamos de Populismo, analisa, no Meio Político desta quarta-feira, o que é populismo, as especificidades do populismo bolsonarista, a linguagem e os recursos que o presidente usou para mobilizar sua horda e como esse abandono pode arrefecer o movimento. O Meio Político é uma das exclusividades do assinante premium. Assine!

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O adiamento da viagem a Brasília do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevista para ontem, fará com que as negociações para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição também se arrastem ainda mais, avalia o senador Renan Calheiros (MDB-AL). “Muitos senadores queriam ouvir dele (os argumentos)”, disse. Por recomendação médica, Lula adiou a viagem a Brasília para se recuperar da cirurgia na garganta à qual foi submetido no último domingo. (Meio)

Ainda não há um consenso no Senado sobre a PEC da Transição, avalia o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ressaltando, porém, que os parlamentares reconhecem a necessidade de manter o Bolsa Família/Auxílio Brasil em R$ 600. (Correio Braziliense)

Para tentar construir esse consenso, o PT escalou o senador Jaques Wagner (PT-BA) para reforçar a articulação fora dos partidos que apoiaram Lula no segundo turno. Ex-ministro e ex-governador da Bahia, o parlamentar tem bom trânsito entre legendas de centro e da base de Jair Bolsonaro, sem os quais não se conseguem os votos para aprovar uma PEC. (Folha)

Enquanto isso... Integrantes da equipe de transição se reuniram ontem com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, e pediram que a Petrobras suspenda até a posse do novo governo a venda de ativos, como refinarias, que não estão com os processos quase concluídos. (g1)

Elio Gaspari: “Pode-se entender que Lula não queira anunciar a escolha deste ou daquele ministro, mas não colocar na cena uma única voz autorizada é exagero. Deixar o presidente do Banco Central sem interlocutor é maluquice.” (Folha e Globo)

Os manifestantes golpistas que fazem atos nas portas de quartéis do Distrito Federal estão recebendo “orientação jurídica” do advogado do clã Bolsonaro, Frederick Wassef, revela Igor Gadelha. Ele próprio publicou um vídeo no qual um dos bolsonaristas o apresenta como consultor jurídico e “presença VIP” nos protestos. (Metrópoles)

E... Com a Copa do Mundo, golpistas nas redes sociais defendem o abandono da camisa da CBF. O objetivo é não serem confundidos com torcedores nem endossarem posições supostamente esquerdistas do técnico Tite. (UOL)

Vera Magalhães: “Com exceção do Judiciário, todos os demais responsáveis por preservar o Estado Democrático de Direito de acordo com a Constituição tocam a bola de lado, ora se omitindo, ora fingindo trabalhar. É o caso da Procuradoria-Geral da República, da aparelhada Polícia Rodoviária Federal e do Congresso, cujos líderes até aqui não deram uma única palavra sobre a escalada golpista em curso.” (Globo)

Preparativos para a estreia na Copa

Orlando Pedroso

Preparativos 560

Viver

A exemplo de 1990, quando estreou na Copa derrotada por Camarões, a Argentina caiu diante de uma zebra, perdendo de virada para a Arábia Saudita por 2 a 1 e quebrando uma invencibilidade de 36 jogos. A imprensa argentina não perdoou o resultado negativo e criticou o desempenho da equipe. O Clarin chamou a derrota de “papelão”, enquanto uma análise no Olé diz que a equipe “esqueceu seus próprios princípios de futebol no vestiário”. Obviamente, os brasileiros também não perdoaram e dispararam vários memes pelas redes sociais. (Estadão)

Uma bandeira do estado de Pernambuco foi confundida com um símbolo LGBTQIA+ nos arredores do estádio onde ocorreu a partida entre Argentina e Arábia Saudita. Duas mulheres foram abordadas por homens com vestes tradicionais do Qatar, que tomaram a flâmula das mãos das brasileiras e a pisotearam. Um jornalista presente no momento filmou a agressão e teve seu celular arrancado pelos qatarianos, que somente devolveram o aparelho após as imagens serem apagadas. A homossexualidade é ilegal no Qatar. (UOL)

Com o aumento no número de casos de covid-19, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou ontem que o uso de máscaras volte a ser obrigatório em aeroportos e aviões no país. Apenas o diretor Daniel Pereira, que até agosto era o secretário-executivo do Ministério da Saúde, votou contra. Na mesma reunião, a Anvisa aprovou o uso emergencial de duas novas vacinas bivalentes contra a covid-19. Considerados de “segunda geração”, os imunizantes foram elaborados para oferecer proteção extra contra a ômicron e suas subvariantes. (g1)

O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu o julgamento dos policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru, quando 111 detentos morreram após a entrada dos agentes para conter uma rebelião, em outubro de 1992. O desembargador Edison Brandão pediu vistas do processo para analisar a dosimetria, o cálculo das penas para os PMs. Uma nova data será marcada para retomar o caso. (Folha)

Cultura

Morreu ontem no Rio de Janeiro, aos 81 anos, o cantor e compositor Erasmo Carlos. Ele esteve internado por duas semanas em outubro para tratar de uma síndrome edemigênica e chegou a receber alta, mas voltou para o hospital na manhã de ontem e não resistiu. Erasmo Esteves era carioca da Tijuca, de uma turma genial da qual sairiam também Tim Maia e Jorge Benjor. Sua vida mudou em abril de 1958, quando viu o show de Bill Haley no Maracanãzinho e, no mesmo dia, conheceu Roberto Carlos, de quem pegaria emprestado o segundo nome (e também em homenagem a seu mentor Carlos Imperial) e formaria uma das mais bem-sucedidas parcerias da música brasileira. Com Roberto e Wanderléa, estrelou entre 1965 e 68 o programa Jovem Guarda, na TV Record de São Paulo, onde era o “Tremendão” e se dividia entre baladas como Gatinha Manhosa e rocks como Minha Fama de Mau. O fim do programa provocou um impacto em sua carreira, que voltou a decolar com sucessos como Sentado à Beira do Caminho e Coqueiro Verde. Sua música amadureceu, sem deixar de ser roqueira e romântica. Ao longo das últimas décadas, viu seu trabalho ser reconhecido como uma base do rock brasileiro pelas novas gerações e continuou a produzir. Cinco dias antes de morrer, recebeu o Grammy Latino de melhor álbum de rock em português por O Futuro Pertence à... Jovem Guarda, com canções inéditas daquele período e versões de sucessos na voz de outros artistas. Assista em vídeo, momentos marcantes da carreira de Erasmo. (g1)

Erasmo compôs mais de 600 canções, mas dez delas são essenciais para compreender a dimensão de sua obra. (Folha)

“Agora eu choro só, sem ter você aqui”. Com esse trecho de As Canções Que Você Fez Pra Mim, Maria Bethânia lamentou no Instagram a morte do amigo. Artistas, políticos e personalidades foram às redes sociais homenagear o Tremendão e seu legado para a música brasileira. Mas o lamento maior foi do amigo e parceiro Roberto Carlos. “Minha dor é muito grande, nem sei como dizer tudo o que eu penso desse meu amigo querido, meu grande irmão”, escreveu. (CNN Brasil)

É um magro consolo para os fã, mas o produtor Marcus Preto, diretor artístico dos últimos álbuns de Erasmo, disse que o cantor deixou material inédito, incluindo uma canção pronta, Esquisitices, um axé para Wanderléa e uma letra que enviou para Milton Nascimento musicar. (Globo)

Cotidiano Digital

O Metrô de São Paulo inaugurou na segunda-feira um sistema de reconhecimento facial para o monitoramento em tempo real de todas as estações da rede metroviária paulista - a maior do país. A linha 3 (Vermelha) será a primeira a utilizar o sistema. A iniciativa visa aumentar a segurança nas estações e melhorar o atendimento aos passageiros diante da alta de roubos. Até agora, 18 estações receberam 1.381 câmeras integradas a um sistema que usa Inteligência Artificial (IA). Em março, a Justiça de São Paulo chegou a interromper a instalação do sistema, alegando falta de clareza nos objetivos da coleta de informações sobre os usuários. (g1)

E a fabricante de computadores HP anunciou ontem que planeja cortar de 4 mil a até 6 mil funcionários nos próximos três anos, o equivalente a 12% da empresa. Assim como outras empresas de tecnologia, a fabricante de computadores enfrenta uma queda nas vendas após o fim da pandemia de covid-19. As demissões anunciadas fazem parte de um plano que resultará em uma economia anual de mais de US$ 1,4 bilhão nos próximos anos. (Exame)

Meio em vídeo. Nesta edição do Pedro+Cora, voltamos ao assunto que não sai dos nossos atuais trend topics: o Twitter e o que será dele. Será que vai acabar? Será que Elon Musk tem plano para ele? E mais: o que podemos esperar da nova rede social do momento, o Koo? Vem saber! (YouTube)

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