Com temor de escalada do conflito, Biden vai a Israel e Jordânia

Diante dos riscos de uma escalada no conflito no Oriente Médio, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que visitará a região amanhã. Ele vai se encontrar com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que conhece há quase 40 anos, para reiterar o apoio no combate ao grupo terrorista Hamas, mas também para cobrar o estabelecimento de um corredor que permita a chegada de ajuda humanitária e a retirada de civis da Faixa de Gaza, que vive uma crise sem precedentes, nas palavras da ONU. O território vem sendo alvo de bombardeios israelenses desde os atentados do último dia 7. Biden também vai se reunir com líderes árabes. Na Jordânia, vai se encontrar com o rei Abdullah II, e com os presidentes do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. A ideia da visita é tanto reiterar o apoio a Israel quanto dar um recado ao Irã — que financia o Hamas e o Hezbollah, no Líbano – para que não se envolva. Uma força de resposta rápida da Marinha americana, com dois mil fuzileiros e marinheiros, estaria se deslocando para as proximidades de Israel, segundo fontes. Esse grupo se uniria aos porta-aviões e caças americanos no Oriente Médio. Já o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou que outros dois mil soldados se preparem para ajudar em tarefas como apoio médico e logístico. Não há planos de envolvimento direto de tropas americanas. (CNN)

No Conselho de Segurança da ONU, a primeira tentativa de aprovar uma resolução sobre a guerra fracassou na noite de ontem, com um placar de 5 votos contrários, incluindo o veto de EUA, Reino Unido e França, 4 a favor e 6 abstenções. O Brasil tem uma proposta, que será apreciada hoje, com o objetivo acomodar interesses russos e americanos. Uma das últimas versões preliminares enfatiza a firme condenação e rechaço aos atos terroristas. Esse é considerado um dos pontos mais importantes. A proposta russa pede um cessar-fogo, mas não menciona o Hamas. (UOL e Globo)

O Hamas divulgou o primeiro vídeo de uma refém israelense em Gaza. “Sou Maya Sham, tenho 21 anos e sou de Shoham. No momento, estou em Gaza. Voltei cedo, no sábado de manhã, de uma festa em Sderot. Tinha um ferimento grave na mão. Eles me trouxeram para Gaza e me levaram para o hospital aqui. Só peço que vocês me levem de volta para casa o mais rápido possível, para minha família, meus pais, meus irmãos. Por favor, tirem-me daqui o mais rápido possível.” A família confirmou que é Maya no vídeo e reagiu: “Estamos felizes”. (Haaretz)

Em mensagem pela TV, o porta-voz militar do Hamas, Abu Obeida, afirmou que há entre 200 e 250 reféns na Faixa de Gaza, e que não há uma contagem definitiva devido a “dificuldades práticas e de segurança”. Segundo ele, 200 pessoas estão com o grupo e outras 50 estão com outras “facções de resistência e em outros locais”. Obeida se referiu aos estrangeiros sequestrados como “nossos convidados”, e levantou a possibilidade de libertá-los. Já Khaled Mashaal, figura proeminente do Hamas, afirmou que há reféns suficientes para trocar pelos 6 mil palestinos em prisões israelenses. (The Times of Israel)

Pouco antes, as Forças Armadas israelenses haviam contabilizado 199 reféns, entre militares e civis de todas as idades. “Os esforços envolvendo os reféns são a grande prioridade nacional”, disseram nota os militares. (Al Jazeera)

Em comunicado a seus subordinados, Ronen Bar, chefe da Polícia Federal de Israel, o Shin Bet, assumiu a responsabilidade pelas falhas que possibilitaram o ataque. “Apesar de uma série de ações que realizamos, infelizmente, no sábado, não conseguimos gerar um alerta suficiente que permitisse frustrar o ataque”, escreveu. “Como aquele que dirige a organização, a responsabilidade por isso é minha. Haverá tempo para investigações. Agora, nós estamos lutando.” (The Times of Israel)

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, afirmou que seu país não tem como garantir a segurança dos estrangeiros que estão na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, incluindo brasileiros. “Estamos em uma guerra”, disse ao Meio. A demora a se chegar a uma solução está na dificuldade de se coordenar a passagem pela fronteira. “É necessário verificar todas as pessoas que vão sair, por onde vão sair, quando vão sair, de que maneira vão sair.” O risco é deixar passar agentes do Hamas entre os que fogem. (Meio)

Meio em vídeo. Direto de Israel, a jornalista, escritora e diretora de comunicação e cultura da StandWithUs Sabrina Abreu é a convidada do #MesaDoMeio, hoje, às 19h. Com Pedro Doria e Mariliz Pereira Jorge, ela fala dos últimos desdobramentos da guerra. A resposta de Israel aos ataques pode levar o mundo a uma Terceira Guerra Mundial? Assista! E depois entre na sala secreta só para assinantes premium. (YouTube)

Mais Meio em vídeo. O pior cenário é uma guerra em três frentes. As Forças de Defesa de Israel combateriam em Gaza, contra o Hezbollah na fronteira com o Líbano, e com grupos armados na Cisjordânia. Existe um cenário da catástrofe também. Como um cenário para a paz. Mas alguém tem coragem? Confira o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

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Venezuela e Estados Unidos chegaram a um acordo: o regime de Nicolás Maduro se compromete a realizar eleições competitivas e monitoradas no ano que vem, e a Casa Branca alivia as sanções à indústria de petróleo. As informações foram passadas por duas fontes ao jornal The Washington Post. O alívio das sanções deve ser oficializado depois que Maduro e a oposição venezuelana, apoiada pelos EUA, assinarem um acordo hoje. (The Washington Post)

As eleições de 2024 na Venezuela também foram tratadas em conversa telefônica, ontem, entre Lula e Maduro. (Meio)

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) vai apresentar hoje seu relatório final à CPMI dos atos golpistas, e a expectativa é que tenha como principais alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, além de militares. Já a oposição bolsonarista prevê apresentar dois relatórios paralelos culpando integrantes do atual governo pela tentativa de golpe de 8 de janeiro, mas o grupo não tem votos para aprová-los. O relatório de Eliziane deve ser votado na quarta-feira. (Folha)

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Viver

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O Rio Negro, um dos principais da Bacia Amazônica, atingiu ontem seu menor nível em Manaus desde que a medição começou a ser feita, 120 anos atrás. Dados de medição do Porto de Manaus mostram a cota do rio em 13,59 m, e a expectativa é que esse número baixe ainda mais. A região passa por uma das piores estiagens da história. Outro importante afluente do Amazonas, o Rio Solimões, virou um deserto em alguns pontos, provocando contaminação de igarapés que abastecem de água potável aldeias indígenas. (Folha)

Uma análise do MapBiomas, utilizando imagens de satélite, indica que a seca no Amazonas fez com que o estado perdesse em setembro uma área de 530 mil a 630 mil hectares de superfície de água, semelhante ao território do Distrito Federal. Barcelos, a maior cidade do estado, perdeu 69 mil hectares, frente ao nível médio dos últimos anos para o mês. A redução de água foi registrada em rios, lagos e outras áreas úmidas, atingindo 25 municípios, com os cinco mais afetados perdendo mais de 40 mil hectares cada. (Globo)

Panelinha no Meio. Um erro comum quando se prepara bisteca de porco é deixar a carne ressecar. Mas vamos ensinar um truque infalível, um soro feito com água, sal, açúcar mascavo, páprica e louro que, após 20 minutos de descanso, garante a maciez.

Cultura

Dirigido por Vera Egito, A Batalha da Rua Maria Antônia foi o grande vencedor do 25º Festival do Rio, cujo resultado foi anunciado na noite de domingo. Escolhido Melhor Filme de Ficção no circuito Première Brasil, o longa resgata o conflito, em outubro de 1968, entre estudantes da USP, contrários à ditadura militar, e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, apoiadores do regime. O prêmio de Melhor Documentário foi para Othelo, o Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos, enquanto O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira, levou o Prêmio Especial do Júri. (Rolling Stone)

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Parece Oasis, mas é miragem. Liam Gallagher, ex-vocalista da lendária banda de Manchester, fará uma turnê no ano que vem cujo repertório incluirá a íntegra do álbum Definitely Maybe (Spotify), lançado pelo Oasis em 1994. A revelação, porém, entristeceu alguns fãs. Havia a expectativa de que, para celebrar os 30 anos do disco, Liam e seu irmão e desafeto, o guitarrista Noel Gallagher, pudessem fazer as pazes e reunir a banda. Em janeiro, Noel havia deixado a ideia no ar ao responder que “nunca diria nunca” para uma eventual reunião. Já Liam afirmou estar “quicando pela casa” ante a expectativa de apresentar o que classifica como “o álbum mais importante dos anos 90”. O repertório vai incluir canções que saíram como faixas extras de singles. (BBC)

Para ler com calma. Um gênio que levava para as telas os tipos brasileiros, um modernista inconformado com as desigualdades sociais que percebia dentro do movimento, um crítico feroz da arte abstrata empurrada pelos EUA, um boêmio sociável que teve um velório vazio. Essas muitas faces do pintor Di Cavalcanti (1897-1976) estão na biografia Di Cavalcanti: Modernista Popular, de Marcelo Bortoloti. (Folha)

Cotidiano Digital

O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou ontem um guia para ensinar pais e responsáveis a monitorar as atividades de crianças e adolescentes na internet. O conteúdo está disponível no site da pasta e está separado com dicas de proteção para as principais plataformas: TikTok, Instagram, Facebook, YouTube, X/Twitter, Discord, Kwai e Google, além dos sistemas operacionais Android e iOS. A iniciativa contou com a contribuição das big techs e da sociedade civil. Foram disponibilizados canais de denúncias mantidos pelas companhias, e orientações sobre aplicação de filtros de conteúdo e controle parental. Também há informações sobre como combater o vício em telas e dicas para um diálogo seguro com os jovens. (g1)

O TikTok anunciou medidas para combater o ódio e a desinformação relacionados ao conflito entre Israel e Hamas. O aplicativo chinês listou ações tomadas após a União Europeia exigir um posicionamento da plataforma devido ao número de publicações sobre o tema. Segundo a rede social, as medidas incluem o lançamento de um centro de comando e o aprimoramento de seus sistemas automatizados de detecção para remover conteúdo gráfico e violento. O TikTok também adicionou mais moderadores que falam árabe e hebraico, além da cooperação com as autoridades responsáveis pela aplicação da lei e interação com especialistas. (Olhar digital)

Enquanto isso, um órgão regulador da Austrália, multou o X, ex-Twitter, em US$ 386 mil por não cooperar com uma investigação sobre práticas contra o abuso infantil. Os questionamentos incluíam quanto tempo a rede social levou para reagir a denúncias de material de abuso infantil e os métodos usados para detectá-lo. Segundo as leis australianas, as empresas de internet são obrigadas a fornecer informações sobre práticas de segurança online. Caso não enviem os dados solicitados, ficam sujeitas a multa. (Reuters)

O que o Bolsa Família tem a ver com empoderamento feminino? Saiba vendo o minidocumentário sobre os 20 anos do programa de distribuição de renda que produzimos para o No Detalhe, com entrevistas com especialistas e muitos gráficos animados.

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